Pica pica (nidificação em Pereiro de Mação)

Vivam,

venho apenas dar conta do meu primeiro registo de nidificação desta espécie neste concelho a Norte do Tejo.

Trata-se de uma espécie que apenas há alguns meses comecei a ver nesta zona e que se encontra já a nidificar (=expansão?!).

Neste concelho (Mação) apenas efectuei registos da espécie, aquando do projecto Atlas, mas sempre junto ao rio Tejo (zonas de Ortiga/Alvega e Belver), nunca antes havia detectado a espécie tão a Norte e agora, a nidificar.

Estou deserto para ver os "putos" abalar!

Só espero que uma expansão desta espécie, a verificar-se, se faça de forma "amigável"...

Pelo menos pelo resto da Europa (França, Inglaterra, Alemanha), ela é frequentemente uma "praga"! Pelo que me disseram é devido à ausência de predadores naturais (nem artificiais pois não se caça): alguém me confirma isso?

E já agora, um fenómeno similar de "praga" poder-se-ia produzir em Portugal?

Boas

PRAGA!!! Aqui na holanda é este o nome que os caçadores dao a esta especie, mas muitos estudos concluiem que nao ha problema algum.

Aqui tem predadores naturais, princpalmente o Accipiter gentilis.

Eu nao me preocupo muito com a espanção desta especie em Portugal.

Abraço
Joost

Pois não sei se é de partilhar a pátria com o Joost, mas tenho sérias dificuldades com a palavra praga (salvo a bellíssima cidade, claro). Uma praga existe quase exclusivamente na cabeça das pessoas e surge nas variedades mais inesperadas (a mais recente é a praga de cegonha-brancas, ainda há duas décadas alvo de campanhas de salvamente em Portugal).

A pega-rabuda é uma daquelas espécies que sempre me deixou intrigado . Por que raio de razão a espécie é tão comum no norte de Europa, onde vive de forma íntima com meios humanizados, e aqui em Portugal a população parece tão frágil (a gralha-de-nuca-cinzenta é outra enigma)? Aqui no Ribatejo a espécie ocorre em densidades muito baixas, mas parece estável e a zona (que eu conheço) onde é mais comum é Alentejo, nomeadamente à volta de Montemor, Évora etc.

Predadores serão por ventura as rapinas de maior dimensão que caçam corvídeos (bonellis, por exemplo), mas sendo essas raras não deve haver muitos a morrer nas garras delas. Não será de excluir o homem, porque esse declarou há séculos guerra aos corvídeos em geral, por motivo de superstição (a cor preta não ajuda) e por motivos de predação de animais (mais) estimadas. Não sei de cá, mas na Holanda as pegas têm grande fama de ladrões de joias e outros objectos brilhante, que transportam para o ninho.

Eu por mim gosto sempre de ver as pegas, sejam rabudas ou azuis, e espero bem que a população Portuguesa se expande um pouco mais. Venha a bendita praga!!

Um abraço,

Henk Feith

Viva,

Por estas bandas, estão em regressão.

Já há uns 20 anos que deixaram de ser "relativamente abundantes" para se tornarem pouco comuns e cada vez mais localizadas.

Não antevejo qualquer praga, antes pelo contrário...

Olá a todos,

Lembro ver algum estudo feito em Coto Doñana (a bastantes anos atrás) onde existem as dois Pegas. Umas das conclusões deste trabalho era que o Pega-rabudo é "empurrado" pela Pega-azul a utilizar habitats "inferiores".

Na altura achei estranho, mas podia ser não?

Desculpa, mas não lembro a referência deste trabalho.

Eu também gosto muito desta ave, apesar de que sou britânico. Na minha juventude lembro a eterna presença de Pegas-rabudas em todo lado, incluso próximo do centro de Manchester. Alguns amantes de aves Inglêsas não gostam e queram culpar esta espécie pelas reduções das populações doutras espécies (tiragem de ovos, crias etc), mas curiosamente ornitólogos inglês mais experientes, no geral acham que não há um grande problema.

Sempre gosto a ver esta espécie em Portugal!

Cumprimentos

Simon

Boas,

Relativamente á pega rabuda confirmo casos de nidificaçao em Freixianda (Vila nova de ourem)e regularmente tenho observado as mesmas em Valença do minho.
No que concerne á distribuiçao da mesma a sul do tejo tenho verificado as maiores densidades no eixo evora-reguengos,e na area envolvente de elvas,barbacena,monforte e santa eulalia.
Tenho um olival em Barbacena e todos os anos tenho la um ninho de pega rabuda.(claro que essa oliveira fica por limpar)
As pegas em barbacena chegam a dormir em colonias,tal é a sua densidade, quem se desloque de carro nao anda 200 mts sem ver uma pega.
Este ano num espaço de 500 mts encontrei 4 ninhos.
Poderao dar uma vista de olhos a um topico que lancei devido a ter encontrado um bufo -pequeno morto num ninho de pega.
Apesar da densidade elevada na zona de barbacena noto que cada vez vejo menos,o que vai de encontro a conversas que ouvi no cafe de que nas zonas de regime cinegetico especial estao a tenter extermina-las.
Este facto é lamentavel pois sempre houve pegas rabudas e especies cinegeticas em comunhao.

Antonio Ribeiro

Olá a todos. Aqui no Alentejo, a Pica parece ter uma distribuição complementar com a C corone, pelo menos no que diz respeito à abundancia. No litoral a C corone é super abundante e a Pica muito escassa, acontecendo o inverso no Interior. No baixo Alentejo foi verificado um fenómeno semelhante no Atlas das Aves Invernantes. Não sei o que se passa no resto do país, mas no Algarve ambas as espécies são escassas...Tanto do Baixo Alentejo (para Sul), como no leste Algarvio parece haver uma expansão de Pica.

um abraço

Vivam,

volto de novo a este post para vos dar conta de uma observação desta espécie efectuada hoje, dia 1 de Junho, num local onde a espécie me parece ser muito pouco habitual (eu pelo menos nunca antes a tinha visto por aqui!).

pica pica, (dois indivíduos adultos) junto ao Pingo Doce da Moita, numa zona de pousio e canavial.

Alguém tem referências de observação deste bicho aqui na zona?!...