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Vi ou não esta ave?

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Mensagem por Araújo da Silva Seg maio 27, 2013 4:25 am

Quando um observador de aves se propõe a organizar listas das espécies que vai identificando, quer seja ao nível global, num determinado país, numa região ou ainda, como no meu caso pessoal, numa simples parcela do território nacional (a quadrícula UTM NF 19), pode, nalguns casos, confrontar-se com várias dúvidas e hesitações relacionadas com os critérios que deve adotar para considerar como efetiva a observação de uma determinada ave na natureza e, assim, poder “legitimamente” inscrevê-la no seu inventário. Além disto, e para este mesmo efeito, também será importante tentar clarificar em que circunstâncias podemos aceitar como “autêntica” uma ocorrência na área que estamos a estudar.

Uma das questões mais frequentes, e que no estuário do Cávado se prende sobretudo com a observação de alguns anatídeos (patos, gansos e afins), é a atribuição, ou não, do estatuto de aves genuinamente selvagens. Nesta matéria, tal como o Comité Português de Raridades (CPR), distribuo as espécies na minha lista segundo as categorias classificativas aconselhadas pela AERC - Association of European Rarities Committees (ver a definição na Lista Sistemática das Aves de Portugal Continental nas pág. 3 e 4).

Há perguntas, porém, que nem sempre encontram resposta em critérios definidos pelas autoridades científicas e gostaria de, entre outras, destacar aqui cinco.

Posso considerar como “observada”:

- uma ave que estou a avistar, não a reconheço, mas é identificada naquele mesmo momento por outro observador que me acompanha?

- uma ave avistada no campo, não identificada in loco, mas que reconhecerei posteriormente através de análise ao registo fotográfico então obtido?

- uma ave avistada no campo, que não reconheço in loco nem a posteriori através do registo fotográfico então obtido, mas que acabará identificada recorrendo à opinião ou convicção de terceiros a quem exibi as mesmas imagens?

- uma ave não avistada mas detetada pelas suas vocalizações inconfundíveis?

- uma ave encontrada já morta?

Relativamente às quatro primeiras questões, não me restam grandes dúvidas para resolver. O que deveras me interessa é poder atestar ou garantir com toda a segurança a ocorrência de uma ou mais aves de uma determinada espécie na minha área em estudo, quer seja através de fotografias perentórias, da minha convicção pessoal baseada na memória visual ou auditiva, ou ainda da confiança que deposito em quem, melhor do que eu, consegue de modo alicerçado identificar-me um espécime que eu (também) vi e/ou ouvi. Como exemplo do primeiro caso, posso apresentar a inscrição na minha lista das CAGARRAS (Calonectris diomedea) e das TORDAS-MERGULHEIRAS (Alca torda) que observei em fevereiro de 2008 num dia RAM (Censos de Aves Marinhas). Aqueles pontos brancos e pretos ao largo em voo reto junto à superfície da água do mar passar-me-iam despercebidos no telescópio sem o auxílio dos observadores que ao meu lado reconheceram as espécies (apesar de em certos casos apenas ter sido possível identificar algumas daquelas aves simplesmente como alcídeos). Já o método que usei em outubro de 2010 para identificar pela primeira vez no estuário do Cávado as GAIVINAS-PRETAS (Chlidonias niger) serve de resposta à segunda questão. Só nas fotos descarregadas no computador é que me foi possível perceber que entre as muitas andorinhas-do-mar (família Sternidae) que naqueles dias irrompiam rio acima, algumas apresentavam a mancha escura nos “ombros” exclusiva daquela espécie. No terceiro ponto encaixa bem a história da TARAMBOLA-DOURADA-AMERICANA (Pluvialis dominica) que fotografei nesta zona húmida em setembro de 2010. Então publiquei no meu blogue pessoal (Verdes Ecos) uma das imagens obtidas e associei-a a uma congénere mais comum entre nós, porém aquela identificação foi-me corrigida mais de um ano depois, mas em boa hora, por Rafael Matias e ainda por outros dois membros do CPR depois de terem analisado a foto apresentada naquele blogue. Exemplos semelhantes são os de espécies como o MOLEIRO-PEQUENO (Stercorarius parasiticus) ou a GAIVOTA-DE-AUDOUIN (Larus audouinii) que passaram pela foz do Cávado em outubro de 2011 e em maio de 2012, respetivamente, e cuja identificação apenas foi confirmada depois de ter submetido os registos fotográficos à apreciação dos membros do Fórum Aves. Para a situação seguinte, ou seja, as vocalizações ou os cantos, devo adiantar que nenhuma espécie está inscrita no meu inventário exclusivamente com base neste aspeto, mas não raras vezes arrolo nas minhas listas diárias ou mensais aves como o CUCO-CINZENTO (Cuculus canorus), a CORUJA-DO-MATO (Strix aluco), o MOCHO-GALEGO (Athene noctua) ou o ROUXINOL-BRAVO (Cettia cetti), entre outras, sem que as tenha visto. Ainda assim, depois de as ouvir, não tenho dúvidas de que tenham estado cá e, por tal, “mereçam” o lugar nas ditas listas.

