corvo-marinho-de-faces-brancas e seu impacto proposta de discussão

Permitam-me colocar uma questão, se calhar polémica. Quando me iniciei na observação de aves há mais de 30 anos ver um corvo marinho era uma raridade absoluta via-os às vezes em Caminha, ou nas idas ocasionais a Lisboa em que enfeitavam o casco voltado do Tollan (quem se lembra), muito raramente via-se um exemplar em voo sobre o mar bem longe da costa. De repente, nos últimos anos surgiram por aqui, especialmente no Rio Douro e aqui ao lado nas Caxinas e de um momento para o outro são às centenas. Ontem no Parque da Cidade da Póvoa fotografei um bando com 30 mas deveriam estar na água ou pousados por ali outros tantos.
Neste Parque só sofrem os pimpões ou peixes vermelhos que aqui alguém introduziu
Ao longo do Rio Ave do Cávado e do Lima ( há umas semanas estavam 3 no Rio Vez em Arcos de Valdevez), em albufeiras de barragens ou rios e até ribeiras estão por toda a parte.
É uma ave que eu aprecio, mas começa a preocupar-me de várias formas: Primeiro pelo impacto que poderá ter nas outras espécies de aves nomeadamente pela competição pelos recursos piscícolas. 2º Preocupa-me igualmente o impacto em populações piscicolas mas igualmente de anfíbios e répteis que são igualmente predadas 3º pelas consequências junto dos pescadores, amadores ou não, sei que em Espanha, mas Astúrias, têm sido feitos abates de aves com o argumento de prejudicarem o salmão e outros peixes de rio.
Deixo à consideração dos colegas de fórum estas reflexões e perdoem-me se as considerarem inapropriadas.

Caro Alcedo


Há uns 30/35 anos,via-os às centenas entre Paramos e Esmoriz a mergulhar a escassas dezenas de metros da praia.
Via também, caçadores a atirar a corvos que se perdiam no mar...
Eram tempos curiosos, em que no mês de Agosto, cruzavam-se banhistas e caçadores na mesma praia!!!
Essa história dos abates, é uma questão "perigosa". Já sabemos o que pensam os columbófilos, sabemos dos espantamentos de Grous, sabemos...

Cumprimentos

alcedo escreveu:em que enfeitavam o casco voltado do Tollan (quem se lembra)

Eheh, o Tollan foi um marco na história de Lisboa

Estou completamente contra qualquer ideia de abate, interrogo-me apenas das razões deste aumento e das consequências que dele poderão vir.
Aqui corvos marinhos não existiam mas na altura das migrações dos maçaricos galegos algumas praias ficavam juncadas de cartuchos de caçadeira

Era o porta aviões português ( ou melhor porta gaivotas)

alcedo escreveu:Estou completamente contra qualquer ideia de abate, interrogo-me apenas das razões deste aumento e das consequências que dele poderão vir.
Aqui corvos marinhos não existiam mas na altura das migrações dos maçaricos galegos algumas praias ficavam juncadas de cartuchos de caçadeira

Boas

Embora, aceite o que fizeram nas Berlengas, também estou contra os abates.
É um mau principio.
Sinceramente, já não me lembro bem, mas, além dos corvos ( aqueles bichos pretos de pescoço comprido), também se atirava aos Gansos-patola.

Aqui entre a comunidade piscatória, endemicamente sujeita a períodos de miséria e fome, comia-se de tudo, a miudagem encarregava-se de perseguir todo o tipo de aves terrestres ou limicolas e os pais, quando o mar não rendia peixe apanhava o que aparecia, gaivotas, gansos patolas, pardelas que eram mortas no mar ou trazidas vivas e vendidas na lota lado a lado com o peixe, marisco, ou bifes de toninha e golfinho.
Tempos difíceis e em que se acreditava que os recursos do mar eram infindáveis

alcedo escreveu:Aqui entre a comunidade piscatória, endemicamente sujeita a períodos de miséria e fome, comia-se de tudo, a miudagem encarregava-se de perseguir todo o tipo de aves terrestres ou limicolas e os pais, quando o mar não rendia peixe apanhava o que aparecia, gaivotas, gansos patolas, pardelas que eram mortas no mar ou trazidas vivas e vendidas na lota lado a lado com o peixe, marisco, ou bifes de toninha e golfinho.
Tempos difíceis e em que se acreditava que os recursos do mar eram infindáveis

Bem, também sou dos que comi arroz de Gaivota.
Mas, penso que naquela altura eram de produção biológica, digo eu.