LOCAL: Lagoa de Obidos

Bom dia

Hoje de manha eu e o Hélder Cardoso fomos á lagoa de Obidos ver o que o tempo tinha trasido, apos algumas peripécias devido ao estado do terreno que está todo alagado, lá conseguimos chegar as margens da lagoa, logo junto á torre de observação observamos um bando de Branta bernicla em alimentação, as aves eram quase todas juvenis e da subespécie nominal, inicialmente contamos 10 aves, mas apos nova contagem verificamos que eram 12, eles estavam muito confiantes e permitiram uma boa aproximação.

http://maps.google.pt/?ie=UTF8&ll=39.399326,-9.200465&spn=0.002956,0.004823&t=h&z=18

Perto observamos também duas Petinhas de Richard, de resto a lagoa estava cheia de aves incluindo algumas inesperadas como Garças Brancas Grandes e Narcejas incluindo 3 que possivelmente eram Galegas mas que não conseguimos voltar a encontrar depois te as termos feito acidentalmente levantar, ficamos na duvida.
De resto estão aves por todo o lado, por isso apesar da chuva façam-se á estrada

Boas

Hoje ao final da tarde e depois de ter sido informado da sua presença pelo Paulo Ferreira fui juntamente com o Helder Cardoso á lagoa de Óbidos observar 3 gansos de Face Branca que estão na foz do rio real, continuam presentes pelo menos 5 gansos de faces pretas aqui:

http://maps.google.pt/?ie=UTF8&ll=39.403985,-9.201071&spn=0.004037,0.006899&t=h&z=17

Boas

Continuam presentes os dois Gansos de face preta que chegaram na semana passada á foz do real, bem como numerosos patos, particularmente reais e piadeiras, isto apesar dos constantes ataques de um açor juvenil, ainda bem que ele tem muita falta de jeito mas muita ambinção, não é todos os dias que se consegue estar meia hora a observar um açor a atacar tudo o que lhe aparece á frente, desde patos reais a gaivotas de cabeça preta e a falhar tudo, a miuda é um pouco azelha . para mais a lagoa está com uma invasão de limicolas, os numeros de pilritos comuns , seixoeiras e tarambolas subiram imenso nos ultimos dias, o frio no norte da europa está claramente a causar uma onda de deslocações.

Finalmente um dia de sol, e muitas coisas na Lagoa de Obidos, tentilhões monteses, todos ruivos e zornais, são sempre visões agradáveis, bem como a fêmea de pato-branco que retornou e o melhor do dia um perna-vermelha-bastardo que é bastante invulgar na lagoa.

Boa tarde

Hoje ao final da tarde enquanto procurava mergansos na lagoa de Óbidos (sem sucesso diga-se) depareime com uma mobelha-grande, a ave estava a limpar-se e a cuidar das penas, tendo posteriormente descolado (nunca tinha visto uma a levantar voo, e é realmente engraçado, parece um jumbo) ganho altura e saído da Lagoa, como já em 12-Dez o Luís Santos e o José Paulo Monteiro tinham observado uma, também durante a maré baixa, é possível que se trate do mesmo individuo, e que o mesmo se desloque para dentro da lagoa para se alimentar durante a maré baixa.

A mobelha estava mais ou menos aqui:

http://maps.google.com/?ie=UTF8&ll=39.41867,-9.214697&spn=0.001803,0.004823&t=h&z=18

Olá a todos,

Hoje pelas 16:30 observei a primeira águia-calçada do ano nas margens da Lagoa de Óbidos, nuns pomares à direita do aeródromo.

Abraço,

Hugo Zina

Olá Hugo,

Pode ser um indivíduo invernante, pois já tenho encontrado a espécie junto à lagoa em Invernos anteriores.

1 abraço,
Gonçalo

Gonçalo Elias escreveu:Olá Hugo,

Pode ser um indivíduo invernante, pois já tenho encontrado a espécie junto à lagoa em Invernos anteriores.

Talvez não Gonçalo, nem eu nem a brigada da fotografia temos visto a espécie nos últimos tempos na Lagoa, o que não quer dizer nada, e pode ser realmente um invernante, mas pode também ser um individuo de passagem.

Tenho sido um frequentador assíduo da Lagoa este Inverno e ainda não as tinha visto por lá, daí a minha suposição... fica a dúvida.

De qualquer forma, para mim, foi a primeira calçada de 2011

Abraço,

Hugo Zina

Boas

Ontem á tarde estam 4 tadornas tadornas na foz do Real, o que é um numero invulgarmente alto para a zona.

E Chegaram as garças-vermelhas, ontem estavam três nas poças do Vau, e igualmente surpreendente passaram 3 Cegonhas brancas para norte.

