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Gráficos de frequência

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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 04, 2016 7:46 am

pedro121 escreveu:
Gonçalo Elias escreveu:
Repara neste gráfico que representa Turdus philomelos só até 2013 (ou seja sem os dados de 2014 e 2015); havia muito menos observadores no e-bird mas o padrão é o mesmo, sem tirar nem por. Não creio que o número de utilizadores do e-bird afecte muito os padrões das espécies comuns.

Pelos vistos não, mas mesmo assim a distribuição dos mesmos pode fazer diferença.

Quanto a isto estou totalmente de acordo.

Aliás um aspecto que é bastante evidente nalgumas espécies é aquilo a que poderemos chamar "efeito Sagres": nos meses de Setembro, Outubro e Novembro há um grande número de observadores na zona de Sagres, que produzem listas diariamente. Este número elevado de listas, muito superior ao que há no Algarve durante o resto do ano, constitui um factor de enviesamento (maior % de registos vindos do Algarve nesse período), o qual é bem visível nalgumas espécies. E não me refiro apenas às mais óbvias (as rapinas migradoras), mas a muitas outras espécies.

Um bom exemplo é a Corvus corone - esta espécie não ocorre habitualmente no Algarve (excepto no extremo noroeste). O facto de haver uma grande concentração de observadores e listas no início do Outono numa zona sem gralhas-pretas faz com a que a frequência de observação da espécie para a totalidade do país seja menor nesse período por comparação com o resto do ano (a frequência mantém-se relativamente estável entre os 22 e os 30% durante o resto do ano, mas no período de Outono cai para os 18-22%).

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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 04, 2016 3:40 pm

Outro exemplo do "efeito Sagres" é o gráfico da Pyrrhocorax pyrrhocorax.

Neste caso o efeito traduz-se numa maior frequência de registos. Esta gralha é tem uma distribuição bastante restrita a nível nacional, no entanto a zona de Sagres é bastante importante para a espécie. O elevado esforço de cobertura nessa região durante os três meses de Outono faz com que a frequência nesse período seja muito superior à que se regista durante o resto do ano. O pico bastante exagerado da primeira semana de Outubro poderá ter a ver com o festival de Sagres que tem lugar exactamente nessa altura.

Gráficos de frequência - Página 2 15xl993
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Mensagem por pedrocardia Seg Jan 04, 2016 4:45 pm

Gonçalo Elias escreveu:O gráfico de Turdus philomelos surpreendeu-me um pouco: não esperava que o pico de frequência fosse em Fevereiro, com valores consideravelmente superiores aos que se registam em Novembro e Dezembro.

Gráficos de frequência - Página 2 2wmhx21

Olá,

Julgo que esse pico em Fevereiro será em parte explicado pelo facto de as aves começarem a cantar por essa altura e serem mais facilmente detectáveis. Isto aplica-se mesmo às invernantes que não se irão reproduzir por cá.

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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 04, 2016 5:01 pm

pedrocardia escreveu:
Julgo que esse pico em Fevereiro será em parte explicado pelo facto de as aves começarem a cantar por essa altura e serem mais facilmente detectáveis. Isto aplica-se mesmo às invernantes que não se irão reproduzir por cá.

Pedro Cardia

Viva Pedro,

É possível que seja esse o motivo (mas teremos de partir do princípio que a maioria dos observadores que utiliza o e-bird reconhece o canto da espécie e que isso efectivamente se traduz em mais registos... esta é a parte que me deixa dúvidas: não sei se o canto é reconhecido por muita gente ou não).

1 abraço,
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Mensagem por PNicolau Seg Jan 04, 2016 5:28 pm

E pelo menos no Sul do país, e em zonas afastadas de floresta, não creio que os tordos cantem.
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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 04, 2016 5:32 pm

PNicolau escreveu:E pelo menos no Sul do país, e em zonas afastadas de floresta, não creio que os tordos cantem.

Na verdade para perceber melhor a razão deste pico será necessário fazer uma análise mais fina (por distritos) para perceber se este aumento é generalizado ou se há aqui algum tipo de enviesamento provocado por um aumento do esforço em regiões onde a espécie é mais abundante.
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Mensagem por Gonçalo Elias Ter Jan 05, 2016 7:47 am

Mais um bom exemplo do "efeito Sagres" é o gráfico do Falco peregrinus; de uma forma geral, ao longo do ano esta espécie aparece em 2 a 4% das visitas, contudo no Outono a frequência chega aos 10%! Para quem não sabe, esta espécie é residente na costa sudoeste, sendo relativamente fácil vê-la na zona de Sagres.

