Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
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Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Caros,
Há muitos anos, um observador espanhol experiente contou-me que os birders ingleses costumavam chamar "little brown jobs" a identificação de espécies muito semelhantes de aves pequenas, de aparencia castanha e sem grandes características que facilitam a distinção entre elas. São pouco espectaculares, dão muito trabalho e pouca satisfação.
No entanto, em trabalhos sistemáticos (e não só) de censos, como atlas etc., a correta identificação destas espécies é importante. Tendo em conta o meu envolvimento no Atlas das Aves Invernantes e Migratórias, gostava de compilar "umas dicas" na identificação destas "lbj", para divulgar junto dos voluntários mais "necessitados" (entre os quais me incluo, em vários destes "elbejotas").
Por isso gostava de arrancar com um caso emblemático: a distinção fora da época de nidificação entre as felosas mais comuns entre nós: a felosinha Phylloscopus collybita, felosa musical Phylloscopus trochilus e Felosinha-ibérica (Phylloscopus ibericus).
Por isso, caros colegas "cracks" na ID, venham aqui dar as vossas dicas para distinguir estas felosas, tão comuns neste momento e tão chatas de identificar.
Um abraço,
Henk Feith
Coordenador regional Atlas das Aves Invernantes e Migratórias - região 9 Lisboa
Há muitos anos, um observador espanhol experiente contou-me que os birders ingleses costumavam chamar "little brown jobs" a identificação de espécies muito semelhantes de aves pequenas, de aparencia castanha e sem grandes características que facilitam a distinção entre elas. São pouco espectaculares, dão muito trabalho e pouca satisfação.
No entanto, em trabalhos sistemáticos (e não só) de censos, como atlas etc., a correta identificação destas espécies é importante. Tendo em conta o meu envolvimento no Atlas das Aves Invernantes e Migratórias, gostava de compilar "umas dicas" na identificação destas "lbj", para divulgar junto dos voluntários mais "necessitados" (entre os quais me incluo, em vários destes "elbejotas").
Por isso gostava de arrancar com um caso emblemático: a distinção fora da época de nidificação entre as felosas mais comuns entre nós: a felosinha Phylloscopus collybita, felosa musical Phylloscopus trochilus e Felosinha-ibérica (Phylloscopus ibericus).
Por isso, caros colegas "cracks" na ID, venham aqui dar as vossas dicas para distinguir estas felosas, tão comuns neste momento e tão chatas de identificar.
Um abraço,
Henk Feith
Coordenador regional Atlas das Aves Invernantes e Migratórias - região 9 Lisboa
Última edição por Henk Feith em Dom Nov 06, 2011 12:57 pm, editado 1 vez(es)
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Olá Henk,
Antes de mais é importante lembrar que a Felosa-ibérica (P. ibericus) é estival e apenas está presente de meados de Fevereiro a princípios de Outubro. Existem registos isolados nos meses de Inverno atribuídos a esta espécie, mas não se conhece, até à data, qualquer evidência de uma população invernante regular na Península Ibérica. Deste modo, qualquer potencial registo de presença de P. ibericus em período de invernada deve ser encarado com prudência e é importante excluir eventuais erros de identificação.
Dito isto, considero que o critério de identificação mais importante é o chamamento, que no caso de P. collybita é ascendente (ouit), ao estulo de P. trochilus mas monossilábico em vez de dissilábico, e no P. ibericus é descendente (piiiuuu). Nota que de vez em quando aparecem uns indivíduos com uns chamamentos estranhos que não são ascendentes nem descententes, mas sim "intermédios".
No que se refere ao canto, creio que conheces as diferenças. É importante notar que ao longo do Inverno - e principalmente a partir de Janeiro - os P. collybita são ouvidos a cantar com frequência, o que ajuda à identificação.
Por fim, a identificação sem vocalização, isto é, visual: embora exista quem diga que é possível distinguir as duas espécies no campo, pessoalmente considero muito difícil fazer esta distinção com segurança. De qualquer forma, considerando que não se conhece qualquer população regular de P. ibericus invernante, parece-me razoável atribuir os registos visuais a P. collybita. Os mais puristas dirão que será mais correcto escrever Phylloscopus sp., mas pela minha parte não vejo necessidade de recorrer a esse expediente, uma vez que com base na informação conhecida a probabilidade de ocorrência de P. ibericus no Inverno em território português parece ser é muito perto de zero.
