Desertas 2013

Caros anilhadores

Está disponível no sitio da internet deste grupo de anilhadores uma reportagem fotográfica sobre a participação de um dos nossos anilhadores numa expedição à Reserva Natural da Deserta Grande - Madeira

www.pada.weebly.com

Boas anilhagens

PADA

Sinceramente aquelas redes para capturar aves mesmo que seja para anilhagem faz-nos muita confusão...

ou seja não nos parece uma prática lá muito "inócua" para as aves.


Patrícia e Luís

Não diria confusão tua, mas desconhecimento.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

scirpaceus escreveu:Não diria confusão tua, mas desconhecimento.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

A mim também me causa confusão, mas nada como assistir e experimentar. Qualquer dia ofereço-me para ajudar, isto se aceitarem...

scirpaceus escreveu:Não diria confusão tua, mas desconhecimento.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

Estás à vontade para esclarecer, gostamos de ter conhecimento das coisas.

A ideia que temos pré-consebida ou não é:

As aves ficam presas nas redes
as aves fica em stress
não nos parece bem.


Patrícia e Luís

Paulfer escreveu:

scirpaceus escreveu:Não diria confusão tua, mas desconhecimento.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

A mim também me causa confusão, mas nada como assistir e experimentar. Qualquer dia ofereço-me para ajudar, isto se aceitarem...

Dado que és da Mealhada, é bastante fácil assistires a uma sessão de anilhagem científica de aves, que envolva a utilização de redes verticais de captura. A minha disponibilidade para te receber é total, basta apareceres.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

patriciaeluis escreveu:

scirpaceus escreveu:Não diria confusão tua, mas desconhecimento.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

Estás à vontade para esclarecer, gostamos de ter conhecimento das coisas.

A ideia que temos pré-consebida ou não é:

As aves ficam presas nas redes
as aves fica em stress
não nos parece bem.


Patrícia e Luís

Caro casal

Todas as actividades de investigação que envolvam a captura e o manuseio das espécies a capturar provocam impacto. Interessa o treino dos elementos envolvidos, o conhecimento da espécie, para minimizar o impacto que estas actividades provocam.

Todas estas actividades são sujeitas a escrutínio e ao aval das entidades licenciadoras, quer anterior ao desenvolvimento do projecto em questão, quer posteriormente. Posso dar o exemplo que a utilização de sons de aves que actuam como factor de atracção, tão comuns nesta comunidade de observadores e fotógrafos, é no meu caso sujeito a autorização, credenciação e especificação das espécies autorizadas.

Os impactos estão estudados e divulgados, mesmos em artigos científicos escritos em português, basta procurar e consultar, caso fiques farto de ter ideias pré-concebidas.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

As aves ficam presas nas redes
as aves ficam em stress
não nos parece bem.


Tens alguma sugestão menos stressante?

Jorge Saraiva escreveu:As aves ficam presas nas redes
as aves ficam em stress
não nos parece bem.


Tens alguma sugestão menos stressante?

Não...

Mas tenho esperança que com os avanços tecnólogicos no futuro nem seja preciso anilhar as aves para fazer os estudos cientificos.
(quem diz aves diz outra espécie animal qualquer)



Cumprimentos,

Patrícia e Luís

Caro Paulo Tenreiro

Apenas mostramos a nossa opinião neste forum.
Tentaremos encontrar respostas noutro lado como sugere...

Cumprimentos,
Patrícia e Luís

patriciaeluis escreveu:

Jorge Saraiva escreveu:As aves ficam presas nas redes
as aves ficam em stress
não nos parece bem.


Tens alguma sugestão menos stressante?

Não...

Mas tenho esperança que com os avanços tecnólogicos no futuro nem seja preciso anilhar as aves para fazer os estudos cientificos.
(quem diz aves diz outra espécie animal qualquer)



Cumprimentos,

Patrícia e Luís

Caro casal

Claro, até eu espero por esse dia, porque levantar-me no Verão às 3.30h para ir para o campo é uma chatice, para não falar no Inverno com temperaturas matinais de -12º.
Mas mesmo que os avanços tenológicos possibilitem que não seja preciso capturá-la e manuseá-la, vai sempre ter de haver algo que o faça de uma maneira ou outra. E vai sempre existir alguem a criticar os efeitos desse algo, e não a procurar os resultados que se obtêm e se compensam o impacto desse algo.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro

Cumprimentos

scirpaceus escreveu:
Mas mesmo que os avanços tenológicos possibilitem que não seja preciso capturá-la e manuseá-la, vai sempre ter de haver algo que o faça de uma maneira ou outra. E vai sempre existir alguem a criticar os efeitos desse algo, e não a procurar os resultados que se obtêm e se  compensam o impacto desse algo.

