ID Felosa
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RuiCaratao
cardosohelder
marcolf
7 participantes
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Re: ID Felosa
Creio que o mais justo é dizer, atendendo ao apelo do Marco e reformulando o meu primeiro post:..na minha opinião acho que é uma collybita, mas posso estar errado.
Abraço,
Helder
Abraço,
Helder
Re: ID Felosa
Helder, continua a ser justo dizer que ambas as espécies são dificil identificação no campo e de passivel confusão, e mais justo seria o Marco dizer se a foto foi editada para alem do dimensionamento da mesma.
abraço,
Rui
abraço,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ID Felosa
RuiCaratao escreveu:Aqui Gonçalo http://www.avibirds.com/pdf/i/iberische%20tjiftjaf1.pdf
The results of the analyses also show clear-cut
biometric differences between the southern and the
northern populations of the Iberian Chiffchaff (cf.
Table 5), which moreover breed allopatrically in two
separated areas.
Relative to the SI Iberian Chiffchaff, the NI Iberian
Chiffchaff has significantly longer wings, longer 10th
primaries and, relative to body size, shorter tarsi (both
sexes) and shorter and wider bills (males only).
Foi o que eu suspeitei
Já agora sugiro uma leitura nesta short note, onde encontras a minha opinião sobre o artigo que referiste (como não tenho link para versão online, ficam dois print screen do dito - posso enviar-te o PDF, se quiseres).
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ID Felosa
Muito obrigado Gonçalo, estava a dar cabo da cabeça, a tentar perceber uma referência a Elias (2004).
Vou ler com mais atenção, e comento mais logo!!!
Vou ler com mais atenção, e comento mais logo!!!
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ID Felosa
Uma nova perspectiva da mesma ave, com as cores mais naturais
marcolf- Número de Mensagens : 11
Data de inscrição : 07/11/2011
Re: ID Felosa
Infra-coberturas caudais e baixo ventre amarelos com peito estriado de amarelo e muito amarelo no supercilio sobre os loros eu apontaria para ibericus. Mas já vejo mais cinzentos na parte na superior. Para ser sincero apenas as infra-coberturas caudais me mantêm agarrado a ibericus nesta foto.
A outra foto terá então sido editada, é isso ?
Tens ideia se alguem deu continuidade ao que sugeres no fim do texto....?
A outra foto terá então sido editada, é isso ?
Muito bom o texto Gonçalo....no Atlas o mapa de ibericus sugere realmente uma falha na distribuição da espécie no centro de Portugal, sugeres que essa falha seja apenas falta de propecção junto das linhas de água, ou há realmente uma distribuição descontinua do Norte para o centro/sul do país. O Atlas espanhol parece sugerir o mesmo no interior, mas aí o clima tambem não é o mais favorável pois de Atlântico não tem nada.Gonçalo Elias escreveu:Já agora sugiro uma leitura nesta short note, onde encontras a minha opinião sobre o artigo que referiste (como não tenho link para versão online, ficam dois print screen do dito - posso enviar-te o PDF, se quiseres).
Tens ideia se alguem deu continuidade ao que sugeres no fim do texto....?
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ID Felosa
RuiCaratao escreveu:
Muito bom o texto Gonçalo....
Obrigado Rui.
RuiCaratao escreveu:no Atlas o mapa de ibericus sugere realmente uma falha na distribuição da espécie no centro de Portugal, sugeres que essa falha seja apenas falta de propecção junto das linhas de água, ou há realmente uma distribuição descontinua do Norte para o centro/sul do país.
Não sei se percebi bem a tua ideia... onde é que tu vês a descontinuidade?
RuiCaratao escreveu:O Atlas espanhol parece sugerir o mesmo no interior, mas aí o clima tambem não é o mais favorável pois de Atlântico não tem nada.
Tens ideia se alguem deu continuidade ao que sugeres no fim do texto....?
O atlas espanhol é confuso porque eles misturam ibericus e collybita num único mapa... mas lendo o texto pode ficar essa ideia da descontinuidade... mas eu acho que o erro do autor do artigo foi não olhar para a distribuição em Portugal, na realidade a distribuição na península inteira pode ter a forma de um C...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ID Felosa
Vejo no Atlas registos na distribuição no Centro/Norte com prováveis códigos reprodutores baixos e registos menos continuos e isolados, mas não tive acesso a datas desses mesmos registos... poderei estar só a supor que sejam aves ainda no regresso, ou collybitas tambem a subir, ou aves que tenham permanecido. Tirando as galerias ripicolas do interior, o coberto arboreo de Pinhal não é o mais favorável...
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ID Felosa
A questão não é tão linear como poderá parecer à primeira vista.
Os códigos reprodutores baixos podem ser meramente o reflexo de um menor esforço de confirmação. Posso dizer-te que quando fiz trabalho de atlas investi muito pouco em confirmações e por isso as quadrículas por mim visitadas têm poucas confirmações (preocupei-me mais com a detecção do maior número possível de espécies). As confirmações na minha óptica têm pouquíssimo interesse, excepto para espécies mais raras, nas quais interesse ter uma noção exacta da população reprodutora. Agora para espécies que são comuns a nível nacional e que nidificam um pouco por todo o lado, não vejo grande interesse em colocar bolinhas de confirmação no maior número possível de quadrículas.