A última questão apresentada é, julgo, a que maior controvérsia poderá suscitar, sobretudo quando nos referimos a um inventário numa área tão limitada como uma quadrícula UTM (10 X 10 Km). Numa mera reflexão sobre este tema poderão levantar-se várias outras interrogações.

Com que autenticidade posso considerar que num local “ocorreu” uma espécie:

- sabendo que a deslocação da(s) ave(s) até ali dependeu em parte ou completamente da ação humana?

- quando a ave que a representa se encontrava em avançado estado de debilidade ou incapaz de resistir e se deixou arrastar até ali por fatores ambientais adversos (por exemplo ventos extremos ou correntes marítimas muito agitadas)?

- quando a rota da ave que a representa foi desviada por um acidente com origem antrópica (por exemplo um derrame de crude)?

- quando já só encontramos a carcaça da ave, desconhecendo quais das circunstâncias anteriores, ou outras, estiveram na origem do seu arrojamento até ali (por exemplo na linha da maré ou na margem de um curso de água) ou da sua morte, seja por causas naturais, acidente ou abate (por exemplo numa floresta, na beira de uma estrada ou numa coutada)?

Mais uma vez, a primeira pergunta ficou resolvida com a atribuição das já referidas categorias classificativas. Um dos exemplos mais atuais é a presença na marginal de Fão desde dezembro de 2011 do GANSO-CHINÊS (Anser cygnoides). Independentemente de ter sido introduzido aqui ou de ter adquirido a liberdade ao fugir do lago de um jardim privado ou de um parque urbano próximo ou de outra região do país, não restam quaisquer incertezas quanto à impossibilidade daquela ave não nativa se ter deslocado desde a sua área de distribuição original até ao nosso território pelos próprios meios. Assim, e enquanto não estabelecerem populações reprodutoras viáveis, estas aves não são incluídas na Lista das Aves de Portugal, sendo relegadas para a “categoria E”.

Por outro lado, para os dois cenários seguintes, não encontro qualquer objeção que me impeça de aceitar uma ocorrência como “válida” quando as aves pertencem a espécies já inscritas na referida lista nacional e isto apesar da menor relevância ecológica, sobretudo quando é a incúria humana a determiná-la. Foi assim que inscrevi no meu inventário o PAINHO-DE-CAUDA-FORCADA (Oceanodroma leucorhoa) que recolhi exausto do areal na praia de Ofir em dezembro de 2000, mesmo sabendo que sem os dias consecutivos de fortes tempestades que então se verificaram a ave não se teria aproximado tanto da costa. Deste modo, também registei os PAPAGAIOS-DO-MAR (Fratercula arctica) que apareceram moribundos na restinga do Cávado depois do petroleiro Prestige ter naufragado na vizinha Galiza em novembro de 2002 – no mínimo andavam por aí, ao largo.

Já no que se refere a aves encontradas mortas não consigo definir estes critérios de forma absolutamente pacífica. E têm sido vários e distintos os casos com que me tenho deparado. Nos meus primeiros anos de observação de aves neste estuário encontrei na margem esquerda do Cávado o esqueleto do que deveria ter sido um GANSO-PATOLA (Morus bassanus) e que trazia num dos tarsos a anilha do BTO British Museum Natural History (London) com o nº. 5255024. Como naquela altura, e devido à inexperiência, esta espécie ainda não constava na minha lista, confrontei-me pela primeira vez com estas questões. Não pecaria por ligeireza se aceitasse a ocorrência dessa espécie quando o que localizei foram os restos de uma ave e nem sequer sabia onde tinha sucedido a sua morte? A anilha apontava para a sua origem bem distante. Poderia, então, excluir a hipótese da carcaça ter sido transportada desde essas paragens por uma corrente marítima caprichosa? Sem encontrar respostas, preferi, por cautela, adiar a “descoberta” alguns meses até perceber que, afinal, o ganso-patola é abundante na nossa costa. Ainda na década de 1990, enquanto não me familiarizei com as vocalizações do NOITIBÓ-CINZENTO (Caprimulgus europaeus), que, hoje sei, sempre foram vulgares entre nós durante os meses estivais, omiti esta ave da minha lista, mas à medida que me fui deparando com indivíduos desta espécie atropelados nas estradas que atravessam o pinhal a sul do Cávado, considerei ser lógico inclui-la. Face a estas duas situações que vejo como divergentes, apesar de ambas envolverem espécimes sem vida, percebi intuitivamente que o que procuro é testemunhar através da observação de campo a presença das aves nesta região, bastando, para tal, estar seguro de que aqui chegaram ou passaram vivas, mesmo que as encontre já mortas.