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Mensagem por Gonçalo Elias Ter Jan 05, 2016 9:02 am

A troca de ideias sobre o gráfico do tordo-comum e sobre as possíveis explicações deixou-me a pensar que a justificação para a maior frequência em Fevereiro poderá estar relacionada com a distribuição dos observadores.

Resolvi então fazer a seguinte análise: comparei, para todos os distritos do país, a frequência de ocorrência de tordo-comum na primeira semana do ano (1 de Janeiro) e na semana em que se registou a frequência máxima (22 de Fevereiro).

Os resultados estão resumidos no seguinte quadro:

Gráficos de frequência - Página 2 2v0ddzo

Olhando para estes valores há alguns aspectos que saltam à vista:

1. Há meia dúzia de distritos que são irrelevantes nesta análise (seja por terem poucas visitas ou por terem poucos tordos), a saber: Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Bragança e Viseu. Ou seja, estes distritos têm tão poucas visitas ou tão poucos dados da espécie que pouco ou nada contribuem para o gráfico global. A chave estará pois naquilo que se passa nos restantes distritos.

2. Comparando as duas semanas em questão, verificamos que houve uma grande diminuição do número de listas. Passou de 982 na primeira semana de Janeiro para 603 na última de Fevereiro. Uma quebra de quase 40%. Esta quebra do número de visitas registou-se na maioria dos distritos mas não em todos. Nalguns distritos houve aumentos expressivos. Destaco, em particular, Santarém e Portalegre. Ou seja, o peso relativo destes dois distritos no número total de visitas aumentou de forma considerável entre os dois períodos considerados - passou de 8,5% para 21% - isto quer dizer no segundo período houve bastante mais esforço de observação nestes dois distritos, enquanto que na generalidade do território diminuiu.

3. Acontece que a frequência de ocorrência de tordos nestes dois distritos é bastante superior à média nacional ao longo de todo o Inverno. Ou seja, são dois distritos "com muito tordo".

4. Há outros distritos que também contribuíram de forma relevante para o resultado de Fevereiro (destacando-se o caso de Castelo Branco onde apesar de o número de visitas ter diminuído, a frequência aumentou para 60%!).

Em minha opinião, temos aqui um fenómeno semelhante ao efeito Sagres: por haver no final de Fevereiro um maior esforço de observação em regiões onde a percentagem de tordos é elevada, o total nacional aumentou em função disso (chamemos-lhe "efeito Santarém-Portalegre").

Claro que tudo isto é uma simplificação (tal como o efeito Sagres é uma simplificação e não tem em conta o que se passa no resto do país); não estou a ponderar aqui outros distritos com muitas observações, como é o caso de Lisboa, Setúbal ou Faro, no entanto estes distritos têm frequências de tordos inferiores à média nacional, por isso não são estes que estão a puxar a média para cima (além de que em todos eles houve uma diminuição acentuada do número de visitas).

A única conclusão que pretendo retirar desta análise sumária é a de que a distribuição geográfica dos observadores pode ter um peso bastante relevante no gráfico final que observamos.

Como o gráfico original do tordo ficou lá para trás coloco-o aqui novamente:

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Mensagem por pedro121 Ter Jan 05, 2016 11:03 am

Gonçalo Elias escreveu:
A única conclusão que pretendo retirar desta análise sumária é a de que a distribuição geográfica dos observadores pode ter um peso bastante relevante no gráfico final que observamos.

Sim, isso está claro, distribuição dos observadores ou alterações do esforço, tudo isso vai influir nos gráficos de frequência, mesmo a nível distrital esses factores tem peso, o que eu acho é que com o aumento do numero de observadores o peso que alguns observadores tem diminui, ou seja, alguns observadores tem um grande numero de listas, e consequentemente tem um peso muito grande já que tem uma fatia enorme dos dados, por isso esses observadores pesam mais que os observadores médios. 10% dos observadores são responsáveis por 33% das listas, se considerarmos que vários deles passam uma temporada em Sagres... Smile
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Mensagem por Paulo Lemos Ter Jan 05, 2016 5:54 pm

Eu sou do contra alien

Quanto ao Bútio, fica para uma altura em que tiver mais tempo pois há muito a dizer.