As falhas na distribuição que vês no mapa são relativas e na verdade são todas a nível local; não vês nenhuma mancha grande em que possas dizer "ah, claramente aqui não há"; nota que não há uma única linha nem uma única coluna (10 km de largura) que não tenha pelo menos 3 ou 4 quadrículas diferentes com a presença da espécie. Podem reflectir uma baixa densidade da espécie nessas regiões e não uma ausência real. Sendo esta uma espécie de difícil detecção (quem não conhecer as vocalizações pura e simplesmente não a detectará) e que ocorre em locais por vezes de difícil acesso poderá escapar a uma detecção baseada essencialmente em visitas sistemáticas. Aliás, se comparares o mapa de presenças com o mapa de abundâncias, verificas que a espécie na região centro praticamente só foi detectada em visitas sistemáticas. Isto significa que não houve prospecção direccionada (registos suplementares) destinada a detectar esta espécie em regiões de baixa densidade (o que é grave, pois deveria ter sido feito sempre). A realização de visitas suplementares fazia parte das recomendações de visita (metodologia) mas foi amplamente ignorada por muitos colaboradores e as consequências da sua não realização manifestam-se com maior acuidade nas espécies que ocorrem em densidades baixas e para as quais esse esforço é mais importante. No distrito de Portalegre, que esteve a meu cargo, e onde a densidade da espécie é baixíssima (como podes comprovar pelo mapa de abundância), a espécie foi detectada em inúmeras quadrículas apenas sob a forma de registos suplementares, graças a prospecção dirigida que andei a fazer para essa e outras espécies, visitando manchas de habitat especialmente apropriadas para essas aves. Isto permitiu completar bastante o mapa de distribuição nesta região, aumentado o número de quadrículas com presença da espécie em cerca de 80%.
Acresce ainda que muitos colaboradores não tinham a preocupação de amostrar os habitats todos das quadrículas. Sendo o P. ibericus uma ave com grandes especificidades de habitat, temo que tenha ficado subrepresentada nalgumas áreas do país (o mesmo tendo sucedido com diversas outras espécies).
Isto tudo para dizer que as aparentes ausências no mapa de distribuição têm de ser interpretadas com cautela. De qualquer forma, como referi acima, as falhas de distribuição não são amplas e correspondem, na minha opinião, a uma presença em baixas densidades e não a uma ausência real. Acresce que mesmo na Beira Litoral a espécie é localmente comum (por exemplo na zona da ria de Aveiro). Claro que haverá zonas onde pode estar pontualmente ausente devido a ausência de habitat favorável, mas isto acontece com muitas outras espécies e não configura uma situação de descontinuidade. A opinião que exprimi na nota que aqui deixei, sobre a existência de uma distribuição contínua no país, não se alterou após a publicação do atlas, pelo contrário saiu reforçada.
Por fim quanto à tua última questão:
Não tenho conhecimento de nada em concreto. Quando a nota saiu fui contactado pelo Salomon que me pediu uma cópia do texto, depois disso não soube mais nada. Houve uma entidade (creio que a AERC) que decidiu não considerar a separação proposta por falta de informação consistente, mas depois disso não soube mais nada.
1 abraço,
Gonçalo
Os códigos reprodutores baixos podem ser meramente o reflexo de um menor esforço de confirmação. Posso dizer-te que quando fiz trabalho de atlas investi muito pouco em confirmações e por isso as quadrículas por mim visitadas têm poucas confirmações (preocupei-me mais com a detecção do maior número possível de espécies). As confirmações na minha óptica têm pouquíssimo interesse, excepto para espécies mais raras, nas quais interesse ter uma noção exacta da população reprodutora. Agora para espécies que são comuns a nível nacional e que nidificam um pouco por todo o lado, não vejo grande interesse em colocar bolinhas de confirmação no maior número possível de quadrículas.
As falhas na distribuição que vês no mapa são relativas e na verdade são todas a nível local; não vês nenhuma mancha grande em que possas dizer "ah, claramente aqui não há"; nota que não há uma única linha nem uma única coluna (10 km de largura) que não tenha pelo menos 3 ou 4 quadrículas diferentes com a presença da espécie. Podem reflectir uma baixa densidade da espécie nessas regiões e não uma ausência real. Sendo esta uma espécie de difícil detecção (quem não conhecer as vocalizações pura e simplesmente não a detectará) e que ocorre em locais por vezes de difícil acesso poderá escapar a uma detecção baseada essencialmente em visitas sistemáticas. Aliás, se comparares o mapa de presenças com o mapa de abundâncias, verificas que a espécie na região centro praticamente só foi detectada em visitas sistemáticas. Isto significa que não houve prospecção direccionada (registos suplementares) destinada a detectar esta espécie em regiões de baixa densidade (o que é grave, pois deveria ter sido feito sempre). A realização de visitas suplementares fazia parte das recomendações de visita (metodologia) mas foi amplamente ignorada por muitos colaboradores e as consequências da sua não realização manifestam-se com maior acuidade nas espécies que ocorrem em densidades baixas e para as quais esse esforço é mais importante. No distrito de Portalegre, que esteve a meu cargo, e onde a densidade da espécie é baixíssima (como podes comprovar pelo mapa de abundância), a espécie foi detectada em inúmeras quadrículas apenas sob a forma de registos suplementares, graças a prospecção dirigida que andei a fazer para essa e outras espécies, visitando manchas de habitat especialmente apropriadas para essas aves. Isto permitiu completar bastante o mapa de distribuição nesta região, aumentado o número de quadrículas com presença da espécie em cerca de 80%.