Mas ao final da tarde do dia 13 de julho de 2009, encontrei cerca de dez aves da Família Procellariidae, posteriormente identificadas como o FURA-BUCHOS-DAS-BALEARES também conhecidos por PARDELAS-DO-MEDITERRÂNEO (Puffinus mauretanicus), todas mortas muito recentemente sem sinais de trauma e distribuídas por poucas centenas de metros entre as praias da Senhora da Bonança e das Pedrinhas, em Fão.

Vi ou não esta ave? Pardela1



Vi ou não esta ave? Pardela2




De certa forma, podia situar este caso entre os dois anteriores. Se, por um lado, o estado ainda fresco e íntegro das carcaças e o seu elevado número apontava para que a morte destas aves tivesse ocorrido nas imediações, por outro, não podia afastar totalmente hipóteses como, por exemplo, a captura por pescadores numa região afastada e posterior rejeição para as águas quando passavam em frente a estas praias. Assim, mantive este registo num limbo, embora fosse muitas vezes assaltado pelas informações de diversos autores/observadores que se referiam à presença desta espécie por todo o litoral nacional, incluindo o de Esposende. Destaco, pela oportunidade, uma passagem do livro AVES DE PORTUGAL – Ornitologia do Território Continental, de Catry P, Costa H, Elias G & Matias R, referindo-se à abundância e distribuição destas aves na região: «Segundo Reis Júnior (1931a), no início do século XX os fura-buchos (sem dúvida desta e de outras espécies) eram muito perseguidos pelos pescadores poveiros, que os matavam às centenas no mar … para deles se alimentarem». Confiei, pois, que a breve prazo haveria de registar a passagem destas aves na minha área em estudo, mas têm resultado infrutíferos os esforços que tenho dedicado nesse sentido, até porque, para lá das dificuldades de deteção a partir da praia, a sua identificação não é uma tarefa simples.

Nos últimos meses, porém, sucederam-se alguns factos que me fizeram regressar a esta reflexão. Inicialmente, foi o interesse que me demonstrou Gonçalo Elias, coordenador do portal Aves de Portugal, sobre a proveniência de uma TORDA-ANÃ (Alle alle) que em dezembro de 2002, após ter sido recolhida já morta na praia de Aver-O-Mar, Póvoa de Varzim, deu entrada no Centro de Acolhimento e Recuperação de Espécies de Esposende (então criado para receber as vítimas do desastre ecológico causado pelo Prestige). Depois, foi o aviso que me chegou de alguns observadores de aves experimentados para a importância de submeter ao CPR, para homologação, o registo de uma MOBELHA-GRANDE (Gavia immer) que encontrei também morta em fevereiro deste ano na restinga do Cávado. Por fim, foram as observações de dois bandos de aves do género Puffinus que fiz em abril último em frente à foz do Cávado, o primeiro na manhã do dia 4 constituído por cerca de 10 aves que seguiam para sul a uma distância inferior à dos recifes e o segundo na manhã seguinte com o dobro dos indivíduos e que rumavam no sentido oposto ainda mais próximos da praia. Não foi possível, em tais circunstâncias, excluir a possibilidade daquelas serem aves da espécie FURA-BUCHO-DO-ATLÂNTICO (Puffinus puffinus), mas se pudéssemos seguir a ordem das probabilidades, ficaria muito tentado em aceitar que tinha observado os congéneres P. mauretanicus, espécie que, segundo o mesmo livro de referência da ornitologia nacional já aqui citado, «… é dos procelariformes mais fáceis de observar ao longo da maior parte da costa portuguesa, já que frequentemente se mantém muito próximo do litoral… parecendo evitar o alto mar…» em oposição ao que ainda ali está escrito acerca do P. puffinus «… migrador de passagem pouco comum… é uma ave de hábitos pelágicos, relativamente difícil de ver a partir da costa…».

Conforme entretanto pude apurar, as reservas que sempre mantive quanto ao real significado dos registos de aves encontradas mortas na linha da maré também já estavam previstas pelo CPR (ou pela AERC) quando dividiram em quatro subcategorias as espécies da categoria D (que não estão incluídas na Lista das Aves de Portugal), uma delas, a D3, atribuída a “espécies que se incluiriam ou na categoria A ou na categoria B, mas que foram apenas encontradas mortas na linha de maré”.

Deveria, então, aguardar por mais evidências? Embora continue a considerar que cada um dos registos por mim obtidos até agora, per se, não atestam inequivocamente a presença destas aves na região, admito que, associando:

- a observação das aves mortas na praia nas circunstâncias em que verifiquei em julho de 2009;

- a passagem de bandos que estou seguro pertencerem ao género Puffinus em abril de 2013;

- o testemunho de outros que comprovam a sua observação ao largo de Esposende; e

- o que está explanado em diversa literatura que a reconhece como comum em todo o litoral ibérico;

seja razoável inscrever o Fura-buchos-das-baleares (Puffinus mauretanicus) como a 202ª espécie do meu inventário para a quadrícula UTM NF 19 e que gosto de apelidar de “Estuário do Cávado e Habitats Adjacentes”.


