O meu pequeno contributo para acabar com uma raridade

Olá,

Aqui fica o registo de uma Larus argentatus que observei ontem (17/01/2013) na praia de Vila Châ (Vila do Conde).

Pedro Cardia

Para acabar com ela tens que mandar mas é para o CPR.

O número de L. argentatus registadas nestes últimos meses foi de facto impressionante.

Convém lembrar que até há 10 anos atrás a espécie não era considerada raridade...

Gonçalo Elias escreveu:Convém lembrar que até há 10 anos atrás a espécie não era considerada raridade...

Não era porque nos tempos do comite iberico de raridades (CIR) o estatuto era considerado a nivel iberico e a nivel iberico não é uma raridade, a questão é saber se o é a nivel de Portugal continental. portanto a questão do status só surge depois da constituição do CPR, diga-se que o mesmou se passou com varias especies.

pedro121 escreveu:Não era porque nos tempos do comite iberico de raridades (CIR) o estatuto era considerado a nivel iberico e a nivel iberico não é uma raridade, a questão é saber se o é a nivel de Portugal continental. portanto a questão do status só surge depois da constituição do CPR, diga-se que o mesmou se passou com varias especies.

Certo, mas no caso das outras espécies isso foi feito em 1995 e a L. argentatus só adquiriu o estatuto de raridade sete anos mais tarde.

Gonçalo Elias escreveu:
Certo, mas no caso das outras espécies isso foi feito em 1995 e a L. argentatus só adquiriu o estatuto de raridade sete anos mais tarde.

Sim, mas isso não foi porque a separação de argentatus e micha/cachi não estava ainda em vigor em 1995 (a AERC ainda não considerava o split pois não?) portanto só depois do split ser aceite pelas autoridades taxonomicas relevantes é que a questão se levantou?

Seja como for na minha opinião esta é uma espécie que deverá ser regular no país anualmente, em especial na zona norte e centro. Não acredito que seja mais rara que a L. delawarensis, que deixou de ser submetida ao CPR há alguns anos. Basta ver a quantidade de registos que surgiram quando se começou a "olhar mais" para elas. Mas claro que convém documentar bem todos os registos para que possa ser "chutada" da lista "a submeter" em breve. Por isso toca a submeter os registos ao CPR.

Carlos Pacheco escreveu:Seja como for na minha opinião esta é uma espécie que deverá ser regular no país anualmente, em especial na zona norte e centro. Não acredito que seja mais rara que a L. delawarensis, que deixou de ser submetida ao CPR há alguns anos. Basta ver a quantidade de registos que surgiram quando se começou a "olhar mais" para elas. Mas claro que convém documentar bem todos os registos para que possa ser "chutada" da lista "a submeter" em breve. Por isso toca a submeter os registos ao CPR.

Sim, não tenho bem a certeza se é ou não mais comum que delawarensis, deve ser ela por ela, para mais porque os 1º invernos de argentatus passam despercebidos muitas vezes e os de delawarensis não, mas este inverno já vamos em quantas Argentatus? Só em Peniche foram 4-5 indivíduos diferentes, e as Argentatus não são propriamente abundantes por aqui, em zonas mais a norte aparecem mais.

As argentatus vão ser concerteza uma das próximas espécies a sair da lista, juntamente com as mobelhas, pelo menos a grande e provavelmente a pequena também, só é preciso é que o pessoal submeta.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:
Certo, mas no caso das outras espécies isso foi feito em 1995 e a L. argentatus só adquiriu o estatuto de raridade sete anos mais tarde.

Sim, mas isso não foi porque a separação de argentatus e micha/cachi não estava ainda em vigor em 1995 (a AERC ainda não considerava o split pois não?) portanto só depois do split ser aceite pelas autoridades taxonomicas relevantes é que a questão se levantou?

Mais ou menos... nota que várias subespécies já eram sujeitas a homologação muito antes de serem splitadas - estou a lembrar-me do Saxicola maurus e da Larus smithsonianus.

Pois, de facto os critérios utilizados pelo CPR são algo opacos e é pena que não tenham mais abertura para torná-los mais conhecidos à população observadora de aves. Eventualmente poderiam receber algum feedback positivo.

Também nas sub-espécies para mim sabe a pouco o que deve ser submetido. Basicamente pedem que se submetam algumas subespécies de M. flava, o Saxicola torquata maurus e o Phylloscopus collybita tristis, bem como outras sub-espécies não anteriormente detectadas em Portugal. Isto deixa de fora muitas outras potencialmente interessantes e algo difíceis de validar (logo aumentando o interesse de serem avaliadas pelo CPR), como por exemplo, as Larus michaelis atlantis ou os Larus fuscus fuscus.

Carlos Pacheco escreveu:
Também nas sub-espécies para mim sabe a pouco o que deve ser submetido. Basicamente pedem que se submetam algumas subespécies de M. flava, o Saxicola torquata maurus e o Phylloscopus collybita tristis, bem como outras sub-espécies não anteriormente detectadas em Portugal. Isto deixa de fora muitas outras potencialmente interessantes e algo difíceis de validar (logo aumentando o interesse de serem avaliadas pelo CPR), como por exemplo, as Larus michaelis atlantis ou os Larus fuscus fuscus.

Certo, tanto fuscus fuscus como atlantis seria importante começar a recolher observações, e também de C. diomedea diomedea por exemplo.

Carlos Pacheco escreveu:bem como outras sub-espécies não anteriormente detectadas em Portugal.

Isso suscita desde já uma questão: onde encontrar uma lista das subespécies já detectadas em Portugal?

É que entre residentes, invernantes e migradores de passagem, a lista é grande...

Exacto. A alternativa seria publicar uma lista das subespécies a submeter. Sempre era mais exequível...

Carlos Pacheco escreveu:Exacto. A alternativa seria publicar uma lista das subespécies a submeter. Sempre era mais exequível...

Nem mais.

Peguemos, por exemplo, no caso do Luscinia svecica. A subespécie L. s. svecica já foi registada em Portugal ou não? Se calhar ninguém sabe...

E já agora o Buteo buteo vulpinus, quantos registos há realmente bem documentados que demonstrem inequivocamente que esta subespécie ocorre cá regularmente?

A questão das subespécies é complexa...

Pensei também na Motacilla flava thunbergi, creio que o status desta subespécie está também pouco definido para Portugal.

Lembro-me de anilhar M flavas todos os anos em dormitório em Setembro e houve um ano (creio que 2008) em que anilhei 12 thunbergi, nos anos seguintes, houve anos em que não capturei e noutros 1 ou 2 apenas.

No campo é também uma subespécies possível de confusão com a M.f. flava do extremo NE da distribuição, em especial quando a muda pós-nupcial está avançada, dando a esta subs..uma aparência mais escura, diminuído a intensidade do supercilio...