Quanto ao F. peregrino, por várias zonas e não só no Oeste, o outono parece-me a altura mais propícia para observar esta espécie, onde menos seria esperada, a qualquer hora do dia, em qualquer habitat (mesmo florestal), a qualquer altitude e mostra-se mais brincalhão, incomodando outras aves maiores em qualquer território não propicio a nidificação. Provavelmente são imaturos e também talvez residentes que se afastam do seu território durante o dia apesar de voltarem ao mesmo para pernoitar e talvez isso explique observações em voo alto e decidido na direcção da costa ao fim do dia, às vezes depois do por do Sol, mesmo que a uns 20km dela ou mais, sempre nessa direcção... e no outono.
Controlo bem isto porque desde que me lembro (miúdo), praticamente qualquer rapina que se mova nas imediações, especialmente uma deste tipo, é logo detectada por outras aves e reconheço todos os alarmes (bastando imediatamente procurar onde está o bicho).

Quanto ao tordo, que me lembre, a pré-primavera (e mais em Fevereiro) sempre foi a altura em que os "apreciei" mais abertamente e em detalhe, como se de repente se tornassem mais conspícuos (não necessariamente audíveis a cantar).
Se, antes de "Fevereiro", percorro um habitat qualquer que tenha árvores ou arbustos, a observação e identificação (ou não possível identificação) de um tordo, resume-se quase sempre um vulto rápido de passagem, a gritos esporádicos (durante a noite ou dia), ou a bandos acossados que de modo geral não se deixam observar pousados depois. Mais no fim do inverno, vejo mais indivíduos dispersos, lentos ou indecisos na fuga, pousados mais alto nas árvores ou em alimentação isolados nas orlas junto ao solo (e voltam teimosamente ao mesmo sitio) e, talvez, arriscaria a dizer que estão mais activos, ou menos furtivos, o que não significa menos assustadiços, mas mais descuidados. Pode ser que se deva às hormonas, a uma mudança na alimentação (aliás, as bagas deixam de fazer parte dela e entram em cena certas espécies de invertebrados que novamente sobem à superfície antes da Primavera, quanto mais a Sul mais cedo). Por alguns dias em Fevereiro poderá também surgir mais "fome", mesmo antes da viagem para Norte. Provável também que, em Invernos mais secos e tal como outras aves que buscam alimento no solo, ocorra alteração de comportamento para uma superior conspicuidade até zonas mais abertas, como por exemplo os piscos de peito ruivo que já uma vez abordei por aqui num Inverno de seca (e em Fev. muitos deles ainda invernantes por cá).
Não sei se perceberam o que quis dizer com "furtivos", pois não é o termo exacto.. quem já observou (ou tentou!) Oriolus alarmados, que tente encontrar a palavra em falta: o Oriolus tem uma especial habilidade para seguir, vigiar, etc, um predador ser ser vista (mas sim ouvida), escolhendo poisos em que se conserve um motivo entre ela e o observador. Em Fevereiro, é como se os tordos atenuassem uma tendência parecida e se mostrassem mais precipitados.

PS: tudo isto antes de serem residentes comuns pelas beiras e Oeste. Porque então, em anos recentes dependendo do local, mais me parece ser Fevereiro "O" mês para se topar (e identificar?) um tordo.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 06, 2016 9:57 am

O Cettia cetti é residente e embora se mostre pouco é facilmente detectado pelo seu canto. Este pode ouvir-se ao longo de todo o ano, excepto no mês de Julho, em que as aves praticamente não cantam. O gráfico evidencia esta quebra de actividade vocal no início do Verão.

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Mensagem por João Tomás Qua Jan 06, 2016 10:42 am

Gonçalo Elias escreveu:Mais um bom exemplo do "efeito Sagres" é o gráfico do Falco peregrinus; de uma forma geral, ao longo do ano esta espécie aparece em 2 a 4% das visitas, contudo no Outono a frequência chega aos 10%! Para quem não sabe, esta espécie é residente na costa sudoeste, sendo relativamente fácil vê-la na zona de Sagres.

Este aumento pode estar relacionado com o chamado "efeito de Sagres" mas também deverá ser algo influenciado pelo influxo de peregrinos vindos do centro e norte da Europa, quer estejam apenas de passagem quer sejam aves que invernem em território nacional.
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Mensagem por Gonçalo Elias Sáb Jan 09, 2016 5:48 am

Deixo hoje o gráfico da Riparia riparia.

Curioso o facto de a maior frequência se registar em Agosto. Poderá reflectir alguma dispersão pós-nupcial, mas desconfio que este pico tem mais a ver com um menor esforço de observação nessa época do ano no interior do território, onde a espécie é menos abundante.

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Mensagem por Gonçalo Elias Seg Jan 11, 2016 4:28 pm

E agora o gráfico da Pluvialis apricaria.