Cumprimentos

Jorge

( texto integral publicado em:
http://verdes-ecos.blogspot.pt/2013/05/observacao-de-aves-no-estuario-do.html )
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Mensagem por DavidSantos Seg maio 27, 2013 5:03 am

Parabéns

Muito boa reflexão. Mais que encontrar respostas as perguntas colocadas são pertinentes e de resposta difícil e nada imediata.
Penso que para colmatar todas as situações descritas seguir os métodos canónicos pode ser redutor ou até enganosa. Talvez alguém com maior preparação técnica pode dar uma ajuda numa ou noutra situação, mas penso que a maioria das vezes tudo se deve ao facto de uma monitorização sistemática diária não ser possível, quer no mar quer em terra.

Continue o esforço autocrítico tão difícil de fazer. Essa abertura de espírito é essencial para o avanço do conhecimento.

Cumprimentos

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Mensagem por pedro121 Seg maio 27, 2013 5:59 am

Uiii, vai ser longa a conversa, e o tema é muito pessoal, ou seja muitas das questões não são lineares, depende muito do observador. Portanto as respostas vão ser baseadas no que eu faria.


Araújo da Silva escreveu: uma ave que estou a avistar, não a reconheço, mas é identificada naquele mesmo momento por outro observador que me acompanha? ]

Sim!!!

Araújo da Silva escreveu: - uma ave avistada no campo, não identificada in loco, mas que reconhecerei posteriormente através de análise ao registo fotográfico então obtido?

Sim!


Araújo da Silva escreveu: - uma ave avistada no campo, que não reconheço in loco nem a posteriori através do registo fotográfico então obtido, mas que acabará identificada recorrendo à opinião ou convicção de terceiros a quem exibi as mesmas imagens?

Mais complicado, mas sim, se eu tiver visto bem a ave eu colocaria na lista.


Araújo da Silva escreveu: - uma ave não avistada mas detetada pelas suas vocalizações inconfundíveis?

Depende do tipo de lista, se for uma Life list não colocaria, se for uma lista anual já colocaria.

Araújo da Silva escreveu: - uma ave encontrada já morta?

Não, uma ave encontrada morta seria submetida ao CPR se for uma raridade, mas é algo que para mim não faz sentido, nos observamos aves vivas, não mortas, se quisermos ver mortas vamos a um museu.


Araújo da Silva escreveu: - sabendo que a deslocação da(s) ave(s) até ali dependeu em parte ou completamente da acção humana?

- quando a ave que a representa se encontrava em avançado estado de debilidade ou incapaz de resistir e se deixou arrastar até ali por fatores ambientais adversos (por exemplo ventos extremos ou correntes marítimas muito agitadas)?

- quando a rota da ave que a representa foi desviada por um acidente com origem antrópica (por exemplo um derrame de crude)?

- quando já só encontramos a carcaça da ave, desconhecendo quais das circunstâncias anteriores, ou outras, estiveram na origem do seu arrojamento até ali (por exemplo na linha da maré ou na margem de um curso de água) ou da sua morte, seja por causas naturais, acidente ou abate (por exemplo numa floresta, na beira de uma estrada ou numa coutada)?

A questão base é sempre a mesma, tens a certeza de que a ave chegou viva e pelos seus próprios meios ao local o não? Ou morreu longe do local e foi lá parar já depois de morta, não podendo responder a esta pergunta não podes dizer que ocorreu com toda a certeza.


Araújo da Silva escreveu: Por fim, foram as observações de dois bandos de aves do género Puffinus que fiz em abril último em frente à foz do Cávado, o primeiro na manhã do dia 4 constituído por cerca de 10 aves que seguiam para sul a uma distância inferior à dos recifes e o segundo na manhã seguinte com o dobro dos indivíduos e que rumavam no sentido oposto ainda mais próximos da praia. Não foi possível, em tais circunstâncias, excluir a possibilidade daquelas serem aves da espécie FURA-BUCHO-DO-ATLÂNTICO (Puffinus puffinus), mas se pudéssemos seguir a ordem das probabilidades, ficaria muito tentado em aceitar que tinha observado os congéneres P. mauretanicus, espécie que, segundo o mesmo livro de referência da ornitologia nacional já aqui citado, «… é dos procelariformes mais fáceis de observar ao longo da maior parte da costa portuguesa, já que frequentemente se mantém muito próximo do litoral… parecendo evitar o alto mar…» em oposição ao que ainda ali está escrito acerca do P. puffinus «… migrador de passagem pouco comum… é uma ave de hábitos pelágicos, relativamente difícil de ver a partir da costa…».