Espero que isto ajude.
1 abraço,
Gonçalo
Antes de mais é importante lembrar que a Felosa-ibérica (P. ibericus) é estival e apenas está presente de meados de Fevereiro a princípios de Outubro. Existem registos isolados nos meses de Inverno atribuídos a esta espécie, mas não se conhece, até à data, qualquer evidência de uma população invernante regular na Península Ibérica. Deste modo, qualquer potencial registo de presença de P. ibericus em período de invernada deve ser encarado com prudência e é importante excluir eventuais erros de identificação.
Dito isto, considero que o critério de identificação mais importante é o chamamento, que no caso de P. collybita é ascendente (ouit), ao estulo de P. trochilus mas monossilábico em vez de dissilábico, e no P. ibericus é descendente (piiiuuu). Nota que de vez em quando aparecem uns indivíduos com uns chamamentos estranhos que não são ascendentes nem descententes, mas sim "intermédios".
No que se refere ao canto, creio que conheces as diferenças. É importante notar que ao longo do Inverno - e principalmente a partir de Janeiro - os P. collybita são ouvidos a cantar com frequência, o que ajuda à identificação.
Por fim, a identificação sem vocalização, isto é, visual: embora exista quem diga que é possível distinguir as duas espécies no campo, pessoalmente considero muito difícil fazer esta distinção com segurança. De qualquer forma, considerando que não se conhece qualquer população regular de P. ibericus invernante, parece-me razoável atribuir os registos visuais a P. collybita. Os mais puristas dirão que será mais correcto escrever Phylloscopus sp., mas pela minha parte não vejo necessidade de recorrer a esse expediente, uma vez que com base na informação conhecida a probabilidade de ocorrência de P. ibericus no Inverno em território português parece ser é muito perto de zero.
Espero que isto ajude.
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25574
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Acho que o pessoal da anilhagem podia dar um contributo importante nesse sentido, porque se é de pormenores da plumagem que precisamos para fazermos uma id correcta, nimguem melhor do que os anilhadores que têm as aves na mão para os descreverem.
Pelo o que sei as ibericus fazem muda pos-nupcial que acaba em setembro, sem pre-nupcial (???), e seria de esperar no Inverno serem visualmente faceis de identificar das collybita, já que a plumagem que conservam para a época reprodutora é visualmente contrastante.
Visualmente no campo continuo a apoiar-me na máxima da projecção das primarias, em ibericus mais curta como em collybita, e um supercilio mais marcado e que estende para trás do olho à semelhança de trochylus.
Em suma........ "little brown jobs"
cumps,
Rui
Pelo o que sei as ibericus fazem muda pos-nupcial que acaba em setembro, sem pre-nupcial (???), e seria de esperar no Inverno serem visualmente faceis de identificar das collybita, já que a plumagem que conservam para a época reprodutora é visualmente contrastante.
Visualmente no campo continuo a apoiar-me na máxima da projecção das primarias, em ibericus mais curta como em collybita, e um supercilio mais marcado e que estende para trás do olho à semelhança de trochylus.
Em suma........ "little brown jobs"
cumps,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Olá Gonçalo,
Claro que P. ibericus será de excluir no inverno, mas o Atlas começou no dia 1 de agosto e o primeiro período terminou no dia 15 de outubro, por isso há um período considerável em que seja provável encontrar as duas espécies em simultâneo.
No entanto, também a distinção com trochilus é importante. Pessoalmente vou sobretudo para a cor das pernas, mas gostava de saber se usam outros critérios visíveis no campo, sem ser com a ave na mão.
Henk
Claro que P. ibericus será de excluir no inverno, mas o Atlas começou no dia 1 de agosto e o primeiro período terminou no dia 15 de outubro, por isso há um período considerável em que seja provável encontrar as duas espécies em simultâneo.
No entanto, também a distinção com trochilus é importante. Pessoalmente vou sobretudo para a cor das pernas, mas gostava de saber se usam outros critérios visíveis no campo, sem ser com a ave na mão.
Henk
Última edição por Henk Feith em Dom Nov 06, 2011 2:54 pm, editado 1 vez(es)
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Pois, a felosinha-musical pode ser um problema no Verão
Bem como a felosinha de Bonelli
Mas colocaste a questão já depois de terminada a época de verão, pensei apenas nas espécies invernantes...
