'Estão reunidas as condições para o IPBES começar a trabalhar o mais cedo possível'
Fórum Aves :: Outros Temas :: Ambiente
Página 1 de 1
'Estão reunidas as condições para o IPBES começar a trabalhar o mais cedo possível'
'Estão reunidas as condições para o IPBES começar a trabalhar o mais cedo possível'
2012-05-23
fonte : ambienteonline.pt
Henrique Miguel Pereira, investigador do Centro de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa, representou Portugal nas negociações para a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas (IPBES). Foram quatro anos de negociações, que resultaram num acordo conseguido em Abril. A cidade de Bona irá ser a sede do secretariado do IPBES e a reunião de plenário deverá acontecer antes do final do ano. O objectivo é aprovar um programa de trabalhos para os próximos cinco anos.
Representou Portugal nas negociações para a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas (IPBES). Quais são os objectivos desta nova plataforma?
O objectivo principal desta plataforma é o estabelecimento de um maior diálogo entre a comunidade científica e os decisores, por forma a que as políticas dos diferentes países sejam informadas pelo conhecimento mais recente sobre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas. Neste sentido, a plataforma irá desenvolver avaliações regulares do estado da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas, com a participação de cientistas de todo o mundo, e a diversas escalas, desde a escala regional à escala global. Um outro objectivo passa por apoiar o desenvolvimento da capacidade científica, e sua incorporação nos processos decisão, nos países em vias de desenvolvimento: muitas das zonas onde actualmente a biodiversidade está a desaparecer mais rapidamente fica localizada nessas regiões, que ao mesmo tempo contêm a maior parte da biodiversidade do nosso planeta.
Quando é previsível que o IPBES se instale e comece a trabalhar?
As negociações para o estabelecimento do IPBES foram difíceis e longas, com alguns países preocupados com possíveis interferências dos resultados das avaliações do IPBES nas políticas nacionais. O processo negocial iniciou-se em 2008 e só foi concluído no passado mês de Abril, quatro anos depois, quando o IPBES formalmente estabelecido numa reunião com mais de 90 países no Panamá. Nessa reunião foi também eleita a cidade de Bona como anfitriã do secretariado do IPBES. Estão agora reunidas as condições para o IPBES começar a trabalhar o mais cedo possível. Deverá haver uma reunião de plenário ainda antes do final do ano, em que serão eleitos os cientistas e outros especialistas que farão parte do Painel Multidisciplinar de Peritos que irá coordenar as avaliações a serem realizadas, e em que deverá ser aprovado um programa de trabalhos para os próximos cinco anos.
Quais são os grandes desafios que identifica relativamente à biodiversidade e de que forma pode a plataforma ajudar?
A complexidade das alterações que a biodiversidade no planeta está a enfrentar é o maior desafio aos trabalhos da plataforma. Em contraste com as alterações climáticas, em que temos métricas simples para os seus efeitos (alteração de temperatura) e para o nível de pressão (emissões de carbono), a biodiversidade tem uma natureza muito mais multidimensional, incluindo aspectos como as extinções das espécies, a alteração da estrutura dos ecossistema através de alterações da abundância relativa das diferentes espécies, as deslocações das distribuições das espécies (por exemplo para os polos à medida que o planeta aquece), a perda da diversidade genética e da agrobiodiversidade, entre outros.
Para além disso as pressões sobre a biodiversidade são múltiplas, incluindo as alterações do uso do solo e fragmentação dos habitats, a sobre-pesca e sobre-caça, a poluição, as espécies invasoras e as alterações climáticas. Perceber como é que podemos reduzir estas pressões, incluindo como lidar com os promotores a montante que são o crescimento populacional e o aumento da utilização de recursos per capita, por forma a minimizar a perda de biodiversidade, é uma tarefa essencial para esta plataforma. Outros desafios importantes incluem o desenvolvimento de melhores sistemas de monitorização global das alterações da biodiversidade e o aumento da capacidade de previsão de alterações críticas nos ecossistemas.
http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=12180
2012-05-23
fonte : ambienteonline.pt
Henrique Miguel Pereira, investigador do Centro de Biologia Ambiental da Universidade de Lisboa, representou Portugal nas negociações para a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas (IPBES). Foram quatro anos de negociações, que resultaram num acordo conseguido em Abril. A cidade de Bona irá ser a sede do secretariado do IPBES e a reunião de plenário deverá acontecer antes do final do ano. O objectivo é aprovar um programa de trabalhos para os próximos cinco anos.
