Onde Nidificam as Gaivotas?

Larus michahellis

Nidifica colonialmente (por vezes também isoladamente), ao longo de grande parte da orla costeira, sobretudo da zona do cabo Carvoeiro para sul; para além da grande colónia das Berlengas, é na costa algarvia que se encontram as maiores densidades; reproduz-se também na zona do cabo da Roca, entre o cabo Espichel e a serra da Arrábida e na costa alentejana (Bárcena et al. 1984, Teixeira 1984b, Equipa Atlas 2008). Geralmente nidifica no litoral rochoso, escolhendo locais como ilhas, ilhéus e falésias com plataformas ou zonas pouco escarpadas (Equipa Atlas 2008); no estuário do Sado também se encontra a nidificar em sapal (Coverley 1931, Nascimento 1941, Rufino & Neves 1991c) e na Ria Formosa e na reserva de Castro Marim existem pequenas colónias com ninhos construídos sobre cômoros de salinas. No passado também terá criado em zonas dunares (Nascimento 1941).

Recentemente (os primeiros registos são de há cerca de uma década), a espécie começou a nidificar em telhados de zonas urbanas, nomeadamente em Viana do Castelo, no Porto, em Peniche, em Cascais, em Lisboa, em Lagos e em Portimão (P. Correia in NO 2005, Equipa Atlas 2008, L. Morais, C. Santos, R. Brito, J.P. Granadeiro). No norte, nas serranias e terras altas do interior, tem-se confirmado, desde 2001, a nidificação de alguns (4 a 7) casais desta gaivota, em pequenas ilhas na albufeira do Alto Rabagão ou Pisões, Montalegre (Equipa Atlas 2008, F. Álvares).

patriciaeluis escreveu:Quanto ao livro existe também na livraria da esquina?

Luis Silva escreveu:Em Gaia é provavelmente uma michae.
O atlas tem quase 10 anos, por isso muito coisa se alterou desde entao.
Respondendo a pergunta do titulo, as Larus fuscus, maioritariamente para Norte, assim como muitas outras espécies como as marinus, etc etc, contudo tens especies que sao tipicamente mais de sul como L audouinii e a genei, por isso terias de ver especie a especie.

A nidificação desta espécie em Portugal parece ser muito rara e recente, tendo o primeiro registo de reprodução sido efectuado em 1995, no estuário do Sado: em 20 de Maio desse ano foi detectado um ninho activo com 3 ovos nas salinas da Batalha, numa pequena mancha de sapal rodeada por água; um segundo ninho foi encontrado no mesmo local, no dia 31 de Maio; o sucesso destas posturas é desconhecido (Leitão et al. 1997). Em 31.05.1997, observou-se um ninho com uma ave a incubar na albufeira da Herdade de Maria Ribeira, Elvas (L. Venâncio). Mais recentemente, são também conhecidos casos de nidificação (dos quais vários com aparente sucesso) na zona do estuário do Mondego: em 2000 foi vista uma cria não voadora num ninho instalado numa ilhota situada num tanque de aquacultura, na margem sul do rio Pranto (R. Lopes); em 2002 criaram três casais na ilha da Murraceira, em ilhotas de sapal dentro de uma área de aquacultura (R. Lopes in NO 2004); em 2003 nidificaram pelo menos três casais em cômoros de salinas abandonadas, na margem sul dos rios Pranto e Mondego, voltando a ser observadas aves juvenis neste local em 2004; a reprodução foi ainda confirmada em 2005, 2006 e 2007 (R. Lopes, D. Rodrigues in NO 2009). Conhecem-se ainda casos recentes (em 2006) de reprodução nas Barragens do Alqueva e do Caia (NO 2009). O carácter disperso e o número reduzido de casais nos locais de reprodução portugueses é muito semelhante ao verificado na restante Península Ibérica (Martí & Del Moral 2003).