Bem como a felosinha de Bonelli
Mas colocaste a questão já depois de terminada a época de verão, pensei apenas nas espécies invernantes...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25574
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Felosinha-musical no verão?? há 75 registos da espécie no PortugalAves entre 1 e 31 de outubro de 2011 E no Bio4All, a captura de 3 indivíduos n'A Rocha no dia 23 de outubro.
E 9 registos de P. ibericus no mesmo período. E alguns de observadores muito experientes (Magnus Robb, por exemplo, no dia 9 de outubro).
Estaremos nós a ser levados por ideias feitas sobre a ocorrência de espécies fora das épocas "normais"?
Henk
E 9 registos de P. ibericus no mesmo período. E alguns de observadores muito experientes (Magnus Robb, por exemplo, no dia 9 de outubro).
Estaremos nós a ser levados por ideias feitas sobre a ocorrência de espécies fora das épocas "normais"?
Henk
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Henk Feith escreveu:Felosinha-musical no verão?? há 75 registos da espécie no PortugalAves entre 1 e 31 de outubro de 2011 E no Bio4All, a captura de 3 indivíduos n'A Rocha no dia 23 de outubro.
Henk, se calhar não fui claro, mas eu não escrevi "verão"; escrevi "época de verão", referindo-me com isto à primeira parte dos trabalhos do atlas, que decorrem maioritariamente durante o verão. Mas espécie ocorre normalmente até ao início de Novembro.
Henk Feith escreveu:E 9 registos de P. ibericus no mesmo período. E alguns de observadores muito experientes (Magnus Robb, por exemplo, no dia 9 de outubro).
Estaremos nós a ser levados por ideias feitas sobre a ocorrência de espécies fora das épocas "normais"?
Não creio que haja ocorrência fora das épocas normais. No caso da felosa-ibérica, a ocorrência está documentada até ao início de Outubro.
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25574
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
OK, tudo bem. Mas estamos a desviar. Como distingues tu as collybita das trochilus no campo (deixando as difíceis ibericus de fora para já)?
Henk
Henk
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Pelo chamamento, principalmente.
E a seguir pela cor das patas, pelo tamanho das asas e pela coloração das patas.
E a seguir pela cor das patas, pelo tamanho das asas e pela coloração das patas.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25574
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Para mim são uma grande dor de cabeça e aqui entre nós sou um grande batoteiro, sempre que quero ter 100% de certeza lá vem o belo do gravador (para ver se elas respondem)
João Ferreira- Número de Mensagens : 802
Idade : 52
Local : Vila Real
Data de inscrição : 21/12/2009
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Boa noite a todos,
São sem dúvida uma dor de cabeça...
Para além da altura do ano, há que ter em conta factores como a idade e o sexo da ave em questão.
Assim no final do Verão:
As trochilus ad. apresentam uma plumagem fresca (fruto da muda completa pós-nupcial), bem contrastada de amarelo no peito e branco na barriga e infracaudais. A projecção de Primárias é longa, patas claras, cauda ligeiramente mais comprida. Parecendo naturalmente uma ave mais "alongada". O supercilio é geralmente bem marcado de amarelo e com a listra loral menos acentuda que em collybita. Regularmente trochilus apresenta uma coloração com reminiscências de cinzento..nas partes superiores e na cabeça.
Os juvenis apresentam uma plumagem ligeiramente mais gasta que os adultos (sendo dificil de ver no campo), mas a coloração é regra geral mais amarela que nos adultos e que em qualquer plumagem de collybita. As partes inferiores são de um amarelo "constante", com menos infusões de castanhos (que collybita apresenta). A cara apresenta um amarelo vivo misturado com cinzento.
collybita: Tanto em adultos como juvenis, apesar das ligeiras diferenças de amarelos na plumagem, grande parte das plumagens, apresentam nas partes superiores um verde musgo, seco...com castanhos misturados. As partes inferiores (barriga) raramente apresentam um branco puro como em trochilus ad..surgem muitas vezes num amarelo sujo de castanho. As patas são normalmente mais escuras, se bem que em alguns casos tão claros como trochilus.. A projecção das primárias é mais curta que trochilus e ibericus (pelo menos mais curta que nos machos de ibericus). O supercilio é amarelado e mais debilmente marcado que trochilus. A listra loral é regra geral escura e bem marcada, ao contrário de trochilus e ibericus..que surge num cinza ténue.
ibericus: De uma forma grosseira, diria que é uma espécie com caracteristicas intermédias entre trochilus e collybita. Quando confrontado com uma ibericus no campo a primeira sensação é de que se está a observar uma trochilus adulta, mas com uma silhueta menos alongada e mais próxima da compacta collybita.
A cara é nitidamente mais clara, com as coberturas auriculares claras (em collybita são nitidamente escuras e em trochilus de um cinzento claro), um supercilio de amarelo vivo e a cabeça com um verde musco ligeiramente riscado com um verde mais vivo..dando no campo uma aparência mais clara à coroa. As partes inferiores são muitas vezes amarelo claro.com ligeiro branco misturado...mais vivo que em collybita, menos branco que trochilus adulto e mais claro (por causa do branco) que em trochilus juv. .
Respondendo à questão do Rui, as ibericus fazem muda pré-nupcial, eventualmente nas àreas de Invernada, onde os juv. fazem uma muda parcial que envolve, para além de penas de corpo, terciárias e algumas coberturas, as primárias mais exteriores (P10-P6). Assim, teoricamente na Primavera, seria possível destrinçar ibericus (imaturas) de trochilus e collybita através desta forma "invulgar" de muda, onde as Primárias exteriores são mais frescas que as secundárias...mas isto é muito dificil de ver no campo..para além da natureza irrequieta da espécie...a posição das primárias e terciárias torna complicado ver as secundárias por baixo.
Peço desculpa pelo mail tão longo. Apresento apenas as características que uso como referência no campo para destinguir as 3 espécies. Isto para além das já referidas para as vocalizações, que achei que n valia a pena repetir.
Faço notar, no entanto, que no meu caberno de campo não é incomum encontar-se Phylloscopus sp. ...e provavelmente assim o será inevitavelmente para alguns individuos.
Cumprimentos,
Helder Cardoso
São sem dúvida uma dor de cabeça...
Para além da altura do ano, há que ter em conta factores como a idade e o sexo da ave em questão.
Assim no final do Verão:
As trochilus ad. apresentam uma plumagem fresca (fruto da muda completa pós-nupcial), bem contrastada de amarelo no peito e branco na barriga e infracaudais. A projecção de Primárias é longa, patas claras, cauda ligeiramente mais comprida. Parecendo naturalmente uma ave mais "alongada". O supercilio é geralmente bem marcado de amarelo e com a listra loral menos acentuda que em collybita. Regularmente trochilus apresenta uma coloração com reminiscências de cinzento..nas partes superiores e na cabeça.
Os juvenis apresentam uma plumagem ligeiramente mais gasta que os adultos (sendo dificil de ver no campo), mas a coloração é regra geral mais amarela que nos adultos e que em qualquer plumagem de collybita. As partes inferiores são de um amarelo "constante", com menos infusões de castanhos (que collybita apresenta). A cara apresenta um amarelo vivo misturado com cinzento.
collybita: Tanto em adultos como juvenis, apesar das ligeiras diferenças de amarelos na plumagem, grande parte das plumagens, apresentam nas partes superiores um verde musgo, seco...com castanhos misturados. As partes inferiores (barriga) raramente apresentam um branco puro como em trochilus ad..surgem muitas vezes num amarelo sujo de castanho. As patas são normalmente mais escuras, se bem que em alguns casos tão claros como trochilus.. A projecção das primárias é mais curta que trochilus e ibericus (pelo menos mais curta que nos machos de ibericus). O supercilio é amarelado e mais debilmente marcado que trochilus. A listra loral é regra geral escura e bem marcada, ao contrário de trochilus e ibericus..que surge num cinza ténue.
ibericus: De uma forma grosseira, diria que é uma espécie com caracteristicas intermédias entre trochilus e collybita. Quando confrontado com uma ibericus no campo a primeira sensação é de que se está a observar uma trochilus adulta, mas com uma silhueta menos alongada e mais próxima da compacta collybita.