Seria altamente improvável dada a rota migratória seguida pelas Puffinus puffinus que aparecem junto á costa indivíduos dessa espécie nas datas que referes, mas nada é impossível, no entanto a distinção das duas espécies em condições normais de observação é relativamente fácil, mas ajuda sem duvida ter experiencia previa com Puffinus puffinus já que a variação de plumagem em mauretanicus é muito grande.




Araújo da Silva escreveu: seja razoável inscrever o Fura-buchos-das-baleares (Puffinus mauretanicus) como a 202ª espécie do meu inventário para a quadrícula UTM NF 19 e que gosto de apelidar de “Estuário do Cávado e Habitats Adjacentes”.

Razoável é, mas por teres observado as vivas, não as mortas.
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Mensagem por Helder Vieira Seg maio 27, 2013 7:17 am

pedro121 escreveu:o tema é muito pessoal, ou seja muitas das questões não são lineares, depende muito do observador. Portanto as respostas vão ser baseadas no que eu faria.

Aqui está, para mim, a "chave do tema". Embora nos casos cada vez mais frequentes em que haja competitividade, objectivos a atingir, listas (o tal "arrolar" Smile ), por parte de vários observadores, etc, as regras a seguir devem ser iguais para todos esses elementos.

pedro121 escreveu:
Araújo da Silva escreveu: - uma ave não avistada mas detetada pelas suas vocalizações inconfundíveis?

Depende do tipo de lista, se for uma Life list não colocaria, se for uma lista anual já colocaria.

Esta não percebi Pedro!!? Porquê?
Já presenciei a algumas imitações espectaculares (por parte de Lanius senator, p.ex), lembro-me inclusive de o Gonçalo referir ter já ouvido estorninho spp a imitar Oriolus oriolus. Isto para dizer que por vezes pode ser tramado!!!
No meu caso só há uma ave na minha life list que "só observei ouvindo", que é o Caprimulgus ruficollis. Durante muitos anos existiu outra, o Jynx torquilla... entretanto vi-o (mesmo!) em 2012. Claro que há vocalizações que suscitam dúvidas, mais umas a uns, mais outras a outros (no meu caso de algumas Sylvias p.ex)... aí opto por exigir-me a observação propriamente dita.

pedro121 escreveu:
Araújo da Silva escreveu: - uma ave encontrada já morta?

é algo que para mim não faz sentido, nos observamos aves vivas, não mortas, se quisermos ver mortas vamos a um museu.

Um excelente exemplo. Muitos de nós já se terão deparado com o mesmo dilema. Não concordo com o Pedro quando diz "observamos aves vivas". Acho um pouquito redutor. Eu diria antes "nós observamos aves no seu estado selvagem". Quantas vezes de carro já nos deparamos com aves mortas na berma da estrada?! Paramos inclusive para a observar de perto, verificar a plumagem, identificar (nos casos em que é possível) o sexo, guardar uma ou outra pena... etc etc. Dado que estamos no seu habitat, porque não considerá-la como observada?!
Claro está que também poderão surgir situações de análise muito difícil. Caso eu encontre um Tucano morto na praia não o vou considerar... concerteza algum funcionário do zoo mais próximo não fez bem o seu trabalho. Agora considerar p.ex. uma ave marítima morta numa praia (ainda "fresca"), após dias de tempestade, como é o caso do Puffinus mauretanicus do Jorge, parece-me natural.

Acima de tudo como o Pedro referiu a questão é completamente pessoal...


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Mensagem por pedro121 Seg maio 27, 2013 7:32 am

Helder Vieira escreveu:Depende do tipo de lista, se for uma Life list não colocaria, se for uma lista anual já colocaria.

Esta não percebi Pedro!!? Porquê?
Já presenciei a algumas imitações espectaculares (por parte de Lanius senator, p.ex), lembro-me inclusive de o Gonçalo referir ter já ouvido estorninho spp a imitar Oriolus oriolus. Isto para dizer que por vezes pode ser tramado!!!
No meu caso só há uma ave na minha life list que "só observei ouvindo", que é o Caprimulgus ruficollis. Durante muitos anos existiu outra, o Jynx torquilla... entretanto vi-o (mesmo!) em 2012. Claro que há vocalizações que suscitam dúvidas, mais umas a uns, mais outras a outros (no meu caso de algumas Sylvias p.ex)... aí opto por exigir-me a observação propriamente dita.
[/quote]

Não percebi, porque não colocar na life ou porque colocar na anual?

