Rola-turca

Há 20 anos era raro ver uma, hoje estão por todo o lado...

Suponho que seja pelo facto de ser uma ave bastante criada em cativeiro e que volta e meia acaba por escapar uma, para alem disso acho que têm em média 10 crias por ano.
Ainda não há tantas como pombos mas já se vêm muitas em todo o lado.



Tou certa?

SaraCarvalho escreveu:Suponho que seja pelo facto de ser uma ave bastante criada em cativeiro e que volta e meia acaba por escapar uma, para alem disso acho que têm em média 10 crias por ano.
Ainda não há tantas como pombos mas já se vêm muitas em todo o lado.



Tou certa?

Por acaso esta espécie não foi introduzida - chegou cá naturalmente, no âmbito de um processo de expansão que se registou em toda a Europa.

SaraCarvalho escreveu:Suponho que seja pelo facto de ser uma ave bastante criada em cativeiro e que volta e meia acaba por escapar uma, para alem disso acho que têm em média 10 crias por ano.
Ainda não há tantas como pombos mas já se vêm muitas em todo o lado.



Tou certa?

Hummm, pois, não, na realidade a rola que é criada em cativeiro é a Streptopelia risoria/Streptopelia roseogrisea, enquanto a rola turca é a Streptopelia decaocto, esta ultima expandiu-se a partir de leste nas ultimas décadas.

E o canto da duas é bem diferente...

Bom eu nem sabia da existência dessa espécie
As rolas que andam por aqui cantam da mesma forma que as que tinha na capoeira!

Vou por uma foto:

O meu avô também tinha umas numa capoeira e eram destas.

daniel.sobral escreveu:O meu avô também tinha umas numa capoeira e eram destas.

À primeira vista são muito semelhantes. Mas, o canto, na minha opinião, é uma óptima forma de as distinguir.

A rola turca não só o canto é diferente como são maiores que as de cativeiro as vulgares rolas da India,

Lcarvalho

As da capoeira riam-se! E estas também!
Assim:


As que pus acima, são quê?

Paulo Alves escreveu:

daniel.sobral escreveu:O meu avô também tinha umas numa capoeira e eram destas.

À primeira vista são muito semelhantes. Mas, o canto, na minha opinião, é uma óptima forma de as distinguir.

Sim, sem duvida , o canto é a maneira mais simples.

SaraCarvalho escreveu:As que pus acima, são quê?

Bom, assim de repente são Rolas-turcas... por estarem em liberdade. Mas isto não é absoluto, uma vez que as "domésticas" podem ser observadas em liberdade em certos locais.

Estas domesticas não são, pelo menos a segunda porque "mora" no parque de estacionamento numa araucaria cheia delas:)

Pois numa araucária devem ser das turcas

As outras eu conheço-as por "rolas-mansas".

Mas resumindo e baralhando é possível que as minhas rolas fossem turcas?

Eu diria mesmo: é provável!

Durante algum tempo cheguei a pensar que as Rolas-turcas estavam cada vez mais a tomar conta do espaço urbano pois, de ano para ano, para as minhas "bandas", via-as a aumentar de ano para ano...
Este ano as coisas parecem-me diferentes. Tenho reparado que "aparentemente" as vejo em menor número .
Abraço

Olá Loureiro,

Tocaste num ponto importante ao escreveres "aparentemente".

A verdade é que a nossa percepção sobre as variações das populações de aves (seja para mais ou para menos) está sujeita a diversos factores de enviesamento (habituação, efeito de sugestão, etc.) e muitas vezes isso mascara a situação real. A única forma de ultrapassar esta dificuldade passa pela realização de algum tipo de monitorização regular e padronizada, que ajude a eliminar esses enviesamentos resultantes de percepções pessoais.

Dito isto, a percepção que tenho (sem ter recorrido a quaisquer medidas ou amostragens regulares) é que a espécie tem vindo a tornar-se mais comum em pequenas localidades, nomeadamente em meio rural ou periurbano, e tem vindo a escassear nalguns locais mais densamente povoados. Destaco a zona de Xabregas, na parte oriental de Lisboa, que há 20 anos era um dos poucos locais do país onde se podiam ver rolas-turcas e onde hoje a espécie, outrora numerosa, praticamente desapareceu - restam apenas os pombos fatelões de todas as cores

1 abraço,
Gonçalo

Curiosamente também tenho a ideia (sem método mas com alguma atenção) de as bichas, aqui em Seia, serem menos numerosas que nos anos anteriores.

No entanto há outro aspecto que gostava de comentar. Várias aves, no período de inverno, tornam-se mais cosmopolitas usufruindo de maior disponibilidade de alimento ou de dormitórios em espaços urbanos (motacilideos, fringilideos, turdideos, etc).
Porém, as minhas observações apontam que as rolas-turcas, no periodo de Inverno, poderão abandonar a área urbana da cidade e concentrar-se nos campos agrícolas em redor (comparando com anos anteriores, tenho observado menor número de rolas na cidade mas mais rolas em zonas agrícolas - sobretudo em olivais).
Aguardo por isso com alguma curiosidade para ver como vai ser agora na Primavera e mais tarde no Verão.

Abraço

Quando disse “aparentemente”, disse-o precisamente por isso mesmo… Pese embora não faça uma contagem das aves, costumo diariamente na extensão que costumo percorrer a pé (sempre à mesma hora) fazer uma espécie de “controlo visual” das que vou vendo e onde as mesmas vão nidificando. Daí que “me pareça” que ultimamente tenho visto menos.
Por outro lado, tal como referiu o Pedro, também costumo (não com tanta frequência) percorrer umas zonas de campos próximos e aí “acho” que as coisas se têm mantido iguais… (apesar de haver eucaliptais, sobreiros e carvalhos por perto desses campos e as rolas só serem visíveis nos meses de Inverno e mais para o verão quando estão nos fios eléctricos dalguns postes)
Este ano ainda não tenho nenhuma a rondar a minha rua… mas também decidiram dar uma “carecada” tão grande às Tílias que elas devem achar que ficam expostas demais
Abraço

Pois, há aqui um elemento adicional: no Inverno observo-as mais frequentemente em olivais e zonas agricultadas, ao passo que na Primavera-verão se mantêm mais próximo de zonas habitadas ou de árvores de grande porte, possivelmente por usarem esses locais para nidificar. Isto significa que para além das variações interanuais temos ainda que contar com as variações intra-anuais

Esqueci-me de referir que a zona urbana onde observo a nidificação é uma avenida ladeada por árvores. No início, costumo ir observando onde elas vão fazendo os ninhos. Dessa forma é quase certo que ao chegar à árvore "x ou y" lá estarão... Mas nessa zona nota-se que as rolas estão muito mais "adaptadas" à convivência com os humanos e lá vão coexistindo com os "pombos fatelas" e aproveitando a comidinha dos passeios!

Por acaso hoje observei um Peregrino a caçar rolas turcas mesmo dentro de uma povoação, foi tão inesperado que fiquei sem reacção, felizmente para elas as rolas reagiram e não foram apanhadas, mas pelos vistos deve ser corrente elas serem atacadas por peregrinos já que pareceram lidar bem com o ataque.