Afinal, cantam ou não cantam?
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Afinal, cantam ou não cantam?
Este tópico surge no seguimento das dúvidas que surgiram no tópico Cantos em Novembro.
Afinal cantam ou não os chapins-rabilongos e chapins-de-poupa?
Cantam, mas é preciso alguma atenção para diferenciar os chamamentos da canção.
Lophophanes cristatus
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/cretit2/cur/introduction
Aegithalos caudatus
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/lottit1/cur/introduction
Se se lembrarem de mais exemplos coloquem aqui.
Afinal cantam ou não os chapins-rabilongos e chapins-de-poupa?
Cantam, mas é preciso alguma atenção para diferenciar os chamamentos da canção.
Lophophanes cristatus
Xenocanto: https://xeno-canto.org/143013BOW escreveu:Song a longer and louder version of the “tsee-tsee-tsee burrurrlt, burrurrlt” notes, variably introduced with high-pitched “seeh-i-i” notes, and rapidly and frequently repeated.
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/cretit2/cur/introduction
Aegithalos caudatus
Tive alguma dificuldade em encontrar exemplos no Xenocanto, mas talvez seja este um bom exemplo (antes do Açor voar pela área aos 1:06, a seguir ouvem-se sobretudo chamamentos de alarme): https://xeno-canto.org/406046BOW escreveu:No territorial song, but occasionally utters quiet twittering and trilling, combining “tup” and “tsirrrup” notes as well as scolds, sometimes in rather structured form (resembling song of an Acrocephalus warbler) and sometimes as a more jumbled collection of notes; this “song” given by both sexes, especially during aggressive encounters with conspecifics, during copulation and nest-building and when feeding young.
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/lottit1/cur/introduction
Se se lembrarem de mais exemplos coloquem aqui.
JBaldaia e Filipe Manuel gostam desta mensagem
Re: Afinal, cantam ou não cantam?
Paulo Alves escreveu:
Lophophanes cristatusXenocanto: https://xeno-canto.org/143013BOW escreveu:Song a longer and louder version of the “tsee-tsee-tsee burrurrlt, burrurrlt” notes, variably introduced with high-pitched “seeh-i-i” notes, and rapidly and frequently repeated.
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/cretit2/cur/introduction
Pois tou a ver, mas acho que há aqui alguma ambiguidade e não me parece nada clara a distinção entre uns e outros.
Cito o que diz o BWP, aka Cramp:
Taken from the BWP on CD-ROM: copyright Oxford University Press.
Voice
CALLS OF ADULTS
CALLS OF YOUNG
Repertoire limited compared with other west Palearctic Parus. Characteristic lively, rather low, purring ‚trill‘ (Witherby et al. 1938a) forms basis of song and most Calls. See Bergmann and Helb 1982) for sonagrams.
CALLS OF ADULTS
(1) Song. Little differentiated from other calls, consisting of persistently repeated, loud version of tremolo preceded by one or more high–pitched introductory notes, in variable pattern: 'zee-zee-zee-cheera-cheera' (Smith 1941), 'sri sri sri zi gürr zi gürr zi gürr' (Bergmann and Helb 1982). (2) Commonest call, apparently used for contact, alarm, and in other contexts, a purring tremolo (see above), commonly, but not always preceded by introductory 'sri', 'zi', or 'zizi' notes which are weaker and often not audible at a distance (Bergmann and Helb 1982).
Quanto ao Aegithalos:
Paulo Alves escreveu:Aegithalos caudatusTive alguma dificuldade em encontrar exemplos no Xenocanto, mas talvez seja este um bom exemplo (antes do Açor voar pela área aos 1:06, a seguir ouvem-se sobretudo chamamentos de alarme): https://xeno-canto.org/406046BOW escreveu:No territorial song, but occasionally utters quiet twittering and trilling, combining “tup” and “tsirrrup” notes as well as scolds, sometimes in rather structured form (resembling song of an Acrocephalus warbler) and sometimes as a more jumbled collection of notes; this “song” given by both sexes, especially during aggressive encounters with conspecifics, during copulation and nest-building and when feeding young.
Fonte: https://birdsoftheworld.org/bow/species/lottit1/cur/introduction
Neste caso acho que nem consigo perceber muito bem qual é o som a que te referes. É uma coisa que parece Erithacus?
Cito também do BWP
Taken from the BWP on CD-ROM: copyright Oxford University Press.
CALLS OF ADULTS
(1) Song. (1a) Both sexes give quiet twittering, trilling song, apparently of no fixed structure, especially in aggressive encounters with conspecifics (Riehm 1970; Bergmann and Helb 1982, which see for sonagram). Song of this type also occurs during copulation (S Palmér). (1b) Distinctly different ‚bubbling‘ song also given: comprises mainly the ordinary 'zee' and 'tsirr' notes, repeated very rapidly with a more melodious bubbly intonation than usual; frequently uttered whilst wings quivered (Witherby et al. 1938a); regularly given during nest-building, apparently by both sexes simultaneously (P A D Hollom), and recorded from birds attending young in nest (V C Lewis); also (apparently this call) given by incubating ) being fed by ( (Glen 1985).
