Boieiro com quê no bico?

A foto não está grande coisa e provavelmente eu nem dei conta quando a tirei que a garça tinha algo no bico. Mas, o que é? A minha hipótese é que seja uma enguia, mas há enguias em valas na lezíria, bem longe do Tejo?

O meu palpite vai para Natrix natrix

Cumprimentos,
João Morgado

Há enguias naquelas valas todas acho eu mas tb aposto numa cobra

bom momento... é uma cobra

Foi um bom momento desperdiçado, Heitor. Pelos vistos toda a gente pensa que é uma cobra. Gostava de saber o que os leva a pensar assim. A minha hipótese de ser uma enguia e não uma cobra foi por pensar, como toda a gente, que as cobras nesta altura estão a hibernar. Mas parece que estou enganado.

Cumprimentos

alvaro nunes escreveu:Foi um bom momento desperdiçado, Heitor. Pelos vistos toda a gente pensa que é uma cobra. Gostava de saber o que os leva a pensar assim. A minha hipótese de ser uma enguia e não uma cobra foi por pensar, como toda a gente, que as cobras nesta altura estão a hibernar. Mas parece que estou enganado.

Cumprimentos

Alvaro em Portugal as cobras não hibernam completamente, quando está sol podes vê-las com alguma frequência mesmo em pleno Inverno, a aquecerem-se. E de qualquer forma o Inverno já está a acabar...

Contrariamente à crença generalizada, portanto. Pena a fotografia não me ter aplicado mais. Obrigado pelo esclarecimento.

Eu diria que é um licranço.

Não há licranços nas Lezirias Flávio, sendo uma Natrix seria maura e não Natrix natrix

cumps,
Rui

Não quero pôr em questão o que dizes, Rui, sobre os licranços (até ler o post acima nem sabia que existiam), mas a Wikipédia põe a suam distribuição também nas lezírias.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Licranço

Cumprimentos

Segundo o Guia Fapas não há Licranços nas Lezírias da Ponta da Erva, e penso que não teriam muito habitat disponível... talvez na Zona de Pancas? No entanto penso que as zonas mais perto onde se pode encontrar licranço será na Zona de Sintra e perto da Costa da Caparica...

Concordo contigo Rui, as N. maura toleram melhor a salinidade, e adaptam-se melhor a este tipo de habitat não é?

Cumprimentos,
João Morgado

JMorgado escreveu:Segundo o Guia Fapas não há Licranços nas Lezírias da Ponta da Erva

Não conheço o Guia Fapas em questão, mas podes dizer qual é exactamente a informação que eles dão sobre a distribuição em Portugal?

Gonçalo, na secção distribuição normalmente tem um pequeno texto com descrição da distribuição acompanhado por dois mapas, um com a distribuição na Europa e Norte de África e outro com a distribuição em Portugal continental... As espécies são assinaladas a sombriado nas áreas de ocorrencia...

No caso particular do Licranço, o texto diz "... Em portugal circunscreve-se ao Norte e Centro do País, situando-se o seu limete merídional na Serra de Sintra e Península de Setúbal."

O mapa europeu mostra uma distruição ampla, com limite sul na metade norte da Península Ibérica e limite norte, no sul da escandinávia...

O mapa de Portugal, mostra uma distribuição ampla no Norte do País, depois uma mancha na zona de Leiria, uma macha na zona de Sintra e outra na Península de Setubal, e um ? na zona de Portalegre...

O guia é de 2001 e têm os dados disponiveis até à altura, inclusive do Atlas publicado até à data.

No entanto foi publicado um atlas em 2009/2010 que tem informação mais recente e não sei de que forma a distribuição desta espécie mudou...

Cumprimentos,
João

O João já disse practicamente tudo, não conheço de cor os mapas de distribuição do guia Fapas, mas estes apenas poderam não ter alguma actualização proveniente do ultimo atlas que o João referiu.
A distribuição do Licranço em Portugal diminui acentuadamente do centro para sul e existe uma ou duas populações reliquia em Sintra e na Arrábida, nesta ultima em habitat favorável.

Concordo contigo Rui, as N. maura toleram melhor a salinidade, e adaptam-se melhor a este tipo de habitat não é?

Sim João é tambem isso, mas tambem têm sofrido uma regressão na sua distribuição (sobretudo a sul) e locais onde outrora encontrei exemplares, deixei de as encontrar. Têm uma distribuição ampla por todo o território mas localizada, nos arredores de Lisboa a sua distribuição é semelhante à do Licranço, e sempre ligada a um relevo mais pronunciado....nas Lezirias, não!
Nem o novo Atlas conseguiu registos na zona, nem eu nunca as por lá vi, e costumo dar tanta atenção a uma ave como a um réptil

cumps,
Rui