A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
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António Beira Alta
alcedo
6 participantes
Fórum Aves :: Aves :: Aves de Portugal
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A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Permitam-me que coloque ao fórum uma questão que por certo muitos já terão notado " a aproximação das aves aos humanos" que ilustrarei de seguida com algumas images
fotografada a menos de 1 metro
Fotografada a menos de 2 metros nas escadas do Louvre
fotografada a menos de 1 metro
Sem comentários
Estive em Paris na passada semana e entre visitas a Museus e Monumentos fui constatando a familiaridade com que aves que por cá são desconfiadas e fugidias, como gralhas pretas, pombos torcazes e até galinhas de água, ali se aproximavam dos forasteiros e vinham até aos seus pés.
Todos sentimos, por cá, um pouco esta aproximação, pegas que ainda á pouco tempo fugiam agora passeiam-se nos jardins da cidade patos reais e gaivotas que vêem comer à mão
A questão ou questões que coloco em discussão é até onde irá esta mudança de comportamentos, que espécies serão mais suscetíveis a esta, perdoem-me a expressão "domesticação" e quais os impactos na vida destas espécies desta aproximação aos humanos
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Estive em Paris na passada semana e entre visitas a Museus e Monumentos fui constatando a familiaridade com que aves que por cá são desconfiadas e fugidias, como gralhas pretas, pombos torcazes e até galinhas de água, ali se aproximavam dos forasteiros e vinham até aos seus pés.
Todos sentimos, por cá, um pouco esta aproximação, pegas que ainda á pouco tempo fugiam agora passeiam-se nos jardins da cidade patos reais e gaivotas que vêem comer à mão
A questão ou questões que coloco em discussão é até onde irá esta mudança de comportamentos, que espécies serão mais suscetíveis a esta, perdoem-me a expressão "domesticação" e quais os impactos na vida destas espécies desta aproximação aos humanos
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Só posso opinar quanto aos pardais , que na casa dos meus pais foram habituados a comer os miolos e até restos de pão , e a cumplicidade já é tanta que sempre que passa a hora do manjar e no local onde estão habituados a comer , ainda lá não há nada , vão até á janela da cozinha e toca de dar bicadas no vidro , e até há uma pardaloca mais atrevida que se apanhar a porta aberta , nem pede licença , entra por ali a dentro á procura do pão .
Este comportamento é mais intenso na altura da reprodução , e as fêmeas são menos medricas , os machos nunca se aproximam tanto .
Este comportamento é mais intenso na altura da reprodução , e as fêmeas são menos medricas , os machos nunca se aproximam tanto .
António Beira Alta- Número de Mensagens : 1618
Idade : 47
Local : Guarda e arredores
Data de inscrição : 12/08/2011
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Pela minha experiência posso confirmar que muitas espécies de aves, nomeadamente corvídeos, columbídeos, anatídeos, galeirões e gaivotas, entre muitos outros, são consideravelmente mais confiantes em países da Europa central e do norte comparativamente a Portugal (e a Espanha).
Estou convencido que a maior desconfiança que se regista no nosso país (e, presumivelmente, na bacia do Mediterrâneo em geral), tem a ver com a maior perseguição a que as aves se encontram sujeitas, o que faz com que se tornem mais ariscas.
O mais curioso é que (e já li há tempos alguma coisa sobre isto, mas não me recordo onde), as mesmas aves, os mesmos indivíduos, podem adoptar comportamentos mais confiantes ou mais prudentes, consoante a região e o país onde se encontrem.
Estou convencido que a maior desconfiança que se regista no nosso país (e, presumivelmente, na bacia do Mediterrâneo em geral), tem a ver com a maior perseguição a que as aves se encontram sujeitas, o que faz com que se tornem mais ariscas.
O mais curioso é que (e já li há tempos alguma coisa sobre isto, mas não me recordo onde), as mesmas aves, os mesmos indivíduos, podem adoptar comportamentos mais confiantes ou mais prudentes, consoante a região e o país onde se encontrem.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
E o caso dos erithacus é mesmo extremo. Cá aquase que nem se deixam observar e em inglaterra veem comer á mao do pessoal
Jorge Saraiva- Número de Mensagens : 1032
Idade : 66
Local : Lx
Data de inscrição : 16/08/2009
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
fazes campismo ou piqueniques, e tens os Gaios, Pegas-azuis, Chapins-reais, pardais e outros que tais quase a virem comer ao teu prato.
temos algumas fotos assim...
temos algumas fotos assim...
patriciaeluis- Número de Mensagens : 1863
Data de inscrição : 13/01/2013
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Jorge Saraiva escreveu:E o caso dos erithacus é mesmo extremo. Cá aquase que nem se deixam observar e em inglaterra veem comer á mao do pessoal
Não sei como é onde moras, mas por estas bandas os Piscos deixam aproximar muito mesmo, sentado numa cadeira no Parque da lavandeira e eles descontraidos em cima da mesa.
(é claro que fora dos parques são mais timidos mas não muito)
patriciaeluis- Número de Mensagens : 1863
Data de inscrição : 13/01/2013
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Melros e Tordos sempre a fugir no campo, no Parque andam à tua volta a comer minhocas nham nham.
patriciaeluis- Número de Mensagens : 1863
Data de inscrição : 13/01/2013
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
A questão está lançada. Penso que será unanime entre todos o sentimento de que algumas aves são capazes de alterar comportamentos e daí tirar dividendos. Num caso concreto na zona de Arcos de Valdevez as pêgas rabudas eram perseguidas sem dó nem piedade e era quase raro vê-las nos campos há uma trintena de anos, agora juntam-se no Outono e no Inverno, para passarem a noite, em enormes bandos nos plátanos junto ao rio e é ver antigos caçadores a olharem para elas extasiados com o espetáculo. Houve uma alteração dos comportamentos humanos com menor perseguição seguida de uma adaptação ao novo estado das coisas pelas aves.
O aspecto de num local as aves de uma dada espécie serem fugidias e as mesmas nos parques serem "amistosas" será que é a mesma ave que percebe os comportamentos a tomar ou aves diferentes
São questões curiosas que deixo em análise pelos próximos tempos ...
O aspecto de num local as aves de uma dada espécie serem fugidias e as mesmas nos parques serem "amistosas" será que é a mesma ave que percebe os comportamentos a tomar ou aves diferentes
São questões curiosas que deixo em análise pelos próximos tempos ...
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Sempre me interroguei sobre como era possível ver os pardais de Paris, nos jardins, comerem nas mãos das pessoas. Acredito sinceramente na explicação do Gonçalo que aponta, de facto, para o grau de civilidade da sociedade com que os animais têm que coexistir. Vivo numa zona em que o comportamento dos humanos, face aos animais, é uma dó, uma total falta de respeito pela natureza. Recentemente "ganhei" um novo vizinho, aparentemente pessoa respeitável. Até ao dia em desatou aos tiros a toda a passarada porque, no dizer dele, "não deixam nada para ele comer". O energúmeno tem uma figueira e pouco mais, uma enorme mentalidade de besta, é licenciado em agronomia e adepto da agricultura biológica!
Os resultados têm sido evidentes com a ausência gradual da maior parte das aves que frequentava a vizinhança. Haveria muito a dizer acerca deste e doutros personagens do mesmo calibre mas vou terminar dizendo que não comungo do optimismo do Alcedo quanto à alteração de comportamentos das pessoas(?) face a este problema. Há 50 anos havia quem desviasse o arado para poupar um ninho de perdiz ou olhasse extasiado para um Cartaxinho pousado no cabo da enxada numa pausa para limpar o suor da testa. Talvez um dia no futuro...
Os resultados têm sido evidentes com a ausência gradual da maior parte das aves que frequentava a vizinhança. Haveria muito a dizer acerca deste e doutros personagens do mesmo calibre mas vou terminar dizendo que não comungo do optimismo do Alcedo quanto à alteração de comportamentos das pessoas(?) face a este problema. Há 50 anos havia quem desviasse o arado para poupar um ninho de perdiz ou olhasse extasiado para um Cartaxinho pousado no cabo da enxada numa pausa para limpar o suor da testa. Talvez um dia no futuro...
F. Barroqueiro- Número de Mensagens : 5760
Idade : 77
Local : Castelo de Vide
Data de inscrição : 06/09/2013
Re: A proximidade das aves ou como algumas aves se habituam à presença humana
Compreendo o teu pessimismo, vizinhos complicados... transtornam qualquer um. O meu optimismo é um bocado "Póvoacentrico", passo a explicar nasci na Póvoa e com algumas ausências de um ano enquanto estive na tropa na Madeira ou enquanto peregrinei pelo país como professor aqui sempre vivi.
Na minha infância os miúdos iam aos ninhos, não se via um pardal pousado na rua, as gaivotas pousavam no mar, ou bem longe da vista, armavam-se armadilhas de mola aos pardais, caçavam-se pintassilgos, serzinos e verdelhões, par as gaiolas e qualquer ave marinha era potencialmente candidata à panela.
Espingarda de chumbos era prenda para qualquer miúdo estudioso e faziam razia em tudo o que mexesse.
Hoje o que vemos é o inverso a miudagem não persegue as aves e maravilham-se quando as mostro nas visitas à Cividade de Terroso, as praias e o porto de pesca estão cheias de aves, que eu nem imaginava que pudessem ter existido, mas apareciam na bibliografia local. Pêgas, gaivotas, peneireiros e muitas outras aves, podem ser vistas no centro da cidade. Acredito na mudança ( esta frase parece de politico)mas que há bestas quadradas em toda a parte, também há...
Na minha infância os miúdos iam aos ninhos, não se via um pardal pousado na rua, as gaivotas pousavam no mar, ou bem longe da vista, armavam-se armadilhas de mola aos pardais, caçavam-se pintassilgos, serzinos e verdelhões, par as gaiolas e qualquer ave marinha era potencialmente candidata à panela.
Espingarda de chumbos era prenda para qualquer miúdo estudioso e faziam razia em tudo o que mexesse.
Hoje o que vemos é o inverso a miudagem não persegue as aves e maravilham-se quando as mostro nas visitas à Cividade de Terroso, as praias e o porto de pesca estão cheias de aves, que eu nem imaginava que pudessem ter existido, mas apareciam na bibliografia local. Pêgas, gaivotas, peneireiros e muitas outras aves, podem ser vistas no centro da cidade. Acredito na mudança ( esta frase parece de politico)mas que há bestas quadradas em toda a parte, também há...
alcedo- Número de Mensagens : 2232
Idade : 64
Local : Póvoa de Varzim
Data de inscrição : 02/10/2011
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