Observar aves em Texel - Holanda

Caros,

Durante a semana passada eu e a minha mulher tivemos a oportunidade de fazer uma saída de campo de 2 dias à ilha de Texel no Norte da Holanda. O tempo esteve bastante instável, com algum vento e chuva pelo meio, mas ainda assim foi possível observar 81 espécies.

Apanhando o barco em Den Helder, são cerca de 30minutos até ao Porto de ´t Horntje, a viagem foi acompanhada por C. ridibundus, C. monedula e Larus argentatus...oferecendo estas últimas excelentes oportunidades para apreciar a variabilidade de plumagens e idades.

Chegando à ilha existem várias opções de deslocação, autocarro, aluguer de carro, mota ou bicicleta, estando já com um orçamento apertado, já que viajar dentro da Holanda em transportes não é necessariamente barato, optámos pela bicicleta. Do porto a Oudeschild, onde iriamos montar "quartel-general", são cerca de 7km os quais aproveitámos para inspeccionar alguns prados:

Vanellus vanellus, Pluvialis apricaria e P. pugnax alimentavam-se um pouco por todo o lado em zonas de restolho, quase sempre acompanhados por Larus canus e C.palumbus. Habituado a tonalidades mais escuras, o coração quase parou quando os binóculos detectaram um Buteo muito branco que rasava um dos campo para pousar numa vedação...uma observação mais detalhada eliminou B. lagopus e revelou B. buteo fase clara.

Durante a tarde, entre alguma chuva e muito vento, pedalámos por uma estrada que circunda a ilha pelo lado Sudeste, num trilho quase em linha recta mesmo na margem do Waddenzee, montámos o telescópio num local abrigado da tempestade que se abatia sobre a ilha e perscrutámos o mar: várias centenas de Somateria molissima, alguns Mellanita fusca, Podiceps cristatus, podiceps nigricollis e 2 podiceps auritus. Ao longe passavam regularmente Larus minutus...reveladas pela intermitência de cinza e preto no bater das asas. Já no limiar do humanamente suportável...pedalámos ensopados até ao Hotel...onde ia observando o ar "resignado" de vários Larus marinus pousados ao longo do caminho.

No dia seguinte, já com algum sol fomos explorar uma área de lagos e caniçais logo a Norte de Oudeschild, pelo caminho e entre as ovelhas, alguns O. oenanthe e M. flava...e um jovem gavião macho fez levantar um bando de A.pratensis.

A circundar a área pantanosa algumas dezenas de A.anser, 1 B. bernicla e cerca de duas dezenas de B. leucopsis pastavam, acompanhados por alguns A. aegyptiacus..estes últimos bastante abundantes na ilha. A zona alagada albergava ainda A. fuligula, A. ferina, A. clyeata, A.penelope.... e alguns P. leucorodia. T. totanus, T.nebularia, G. gallinago e P. pugnax alimentavam-se incessantemente nas lamas.


Durante a tarde e mesmo antes de regressar ao barco, resolvemos ir ao Sul da ilha ao Parque Nacional das Dunas de Texel, especialmente para passeriformes...infelizmente não foi com grande sucesso a actividade de passeriformes na ilha era muito pouca apesar da enorme quantidade de bagas disponíveis.

Em suma Texel é um local que certamente gostaria de voltar a visitar tendo em mente que dois dias são pouco, face ao tamanho da ilha, à diversidade de locais a visitar, aves para ver e a imprevisibilidade atmosférica.




Boas observações

Helder Cardoso

Obrigado pelo report.

Nunca lá fui mas gostava de ir. Sabes qual é a melhor época para visitar o local?

1 abraço,
Gonçalo

P.S. - Den Helder, pelo nome deve ser um sítio fixe

Olá Gonçalo,


Ainda estive tentado a tirar uma foto na placa do local, com o meu corpo a tapar "Helder"

A melhor altura, digamos que é variável com o interesse especifico de cada um...mas arriscaria que Setembro/Outubro será o melhor quer pelo migradores, quer pelos invernantes que já se começam a instalar...agora foi como referi..2 dias é mesmo pouco a instabilidade atmosférica é muita e há muita coisa para ver.

Infelizmente não tive oportunidade de ir ao Norte da ilha na zona do farol, que é um dos melhor locais na migração...mas de bicicleta iria "queimar" muito tempo para lá ir e preferi investir em zonas mais próximas e com mais tempo para observação.

Abraço,

Helder

cardosohelder escreveu:Olá Gonçalo,


Ainda estive tentado a tirar uma foto na placa do local, com o meu corpo a tapar "Helder"

A melhor altura, digamos que é variável com o interesse especifico de cada um...mas arriscaria que Setembro/Outubro será o melhor quer pelo migradores, quer pelos invernantes que já se começam a instalar...agora foi como referi..2 dias é mesmo pouco a instabilidade atmosférica é muita e há muita coisa para ver.

Eu já estive em Den helder, mas ao contrario de ti não tive tempo para ir a Texel, também porque o meu interesse eram os cisnes, gansos e patos e esses viam-se MUITO bem no continente, mas quem sabe no futuro.

Também fizemos algumas incursões no continente numa área de bosque de caducifólias e resinosas, em busca do Dryocopus martius...mas infelizmente não conseguimos observar. Mas tivemos boas observações de Parus palustris e Regulus regulus

cardosohelder escreveu:Também fizemos algumas incursões no continente numa área de bosque de caducifólias e resinosas, em busca do Dryocopus martius...mas infelizmente não conseguimos observar. Mas tivemos boas observações de Parus palustris e Regulus regulus

Dryocopus creio ser mais fácil na Primavera, quando estão a cantar. Quando vivi na Alemanha era frequente ouvi-los na floresta a partir de Março (bem como o Picus canus).