Asio otus (crias a chamar)

Hoje ao cair da noite eu e a Maria Elias ouvimos duas crias de Asio otus a chamar junto à localidade de Atalaia (Montijo). Alguns minutos mais tarde foi vista uma ave desta espécie a voar sobre uma zona de habitações, na mesma localidade.

Embora a nidifcação desta espécie já tenha igualmente sido confirmada noutros locais desta região, este registo destaca-se pela proximidade a uma zona habitada e, principalmente, pela data (20 de Julho parece-me ser uma data muito tardia para ouvir crias a chamar).

Gonçalo ha cerca de um mes na entrada para a barroca de Alva, cerca das 7 da manhã, pareceu-me ver um adulto ... mas achei que me enganara na identificação, visto que ia a voar e foi muito rapido, e eu ia no carro   ... assim sendo é bem provavél... foi para os sobreiros no lado direito da entada mas como estava dentro da cerca não fui tenter a aproximação....

Hoje dia 22 as crias de Asio otus continuam a chamar intensamente em Atalaia (Montijp).

Os juvenis de Asio otus continuam hoje a chamar intensamente no local acima referido.

Na quarta-feira passada também se ouviu um noitibó-da-europa C. europaeus a cantar.

Entretanto já estamos em Agosto e as crias continuam a piar insistentemente. Creio não haver registos em Portugal de crias a chamar em data tão tardia.

Gonçalo Elias escreveu:Entretanto já estamos em Agosto e as crias continuam a piar insistentemente. Creio não haver registos em Portugal de crias a chamar em data tão tardia.

Esta é uma das que estavam incessantemente a chamar e que voava até aos postes junto à estrada!

http://www.flickr.com/photos/22214681@N07/9426335190/

Excelente Arlindo!

Muito boas as fotos.
Ontem foram observadas no local duas crias e os dois adultos.

Eu fotografei 3 crias juntas.

José Frade escreveu:Eu fotografei 3 crias juntas.

E, hoje, já estão as 3 novamente a pedir jantar. A regularidade/pontualidade é impressionante: estes miúdos terão relógio?

Esta noite houve uma nítida diminuição na actividade vocal das crias. Piaram um pouco ao início da noite e depois calaram-se. Será que estão na fase de atingir a independência plena?

Curiosamente ao crepúsculo emitiram também um outro som - um 'kiwik' rápido, que pela minha parte nunca tinha ouvido na natureza e apenas conhecia dos CD do Jean Roché; já procurei no xeno-canto mas não encontrei nada.

Gonçalo Elias escreveu:Esta noite houve uma nítida diminuição na actividade vocal das crias. Piaram um pouco ao início da noite e depois calaram-se. Será que estão na fase de atingir a independência plena?

Curiosamente ao crepúsculo emitiram também um outro som - um 'kiwik' rápido, que pela minha parte nunca tinha ouvido na natureza e apenas conhecia dos CD do Jean Roché; já procurei no xeno-canto mas não encontrei nada.

Mais uma vez eu estava lá à hora do costume...   e pouco depois as três voaram em direção à Atalaia e por ali ficaram a alimentar-se (vi uma a comer um pássaro!) e piarem como sempre costumam fazer! Não vi nenhum actividade de aves adultas. Tentarei, mais logo, publicar uma imagem.

Tenho a sensação de que ultimamente os bichos se estão a mexer mais (provavelmente como resultado de maior autonomia), o que poderá fazer com que agora não se ouçam sempre no mesmo sítio. O que é facto é que hoje se ouvem muito menos.

Gonçalo Elias escreveu:Tenho a sensação de que ultimamente os bichos se estão a mexer mais (provavelmente como resultado de maior autonomia), o que poderá fazer com que agora não se ouçam sempre no mesmo sítio. O que é facto é que hoje se ouvem muito menos.

Ontem, de facto, não se ouviam como nos outros dias porque o vento também estava de norte e elas deslocaram-se para uma posição mais afastada, daí que não as ouvissemos! Quando nos deslocámos para o centro da Atalaia foi possível ouvir as três! E piam assim:
http://www.flickr.com/photos/22214681@N07/9455465767/

Excelente foto!

Hoje as crias começaram a piar intensamente (na verdade uma delas mais que as restantes) e bastante mais cedo que nos dias anteriores - concretamente, pelas 21h05m. É verdade que o pôr do sol acontece agora cerca de 17 minutos mais cedo do que acontecia no dia 20 de Julho, data da primeira observação, o que explica em parte o adiantamento. De qualquer forma, a essa hora ainda estava bastante luz ambiente (dava para ler); esta luz crepuscular permitiu ver as aves de forma continuada durante mais de 20 minutos, quer pousadas (em árvores, cabos aéreos e telhados), quer em voo de caça.

Gonçalo: nesta foto http://www.flickr.com/photos/22214681@N07/9464799767/ vê-se bem o pormenor da muda...

Interessante. Aquela mancha branca na coroa será ainda penugem?

Ontem as crias já voavam com bastante desenvoltura...

Gonçalo Elias escreveu:Interessante. Aquela mancha branca na coroa será ainda penugem?

Penso que sim!

As crias continuam a vocalizar (hoje com menos intensidade, talvez por causa do vento).

Tal como já sucedera no dia 24 de Julho, hoje ouvi o canto de um noitibó-da-europa - foi a primeira vez que ouvi esta espécie a cantar em Agosto.

Gonçalo Elias escreveu:As crias continuam a vocalizar (hoje com menos intensidade, talvez por causa do vento).

Tal como já sucedera no dia 24 de Julho, hoje ouvi o canto de um noitibó-da-europa - foi a primeira vez que ouvi esta espécie a cantar em Agosto.

Quando estivemos ai no sabado tambem o ouvimos.

Isso é interessante. Vou abrir um tópico novo sobre o tema dos cantos em Agosto.

Parece que os Asio otus se calaram de vez. Provavelmente atingiram a sua independência ou então abalaram para outras paragens.

Afinal os bufos ainda não foram embora. Hoje ao cair da noite (20h55m) vi nada menos que 4 Asio otus pousados a não mais de 20 metros de distância - estavam todos na mesma árvore (uma oliveira perto da estrada Atalaia-Alcochete). Como ainda havia luz, deu para observar em excelentes condições. Na verdade, esta foi a minha melhor observação da espécie desde 1994, ano em que vi a espécie pela primeira vez.

As crias já voam bastante bem mas deixaram de se ouvir a com a intensidade das semanas anteriores - apenas ouvi um indivíduo a chamar por duas ou três vezes e mesmo assim de forma muito tímida, quase inaudível.

Vou deixar aqui uma opinião muito pessoal que nao tem nada de cientifica mas reflete tao somente experiencias pessoais. Estou me a referir ao facto de nas rapinas acabadas de sair do ninho se ouvirem elas a chamar por vezes histéricamente e a um certo momento deixarem de o fazer.
Estas que costumo ter como companheiras de trabalho, que no caso de terem sido criadas á mão fazem um basqueiral do caraças, deixam de o fazer quando começam a matar, digamos quando passam de bébés dependentes a juvenis autónomos. Não sei se me fiz entender correctamente;