Acresce ainda que muitos colaboradores não tinham a preocupação de amostrar os habitats todos das quadrículas. Sendo o P. ibericus uma ave com grandes especificidades de habitat, temo que tenha ficado subrepresentada nalgumas áreas do país (o mesmo tendo sucedido com diversas outras espécies).
Isto tudo para dizer que as aparentes ausências no mapa de distribuição têm de ser interpretadas com cautela. De qualquer forma, como referi acima, as falhas de distribuição não são amplas e correspondem, na minha opinião, a uma presença em baixas densidades e não a uma ausência real. Acresce que mesmo na Beira Litoral a espécie é localmente comum (por exemplo na zona da ria de Aveiro). Claro que haverá zonas onde pode estar pontualmente ausente devido a ausência de habitat favorável, mas isto acontece com muitas outras espécies e não configura uma situação de descontinuidade. A opinião que exprimi na nota que aqui deixei, sobre a existência de uma distribuição contínua no país, não se alterou após a publicação do atlas, pelo contrário saiu reforçada.
Por fim quanto à tua última questão:
Tens ideia se alguem deu continuidade ao que sugeres no fim do texto....?
Não tenho conhecimento de nada em concreto. Quando a nota saiu fui contactado pelo Salomon que me pediu uma cópia do texto, depois disso não soube mais nada. Houve uma entidade (creio que a AERC) que decidiu não considerar a separação proposta por falta de informação consistente, mas depois disso não soube mais nada.
1 abraço,
Gonçalo
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: ID Felosa
Sim Gonçalo, concordo com tudo o que disses-te e por isso referi a falta de habitat favorável e a falta de prospecção em habitat de galeria ripicola, possivelmente até uma ou outra zona de Q. pyrenaica ainda intacta. No entanto e apesar do mapa de abundância refletir as visitas sistemáticas, é perceptivel que zona Centro/Norte tem uma menor densidade de bichos, caso fosse apenas um problema de detecção/observador iria-se reflectir tambem nas areas de maior densidade.
Na região Centro e dado a continuidade do pinhal e do "aborrecimento" de habitat até tinha ideia que houve uma maior preocupação dos colaboradores em amostrar habitats mais favoráveis, mas posso estar completamente errado...
A sua baixa densidade do Litoral (Beira), excepto a região de Aveiro, poderá reflectir a perda de habitat em clima favorável, à semelhança da mesma latitude mas para o interior do país. Caso contrário tambem sou a favor da teoria do "C".
A minha duvida sobre a presença da especie no interior Centro/Norte, é mais na base histórica, porque mesmo antes da invasão do Pinhal as Serras do interior não eram propriamente florestadas, conhecidas por serem cobertas de matos de ericácias já desde os Romanos, e a pouca lenha era recolhida para uso humano, assim como os fogos já eram prática habitual para favorecer o pastoreio, e desta forma a sua distribuição poderá ter sido sempre pouco abundante e localizada.
um abraço,
Rui
Na região Centro e dado a continuidade do pinhal e do "aborrecimento" de habitat até tinha ideia que houve uma maior preocupação dos colaboradores em amostrar habitats mais favoráveis, mas posso estar completamente errado...
A sua baixa densidade do Litoral (Beira), excepto a região de Aveiro, poderá reflectir a perda de habitat em clima favorável, à semelhança da mesma latitude mas para o interior do país. Caso contrário tambem sou a favor da teoria do "C".
A minha duvida sobre a presença da especie no interior Centro/Norte, é mais na base histórica, porque mesmo antes da invasão do Pinhal as Serras do interior não eram propriamente florestadas, conhecidas por serem cobertas de matos de ericácias já desde os Romanos, e a pouca lenha era recolhida para uso humano, assim como os fogos já eram prática habitual para favorecer o pastoreio, e desta forma a sua distribuição poderá ter sido sempre pouco abundante e localizada.
um abraço,
Rui
RuiCaratao- Número de Mensagens : 1283
Data de inscrição : 11/02/2008
Re: ID Felosa
Sim, poderás ter razão, mas nota que nas serras do norte do país (PNPG, por exemplo), a espécie ocorre em carvalhal e não tanto junto a linhas de água como acontece mais a sul. Ou seja, há claramente preferências regionais a nível de habitat. Na região centro / interior não conheço bem as preferências, mas sei que na serra da Estrela é regular e aí também ocorre em habitats variados que não estão sempre junto a linhas de água.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
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