Boas

Hoje de manha estava no braço da barrosa uma Gaivota-pequena em plumagem juvenil, eu já vi muitas em plumagem de 1º inverno e em plumagem de inverno, mas nunca tinha visto um juvenil, muito fixe, para além da Gaivota estavam bandos de seixoeiras e pilritos-comuns, muitos pernas verdes e vermelhas, 1 combatente que é uma ave escassa na lagoa, as primeiras marrequinhas e patos trombeteiros da época, alguns flamingos e colhereiros, algumas dezenas de garças-reais e estranhamente uma narceja a alimentar-se completamente a descoberto no meio do braço…

Viva.
Já suspeitei presença de Águia-calçada nidificante algures entre a Columbeira e a Lagoa de Óbidos (ou melhor, entre o Sobral da lagoa e a Columbeira). Nunca tentei procurar, apenas vi presença ao longe.
Foi pena não ter percorrido toda a varzea há uns 15 anos quando "as coisas eram diferentes", de modo a ter hoje uma boa percepção ecológica do que provavelmente irá acontecer no futuro (já que a caça não é tão insidiosa como outrora, até há uns 6 anos).
Até aqui, sempre vi um pouco por todo o Litoral Oeste alguns casais de rapinas diurnas "menos comuns" tentarem fixar-se, isto até os exemplares acabarem por levar chumbo...

Na altura focava-me nas zonas mais rochosas da área que apontei (entre a Columbeira e Lagoa de Óbidos), mas diante delas e extensas varzeas encontram-se ainda belas manchas de floresta "verdadeira" pouco frequentadas pelo Homem, nicho ideal para nidificação de várias espécies. Recursos não faltam.
De passagem e sem intertesse, só pude confirmar nidificação de Açor, Gavião e Peneireiro-cinzento e Buteo. Mas vistas de longe, cheguei a detectar Águias-cobreiras (mas nessa altura os répteis ainda abundavam nesta zona Oeste).

De resto, na área de "influência directa" da Lagoa de Óbidos, nem perto de detectar residentes de calçada. Só de passagem (e mesmo de Inverno não as vejo por muito tempo e alternam indivíduos).

Também é frequente mais a montante da lagoa observar-se Águia de bonelli (atenção às gralhas-pretas que apenas sinalizam esta espécie ou a fêmea de açor (de qq idade), ignorando por exemplo a águia-pesqueira e aves maiores).

Todos os anos vejo uma narceja a descoberto, por vezes descansando entre pilritos, seixoeiras, etc., e até se deixa aproximar (com jeito). Quase arriscaria dizer que é sempre a mesma :p.
Fotograma DV:


Edit: lembrei-me agora: essa narceja ou é a mesma todos os anos ou outra qualquer que apresente um sintoma que já detectei tanto em aves selvagens como de cativeiro: parece sofrer de "tonturas", um tique com o pescoço/cabeça (pode significar várias doenças e estados) É ligeiro, exceptuando o comportamento "de demasiada exposição", não deve afectar muito a sua capacidade de fuga ou alimentação.

Ao vasculhar o "baú" de cenas DV pouco aproveitáveis, encontrei estes registos datados (alguns hoje talvez considerados mais "banais").



Da esquerda para a direita, em sentido descendente:

Escrevedeira-dos-paúis (Emberiza schoeniclus) - 10/12/2005 (5 indivíduos, 2 machos)
Abutre-negro (Aegypius monachus) - 25/02/2006
Águia-pesqueira (Pandion haliaetus) - 10/03/2003
Papa-ratos (Ardeola ralloides) - 28/12/2005
Pisco-de-peito-azul escandinavo (Luscinia svecica svecica) - 24/12/2005
Alfaiate (Recurvirostra avoceta) - 23/12/2005

De referir que a avifauna da lagoa tem mudado ao longo da última decada, em especial últimos 5 anos. Nalguns casos é evidente a observação de maior numero de efectivos em certas espécies, também "novas" espécies, mas também faltando algumas ou diminuindo o nº de efectivos de outras. Tanto nas Invernantes, como nas ditas "passageiras" ou nas nidificantes residentes ou estivais.


btw: relativamente ao primeiro post Pedro, a Narceja-galega é mesmo "minúscula", quando voa dá a sensação de ser ainda mais pequena do que a codorniz, não vejo confusão com outras narcejas. Além disso, foge só em último caso. Quase pisei todas as que encontrei. Quando perseguidas em geral não pousam longe e após insistência umas 3 ou 4x podem nem levantar facilmente, havendo risco de as pisar. Parece-me que são/eram são pouco comuns na lagoa, observando-se mais no Outono.

Os combatentes são comuns no fim do Verão.