Bom, a questão dos resultados é para mim a mais importante, nada tenho contra a anilhagem cientifica, antes pelo contrario, mas é um facto que a percentagem de aves recapturadas é baixa, tirando passeriformes residentes, ou aves que todos os anos retornam ao mesmo local de reprodução.

Assim, e concordando que é necessário para o estudo de uma espécie a captura e colocação de uma identificação nos membros dessa espécie, acho que para algumas espécies o anilhamento é estranho, nomeadamente porque anilhar espécies como garças, limicolas e gaivotas só com uma anilha metalica? A probabilidade dela ser recapturada é mínima, mas se for colocada uma anilha colorida? Bom ai já estamos a aumentar em muito as hipóteses de uma recaptura visual.

Da mesma forma, para estudos de migração em migradores de longa distancia obtém-se mais dados usando aparelhos de registo do que usando anilhas, sai muito mais caro é verdade, mas em termos de dados, obtém-se muito mais dados sobre a rota migratória.

pedro121 escreveu:
Assim, e concordando que é necessário para o estudo de uma espécie a captura e colocação de uma identificação nos membros dessa espécie, acho que para algumas espécies o anilhamento é estranho, nomeadamente porque anilhar espécies como garças, limicolas e gaivotas só com uma anilha metalica? A probabilidade dela ser recapturada é mínima, mas se for colocada uma anilha colorida? Bom ai já estamos a aumentar em muito as hipóteses de uma recaptura visual.

Caro Pedro

A necessidade ou obrigatoriedade da marcação de uma ave com uma anilha metálica não se esgota no estudo da migração.


Cumprimentos

Paulo Tenreiro

scirpaceus escreveu:
Caro Pedro

A necessidade ou obrigatoriedade da marcação de uma ave com uma anilha metálica não se esgota no estudo da migração.
o

Sim, claro, no entanto para qualquer tipo de estudo, quantas mais vezes os indivíduos forem recapturados melhor, já que implica mais dados, e para isso as recapturas "visuais" são mais fáceis/frequentes do que as físicas, mesmo num estudo que implique a recaptura física de uma ave para recolha de amostras, é útil ter havido recapturas visuais que indicam zonas de alimentação ou de descanso. por isso, para alguns grupos, seria mais útil anilhar sempre com metálicas e cor.

A colocação de anilhas coloridas numa ave depende de alguns pressupostos, entre os quais:
1- Ter um projecto validado pelo ICNF;
2- O programa de marcação ter sido aceite pela EURING, pelo ICNF e pelos coordenadores europeus;
3- O investigador ter disponibilidade financeira para suportar uma míriade de esquemas e de aquisição de anilhas para a eventualidade de ser capturada uma ave pertencente a uma espécie, digamos, "mais interessante";
4- O anilhador ter tempo durante a sessão para o fazer.

Não me vou debruçar sobre as primeiras três pela sua evidência, mas sim sobre a quarta. A minha participação nas sessões de anilhagem que foram desenvolvidas nas Desertas deveram-se unicamente ao desembaraço e à rapidez que tenho a retirar aves das redes e por isso fui "contratado", de modo a libertar os restantes membros da equipa para as outras tarefas. As aves não podem estar muito tempo acondicionadas nos normais sacos de pano ou outras estruturas de acondicionamento e os trabalhos de marcação são demorados (dois a três minutos) que associados ao tempo em que se processam todas as aves e ao tempo que se demoram a recolher amostras (neste momento só faço recolha de excrementos e de parasitas externos), por vezes pode provocar alguma demora no processamento. Para evitar isso estabelecem-se prioridades, constroem-se equipas de anilhadores e só se faz o que se tem tempo para fazer.

Cumprimentos

Paulo Tenreiro