Representou Portugal nas negociações para a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas (IPBES). Quais são os objectivos desta nova plataforma?
O objectivo principal desta plataforma é o estabelecimento de um maior diálogo entre a comunidade científica e os decisores, por forma a que as políticas dos diferentes países sejam informadas pelo conhecimento mais recente sobre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas. Neste sentido, a plataforma irá desenvolver avaliações regulares do estado da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas, com a participação de cientistas de todo o mundo, e a diversas escalas, desde a escala regional à escala global. Um outro objectivo passa por apoiar o desenvolvimento da capacidade científica, e sua incorporação nos processos decisão, nos países em vias de desenvolvimento: muitas das zonas onde actualmente a biodiversidade está a desaparecer mais rapidamente fica localizada nessas regiões, que ao mesmo tempo contêm a maior parte da biodiversidade do nosso planeta.
Quando é previsível que o IPBES se instale e comece a trabalhar?
As negociações para o estabelecimento do IPBES foram difíceis e longas, com alguns países preocupados com possíveis interferências dos resultados das avaliações do IPBES nas políticas nacionais. O processo negocial iniciou-se em 2008 e só foi concluído no passado mês de Abril, quatro anos depois, quando o IPBES formalmente estabelecido numa reunião com mais de 90 países no Panamá. Nessa reunião foi também eleita a cidade de Bona como anfitriã do secretariado do IPBES. Estão agora reunidas as condições para o IPBES começar a trabalhar o mais cedo possível. Deverá haver uma reunião de plenário ainda antes do final do ano, em que serão eleitos os cientistas e outros especialistas que farão parte do Painel Multidisciplinar de Peritos que irá coordenar as avaliações a serem realizadas, e em que deverá ser aprovado um programa de trabalhos para os próximos cinco anos.
Quais são os grandes desafios que identifica relativamente à biodiversidade e de que forma pode a plataforma ajudar?
A complexidade das alterações que a biodiversidade no planeta está a enfrentar é o maior desafio aos trabalhos da plataforma. Em contraste com as alterações climáticas, em que temos métricas simples para os seus efeitos (alteração de temperatura) e para o nível de pressão (emissões de carbono), a biodiversidade tem uma natureza muito mais multidimensional, incluindo aspectos como as extinções das espécies, a alteração da estrutura dos ecossistema através de alterações da abundância relativa das diferentes espécies, as deslocações das distribuições das espécies (por exemplo para os polos à medida que o planeta aquece), a perda da diversidade genética e da agrobiodiversidade, entre outros.
Para além disso as pressões sobre a biodiversidade são múltiplas, incluindo as alterações do uso do solo e fragmentação dos habitats, a sobre-pesca e sobre-caça, a poluição, as espécies invasoras e as alterações climáticas. Perceber como é que podemos reduzir estas pressões, incluindo como lidar com os promotores a montante que são o crescimento populacional e o aumento da utilização de recursos per capita, por forma a minimizar a perda de biodiversidade, é uma tarefa essencial para esta plataforma. Outros desafios importantes incluem o desenvolvimento de melhores sistemas de monitorização global das alterações da biodiversidade e o aumento da capacidade de previsão de alterações críticas nos ecossistemas.
http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=12180
jheitor- Número de Mensagens : 11723
Idade : 61
Local : cacem
Data de inscrição : 25/12/2010
Tópicos semelhantes
» As Riparia estão a chegar muito cedo este ano!
» Para começar... Limosa lapponica
» Açores: Governo cria condições para observação de jamantas e tubarões-baleia em Santa Maria
» Plano para erradicar espécie de rã invasora em Oeiras vai começar dentro de dias
» Será que a primavera chegou mais cedo...
» Para começar... Limosa lapponica
» Açores: Governo cria condições para observação de jamantas e tubarões-baleia em Santa Maria
» Plano para erradicar espécie de rã invasora em Oeiras vai começar dentro de dias
» Será que a primavera chegou mais cedo...
Fórum Aves :: Outros Temas :: Ambiente
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos