Chapim rabilongo / Barrancos

Chapim rabilongo
Long-tailed Tit
Aegithalos caudatus

Serpa

Tirada pelo método Digiscoping:

Telescópio Zeiss Diascope 85 T FL
Adaptador fotografico Zeiss DSLR
Tripé Manfrotto 055CLB
Cabeça Manfrotto 222
Camera Canon 350D
Cabo remoto Canon

Logo de manhã, estas imagens...ao estilo de provocação

Parabéns

Vocês sabiam que em Portugal há duas subespécies de chapim-rabilongo, uma na metade norte e outra na metade sul do país e que são bastante diferentes na coloração?

Não sabia Por acaso vi um este domingo (Aroeira). Mas à vista desarmada Não posso dizer se era da mesma espécie da foto do Faísca

Goncalo,

nao fazia ideia. Ja agora, quais sao, e e possivel reconhece-las no campo sem ser com os bichos na mao?

E parabens ao Faisca, bela foto de um bichito que se arrisca a uma valente gripe...

Pedro Fernandes escreveu:Goncalo,

nao fazia ideia. Ja agora, quais sao, e e possivel reconhece-las no campo sem ser com os bichos na mao?

Era para ter respondido a isto há mais tempo, mas só agora tive oportunidade de consultar a bibliografia para verificar todos os pormenores.

Então é assim:

A norte do Tejo ocorre a subespécie Aegithalos caudatus taiti.
A sul do Tejo ocorre a subespécie Aegithalos caudatus irbii.

As raças são bastante parecidas e além disso, tal como acontece com muitas outras espécies de distribuição contínua, nas zonas de transição há alguma intergradação (isto é, "mistura") o que torna a determinação da subespécie mais difícil nessas zonas.

De qualquer forma, julgo que a distinção é possível, essencialmente com base em dois aspectos:

A. c. taiti tem manchas rosadas nas escapulares e no ventre; o manto e o uropígio são pretos.
A. c. irbii tem o manto e o uropígio mais acinzentados; as escapulares também são cinzentas, por vezes com manchas rosadas muito ténues.

A foto do Faísca parece ser claramente um A. c. irbii, devido à quase total ausência de tons rosados nas escapulares e ao facto de o manto ser cinzento.

O local da foto (Serpa) fica no Baixo Alentejo, que fica muito a sul da zona de intergradação vale do Tejo e isto também aponta para um irbii.

1 abraço,
Gonçalo

Ola Goncalo,

Estive agora mesmo a ver a nova lista de aves " Holartic_birds" que esta disponivel no seguinte site http://www.freewebs.com/holarcticlisting/.
Pelo que vi na lista as subespecies que mencionas-te nem pertencem ao mesmo "taxon", estou a interpretar mal a lista ou a subespecie irbii pertence ao grupo dos Aegithalos (caudatus) alpinus o que tornaria impossivel encontrar esta subespecie em Portugal.
Eu somente estou a interpretar a lista, nao tenho qualquer outra fonte de literatura comigo sobre as subespecies de Aegithalus caudatus.

Nao sei se estou correcto, mas achei estranho as duas subespecies mencionadas aqui nem se encontrarem na mesma coluna na lista.

Abraco

Thijs

thysvalkenburg escreveu:Ola Goncalo,

Estive agora mesmo a ver a nova lista de aves " Holartic_birds" que esta disponivel no seguinte site http://www.freewebs.com/holarcticlisting/.
Pelo que vi na lista as subespecies que mencionas-te nem pertencem ao mesmo "taxon", estou a interpretar mal a lista ou a subespecie irbii pertence ao grupo dos Aegithalos (caudatus) alpinus o que tornaria impossivel encontrar esta subespecie em Portugal.
Eu somente estou a interpretar a lista, nao tenho qualquer outra fonte de literatura comigo sobre as subespecies de Aegithalus caudatus.

Nao sei se estou correcto, mas achei estranho as duas subespecies mencionadas aqui nem se encontrarem na mesma coluna na lista.

Olá Thijs,

O irbii pertence ao grupo alpinus (célula D2258) e o taiti pertence ao grupo europaeus (D2255).

Porque dizer que seria impossível encontrar o grupo alpinus em Portugal?

1 abraço,
Gonçalo

Ola Goncalo,

Achei impossivel pelo nome, alpinus faz-me pensar aos alpes , e como tambem no grupo alpinus se encontram a subespecie italiae o que deduzo so existir la para os lados italianos....

Foi esse o meu pensamento que levou a duvidar das subespecies.

Abraco

Thijs

thysvalkenburg escreveu:Achei impossivel pelo nome, alpinus faz-me pensar aos alpes , e como tambem no grupo alpinus se encontram a subespecie italiae o que deduzo so existir la para os lados italianos....

Foi esse o meu pensamento que levou a duvidar das subespecies.

Realmente a terminologia pode ser um pouco enganadora, normalmente os nomes que envolvem topónimos ou regiões estão relacionados com o local onde a espécie ou subespécie foi identificada pela primeira vez e nem sempre tem a ver com a distribuição global.

Olha, por exemplo o Passer hispaniolensis chama-se assim porque foi primeiramente identificado em Espanha, mas na verdade é muito mais abundante na parte oriental da sua área de distribuição (Ásia Central).

Voltando aos A. caudatus, o grupo alpinus compreende 5 subespécies:
irbii - sul de Espanha e de Portugal, Córsega
italiae - Itália e sudoeste da Eslovénia
siculus - Sicília
tephronotus - Ásia Menor (Turquia)
major - Cáucaso e Transcaucásia ocidental e central
alpinus - Transcaucásia oriental, região ocidental do Irão

Ou seja, no conjunto este grupo abrange toda a bacia do Mediterrâneo e não apenas os Alpes. Curiosamente, a subespécie alpinus nem sequer é a que ocorre mais perto dos Alpes.

1 abraço,
Gonçalo

Nao fazia mesmo ideia. Obrigado pelos esclarecimentos e pela pesquisa Gonçalo. E também ao Faísca por aqui ter colocado estas fotos.

Falando nisto das sub-espécies, haverá certamente muitos mais casos destes na nossa ornitofauna. Era interessante que aparecessem aqui na galeria mais casos destes, onde se possa comparar as diferentes características de cada uma. Ou talvez nos desafios de identificaçao. Fica a sugestao.

Um abraço,

Pedro