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Emissões de gases em Portugal podem ser iguais às de 1990 em menos de 40 anos

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Mensagem por jheitor Ter Set 25, 2012 3:25 am

Emissões de gases em Portugal podem ser iguais às de 1990 em menos de 40 anos

25-092012

fonte:.ionline.pt

Portugal pode chegar a 2050 com níveis de emissão de gases com efeito de estufa idênticos aos de 1990, na produção da energia. O Roteiro Nacional de Baixo Carbono (RNBC) português, actualmente em consulta pública, aponta para uma redução de 70% das emissões de gases com efeito de estufa até 2050. Mas para a Quercus, “com algum trabalho de raiz, esse valor pode mesmo chegar aos 100%”, alcançando os níveis de 1990.

O RNBC é, no fundo, “uma simulação de como a economia portuguesa irá evoluir, criando balizas” que cruzam os dados de uma perspectiva negativa – de maior crise – e de uma outra, mais positiva, correspondente a um maior desenvolvimento. Em ambas, explica Francisco Ferreira, da Quercus, “verifica-se que será sempre viável uma redução de 70% das emissões. Como o país era menos desen-volvido, em Quioto foi-nos dada uma tolerância de emissões até 2020 de 3% acima dos 27% estabelecidos para os países desenvolvidos”. Mas, “por causa da crise e de outros factores que levaram a uma redução das emissões, nós não vamos precisar dessa margem”.

Quanto ao “trabalho de raiz” de que fala o antigo presidente da Quercus, ele assenta em “não desinvestirmos nas energias renováveis, como a eólica off-shore (com captação de vento no mar, e não em terra) e as fotovoltaicas, e olharmos para a interligação a Espanha e França” – uma estratégia que deve ser posta em prática “de imediato”, para evitar que o país perca os ganhos acumulados ao longo dos últimos anos neste sector.

Em consulta pública até 15 de Setembro, o RNBC viu o prazo ser dilatado em mais um mês, até 15 de Outubro, porque à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estavam a chegar “bastantes sugestões, muito ricas, que têm ajudado a esclarecer muitos aspectos do roteiro”, refere o presidente deste organismo. “A produção tem sido muito participada, e é um dos poucos exercícios em Portugal que, mesmo durante a sua preparação, contou com a participação de várias entidades, quer do sector público, quer do privado”, sublinha Nuno Lacasta, que se refere ao roteiro como um “documento vivo” que deverá estar em permanente actualização.

“Como exercício técnico” que se dedica a traçar uma perspectiva da evolução económica do país, “o roteiro permite antever um potencial técnico e económico da descarbonização em Portugal”. Técnico, “porque a tecnologia actualmente existente já permite traçar esse cenário”, e económico, porque “estes cenários [traçados no RNBC] são custo-eficientes, isto é, podem ser adoptados com custos negligenciáveis para a economia nacional”, explica o presidente da APA.

Nuno Lacasta refere que “Portugal é um país que importa muita da energia que consome”. Por isso, “no longo prazo, continuar com essa prática representa um continuar da exportação de divisas”, diz, numa referência à necessidade de haver uma aposta interna mais assertiva na produção de energia.

O pico de crescimento das emissões nacionais de gases de efeito de estufa coincidiu com a década de 1990, após a entrada do país na União Europeia e devido ao período de desenvolvimento e consumo que se seguiu. Mas, segundo o RNBC, a partir de 2000, e em particular desde 2005, Portugal registou um decréscimo acentuado das emissões, que levaram a que, nos últimos dois anos, esse nível estivesse 19% abaixo do registado em 2005. Para essa redução contribuíram “o aumento da incorporação de gás natural e o aumento da penetração das energias de fonte renovável”, refere o documento.

No topo da lista dos principais responsáveis pelas emissões de gases mantém--se o sector da energia, dentro do qual surgem, com grande peso, os transportes – um sector que, só por si, contribui com 70,8% das emissões totais do país. Com uma quota consideravelmente menor de emissões estão os sectores dos resíduos, agrícola e de processos industriais (10,1%, 10,7% e 8,1%, respectivamente).

Numa análise à variação das emissões entre 1990 e 2010, os transportes registaram um dos maiores crescimentos, com mais 83,7% de gases lançados para a atmosfera. Em sentido contrário, no tópico “uso de solventes” verificou-se uma diminuição de 31,3% das emissões.

Tanto para os cenários “alto” como “baixo” traçados pela APA, em todos os sectores em análise – da energia e processos industriais à produção de electricidade e calor, passando pelos transportes –, a perspectiva é a de que haja, em toda a linha, “reduções muito significativas” das emissões.

http://www.ionline.pt/portugal/emissoes-gases-portugal-podem-ser-iguais-1990-menos-40-anos
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