ESPÉCIE: Periquito-de-colar (Psittacula krameri)

Boas pessoal,
Alguem sabe como está actualmente a distribuição de Psittacula krameri em Portugal?

Para alem da grande Lisboa, já durante os trabalhos de campo do novo Atlas, tinha detectado esta espécie na zona de Ota (bem como outro observador a detectou na zona do Cartaxo). Actualmente, para alem de contactos assíduos nesta mesma zona, ontem dia 23-10-2007, observei 2 exemplares perto de Quebradas quando me deslocava para Rio Maior.
O ano passado foi-me comentado a abservação de bandos desta espécie nas lezirias de Azambuja e Alcácer do Sal em campos de milho e girassol durante a caça às rolas...

Estará esta espécie a expandir-se para fora dos grandes centros urbanos??

Cumprimentos,
Francisco Barros

Boa noite.

Eu moro na zona de Mafra, mesmo no litoral, a 2 km do mar e vi á quatro anos, no Inverno, 2 exemplares a comer de uma espiga de sorgo. O que eu pensei foi que, como estavamos no Inverno, havia maior escassez de alimento e eles procuram alimento em zonas mais distantes, tendo por isso, sido avistados por mim nesta zona e no Inverno. Quanto a esses avistamentos que refere, são prováveis expansões dessas populações que anteriormente se circuscreviam aos centros urbanos, mas que agora se estão a expandir.

Bom dia

No fds passado, no Jardim Botânico Tropical (Lisboa, Belém) encontrei esta ave (link abaixo) pousada numa das árvores, lado a lado com um gaio. Pareceu-me um juvenil por ter umas cores menos vivas, uma cauda mais curta e inexistência de colar, pelo menos acentuado.


Qual a vossa opinião?

cps

Raquel Tavares

http://www.flickr.com/photos/rstavares/3849157717/

raquelst escreveu: Pareceu-me um juvenil por ter umas cores menos vivas, uma cauda mais curta e inexistência de colar, pelo menos acentuado.

Boas, é possível ser um juvenil de P. krameri manillensis deste ano, mas parece-me mais uma fêmea ou um imaturo em muda(só são adultos com 3 anos), os juvenis deste ano não deveria ter a mandíbula superior desta cor, mas também pode ser por ter algum sangue de P. k. krameri essa subespécie tem o bico mais escuro e existem alguns em Lisboa nos jardins do Museu do traje, por isso...

Em Oeiras, nos Jardins do Marquês, vive uma colonia de Psittacula krameri há já pelo menos 3 anos.

Recentemente (há uns meses) têm saido do jardim o que não era hábito e voam em bando para outros locais da vila de Oeiras, qualquer árvore serve mesmo aquelas no meio de parques de estacionamento.

Olá Sara,

Quando escreves colónia queres dizer que há ninhos ou trata-se apenas de um dormitório?

Pergunta ignorante: o dormitório não é nos ninhos?

Depende das espécies.

Durante a época dos ninhos quase todas as aves dormem nos ninhos ou nas suas imediações. Após a época de reprodução, a maioria das espécies de aves abandona os ninhos e pode formar dormitórios noutros locais.

No caso dos Psittacula não sei exactamente o que acontece, mas tenho ideia que os dormitórios são em locais diferentes dos de cria. De qualquer forma, por se tratar de uma exótica é preciso ver que a época dos ninhos pode não coincidir com a das espécies autóctones, por isso antes de mais será necessário descobrir se estão a criar.

1 abraço,
Gonçalo

As arvores do jardim são muito altas, é dificil principalmente para mim que não tenho experiencia nenhuma, ver se existem ninhos, no entanto eles estão lá 24h sobre 24h quase de certeza absoluta.

Gonçalo Elias escreveu:

No caso dos Psittacula não sei exactamente o que acontece, mas tenho ideia que os dormitórios são em locais diferentes dos de cria. De qualquer forma, por se tratar de uma exótica é preciso ver que a época dos ninhos pode não coincidir com a das espécies autóctones, por isso antes de mais será necessário descobrir se estão a criar.

Boas


Fora da época de criação eles constituem um bando que dorme sempre junto numa arvore dormitório, depois separam-se em pequenos bandos durante o dia para procurarem comida, a época de reprodução varia conforme a subespécie, como os nossos são maioritariamente Psittacula krameri manillensis a época de criação deve ser de Fevereiro a Maio, mas eles podem fazer uma segunda postura se a primeira falhar por isso é possível que a época de criação se estenda, para alem disso alguns dos núcleos como o do Museu do traje tem indivíduos da subespécie nominal Psittacula krameri krameri que podem ter uma época de reprodução mais tardia.

