Estação de Casével - Castro Verde

No dia 8 de Maio ao passar num caminho paralelo á estação de Casével, encontrei este painel.
Como sei que o local é bastante concorrido fica aqui a informação.

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Humm, o que é preferível? haver um local onde vai toda a gente, e consequentemente concentrar toda a perturbação lá (aparentemente sem muitos efeitos negativos), ou dispersar a perturbação para toda a area?

E não sei até que ponto isto é legal... Senão vejamos, o nº 1 do artigo 11 do decreto lei 140/99 diz o seguinte:

1 - Com vista à protecção das espécies animais constantes do anexo B-IV e das espécies de aves que ocorrem naturalmente no estado selvagem no território nacional, referidas na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, é proibido:

a) Capturar, abater ou deter os espécimes respectivos, qualquer que seja o método utilizado;

b) Perturbar esses espécimes, nomeadamente durante o período de reprodução, de dependência, de hibernação e de migração, desde que essa perturbação tenha um efeito significativo relativamente aos objectivos do presente diploma;

Como é que se define a parte "desde que essa perturbação tenha um efeito significativo relativamente aos objectivos do presente diploma;"?
E mais, por este ponto de vista,  a simples actividade de observação é considerada como "perturbação", aqui e em todo o lado...

pedro121 escreveu:Humm, o que é preferível? haver um local onde vai toda a gente, e consequentemente concentrar toda a perturbação lá (aparentemente sem muitos efeitos negativos), ou dispersar a perturbação para toda a área?

Em vários fóruns a opinião que expus é que é preferível sacrificar alguns locais garantindo o melhor possível a redução de perturbação das aves, salvaguardando os outros locais. Continuo a acreditar nisso, pelos menos parcialmente. Parcialmente, porque por exemplo esta sinalização é ignorada olimpicamente o que me faz pensar que mesmo havendo um local apropriado os outros locais vão continuar a ser perturbados.

José Frade escreveu: Como é que se define a parte "desde que essa perturbação tenha um efeito significativo relativamente aos objectivos do presente diploma;"?

É vago sim.

José Frade escreveu: E mais, por este ponto de vista, a simples actividade de observação é considerada como "perturbação", aqui e em todo o lado...

Depende das condições em que cada actividade é feita. Por exemplo posso estar de telescópio a 200 metros do local sem fazer os bichos levantar à minha chegada, ou posso pôr-me no meio da colónia e espantar tudo.

Faz-me sempre confusão este tipo de excepções:

"exceto para atividades agropecuárias, proprietários, vizinhos e pessoas autorizadas."

Se o objectivo é evitar a perturbação, não deveriam ser permitidas excepções e este seria um lugar sem qualquer presença humana. A partir do momento em que são previstas excepções, já está aberta a porta para a perturbação. Porque a presença de pessoas perturba. Além disso, há sempre formas de contornar a lei. Por exemplo, falando com um proprietário ou um "vizinho" pede-se autorização ao mesmo e tá feito: passa a ser pessoa autorizada. Tudo isto desvirtua o processo.

A primeira vez que vi este tipo de sinais com proibições de carácter sazonal foi na Suécia em 1989. Mas aí não havia excepções. Era proibido ponto.

Sim a questão das excepções torna tudo isto sem credibilidade.

Gonçalo Elias escreveu:
...
A primeira vez que vi este tipo de sinais com proibições de carácter sazonal foi na Suécia em 1989. Mas aí não havia excepções. Era proibido ponto.

Não havia excepções ou não estavam declaradas? Passagem e permanência podem ser tratados de forma distinta.

HL escreveu:Não havia excepções ou não estavam declaradas?

Foi há mais de 30 anos, não me recordo dos detalhes mas aquilo que tenho na memória era que era proibido, ponto. De qualquer forma era uma zona de lagos no meio da floresta acima do círculo polar árctico, onde não havia proprietários nem agricultores.