Tal como acontece com outras espécies invernantes, a frequência vai aumentando gradualmente a partir do final do Verão, atinge um pico em Janeiro e depois começa a diminuir gradualmente.

Não é por acaso que as contagens de aves invernantes devem ser feitas em Janeiro Smile

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Mensagem por Paulo Lemos Ter Jan 12, 2016 5:24 pm

Riparia em Agosto? E porque não a influencia do "influxo de Riparia vindas do centro e norte da Europa"? Twisted Evil
A julgar que nessa altura o numero que ronda e pernoita nos caniçais me parece bem maior e que durante o dia se dispersam sem limites... não sei se a dispersão pós nupcial é razão para esse aparente aumento, também na H. rustica ocorre da mesma forma e portanto é tentar conferir a tabela desta ultima.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 20, 2016 7:38 am

Aqu ihá tempos noutro tópico debateu-se o estatuto do Tringa glareola: só migrador de passagem ou também invernante?

Aqui fica o gráfico de frequência.

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Mensagem por pedro121 Qua Jan 20, 2016 7:58 am

Gonçalo Elias escreveu:Aqu ihá tempos noutro tópico debateu-se o estatuto do Tringa glareola: só migrador de passagem ou também invernante?

E como ficamos? Smile
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 20, 2016 9:05 am

pedro121 escreveu:
Gonçalo Elias escreveu:Aqu ihá tempos noutro tópico debateu-se o estatuto do Tringa glareola: só migrador de passagem ou também invernante?

E como ficamos? Smile

não sei bem... por um lado é manifesto que há registos ao longo do período de inverno, por outro lado tenho dificuldade em classificar como invernante uma espécie que aparece em 0,2% das visitas... talvez com mais um ou dois anos de dados a situação fique mais clara.
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Mensagem por pedro121 Qua Jan 20, 2016 9:23 am

Gonçalo Elias escreveu: por outro lado tenho dificuldade em classificar como invernante uma espécie que aparece em 0,2% das visitas... talvez com mais um ou dois anos de dados a situação fique mais clara.

Não sei bem, a frequência de algumas espécies residentes é muito baixa, e vai ficar mais baixa com o tempo, já que as espécies residentes com distribuição muito localizada (no interior) vão tendencialmente ter frequências muito baixas, já que o grosso das listas vão ser feitos no litoral, o que baixa a frequência das espécies de interior, não é o caso do maçarico-bastardo, mas ser muito escasso, aliado a questões de identificação e ao habitat que frequenta vão fazer com que a frequência seja tendencialmente sempre baixa.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Jan 20, 2016 11:33 am

pedro121 escreveu:
Gonçalo Elias escreveu: por outro lado tenho dificuldade em classificar como invernante uma espécie que aparece em 0,2% das visitas... talvez com mais um ou dois anos de dados a situação fique mais clara.

Não sei bem, a frequência de algumas espécies residentes é muito baixa, e vai ficar mais baixa com o tempo, já que as espécies residentes com distribuição muito localizada (no interior) vão tendencialmente ter frequências muito baixas, já que o grosso das listas vão ser feitos no litoral, o que baixa a frequência das espécies de interior, não é o caso do maçarico-bastardo, mas ser muito escasso, aliado a questões de identificação e ao habitat que frequenta vão fazer com que a frequência seja tendencialmente sempre baixa.

De acordo, mas mesmo assim está inflacionada, porque ocorre em dois sítios muito visitados (Lezíria Grande e Barroca) e a minha dúvida é que não sei até que ponto isso é representativo. Como referi acima, creio que com mais dados a situação poderá ficar mais clara.
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Mensagem por Pedro Fernandes Qua Jan 20, 2016 1:10 pm

Voltando ao tordo frio— seguem os dados de Espanha e França. As bases de dados nestes países não são tão robustas e parecem concentradas em torno do País Basco e Navarra (no caso Espanhol— também dados interessantes nas Canárias e Andaluzia) e no sul de França.

Gráficos de frequência - Página 2 2hevtdx

Note-se que os valores de frequência variam consideravelmente, mas o aspecto dos gráficos nem por isso.
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Mensagem por pedro121 Qua Jan 20, 2016 1:49 pm

Pedro Fernandes escreveu:
Note-se que os valores de frequência variam consideravelmente, mas o aspecto dos gráficos nem por isso.

De facto as semelhanças são evidentes, embora como referes a base de dados espanhola e francesa seja menos rica, alem de que a espanhola é muito peculiar, e tem que ser encarada com cautela para uma analise de âmbito global.