Posso dizer que se nos deslocar-mos aos Jardins do Marquês ou à estação agronómica de Oeiras, podemos encontrar estes bichanos. A reprodução deve estar assegurada, tenho na certeza, e não é raro enc0ontrar a voar 4 ou 5 pássaros pela zona. Acho que estabeleceram uma zona de reprodução nos Jardins do Marquês, mas não tenho bem a certeza. Já cheguei a ter um ou dois pássaros na árvore ao lado da minha sala de aula. Claro que o pessoal foi todo ver e ficaram admirados.

Ontem, 18-08-2010 vi um em Aveiro, e já por várias vezes os vi em Salreu.
J.

Olá a todos

Já observei alguns indivíduos desta espécie a esvoaçar de árvore em árvore no Estádio Universitário, em frente à Aula Magna. Não posso confirmar a permanência no local.

Gonçalo Elias escreveu:Depende das espécies.

Durante a época dos ninhos quase todas as aves dormem nos ninhos ou nas suas imediações. Após a época de reprodução, a maioria das espécies de aves abandona os ninhos e pode formar dormitórios noutros locais.

No caso dos Psittacula não sei exactamente o que acontece, mas tenho ideia que os dormitórios são em locais diferentes dos de cria. De qualquer forma, por se tratar de uma exótica é preciso ver que a época dos ninhos pode não coincidir com a das espécies autóctones, por isso antes de mais será necessário descobrir se estão a criar.

1 abraço,
Gonçalo

Em relação a este assunto tenho quase 99% de certeza que se estão a criar, isto porque já tirei fotos de adultos sem anilha, que estão aqui postadas noutro tópico e porque se mantêm no mesmo local desde Agosto (de certeza! talvez há mais tempo mas não o posso confirmar)

Alguém sabe qual a distância que estas aves se podem afastar, do dormitório, durante o dia?

É frequente a passagem do A para o C e vice-versa durante o dia todo.

Olá Sara,
observações bastante interessantes. Em Portugal, a espécie pode afastar-se consideravelmente do dormitório durante o dia para se alimentar, especialmente fora da época de reprodução. Distâncias prováveis de 11 km já foram registadas para as aves do Jardim da Estrela (a alimentar-se em Queluz).
A este propósito podes ver mais informação em:
R. Matias 2008. Censos de Periquito-rabijunco Psittacula krameri no Jardim da Estrela, Lisboa. Airo 18: 24-28.
Boas observações,
Rafael

Desde que observei um na ponta da erva ja estou por tudo.

A espécie é regular na Ponta da Erva e é provável que nidifique na zona. Há já uns 10 anos vi um periquito-de-colar na zona de "38 moios" que voou ganhando altura progressivamente até o perder de vista, mantendo a direcção clara de Lisboa (atravessou o Tejo) antes do pôr-do-sol e na altura fiquei com a ideia que era provável que fosse para o dormitório do Jardim da Estrela, que era o único conhecido à data na região (mas claro que não foi possível confirmar). Hoje em dia há mais dormitórios noutros sítios pelo que a situação não é tão clara.

De acordo com um comentário de ontem na página Facebook do Aves de Portugal, a espécie já é regular na zona do Entroncamento.

Boas
Esta espécie têm uma colónia barulhenta no Parque da Cidade do Porto e já observei em vários jardins e zonas arborizadas dentro da cidade. Encontrei este artigo do Público http://m.publico.pt/Detail/1526430

Boas observações

Obrigado Paulo, esta notícia já foi adicionada na nossa sala de notícias:

https://aves.forumeiros.com/t6579-que-misteriosas-aves-verdes-e-estridentes-sao-estas-que-invadiram-lisboa

Boas

Gonçalo Elias escreveu:Obrigado Paulo, esta notícia já foi adicionada na nossa sala de notícias:

https://aves.forumeiros.com/t6579-que-misteriosas-aves-verdes-e-estridentes-sao-estas-que-invadiram-lisboa

Sorry
Boas observações

Vivam,

só mais uma "achega" relativamente às observações na zona do Entroncamento...
Já os vi por várias vezes, junto ao palácio da Quinta da Cardiga (Golegã/VNBarquinha).

Boas
Hoje observei um na zona industrial da Maia, sobre eucaliptal junto á Porto Editora.

Boas observações

paulo, já vi várias referências à presença desta espécie na Maia.

Consegues quantificar a população local?