Maritimas

Boa tarde

Peço desculpa pela demora na resposta mas tive a confirmar os dados das observações.

Esta espécie foi observada em mais que uma situação entre finais de Janeiro e inícios de Fevereiro de 2009, envolvendo entre 20 e 30 indivíduos, na ribeira de Alvoco, próximo de Vide e no rio Alva em Sandomil.
Estes registos coincidem com um conjunto de tempestades no Atlântico, com ventos fortes de Oeste, que ocorreram nesse período.

Uma ave foi capturada por um popular em Vide, em estado débil, tendo sido recuperada no CERVAS e libertada posteriormente em Aveiro.

Abraço

Filipe

Boas

Já á algum tempo que eu não vou as marítimas, mas hoje tive algum tempo livre e fui dar uma espreitadela, as Cagaras já chegaram em força, a migração está a arrancar, será que é desta que eu apanho um papagaio?

Olá,

No passado dia 19 de Março passei 30 - 45 minutos a observar marinhas no lado Sul da foz do Douro, com pouco rendimento:

Catharacta skua: 1 pousado no mar a comer qualquer coisa, 250-500m a Oeste.
Melanitta nigra: 2 em voo para Sul (andam enganados, que a migração é para Norte...)
Sterna sandvicensis: 4 em voo para Norte
Morus bassanus: 12 em voo para Norte

Boas observações,

Pedro Cardia

Olá,

No passado dia 29 de Março dei uma voltinha para Sul até à Aguda, com passagem pelo Sr. da Pedra em Miramar.
Neste último local há uma diferença notória na abundância de aves marinhas, quando comparado com o que observo a partir da foz do Douro.

Enquanto na foz do Douro pouco se vê (ver a minha mensagem anterior neste tópico, por exemplo) bastaram 15 minutos no Sr. da Pedra para observar no mar centenas de Melanitta nigra, uma Alca torda, vários Morus bassanus e Sterna sandvicensis e uma Puffinus puffinus, enquanto na praia estavam pousadas 11 Larus melanocephallus.

Na praia da Aguda não estive a fazer observação de marinhas, mas deu para "pescar" uma Larus argentatus (2º ou 3º inverno/verão) no areal.

Pedro Cardia

Hoje na praia de Esmoriz observei ao largo:
- Morus bassanus, 3 ind para N
- Melanitta nigra, dezenas para N (e vários em "jangada")
- Stercorarius skua, 2 ind (1 deles em perseguição de uma gaivota)
- algumas Sternas a pescar (na praia estavam a descansar entre 15-17 S. albifrons e sandvicensis... de cada)

No regresso dei um salto ao Sr da Pedra (Miramar)... de facto, tal como diz o Pedro Cardia, este deve ser o melhor local por estas bandas para observar maritimas, até a própria capela ajuda protegendo da nortada.
Aqui as Negrolas são às centenas, quer as que passam quer as que estão a repousar no mar. Impressionante.
Aqui também observei 2 Puffinus mauretanicus... e algumas dúvidas

Boas

Ontem no Carvoeiro passaram algumas boas aves, nomeadamente 3 Moleiros parasiticos, que passaram bastante perto, a minha impressão é que sem ventos favoráveis (ontem estava nortada) é esta a espécie de moleiro que passa mais perto de terra na migração primaveril, passam na mesma linha migratória que os garajaus.

Passaram algumas melanittas mas nada de especial, este ano não consegui apanhar o forte da migração delas.

Mas a situação mais interessante foi um Moleiro.grande que apanhou e afogou uma gaivota (michaellis) tendo-se juntado uma multidão de Gansos-patolas para ver o espetaculo..

Nas próximas semanas devem começar a passar em força as sternas e os moleiros.

pedro121 escreveu:
Mas a situação mais interessante foi um Moleiro.grande que apanhou e afogou uma gaivota (michaellis) tendo-se juntado uma multidão de Gansos-patolas para ver o espetaculo..

que cena marada

(não me refiro ao afogamento mas ao voyeurismo )

Gonçalo Elias escreveu:
que cena marada

(não me refiro ao afogamento mas ao voyeurismo )

Sim, essa parte foi particularmente interessante, eles circulavam varias vezes em volta e depois seguiam, enquanto a gaivota ainda se debatia eles demoravam mais tempo, quando o moleiro começou a come-la iam embora mais rápido, as cagaras também iam ver o que se passava, mas no caso delas penso que estavam interessadas era no que é que estavam a fazer os Patolas, já que passavam, olhavam e iam embora, mas os Patolas estavam claramente curiosos com a cena. Aquilo lembrou-nos uma cena de um acidente numa estrada em que toda a gente para para olhar...

São mesmo uns bichinhos danados.......

https://www.youtube.com/watch?v=7obuTJDVZP8

pedro121 escreveu:.

Passaram algumas melanittas mas nada de especial, este ano não consegui apanhar o forte da migração delas.

Não tenho a tua experiência (nem nada que se pareça) na observação de maritimas, mas ontem confesso que fiquei impressionado pelos números que observei de Melanittas. No entanto (pela razão acima), não sei se aquilo que observei se enquadrará no tal "forte da migração".

Em relação a isso, qual a frequência (normal/regular, acidental, etc) de observações de Melanitta fusca??