Porque para mim ouvir só uma ave, por mais inconfundível que seja o seu chamamento, e o dos Caprimulgus ruficollis é inconfundivel não é satisfatório, eu quero ver a ave, não fico satisfeito se apenas a ouvir. Por outro lado nas listas anuais estamos a falar de voltar a observar aves que já observamos em anos anteriores, nalguns casos estamos a falar de espécies que são muito fáceis de registar auditivamente mas não visualmente, coruja-do-mato e frango-de-agua por exemplo, portanto para a anual o registo auditivo é para mim suficiente em espécies em que o mesmo seja diagnosticante.

Diga-se que estes dois princípios são mais ou menos seguidos em termos de arrolamento noutros países, no entanto nos USA por exemplo mesmo para a life são admitidos registos unicamente sonoros.
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Mensagem por pedro121 Seg maio 27, 2013 7:44 am

Helder Vieira escreveu:
Um excelente exemplo. Muitos de nós já se terão deparado com o mesmo dilema. Não concordo com o Pedro quando diz "observamos aves vivas". Acho um pouquito redutor. Eu diria antes "nós observamos aves no seu estado selvagem". Quantas vezes de carro já nos deparamos com aves mortas na berma da estrada?! Paramos inclusive para a observar de perto, verificar a plumagem, identificar (nos casos em que é possível) o sexo, guardar uma ou outra pena... etc etc. Dado que estamos no seu habitat, porque não considerá-la como observada?!

Porque a ave está morta, nos efectivamente estamos a ve-la, mas ela está morta, não se mexe, não voa, não se alimenta, não tem nenhum tipo de comportamento, está morta.

A praia onde a encontramos, ou mesmo a beira de estrada não é o habitat natural dela, encontrares uma ave morta á beira da estrada, ou embalsamada num café á beira duma nacional é diferente de facto, mas nenhuma dessas situações é para mim uma situação de observação porque para mim observar algo morto é profundamente insatisfatorio, não faz realmente sentido para mim.

Bom e agora o seguinte cenário, estou a assistir a uma caçada as codornizes, de repente levanta-se um crex e é abatido logo de seguida, vi ou não vi? arrolo ou não? pois, não sei, vai depender da situação e do tempo.

O que sei é que o ano passado vi e ouvi uma Phylloscopus fuscatus, e a ave estava viva e bem viva, está na lista? Não! e porque? Bem, porque a observação não me satisfez, ouvir só não chega para mim, e ver sem conseguir garantir a id para minha satisfação 100% , também não.




Claro está que também poderão surgir situações de análise muito difícil. Caso eu encontre um Tucano morto na praia não o vou considerar... concerteza algum funcionário do zoo mais próximo não fez bem o seu trabalho. Agora considerar p.ex. uma ave marítima morta numa praia (ainda "fresca"), após dias de tempestade, como é o caso do Puffinus mauretanicus do Jorge, parece-me natural.

Acima de tudo como o Pedro referiu a questão é completamente pessoal...


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Mensagem por Helder Vieira Seg maio 27, 2013 9:46 am

pedro121 escreveu:
Helder Vieira escreveu:Depende do tipo de lista, se for uma Life list não colocaria, se for uma lista anual já colocaria.

Esta não percebi Pedro!!? Porquê?
Já presenciei a algumas imitações espectaculares (por parte de Lanius senator, p.ex), lembro-me inclusive de o Gonçalo referir ter já ouvido estorninho spp a imitar Oriolus oriolus. Isto para dizer que por vezes pode ser tramado!!!
No meu caso só há uma ave na minha life list que "só observei ouvindo", que é o Caprimulgus ruficollis. Durante muitos anos existiu outra, o Jynx torquilla... entretanto vi-o (mesmo!) em 2012. Claro que há vocalizações que suscitam dúvidas, mais umas a uns, mais outras a outros (no meu caso de algumas Sylvias p.ex)... aí opto por exigir-me a observação propriamente dita.


Não percebi, porque não colocar na life ou porque colocar na anual?

Ok, já respondeste.

pedro121 escreveu:Porque para mim ouvir só uma ave, por mais inconfundível que seja o seu chamamento, e o dos Caprimulgus ruficollis é inconfundivel não é satisfatório, eu quero ver a ave, não fico satisfeito se apenas a ouvir.

Sim, mas isso é óbvio!! Eu gosto muito do cheiro a francesinha, mas gosto mais quando associado ao sabor Laughing Isto foi só uma parvoíce, já sei que não são coisas comparáveis.
Voltando p.ex. ao Jynx torquilla, ficava muito, mas mesmo muito satisfeito (da 1ª vez fiquei radiante!!!) sempre que o ouvia. Lógico que no ano passado quando me apareceu no campo de visão do telescópio a sensação de satisfação é muito maior... Considerar para uma lista a audição e não para outra scratch scratch

pedro121 escreveu:Diga-se que estes dois princípios são mais ou menos seguidos em termos de arrolamento noutros países, no entanto nos USA por exemplo mesmo para a life são admitidos registos unicamente sonoros.

