Ja' ha' Chapins-de-mascarilha na Barroca d'Alva

Nao se se e' cedo ou tarde para tal, fica aqui o meu primeiro registo do ano para estes meninos.

Ainda pela Barroca, pelo menos um Charadrius dubius, varias Anthus spinoletta (e uma Anthus trivialis, talvez atrasada), umas quantas Plegadis falcinellus e Platalea leucorodia.

As poças/charcas estavam um bocado em baixo, limicolas para alem de Vanellus vanellus foram poucos (Tringa ochropus, Actitis hypoleucos) (para alem do referido Borrelho).

De rapinas a coisa nao estava ma', uns quantos Circus aeruginosus, Buteo buteo, Falco tinnunculus e um Milvus milvus.

E claro, centenas de teceloes...

Caros,

Hoje vi 1+3 Chapins-de-mascarilha no Paul da Goucha, em Alpiarça.

Este paul é alvo de uma recuperação ambiental que inclui percursos para andar a pé e dois observatórios. Estes já estão construídos, embora ainda não acessível para o público. Não sei quando vão estar.

O Paul da Goucha é uma zona húmida entre Alpiarça e Almeirim e está actualmente bastante degradado, nomeadamente pelo despejo de lixo por toda a parte, mas também pela falta de condicionantes no acesso, dando origem à utilização das zonas laterais por actividades motorizadas, sobretudo moto 4x4. A zona central está razoavelmente bem conservada.

O paul tem um potencial enorme e, se bem gerido, atrevo-me a dizer que podia rivalizar com outras na zona, incluindo o Boquilobo. O paul é domindado por um salgueiral arbustivo de grande dimensão, tendo na sua zona poente áreas consideráveis de caniçal. O seu enquadramento cincundante é mais florestal (montado de sobro) que os pauis típicos da lezíria, permitindo a presença de muitas aves de rapina florestais. Mas também o tartaranhão-ruivo-dos pauis é presença regular no inverno e início de primavera. No entanto não se tem confirmada a sua nidificação no local. Hoje observei além do tartaranhão vários bútios e um peneireiro-cinzento. Na primavera vê-se regularmente milhafre-preto, águia-calçada e cobreira.

O registo dos chapins-de-mascarilha mostra que pode haver surpresas agradáveis fora dos santuários tradicionais de observação de aves.

Um abraço,

Henk

Olá Henk,

o Paul da Goucha é sem dúvida uma área com muito potencial. Apesar de passar durante muitos anos lá perto só o descobri há pouco tempo.

A recuperação ambiental que falas é parte de um projecto em que tive o previlégio de estar envolvido, o RIPIDURABLE. E uma das acções foi exactamente recuperar uma parte do Paul, que tinha uma lixeira... e afinal de contas estamos a falar de uma das maiores manchas de bosque ripícola da Península Ibérica.

Já lá não vou desde Agosto, espero que as árvores plantadas tenham conseguido sobreviver... vou tentar saber quando os observatórios vão estar abertos.

Abraços
Carlos

conspicillata escreveu:
o Paul da Goucha é sem dúvida uma área com muito potencial. Apesar de passar durante muitos anos lá perto só o descobri há pouco tempo.

A recuperação ambiental que falas é parte de um projecto em que tive o previlégio de estar envolvido, o RIPIDURABLE. E uma das acções foi exactamente recuperar uma parte do Paul, que tinha uma lixeira... e afinal de contas estamos a falar de uma das maiores manchas de bosque ripícola da Península Ibérica.

Já lá não vou desde Agosto, espero que as árvores plantadas tenham conseguido sobreviver... vou tentar saber quando os observatórios vão estar abertos.

Caro Carlos,

O projecto RIPIDURABLE foi um projecto com a UÉvora e ISA/DEF? Sei que houve um curso de recuperação e gestão de ribeiros (ou algo semelhante) que teve uma parte prática no Paul da Goucha, algures na primavera passada.

Abri um local no "PortugalAves" (http://www.worldbirds.org/portugal) para o Paul da Goucha. Era bom se diferentes observadores pudessem ir acrescentando observações sobre o Paul, de forma a compilar informação sobre ele.

Vi lá a plantação de pinheiro manso e medronheiros à volta do primeiro observatório. Os observatórios são virados para Sudeste, o que irá dificultar a observação de aves pela manhã. Também vi que o salgueiral do lado poente é utilizado por cavalos para lá passear ou procurar refúgio.

Só por curiosidade: no tanque da ETAR vizinha (e mal-cheirosa), vi uma lontra sossegadamente a pescar . Vê-se que moralismo não é com os animais, oportunistas por natureza...

Um abraço,

Henk