Passagem Outonal 2020

Numa das minhas costumeiras discussões no facebook em que eu basicamente acho sempre que este ano, passagem ou mês são os piores de sempre, o Gonçalo Elias desafiou-me a fazer o calculo de quão mau seria este outono em comparação com os últimos 10.

Eu já o tinha feito para os Invernos num tópico que está algures neste forum, e agora apresento os resultado provisórios para 2020, período em consideração foi 1 de Agosto a 15 de Novembro.

Outubro
2011 55
2010 52
2016 52
2017 43
2018 42
2015 38
2013 35
2014 33
2019 31
2020 17
2012 13

Outono
2011 119
2017 104
2014 98
2015 89
2016 86
2018 78
2019 76
2010 74
2020 53
2012 51
2013 38

Varias coisas interessantes, em 2013 as raridades ocorreram quase todas em Outubro, e o oposto aconteceu em 2012 em que foi muito fraco em Outubro, 2011 foi o ano mais equilibrado, sendo o melhor Outubro, mas tendo raridades com fartura nos restantes meses.

2020 tem efectivamente um péssimo Outubro para já claro que ainda vamos a meio, mas em termos de Outono será provavelmente decente.

Presumo que os bichos que deixaram de ser raridade foram todos expurgados dos totais dos anos anteriores, correcto? Nem poderia ser de outra maneira...

Gonçalo Elias escreveu:Presumo que os bichos que deixaram de ser raridade foram todos expurgados dos totais dos anos anteriores, correcto? Nem poderia ser de outra maneira...

correcto

Como vão os totais de Outubro?

Gonçalo Elias escreveu:Como vão os totais de Outubro?

Miserareis? Somos a nódoa do cenário europeu.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Como vão os totais de Outubro?

Miserareis?  Somos a nódoa do cenário europeu.

Existem listas do total dos registos europeus ou é gut felling ?

Rogerio escreveu:

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Como vão os totais de Outubro?

Miserareis?  Somos a nódoa do cenário europeu.

Existem listas do total dos registos europeus ou é gut felling  ?

È mesmo o facto de megas e meguinhas estarem a aparecer em toda a europa de forma consistente e nós por cá estamos a apanhar papeis toda a época.

Em PTc basicamente temos raridades assim/assim, o Actitis macularius e o mergulhão de Sines, mas só se não for o de Sesimbra e pelos vistos é o de Sesimbra e a Cur cur, bem espremida a época fica só o Actitis e a toutinegra.

Comparando com o ano passado:
Xenus cinereus
Larus dominicanus
Iduna caligata
Calidris bairdii
Lanius minor


duas boas espécies, dois segundos (e arroláveis), e um primeiro ainda por cima arrolável.

pedro121 escreveu:Miserareis?  Somos a nódoa do cenário europeu.

Não era a comparar com a Europa e sim com os anos anteriores. Basicamente estava a pedir-te para actualizares o ranking. Mas também estamos quase no fim do mês...

Gonçalo Elias escreveu:

pedro121 escreveu:Miserareis?  Somos a nódoa do cenário europeu.

Não era a comparar com a Europa e sim com os anos anteriores. Basicamente estava a pedir-te para actualizares o ranking. Mas também estamos quase no fim do mês...

eu faço a actualização amanha, mas basicamente temos um Outubro acima das expectativas, e ligeiramente abaixo da media, e uma passagem outonal muito má para já.

Numa nota sobre a metodologia, só estão a ser considerados os registos aceites pelo CPR (dados públicos), mas para 2020 são considerados os submetidos (dados públicos na TRNP) mas faço uma triagem.

Isso tem claramente efeito, já que há muitos registos nunca submetidos, e claro há um segundo factor a distorcer os dados que é o numero de observadores.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Como vão os totais de Outubro?

Miserareis?  Somos a nódoa do cenário europeu.

Somos a nódoa do cenário europeu, dizes tu. Pois, e porque será PRamalho que, as ditas “megas” e “meguinhas”, como lhes chamas, vão sendo registadas noutros países, e, por cá, népia ou cada vez menos? Porque será? Será só pelas razões que invocas ou será também por outros motivos, como por exemplo a fraca gestão do CPR, que me parece óbvia, e a desmotivação dos observadores face a isso mesmo, abstendo-se do envio para o mesmo de eventuais registos interessantes ou importantes?

Gilberto Pinelas escreveu:
Somos a nódoa do cenário europeu, dizes tu. Pois, e porque será PRamalho que, as ditas “megas” e “meguinhas”, como lhes chamas, vão sendo registadas noutros países, e, por cá, népia ou cada vez menos? Porque será? ?

Gilberto, tu não me conheces, mas eu sou um "Drama Queen" que está sempre a chorar , é literalmente a minha cena passar a vida a lamentar-me de que não aparece cá nada e estamos sempre mal.

Portanto esta telenovela é sempre igual, eu começo a chorar , o Gonçalo começa a dizer que eu estou a exagerar , eu insisto , ele também , fazemos as contas e normalmente nenhum de nós tem razão .

ps: e não aparece mesmo nada...

Não, PRamalho, esta tua explicação/conclusão, na minha opinião, está longe de ser a principal razão ou o motivo de sermos a tal nódoa, como dizes e eu corroboro. Na minha opinião, mais importante que reconheceres tal coisa, é saberes a razão da sua existência. Tanto no plano nacional, como internacional. Ou tu achas que está td bem e o CPR esteve ou está isento de contribuição para a mesma?