Sim, acredito, mas faz-me uma confusão tremenda isto de "os princípios seguidos por não sei quem"... que eu respeito como é óbvio, mas como não valorizo muito as listas naturalmente também não valorizo esse princípio.
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Mensagem por Helder Vieira Seg maio 27, 2013 10:52 am

pedro121 escreveu:
Helder Vieira escreveu:
Um excelente exemplo. Muitos de nós já se terão deparado com o mesmo dilema. Não concordo com o Pedro quando diz "observamos aves vivas". Acho um pouquito redutor. Eu diria antes "nós observamos aves no seu estado selvagem". Quantas vezes de carro já nos deparamos com aves mortas na berma da estrada?! Paramos inclusive para a observar de perto, verificar a plumagem, identificar (nos casos em que é possível) o sexo, guardar uma ou outra pena... etc etc. Dado que estamos no seu habitat, porque não considerá-la como observada?!

Porque a ave está morta, nos efectivamente estamos a ve-la, mas ela está morta, não se mexe, não voa, não se alimenta, não tem nenhum tipo de comportamento, está morta.

Agora parecias o John Cleese no sketch do dead parrot... Morta é morta!! A questão é se nessas circunstâncias a consideramos, ou não, como observada. Já percebi que tu não. Eu por vezes considero.

pedro121 escreveu:A praia onde a encontramos, ou mesmo a beira de estrada não é o habitat natural dela

Não concordo totalmente com esta frase. Já sei que uma Poupa atropelada, no meio do asfalto do IP4 não parece estar no seu habitat... mas, ora bolas, o IP4 está ali nem há 20 anos, e não é propriamente uma cidade edificada. Tem 15-20 metros de largura. Poupas existem por ali há séculos!! Claro que o bicho não estava a tentar bicar o alcatrão à procura de minhocas, simplesmente ao sobrevoar o seu habitat deparou-se com aquele obstáculo que tentou contornar/atravessar.
Outra situação, quantas vezes não aparecem Skuas, ou outras aves marítimas, pousados extenuados na praia?! Não estão no seu habitat, portanto esse também não é o melhor exemplo.

pedro121 escreveu:Bom e agora o seguinte cenário, estou a assistir a uma caçada as codornizes, de repente levanta-se um crex e é abatido logo de seguida, vi ou não vi? arrolo ou não? pois, não sei, vai depender da situação e do tempo.

Nesse caso se observasse a ave a voar, antes de ser abatida, eu consideraria. Por outro lado, como já aconteceu em trás-os-montes, se me cruzar com caçadores, com carradas de tordos presos no cinto, não o considero (p.ex. nunca observei o pilaris). Acima de tudo o critério é muito variável de observador para observador.

pedro121 escreveu:O que sei é que o ano passado vi e ouvi uma Phylloscopus fuscatus, e a ave estava viva e bem viva, está na lista? Não! e porque? Bem, porque a observação não me satisfez, ouvir só não chega para mim, e ver sem conseguir garantir a id para minha satisfação 100% , também não.

Pois eu se tivesse a certeza incluía sem qualquer peso na consciência. Desconheço a vocalização da Phy fus, mas se não for confundível... Em relação a garantir a ID concordo. Ainda em Outubro passado fiquei com a nítida sensação de ver um Melanitta fusca num bando de Patos pretos. A observação foi fugaz (4-5 seg máx), as secundárias brancas estavam lá... mas estava tão longe, não o considerei. Felizmente apareceu um pouco depois na RNLED.

Espero não estar a ser mal interpretado, não estou a querer impor nada a ninguém. Basicamente acho curioso as diferentes interpretações que uns e outros podem dar a esta questão levantada Very Happy



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Mensagem por pedro121 Seg maio 27, 2013 11:22 am

Helder Vieira escreveu:Considerar para uma lista a audição e não para outra scratch scratch

É uma questão da importância relativa das diferentes listas pelo menos para mim.



Helder Vieira escreveu:Sim, acredito, mas faz-me uma confusão tremenda isto de "os princípios seguidos por não sei quem"... que eu respeito como é óbvio, mas como não valorizo muito as listas naturalmente também não valorizo esse princípio.

Sim, de acordo, cada cabeça sua sentença, e penso que é a politica mais saudável, no entanto se o que estiver em causa não for o que colocamos na nossa lista, mas sim a comparação entre listas de dois observadores diferentes, ai tem que existir acordo sobre o que colocar, se não estamos a comparar alhos e bugalhos.
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Mensagem por pedro121 Seg maio 27, 2013 11:26 am

Helder Vieira escreveu:
Agora parecias o John Cleese no sketch do dead parrot... Morta é morta!! A questão é se nessas circunstâncias a consideramos, ou não, como observada. Já percebi que tu não. Eu por vezes considero.

Sim, parecia, não parecia? Very Happy Very Happy

Helder Vieira escreveu:Felizmente apareceu um pouco depois na RNLED.

