Ranchada

(nota: nao sendo em Portugal, ainda assim acho que tem a sua piada, mais a mais para quem, como eu, nunca tenha visto este comportamento anteriormente)

Andava eu numa madrugada junto ao Lago Cayuga (estado de Nova Iorque) a ver o Sol raiar pelo nevoeiro (e na esperanca de ver uma mobelha ou coisa que o valha), quando vejo no meio do espelho de agua um enorme "V" que avancava na minha direccao.


Deitando o binoculo a massa que avancava, dei comigo preplexo perante a ranchada de gansos-do-canada que se acercava da margem. Contei uns sessenta putos de diversas idades, escoltados sob o olhar atento dos progenitores.

E foi de modo determinado que esta massa de aves acostou, galgou a margem e sem mais demoras desatou a pastar, qual enorme aspirador aviano, sempre sob o olhar atento dos progenitores.

Muito interessante, Pedro!

Só por curiosidade, quantos adultos havia no meio da ranchada?

1 abraço,
Gonçalo

Já observei várias vezes esse comportamento de grupo, em Anas platyrhynchos - Pato-real, no Paul da Madriz, quando as fêmeas deslocam-se com as suas ninhadas, das áreas de pinhal onde nidificaram para a área do paul e encontram-se no caminho com outras ninhadas.
Encontro esses grupos que chegam a atingir 60 indivíduos, muitas vezes nas valetas das estradas em direcção ao paul.

Abraço

Paulo

Olá Pedro:

ao contrário do que pensas, tanto as fêmeas como as crias reconhecem-se bastante bem. Penso que tal deve estar ligado com frequências altas nas vocalizações , que provavelmente não conseguimos ouvir. Acho que inclusive, elas podem reconhecer visualmente os progenitores. Digo acho, baseado nas famosas experiências do Konrad Lorenz - só assim se explica que as crias de ganso sigam sempre a mesma pessoa e não outro «marmelo» qualquer com quem se cruzavam.

Acho que este comportamento deverá estar mais relacionado com coincidência de «caminhos», tipo a marabunta de Lisboa a ir ao fim-de-semana para a Costa e a entravancar as artérias para a ponte.

Abraço, e boas observações aí pela América do Bush e do Obama

Alo!

Pois, e bem capaz de ser sonoro e visual o imprint, mas assim visto a papo seco e sem grandes reflexoes, foi o que pareceu.

Goncalo, nao contei os adultos, mas diria cerca de seis ou sete casais (pelo menos).

Entretanto voltei a ver este comportamento com Eiders, femeas arrebanhando grandes magotes de putos. Mas aqui a razao destes ajuntamentos era mais clara - Larus marinus. Reza a observacao que foi visto um ataque de uns quantos gaivotoes que comecaram por comer os putos um por um, acabando por se atirar a femea e retalha-la em fanicos em menos de um ai. E olha que Eider e bicho matulao... Reza ainda a observacao alheia de um ataque de Larus marinus a Plegadis em pleno ar! - e aparentemente nao foi ocasiao unica. Larus marinus e bicho de respeito...

Abracos!
Pedro