A cara é nitidamente mais clara, com as coberturas auriculares claras (em collybita são nitidamente escuras e em trochilus de um cinzento claro), um supercilio de amarelo vivo e a cabeça com um verde musco ligeiramente riscado com um verde mais vivo..dando no campo uma aparência mais clara à coroa. As partes inferiores são muitas vezes amarelo claro.com ligeiro branco misturado...mais vivo que em collybita, menos branco que trochilus adulto e mais claro (por causa do branco) que em trochilus juv. .
Respondendo à questão do Rui, as ibericus fazem muda pré-nupcial, eventualmente nas àreas de Invernada, onde os juv. fazem uma muda parcial que envolve, para além de penas de corpo, terciárias e algumas coberturas, as primárias mais exteriores (P10-P6). Assim, teoricamente na Primavera, seria possível destrinçar ibericus (imaturas) de trochilus e collybita através desta forma "invulgar" de muda, onde as Primárias exteriores são mais frescas que as secundárias...mas isto é muito dificil de ver no campo..para além da natureza irrequieta da espécie...a posição das primárias e terciárias torna complicado ver as secundárias por baixo.
Peço desculpa pelo mail tão longo. Apresento apenas as características que uso como referência no campo para destinguir as 3 espécies. Isto para além das já referidas para as vocalizações, que achei que n valia a pena repetir.
Faço notar, no entanto, que no meu caberno de campo não é incomum encontar-se Phylloscopus sp. ...e provavelmente assim o será inevitavelmente para alguns individuos.
Cumprimentos,
Helder Cardoso
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Parabens Helder pela tua resposta
Só como complemento, estão aqui duas fotos comparativas entre o collybita e o ibericus e ainda uma foto da muda de ibericus que o Helder referiu.
Abraço
Paulo
Só como complemento, estão aqui duas fotos comparativas entre o collybita e o ibericus e ainda uma foto da muda de ibericus que o Helder referiu.
Abraço
Paulo
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Caros,
Muito obrigado pelos contributos de todos, mas quero sobretudo destacar o do Helder, que é de facto extraordinário. Assim descrito até parece fácil (pelo menos se as felosinhas ficassem quietinhos )!
Em breve surgirão outros elbejotas aqui no fórum
Um grande abraço,
Henk Feith
Muito obrigado pelos contributos de todos, mas quero sobretudo destacar o do Helder, que é de facto extraordinário. Assim descrito até parece fácil (pelo menos se as felosinhas ficassem quietinhos )!
Em breve surgirão outros elbejotas aqui no fórum
Um grande abraço,
Henk Feith
Henk Feith- Número de Mensagens : 484
Data de inscrição : 19/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
O apelo ao pessoal da rede funcionou, e umas fotos para complementar melhor.
Obrigado pela explicação Helder, as referências que tinha acerca da muda de ibericus são antigas, e a muda pré-nupcial em locais de invernada não são referidas.
abraço,
Rui
Obrigado pela explicação Helder, as referências que tinha acerca da muda de ibericus são antigas, e a muda pré-nupcial em locais de invernada não são referidas.
abraço,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Helder, junto-me aos restantes elementos para saudar o teu valioso contributo.
Rui, quanto ao teu último comentário: eu creio que os locais de invernada desta espécie nem sequer são bem conhecidos... talvez pelo facto de o split ser recente.
1 abraço,
Gonçalo
Rui, quanto ao teu último comentário: eu creio que os locais de invernada desta espécie nem sequer são bem conhecidos... talvez pelo facto de o split ser recente.
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25574
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Esta Primavera capturei e anilhei alguns indivíduos seguros de Phyll. ibericus e inclusive crias acabadas de sair do ninho que ainda mal voavam.
Vamos ver se recapturo algumas destas aves no próximo ano e faço fotos com indivíduos de idade segura para disponibilizar.
Abraço,
Carlos
Vamos ver se recapturo algumas destas aves no próximo ano e faço fotos com indivíduos de idade segura para disponibilizar.
Abraço,
Carlos
Carlos Pacheco- Número de Mensagens : 1297
Idade : 51
Local : Odemira
Data de inscrição : 27/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Gonçalo Elias escreveu:Rui, quanto ao teu último comentário: eu creio que os locais de invernada desta espécie nem sequer são bem conhecidos... talvez pelo facto de o split ser recente.
É provável Gonçalo, e o conhecimento que se tem deve ser de recapturas ou aves anilhadas apos a chegada, como podemos ver nas fotos que o Paulo disponibilizou o link.