Bem, o Abutre-negro é uma GRANDE observação!!!, o Papa Ratos é também uma excelente observação, nunca vi um na Lagoa, das restantes espécies o Alfaiate é talvez o mais escaso, algo surpreendentemente dado o numero que podem ser encontrados no estuario do Tejo, eu só tenho algumas observações na Lagoa e sempre de aves que permaneceram pouco tempo.

Paulo Lemos escreveu:

btw: relativamente ao primeiro post Pedro, a Narceja-galega é mesmo "minúscula", quando voa dá a sensação de ser ainda mais pequena do que a codorniz, não vejo confusão com outras narcejas. Além disso, foge só em último caso. Quase pisei todas as que encontrei.

Sim, a melhor maneira de dar com elas é calçar umas botas e basicamente andar de um lado para o outro em habitat favorável a tentar fazer com que uma se levante, e depois ter sorte com o sitio onde ela poisa.

Tens visto piscos "red spotted" com regularidade? Cuidado, porque alguns "white" confundem-se com estes, devido à ponta acastanhada das penas nessa zona especialmente no início do Outono com muda recente.

Paulo Lemos escreveu:Tens visto piscos "red spot" com regularidade? Cuidado, porque alguns "white" confundem-se com estes, devido à ponta acastanhada das penas nessa zona especialmente no início do Outono com muda recente.

Humm, não tinha percebido que estavas a chamar a atenção para a subespécie, por acaso assim de repente não tenho ideia da proporção.

Os guias de campo distinguem basicamente entre os white-spoptted e os red-spotted, mas é preciso ter em atenção que em Portugal ocorrem duas raças de white-spotted: os pequenos namnetum vindos de França e os grandes cyanecula oriundos da Europa central.

Gonçalo Elias escreveu:Os guias de campo distinguem basicamente entre os white-spoptted e os red-spotted, mas é preciso ter em atenção que em Portugal ocorrem duas raças de white-spotted: os pequenos namnetum vindos de França e os grandes cyanecula oriundos da Europa central.

Como se distinguem? Só pelo tamanho?

Basicamente.

Ao organizar o meu "baú" de DV extraí mais alguns frames com representantes mais ou menos típicas ou localizadas neste ecossistema:



Da esquerda para a direita em sentido descendente:

0) Maçarico-bastardo - 17/7/2005
1) Caimão (a despedaçar uma tainha caída de um ninho de Ardea purpurea para alimentar os seus 3 pintos) - 26/7/2005
3) Combatentes (4 de um "grupo" de 7 jovens e adultos em descanso, espécie comum a montante de meados até fim do Verão) - 10/7/2003
4) Colhereiros - 22/12/2005
5) Gaivina-de-bico-preto 17/7/3003
6) Tentilhão (nidificante sempre escasso nas imediações da lagoa, em pinhal ou eucaliptal) - 18/7/2005
7) Cisne-mudo - 23/11/2005
8( Bufo-pequeno (comum, parece em retrocesso) - 2/5/2004
9) Escrevedeira-de-garganta-preta (residente cada vez mais rara) - 4/8/2005
10) Felosa-poliglota (nidificante cada vez mais rara) - 18/7/2005
11) Garça-cinzenta - 21/7/2005
12 Alveola-amarela juvenil recente (nidificante localizada) - 17/6/2003
13) Açor (fêmea juv. em sentido ascendente em campo aberto quase a capturar uma andorinha-do-mar depois de recorrer a um bando de gralhas para conseguir aproximação) - 1/9/2005
14) Codorniz - 4/7/2003
15) Chasco-cinzento (muito comum de passagem em áreas secas abertas - aeródromo)- 19/9/2005
16) Borrelho-pequeno-de-coleira (a lagoa acolhe indivíduos que criam a uns Kms e que por qualquer razão rumam a este sistema ao fim do dia, a população concentra-se) - 9/7/2006
17) Bique-bique (comum a montante, frequentemente aos pares ou 3) - 20/7/2005
18) Petinha-das-árvores (muito comum de passagem) 12/9/2005
19) Noitibó-de-nuca-vermelha (nidificante localizado) - 3/8/2005
20) Flamingo - 20/9/2005
21) Papa-figos (registo antigo, não na lagoa, mas da mesma "população") - 21/6/2003
22) Felosa-icterina (presente registo a confirmar, mas há outros mais evidentes) - 12/9/2005
23) Pilrito-de-bico-comprido (observável frequente a montante) - 15/12/2005
24) Ganso-de-faces-negras - 27/9/2005
25) Frango-d'água - 19/7/2005
26) Maçarico-das-rochas (muito comum por toda a lagoa especialmente no Verão de passagem a montante em margens de água doce, por vezes em concentração de 6-10 juntos na marginal dos locais de banho e descanso de outras espécies, como borrelhos, alguns pilritos, outra espécie homóloga, combatentes, etc) - 1/9/2005
27) Piltito-pequeno (no frame parece uma espécie não europeia, em filme parece mais evidente como minuta mas mesmo assim não estou absolutamente seguro) - 23/9/2005
28) Perna-verde-comum - 1/9/2005
29) Andorinha-daurica (nesta época a população aumentava ainda, talvez graças aos recentes "viadutos") - 28/5/2003
30) Borrelho-de-coleira-interrompida (nidificante outrora muito comum mas em aparente retrocesso. - 9/7/2006

