ESPÉCIE: Inseparável-de-fischer (Agapornis fischeri)

Estas fotos foram tiradas por uma amiga na zona da Praia da Marinha, de manhã cedo. O comportamento, voando em bando e poisando em descampados para comer sementes sugere tratarem-se de aves já bem adaptadas à região.







Miguel

existe algum potencial invasivo de agapornis sp. dado o baixo valor comercial de alguns. há pessoas que os mantém em sistemas abertos, mas não tenho conhecimento de nenhum núcleo populacional sem nenhum apoio humano.

Note-se que existe em França uma população de híbridos fischeri x personatus que esta estabelecida.

Recupero este tópico de 2014, pois impõe-se uma actualização. Aproveitei e mudei o nome do tópico para ficar uniforme com os outros tópicos de espécie.

A ideia que tenho dos Agapornis sp. é que não estabelecem populações alóctones facilmente sobretudo pelo comércio ser largamente baseado em aves já domesticadas, i.e., mesmo que ainda sejam 'geneticamente puros' já são o resultado da criação sucessiva em cativeiro. Talvez o Pedro Ramalho saiba mais do que eu - sabe de certeza!

Recentemente, participei num projecto europeu que entre muitas coisas produziu este trabalho sobre este grupo:

https://link.springer.com/article/10.1007/s10530-019-02100-y

Não é 'rocket science', mas dá uma visão interessante sobre o sucesso deste grupo como espécies invasoras a nível global. Notem que desde que a CITES regula o comércio de aves (1975) este é muito provavelmente o o género mais transaccionado a nível global (dos regulados pela CITES).

Abraço,

L

Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Bem há alguns casos de populações deste género que desapareceram depois de alguns anos. Desde quando é que existem registos deste núcleo?

Gonçalo Elias escreveu:Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Que para alem de Fischer tem alguns roseicollis

Gonçalo Elias escreveu:Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Estabelecimento parece-me algo optimista.

Luis Reino escreveu:Bem há alguns casos de populações deste género que desapareceram depois de alguns anos. Desde quando é que existem registos deste núcleo?

Não tenho a certeza, mas creio que não mais de 5 anos.

pedro121 escreveu:Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Pois, se calhar não é o melhor termo, mas foi o que me ocorreu.
O que se passa é que há diversos casos de nidificação em liberdade e os números parecem estar a aumentar.

Gonçalo Elias escreveu:

Luis Reino escreveu:Bem há alguns casos de populações deste género que desapareceram depois de alguns anos. Desde quando é que existem registos deste núcleo?

Não tenho a certeza, mas creio que não mais de 5 anos.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Pois, se calhar não é o melhor termo, mas foi o que me ocorreu.
O que se passa é que há diversos casos de nidificação em liberdade e os números parecem estar a aumentar.

Faço notar que:
1º a espécie facilmente chega aos 10-12 anos
2º a maioria das fotos são de aves adultas, da ultima vez que vi no ebird acho que só vi 1-2 não adultos, isto numa espécie em que é possível até aos seis meses ver se é imaturo
3º não está estabelecido que não haja dependência de seres humanos para alimentação

Luis Reino escreveu:Bem há alguns casos de populações deste género que desapareceram depois de alguns anos. Desde quando é que existem registos deste núcleo?

vários casos, quando fecham a torneira, puff. Mas a do Arizona de roseicollis é estável

Luis Reino escreveu:A ideia que tenho dos Agapornis sp. é que não estabelecem populações alóctones facilmente sobretudo pelo comércio ser largamente baseado em aves já domesticadas, i.e., mesmo que ainda sejam 'geneticamente puros' já são o resultado da criação sucessiva em cativeiro. Talvez o Pedro Ramalho saiba mais do que eu - sabe de certeza!

É sem duvida um dos factores, há poucos exemplos de espécies de aves domesticadas que conseguem fazer a transição, mas no caso dos Agapornis há mais factores, eles são especialistas, mantém um ciclo de reprodução não adequado ao hemisfério norte.

No caso destes fischers, o aspecto deles é suspeito, são demasiado certinhos, não é de excluir que um núcleo inicial seja de aves selvagens reforçado depois com fugas.

Sim a de Phoenix ou Tucson creio ser um dos casos mais conhecidos. Mas há outros núcleos, incluindo alguns que se expandiram em África onde a espécie não era nativa, mas provavelmente em regiões algo semelhantes.

Fischers de lagoa

https://i.servimg.com/u/f62/19/63/34/52/insepa12.jpg

Rogerio escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Pois, a recuperação deste tópico ficou a dever-se essencialmente ao facto de haver uma população em vias de estabelecimento no barlavento (zona de Lagoa).

Que para alem de Fischer tem alguns roseicollis

Verdade (também já vi um roseicollis no João d'Arens, Portimão). E presumo que eles hibridem entre si.

Gonçalo Elias escreveu:

Verdade (também já vi um roseicollis no João d'Arens, Portimão). E presumo que eles hibridem entre si.

Em cativeiro sim, no entanto os híbridos entre roseicollis e os restantes Agapornis são estéreis a 100% enquanto os híbridos de personataxfischeriixlillianexnigrigenis são 100% férteis

Nalguns fischeris algarvios nota-se um toque de personata, mas ainda não vi fotos de híbridos com roseicolli, e não me parece que aconteçam, os ninhos são diferentes, a corte também, e tendo os parceiros certos para escolher as fêmeas não vão aceitar os errados (eu posso contra argumentar o meu argumento se necessário). e Nos agapornis a fêmea é quem manda, não acontece como nos patos em que há copulas forçadas resultando em hibridos, um macho de agapornis é menor que a fêmea e mais fraco...

Os registos de Agapornis do Algarve ficaram todos ocultos.

Desconheço os motivos.