Gilberto Pinelas escreveu:Não, PRamalho, esta tua explicação/conclusão, na minha opinião, está longe de ser a principal razão ou o motivo de sermos a tal nódoa, como dizes e eu corroboro. Na minha opinião, mais importante que reconheceres tal coisa, é saberes a razão da sua existência. Tanto no plano nacional, como internacional. Ou tu achas que está td bem e o CPR esteve ou está isento de contribuição para a mesma?

Os números são claros e os dados são públicos, para cada ano os códigos dos registos mudam.

Cada ano tem uma nova serie que começa com uma nova letra.

Assim os registos submetidos em 2010 são da serie I, em 2011 da serie J, etc.. até à serie actual que é a S para os registos de 2020.

Importante, as series dizem respeito ao ano de submissão e não ao de observação, assim a serie S são os registos submetidos em 2020 e não os observados em 2020.

É possível usando as TRNP antigas (os dados são públicos) fazer uma tabela ou gráfico ilustrando o numero de registos submetidos ao logo dos anos, e mais é possível fazer varias correções, nomeadamente removendo as espécies que já não são raridade.

Também é verdade que muitos observadores/anilhadores não submetem, e não o fazem por uma variedade de razões, sendo talvez a mais importante o não quererem saber (foi para mim surpreendente o numero de vezes que o CPR é contactado por estrangeiros em busca de dados validados comparando com o numero de vezes que portugueses procuram esses mesmos dados), a outra razão é terem tido no passado um registo não aceite, isso é normalmente razão suficiente para algumas pessoas não submeterem (nunca percebi porque, já que no meu caso é raro o anuário em que eu não tenho um registo chumbado e nunca amuei por causa disso ). Mas sim, por varias razões muita gente não submete, gerando-se depois situações caricatas como uma que aconteceu recentemente, em que para uma ave foram enviadas cinco submissões, mas nenhuma de quem a descobriu .

Gilberto Pinelas escreveu:Não, PRamalho, esta tua explicação/conclusão, na minha opinião, está longe de ser a principal razão ou o motivo de sermos a tal nódoa, como dizes e eu corroboro. Na minha opinião, mais importante que reconheceres tal coisa, é saberes a razão da sua existência. Tanto no plano nacional, como internacional. Ou tu achas que está td bem e o CPR esteve ou está isento de contribuição para a mesma?

Eh Gilberto, desculpa lá, mas o que é que os observadores ou fotógrafos portugueses não darem com aves tem a ver o que quer que seja com o CPR estar a funcionar bem ou não? Aqui está-se a contar as raridades que foram descobertas, identificadas e divulgadas! este ano e comparar com os anos anteriores. Até podem estar centenas de raridades por Portugal, se ninguém dá com elas, não entram para as contas, parece-me bem simples.
(E acho que está a ser feito um trabalho notório no CPR, especialmente por parte de alguns membros no sentido de meter os registos em dia... não percebi essas bocas ao CPR, mas como não me diz respeito nem vale a pena tentar perceber)

Boas descobertas! (as de hoje e amanhã ainda entram para as contas)

Samuel Patinha escreveu:

Boas descobertas! (as de hoje e amanhã ainda entram para as contas)

Sim, e pelos vistos mais um Tringa, mini influxo?? e eu que anda há 12 a tentar um na lagoa...

Eu sugiro que essa conversa do CPR passe para outro sítio. Há muito para discutir neste tópico, e portanto quem quiser desconversar pode abrir outro tópico.

PNicolau escreveu:Eu sugiro que essa conversa do CPR passe para outro sítio. Há muito para discutir neste tópico, e portanto quem quiser desconversar pode abrir outro tópico.

É um facto.

Passando ao que importa, este ano foi pena não ter aparecido Tarsiger. Mas o Outono não acabou, por isso há que manter os olhos abertos. Outra coisa interessante foram os Bucanetes mongolicus na Escandinávia.. Era giro

PNicolau escreveu:Passando ao que importa, este ano foi pena não ter aparecido Tarsiger. Mas o Outono não acabou, por isso há que manter os olhos abertos. Outra coisa interessante foram os Bucanetes mongolicus na Escandinávia.. Era giro

Bem, apareceu cá um Bucanetes, já não nos podemos queixar. Tarsiger estará a caminho se o raio da previsão mudar, mas está duro, muito duro. Inornatus chegaram tarde, muito tarde, parva zero, cervinus poucas, ant hod 1? o vento não está a ajudar, isso é um facto.

pedro121 escreveu: o vento não está a ajudar, isso é um facto.

É muito raro ajudar... É ver os sistemas a passar direitinhos para o UK e para o norte de frança

Mas mesmo a nível do Corvo, apesar da diversidade ter sido ok, os números foram fracos. E não apareceu nenhuma bomba, apesar de 2 Bay breasted Warblers em dois momentos diferentes da temporada é realmente incrível. Mas os auritus que continuem a vir
Mas pode ser que o pessoal que lá está ainda se safe..

PNicolau escreveu:Mas mesmo a nível do Corvo, apesar da diversidade ter sido ok, os números foram fracos.

Mas com muito menos gente, pelo que sei.

Menos gente, menos olhos a procurar, menos bichos...

pedro121 escreveu:ps: e não aparece mesmo nada...

Olha, mais um flavipes. E o mês ainda não acabou

Gonçalo Elias escreveu:

PNicolau escreveu:Mas mesmo a nível do Corvo, apesar da diversidade ter sido ok, os números foram fracos.

Mas com muito menos gente, pelo que sei.

Menos gente, menos olhos a procurar, menos bichos...

Sim, menos gente, mas o pessoal mais experiente que normalmente dá com mais aves. E muitos dias sem aves novas. Mas é verdade que mais coisas teriam sido descobertas, mas este ano não houve números.