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Portugueses desenvolvem fungicida revolucionário

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Portugueses desenvolvem fungicida revolucionário Empty Portugueses desenvolvem fungicida revolucionário

Mensagem por Andorinha-dáurica Seg Jun 25, 2007 3:25 pm

INVESTIGAÇÃO

Portugueses desenvolvem fungicida revolucionário

Um consórcio de empresários portugueses vai investir 25 milhões de euros numa start up portuguesa que desenvolveu um fungicida revolucionário.
Metade deste investimento será concretizado durante os próximos dois anos, com a construção de uma fábrica-piloto, estando prevista a comercialização do fungicida em 2009, primeiro nos Estados Unidos, onde as licenças são obtidas mais rapidamente.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Fernandes, presidente da Cofina e um dos investidores, explicou que este investimento surgiu em resposta a um desafio da COTEC - Associação Empresarial para a Inovação e que se trata de um projecto destinado ao mercado global e “onde participam pessoas com muita capacidade”.
Os próximos dois anos vão ser ocupados a resolver questões relacionadas com o registo da patente, na Europa e nos Estados Unidos, e com autorizações para a comercialização pois, tratando-se de um produto que entra na cadeia alimentar, “a regulamentação é muito restrita”.
Uma das áreas privilegiadas de aplicação do produto, chamado pelos investigadores de BLAD (Banda de Lupinus Alpus Doce) e que mata uma grande variedade de fungos sem afectar o ambiente ou a saúde dos animais ou dos homens, é a vinha.
Por isso, os primeiros mercados onde a empresa irá apostar serão os produtores de vinha, além de Portugal, Espanha, Itália, América Latina e EUA, país onde processo de registo da patente está mais avançado que na Europa.
“É uma boa aposta, e também faz parte da nossa responsabilidade social, como empresários, disse Paulo Fernandes. [Estamos a] dar oportunidade a outros promotores para desenvolver projectos e, se podermos ganhar, todos, ganhamos”, disse.
No entanto, o empresário não deixou de admitir que a comercialização do fungicida desenvolvido por um grupo de investigadores portugueses “é um projecto de alto risco”.
Os principais investigadores do processo, que se prolongou por 16 anos, explicaram à agência Lusa que o fungicida, extraído do tremoço germinado, mata diversos tipos de fungos responsáveis por doenças das culturas, sem prejudicar animais ou o homem, o que o torna um produto inovador a nível internacional.
Dizem, também, que terá um preço “altamente competitivo” com os pesticidas concorrentes das multinacionais que actualmente dominam o mercado.
“Temos consciência que vamos concorrer directamente com as multinacionais, que vão reagir”, num mercado que está muito concentrado, referiu Ricardo Boavida Ferreira.
As maiores empresas norte-americanas de vinhos já se mostraram disponíveis para fazer ensaios de campo” com a BLAD, conforme fez questão de frisar Virgílio Loureiro.
Esta descoberta é uma “revolução” para a agricultura, nomeadamente para as vinhas, pois “trata-se de uma mudança de paradigma, pois os pesticidas actualmente utilizados matam as pragas e as doenças, mas contaminam o ambiente e são tóxicos para os animais e para o homem. Ao contrário, este produto mantém a vantagem de acabar com as doenças, sem causar danos no ambiente ou nas pessoas”, resumiu o investigador.
Para dar uma ideia da evolução da produção da BLAD, Ricardo Boavida Ferreira afirmou que, na fase de investigação obtinham-se miligramas de produto, actualmente, ainda em laboratório, “produzem-se quilos do fungicida e com a fábrica vão passar a ser centenas de quilos”.
Para já, prosseguem as investigações em laboratório, mas também já com testes feitos em campo, numa empresa certificada, como referiu um dos professores, Virgílio Loureiro, avançando que vai existir um conjunto de “clientes-piloto em Portugal, Espanha, Itália, França e EUA”.
Os investigadores fizeram questão de realçar a participação da COTEC, através da qual foi possível concretizar uma ligação sempre difícil em Portugal, entre a investigação e os empresários ou investidores, tornado-se “um caso study que já mereceu um prémio de um instituto norte-americano, o primeiro que esta entidade atribui a um projecto fora dos EUA”.
Depois de elaborado um plano de negócio para uma empresa, onde “ajudaram alguns dos mais prestigiados empresários portugueses” e alguns consultores estrangeiros, principalmente dos EUA, três especialistas indicados pela Cotec, João Silveira Lobo, Carlos Moreira da Silva e Pedro Vilarinho começaram a definir uma estratégia.
Foi criada uma empresa, a Consumo em Verde -Biotecnologia das Plantas, com três sócios, os três investigadores principais, Vírgílio Loureiro, Ricardo Boavida Ferreira e Sara Monteiro.
O projecto foi apresentado a vários empresários portugueses, em reuniões em Lisboa e Porto, tendo sido recebidas sete propostas para desenvolvimento, das quais foram seleccionadas duas, e após negociações, foi eleito o consórcio Change Partners, como explicou Virgílio Loureiro.
No futuro, o capital social da Consumo em Verde, SA estará dividido em partes iguais, de 45 por cento, entre os investigadores e os investidores, e os restantes 10 por cento vai ficar nas mãos da COTEC, especificou.
O novo produto é extraído do tremoço germinado, uma fase que não ultrapassa uma semana, “pode ser ingerido pelo homem e é destruído somente no estômago”.
As vantagens que apresenta face aos seus concorrentes no mercado passam pelo facto de não ser tóxico ou prejudicial ao ambiente e ao homem, mas também por ser muito resistente e eficaz na luta contra inúmeros fungos, ao contrários dos produtos actualmente usados pelos agricultores que têm funções específicas, ou seja, cada um afecta um número reduzido de doenças.
Como pode ser ingerido pelo homem, evita o cumprimento do intervalo de segurança exigido por lei aos agricultores que usam pesticidas químicos, ou seja, os produtos agrícolas podem ser tratados e de seguida entrar no circuito comercial.


Fonte: http://www.asbeiras.pt/index2.php?area=economia&numero=45277&ed=25062007
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