Mas mesmo com tudo isso as semelhanças estão lá!

Pessoalmente acho que não faz grande sentido comparar com França, já que a população reprodutora é muito maior, o que anula para mim a comparação directa com Portugal, já que por cá a população reprodutora é pequena e ainda por cima é mais abundante em zonas em que há menos eBirders.

De qualquer modo é interessante ver as diferenças em relação a outros países.
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Mensagem por Paulo Lemos Qui Jan 21, 2016 1:57 am

Eu volto a insistir no que apresentei antes. Provavelmente nem dependendo de que população se trata ou do seu estatuto como residente ou migradora, já que o comportamento é o mesmo ao aproximar-se a primavera.

Não me parece que a população reprodutora seja actualmente "pequena" por cá, aliás o aumento é cada vez mais notório e é-o desde há uns 4-5 anos, pelo menos na metade Norte já à vontade pelo centro como relativamente abundante em habitat propício e resíduos do mesmo.
Já atravessei a França na época estival, de janela aberta, e a espécie tem melhores condições para ocupar grande parte do território, menos localizada ou restringida a habitat (melhor floresta, clima, homogeneidade, etc.) mas independentemente disso, mas será que o "maior numero" de tordos influencia mesmo este caso de gráfico? Haverão assim tantos mais tordos (de todos os "estatutos" juntos) em França do que em Portugal durante "Inverno"? Poderão talvez ser mais conspícuos quando o clima for mais rigoroso a Norte, mas... volto ao mesmo: isso influencia o gráfico ou numero de observações em PT é tão pequeno que torne o pouco representativo?

Outra possibilidade que os torna ainda mais conspícuos (tb relacionada com comportamental) além das hormonas e suas consequências, será a sobreposição/conflito entre os residentes e os invernantes/passageiros no fim do Inverno.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qui Jan 21, 2016 4:18 am

Paulo Lemos escreveu:Eu volto a insistir no que apresentei antes. Provavelmente nem dependendo de que população se trata ou do seu estatuto como residente ou migradora, já que o comportamento é o mesmo ao aproximar-se a primavera.

Não me parece que a população reprodutora seja actualmente "pequena" por cá, aliás o aumento é cada vez mais notório e é-o desde há uns 4-5 anos, pelo menos na metade Norte já à vontade pelo centro como relativamente abundante em habitat propício e resíduos do mesmo.

Paulo nota que estes gráficos não representam o aumento da população ao longo dos anos, mas sim a frequência relativa de observação nas diferentes épocas do ano. Estamos a falar de valores relativos e não absolutos.

Paulo Lemos escreveu:Já atravessei a França na época estival, de janela aberta, e a espécie tem melhores condições para ocupar grande parte do território, menos localizada ou restringida a habitat (melhor floresta, clima, homogeneidade, etc.) mas independentemente disso, mas será que o "maior numero" de tordos influencia mesmo este caso de gráfico? Haverão assim tantos mais tordos (de todos os "estatutos" juntos) em França do que em Portugal durante "Inverno"? Poderão talvez ser mais conspícuos quando o clima for mais rigoroso a Norte, mas... volto ao mesmo: isso influencia o gráfico ou numero de observações em PT é tão pequeno que torne o pouco representativo?

Há dois anos (2013) estive dois meses em França durante o Verão e fiquei absolutamente espantado com a escassez de aves em geral. Fiz milhares de quilómetros ao longo das estradas mas quase não se vê aves, é realmente impressionante. As poucas aves que vão aparecendo com mais ou menos regularidade são corvídeos (sobretudo gralhas), pombos (torcazes e fatelas) e pouco mais. Andorinhas eram muito escassas. Não andei exactamente a fazer observação, mas as diferenças face a Portugal eram enormes - para pior. Desconheço as razões para tamanha escassez, mas imagino que as alterações de uso do solo e a intensificação da agricultura nesse país afectem negativamente as populações de aves.

Não me lembro de ver um único tordo e não faço ideia se são comuns ou não, nem em que regiões, de qualquer forma como o Pedro F. já referiu a informação sobre Portugal é bastante mais robusta, fruto de uma grande adesão ao eBird, por isos não sei até que ponto o gráfico de França é representativo.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qui Jan 21, 2016 6:34 am

Continuando nos grandes turdídeos fica agora o gráfico do Turdus torquatus.

Embora esta espécie tenha vários registos de Inverno, é claramente mais frequente durante as passagens, havendo um pico em Fevereiro-Março e outro em Outubro-Novembro.

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