Ops já li isto em qualquer lado
Paulo Alves escreveu:Se se lembrarem de mais exemplos coloquem aqui.
Corvídeos.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25559
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Afinal, cantam ou não cantam?
Como este tópico teve por base a questão sobre o canto do aegithalos caudatus e Lophophanes cristatus sim ou não, para mim sim, o primeiro circunstancialmente como uma espécie de "display" de machos quando em bando, uma frase em sequência repetitiva da mesma nota bem diferenciada dos típicos chamamentos, a segunda espécie também emite uma frase mais ao anoitecer, frase essa que também é mais forte e com mais notas do que os típicos chamamentos.
É preciso lembrar que a Música Contemporânea, nomeadamente a do género minimalista e modalista cujo principal exemplo é o compositor Steve Reich, não deixa de estar integrada no mesmo conceito musical que abrange todos os géneros desde a Clássica à Impressionista.
Por isso na minha opinião a definição absoluta de um canto para as várias espécies de aves é sempre subjetiva tendo sempre a ver com circunstâncias ocasionais instintivas já que as aves não cantam para expressar emoções e sentimentos...
É preciso lembrar que a Música Contemporânea, nomeadamente a do género minimalista e modalista cujo principal exemplo é o compositor Steve Reich, não deixa de estar integrada no mesmo conceito musical que abrange todos os géneros desde a Clássica à Impressionista.
Por isso na minha opinião a definição absoluta de um canto para as várias espécies de aves é sempre subjetiva tendo sempre a ver com circunstâncias ocasionais instintivas já que as aves não cantam para expressar emoções e sentimentos...
Jorge Leitão- Número de Mensagens : 167
Idade : 71
Local : Viana do Castelo
Data de inscrição : 31/10/2016
Re: Afinal, cantam ou não cantam?
Jorge Leitão escreveu:Por isso na minha opinião a definição absoluta de um canto para as várias espécies de aves é sempre subjetiva tendo sempre a ver com circunstâncias ocasionais instintivas já que as aves não cantam para expressar emoções e sentimentos...
Entendo o raciocínio mas há aqui um aspecto que devemos ter em conta: no caso das chamadas aves canoras (passeriformes), supostamente só os machos é que cantam.
Assim, um som que se prove ser emitido por ambos os sexos dificilmente cabe nesta definição.
O mesmo raciocínio não se aplica, porém, a outras ordens de aves, em que tanto macho como fêmea podem "cantar" - estou a pensar, por exemplo, nos Strigiformes. Mas os mais puristas dizem que só os passeriformes é que têm "song".
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25559
Idade : 55
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: Afinal, cantam ou não cantam?
Gonçalo Elias escreveu:Jorge Leitão escreveu:Por isso na minha opinião a definição absoluta de um canto para as várias espécies de aves é sempre subjetiva tendo sempre a ver com circunstâncias ocasionais instintivas já que as aves não cantam para expressar emoções e sentimentos...
Entendo o raciocínio mas há aqui um aspecto que devemos ter em conta: no caso das chamadas aves canoras (passeriformes), supostamente só os machos é que cantam.
Assim, um som que se prove ser emitido por ambos os sexos dificilmente cabe nesta definição.
O mesmo raciocínio não se aplica, porém, a outras ordens de aves, em que tanto macho como fêmea podem "cantar" - estou a pensar, por exemplo, nos Strigiformes. Mas os mais puristas dizem que só os passeriformes é que têm "song".
Na verdade, eu como a maioria das pessoas que aprecia o canto das aves, estou mais próximo dos «puristas» porque considerar canto a sons produzidos por machos ou mesmo fêmeas, de ordens como a que referes, e eu até acrescentaria os Charadriiformes (ex: https://xeno-canto.org/733627 produzido por um Numenius phaeopus e classificado como canto no respetivo portal, apesar de não ter sido feita alusão ao sexo) é uma extrapolação demasiado fideísta, mas aceitável no que concerne ao sentido interpretativo que atribuirmos à etimologia de canto.
E, sinceramente, quando aludi a Steve Reich também poderia fazer outro paralelismo com Karlheinz Stockhausen o criador da Música Serial. Mas apesar destes serem um marco na História Música, o meu ouvido aprecia mais os impressionistas como Debussy, um estilo que explora o uso dos timbres, da orquestração e de conceitos harmônicos para evocar um estado de espírito e uma atmosfera.
Isto significa que o que apreciamos no canto de uma ave é a qualidade tímbrica e a sua expressividade melódica. Eu por exemplo aprecio muito as imitadoras porque aí existe alguma inteligência criativa e não estereotipada como no canto dos tentilhões.
Onde eu quero chegar é que há aqui duas premissas: O efeito agradável que o canto das canoras causa em nós (um fator exógeno ao canto) e o processo intrínseco que o produziu e que é genuinamente biológico. E esta última premissa, creio, que é aquela que importa para caracterizar o canto de uma ave. Desculpa se fui muito exaustivo.
Jorge Leitão- Número de Mensagens : 167
Idade : 71
Local : Viana do Castelo
Data de inscrição : 31/10/2016
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