Infelizmente não o vi... Crying or Very sad Crying or Very sad


Helder Vieira escreveu:Espero não estar a ser mal interpretado, não estou a querer impor nada a ninguém. Basicamente acho curioso as diferentes interpretações que uns e outros podem dar a esta questão levantada Very Happy

Sim, concordo, para mais o forum estava muito parado e esta discussão sempre anima as coisas.

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Mensagem por Helder Vieira Seg maio 27, 2013 1:13 pm

pedro121 escreveu:

Sim, concordo, para mais o forum estava muito parado e esta discussão sempre anima as coisas.


Anda um pouco paradito de facto.
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Mensagem por Helder Vieira Ter maio 28, 2013 3:51 am

pedro121 escreveu:

Bom e agora o seguinte cenário, estou a assistir a uma caçada as codornizes, de repente levanta-se um crex e é abatido logo de seguida, vi ou não vi? arrolo ou não?

[/quote]

Aqui acho que "não atingi" logo o teu raciocínio!! Suponho que neste exemplo ao veres Crex crex, e dada a raridade, irias assumir, pressupor, que foi largada previamente pelos caçadores, certo?!
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Mensagem por pedro121 Ter maio 28, 2013 5:01 am

Helder Vieira escreveu:
Aqui acho que "não atingi" logo o teu raciocínio!! Suponho que neste exemplo ao veres Crex crex, e dada a raridade, irias assumir, pressupor, que foi largada previamente pelos caçadores, certo?!

Crex, é provavelmente menos raro do que se poderia assumir pelos registos existentes, o problema é dar com ele, a solução mais fácil seria acompanhar caçadores de codornizes (com cães de parar) em habitat costeiro adequado após ventos nocturnos favoráveis, resta saber se mesmo que o víssemos/identificássemos antes de levar com o tiro, portanto com a ave viva o arrolariamos, eu sim, mas há quem não concorde.

E se o vissemos só já depois de levar o tiro? Ou se o víssemos antes do tiro mas só o identificássemos depois? Smile Smile

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Mensagem por Helder Vieira Ter maio 28, 2013 7:14 am

pedro121 escreveu:
Crex, é provavelmente menos raro do que se poderia assumir pelos registos existentes, o problema é dar com ele, a solução mais fácil seria acompanhar caçadores de codornizes (com cães de parar) em habitat costeiro adequado após ventos nocturnos favoráveis, resta saber se mesmo que o víssemos/identificássemos antes de levar com o tiro, portanto com a ave viva o arrolariamos, eu sim, mas há quem não concorde.

Compreendo-te. Poderia ficar no ar a dúvida se não seria de aviário (não faço ideia se a espécie é usada na actividade)... mas ser um caçador com cães a espantá-la, ou ser a campainha de uma bicicleta a passar...


pedro121 escreveu:E se o vissemos só já depois de levar o tiro?

Neste eu acho que não consideraria, mas também pode haver uma série de variantes... levou o tiro e esvoaçou, morreu, aos nossos pés? Vamos a passar e vemos um grupo de caçadores a apanhar uma ave morta do chão? Uma carcaça que um cão (que passa por nós) traz na boca?...

pedro121 escreveu:Ou se o víssemos antes do tiro mas só o identificássemos depois? Smile Smile

Eh eh eh, das cenas de que tu te lembras!!
Isso faz-me lembrar um "dilema temporal". Um casal casa na Austrália às 00h10 de 1 de janeiro de 2014, voa imediatamente para a Europa num Jacto... o avião despenha-se na Arábia Saudita às 23h30 locais, de 31/12/2013... em que ano é que eles casaram?? Em que ano morreram?? Very Happy Very Happy
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Mensagem por pedro121 Ter maio 28, 2013 7:32 am

Helder Vieira escreveu:
Compreendo-te. Poderia ficar no ar a dúvida se não seria de aviário (não faço ideia se a espécie é usada na actividade)... mas ser um caçador com cães a espantá-la, ou ser a campainha de uma bicicleta a passar...

Crex não é usado para caça, alias não é legalmente caçado, mas dados os hábitos é muito fácil de confundir com codorniz numa situação de caça.


pedro121 escreveu:E se o vissemos só já depois de levar o tiro?

Neste eu acho que não consideraria, mas também pode haver uma série de variantes... levou o tiro e esvoaçou, morreu, aos nossos pés? Vamos a passar e vemos um grupo de caçadores a apanhar uma ave morta do chão? Uma carcaça que um cão (que passa por nós) traz na boca?...


Helder Vieira escreveu:Eh eh eh, das cenas de que tu te lembras!!

Ahhh, mas estas não são questões hipotéticas, são questões que já aconteceram, inclusivamente em Portugal, não com Crex talvez mas com Narceja-real e Narceja de Wilson, com a id a ser feita á posteriori, são tudo questões interessantes para se ir pensando.
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