Inicialmente usei a câmara para obter frames destinados a pequeno guia de aves desta região (uma "pequena" ambição minha), depois entusiasmei-me a registar certas espécies, editando pequenos filmes já apresentados a público em algumas iniciativas. Tive também intenção de registar algumas espécies e aspectos ecológicos em vias de desaparecer bem como situações de ameaça à biodiversidade, a denunciar.
Cheguei a usar os frames para fazer 2 pequenos guias (aves terrestres e aves do espelho-d-água) para apoio à primeira actividade de observação de aves em BTT, que guiei nas margens da lagoa (Ciência Viva, Biologia no Verão, 2006) na qual incluí algumas destas imagens.
Logo de seguida, a fotografia digital de aves sofreu o "boom" mediático que conhecemos e este recurso perdeu algum "valor", bem como o DV 720x576 está "desactualizado". Hoje gravo em HDV, mas o filme de DV da Lagoa não está completamente esquecido pois muitas imagens registam espécies e aspectos ecológicos ligados à História deste ecossistema.

Como prometido, post corrigido com datas acrescentadas e conferidas no ficheiro original (apesar de pouco interessarem certas datas, nas espécies previsíveis e comuns).
Tentando simplificar, só deu é mais trabalho ...mas pronto, o tópico merece.

Nota: onde se lia "a jusante" emendei para "a montante". Enganei-me.

Caro Paulo Lemos,
seria possível colocar alguns frames em "grande" da felosa-icterina? Muito obrigado.
Cumprimentos,
Rafael

Olá.
Algumas das imagens não extraí recentemente de vídeo, usei-as apenas para encaixar o conjunto juntamente com as que retirei anteontem.
Por enquanto, do Pilrito pequeno, da petinha-das-árvores e do chasco (todas insectivoras migradoras filmadas em Set 2005) não tenho mais do que essas imagens, estão num ficheiro Coreldraw ("guia" de que falei anteriormente), bastante reduzidas para não sobrecarregarem o ficheiro. Portanto não são muito diferentes do que se visualiza acima.

A cor parda da imagem sugere outra espécie "rara" mas é enganosa, a ave é amarela e não muito grande.
Exceptuando como referi o pilriro-pequeno, na altura não tive dúvidas quanto às espécies. De icterinas tenho mais 2 filmagens distintas em locais e datas. Essa cena não é a mais evidente, está queimada, a alteração de cor e distorção são elevadas, mas foi a que encontrei em 2006 para incluir no guia de cuja concepção apertada em tempo e "gigabytes" se limitou a 1 semana de stress (e à medida que isolava os frames ia apagando os videos do disco).

No ficheiro, fora da área real da página tinha mais esta foto de reserva (mesma ave). Optei pela outra porque nesta a ave está completamente molhada após banho:


Mas para que ng não pegue na informação a partir de uma foto que suscita dúvida, vou para já editar o post anterior acrescentando "a confirmar", tal como fiz com o pilrito-pequeno.

Fui ver no portal e reparei que é considerada raridade, o que acho surpreendente.
Nas 4 semanas que, anos distintos, filmei passeriformes migradores, atento a todas as espécies para lá de mera e ocasional sessão de observação, e já vi seguramente 3 casos.
Reconheço o peito e amarelo vistoso (a ave nota-se mais do que a poliglota), desproporção entre a frente e a traseira e movimentos estranhos que dão a sensação de a ave estar sempre a desiquilibrar-se para a frente.
O bico grande e as "marcas" nas costas dão nas vistas num dos exemplares, e são eram aves tímidas, fogem muito rápido mas repetidamente voltam ao local de onde foram assustadas. O modo como "fogem" dá logo nas vistas.
Foram sempre filmadas em Setembro perto de outras passeriformes em varzeas agrícolas húmidas no Concelho das Caldas da Rainha.


Mas nesta e noutras espécies não perdem por esperar .
Tenho filmagens de interesse que poderão levar a discussão, portanto a seu tempo posto noutros tópicos.