Carlos Pacheco escreveu:Esta Primavera capturei e anilhei alguns indivíduos seguros de Phyll. ibericus e inclusive crias acabadas de sair do ninho que ainda mal voavam.
Se falas das aves capturadas na lagoa, tive pena de não tirar fotos...eram lindissimas, fiquei surpreendido, com o contraste da plumagem
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Boa tarde a todos,
A area de Invernada ainda não é totalmente conhecida, como o Gonçalo refere, fruto do split recente e das dificuldades de identificação...mas existem evidências de que possam Invernar no Oeste Africano...(que seria de esperar que sim).
Espreitem este artigo interessante: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/03078698.2000.9674225
Serão todas collybita mesmo??? Reparem no padrão atipico de muda para collybita..parece cair que nem uma luva nos 1ºinv. de ibericus. De notar que o artigo é de 2000 e nesta altura a separação era ainda muito dúbia...
Cumprimentos,
Helder Cardoso
A area de Invernada ainda não é totalmente conhecida, como o Gonçalo refere, fruto do split recente e das dificuldades de identificação...mas existem evidências de que possam Invernar no Oeste Africano...(que seria de esperar que sim).
Espreitem este artigo interessante: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/03078698.2000.9674225
Serão todas collybita mesmo??? Reparem no padrão atipico de muda para collybita..parece cair que nem uma luva nos 1ºinv. de ibericus. De notar que o artigo é de 2000 e nesta altura a separação era ainda muito dúbia...
Cumprimentos,
Helder Cardoso
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Sim Rui, esses mesmo. Foi possível sexar os adultos e fazer várias recapturas entre Abril e Setembro, pelo que terá que se aproveitar para documentar a plumagem como deve ser no próximo ano. Sei que tirei algumas fotos e houve mais quem tirasse... Vou ver se me lembro e se consigo algumas.
Carlos Pacheco- Número de Mensagens : 1297
Idade : 51
Local : Odemira
Data de inscrição : 27/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Apresento aos caros amigos duas felosas, fotografadas uma perto do Guadiana em Alcoutim e outra em Gruerreiros do Rio (a 10 km de Alcoutim).
Questões: 1) são a mesma espécie? 2) que felosa?
Agradecida,
MCunha
Questões: 1) são a mesma espécie? 2) que felosa?
Agradecida,
MCunha
Margarida Cunha- Número de Mensagens : 92
Data de inscrição : 31/01/2010
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Desculpem o erro no nome de Guerreiros do Rio, aqui vai a correcção.
Cumprimentos cordiais
MCunha
Cumprimentos cordiais
MCunha
Margarida Cunha- Número de Mensagens : 92
Data de inscrição : 31/01/2010
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Margarida,
Diria que se tratam de felosinhas Phylloscopus collybita Saber a data em que foram feitas as fotos pode ajudar
Cumprimentos,
Carlos
Diria que se tratam de felosinhas Phylloscopus collybita Saber a data em que foram feitas as fotos pode ajudar
Cumprimentos,
Carlos
Carlos Pacheco- Número de Mensagens : 1297
Idade : 51
Local : Odemira
Data de inscrição : 27/06/2007
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Olá Carlos Pacheco, foram tiradas a 22 e 23 de Outubro
Margarida Cunha- Número de Mensagens : 92
Data de inscrição : 31/01/2010
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
Já agora, para juntar ao que já foi dito, aqui ficam uns pdfs úteis com informação bem sistematizada:
Phylloscopus ibericus
http://www.ibercajalav.net/img/380a_Phylloscopus_ibericus.pdf
Phy collybita:
http://www.ibercajalav.net/img/380_Phylloscopus_collybita.pdf
Boas observações,
Rafael
Phylloscopus ibericus
http://www.ibercajalav.net/img/380a_Phylloscopus_ibericus.pdf
Phy collybita:
http://www.ibercajalav.net/img/380_Phylloscopus_collybita.pdf
Boas observações,
Rafael
Re: Little Brown Jobs 1 - Phylloscopus sp.
E que tal este bichinho esquisito?
http://www.flickr.com/photos/machadoromao/6345026448/in/pool-aves_de_portugal
http://www.flickr.com/photos/machadoromao/6345026448/in/pool-aves_de_portugal
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