Helder Vieira escreveu:
Não tenho a tua experiência (nem nada que se pareça) na observação de maritimas, mas ontem confesso que fiquei impressionado pelos números que observei de Melanittas. No entanto (pela razão acima), não sei se aquilo que observei se enquadrará no tal "forte da migração".

Em relação a isso, qual a frequência (normal/regular, acidental, etc) de observações de Melanitta fusca??

Os Melanittas com base na minha experiencia muito limitada apresentam uma passagem muito concentrada na Primavera, pelo que sei aqui no Cabo carvoeiro houve números acima de 100/h há 15 dias, mas eu tenho feito muito pouco esforço em Marítimas e não observei nem de perto nem de longe estes números, também porque tipicamente passam mais tarde do que a hora a que eu normalmente espreito. Para alem disso nesta zona elas não param, só passam, o que faz com que ou as apanhamos em passagem ou então...chapéu!

RuiCaratao escreveu:São mesmo uns bichinhos danados.......

https://www.youtube.com/watch?v=7obuTJDVZP8

Sim, exactamente, mas é incrivel como eles conseguem, as gaivotas são de um tamanho equivalente e não são propriamente "timidas".

pedro121 escreveu: aqui no Cabo carvoeiro houve números acima de 100/h

Ontem em cerca de meia hora passaram muitos mais...

pedro121 escreveu: passam mais tarde do que a hora a que eu normalmente espreito.

Foi no meu regresso de Esmoriz, seriam cerca de 10:45h.

pedro121 escreveu:Para alem disso nesta zona elas não param, só

Pois, ali ao largo do Sr. da Pedra (Miramar) estavam centenas parados.

E em relação aos M. fusca Pedro, qual a tua experiência?

Helder Vieira escreveu:
E em relação aos M. fusca Pedro, qual a tua experiência?

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Precisamente por causa dos fusca, mas tambem por causa dos perspicillata é que eu quero apanhar os picos migratorios, é quase impossivel não apanhar 1 fusca se se fizer um esforço continuado na observação da passagem dos melanittas.

Mas enfim, mais 1 que fica para a passagem outunal .[u]

Portugal está a sul da zona de invernada habitual de M. fusca, contudo gostaria de salientar que a espécie é regular como invernante nas costas cantábricas e catalãs, e julgo que também é regular na Galiza (em números mais reduzidos), por isso eu diria que em Portugal há mais probabilidade de aparecerem nas costas a norte do Douro do que no resto do país.

Nota: a minha experiência com esta espécie pode ser resumida da seguinte forma: de todas as aves do mundo, esta é a espécie que não vejo há mais tempo - só vi uma vez, na Suécia, em Agosto de 1989.

M. fusca também ainda estou à espera para ver

E relativamente ao C. skua fiquei mesmo impressionado com a sua capacidade/tenacidade. Nunca assiti a uma coisa semelhante. Já os vi várias vezes a perseguir insistentemente gaivotas, mas nunca os pensei capazes de afogar uma.

No Domingo passei cerca de 2 horas no Cabo Raso e vi 3 C. skua e 1 S. pomarinus, perto de 90 Sternas sandvicensis e 27 Melanittas nigra perto da costa para Norte.

Mas o mais interessante foi observar um bando de cerca de 300 a 500 Morus bassanus (sobretudo imaturos) a pescar quase ao longo das duas horas. Deveria ser uma cardume bem grande e enquanto os Gansos picavam de cima de baixo saltavam os Golfinhos comuns.Tanto mergulho quase continuo associado a vento forte gerava um "spray" na área. No bando e imediações também observei também bastantes Cagarras e alguns P. mauretanicus.

Abraço
António

Gonçalo Elias escreveu: que a espécie é regular como invernante nas costas cantábricas e catalãs, e julgo que também é regular na Galiza (em números mais reduzidos),

Precisamente, acho que é mais uma daquelas que passa sem ninguém os ver... até que ponto é que se consegue detectar um fusca no meio de um bando de melanittas se não estivermos a procurar por ele?

Olá Pedro,

As fuscas são facilmente detectadas no meio das nigras pela minha experiência com elas na Holanda. Não acho que só procurando se vê esta espécie, se ela passar, facilmente se vê!

Abraços

Thijs

thysvalkenburg escreveu:Olá Pedro,

As fuscas são facilmente detectadas no meio das nigras pela minha experiência com elas na Holanda. Não acho que só procurando se vê esta espécie, se ela passar, facilmente se vê!

Sim, o procurando neste caso era mais a indicar a necessidade de observar os nigras na passagem, desde que ele passe quando estamos lá não me parece dificil a sua id (isto dito por alguém que nunca os viu:D) , mas temos que estar a olhar caso contrario...e como eles devem passar junto aos nigra...

Boas

E a migração de retorno começou em força, mesmo sem ventos favoráveis, muitas Sternas e claro a escolta de moleiros com vários adultos de pomarinos a passarem perto, um situação com um bando de 7 que eram provavelmente rabilongos e mais 1 isolado mas demasiado distante, uma childonia que me partiu todo, e uma puffinus puffinus, isto tudo em 45 min, amanha é RAM, vamos ver, mas promete.

Hoje de manhã dei um salto (45m) ao cabo Raso e a passagem estava muito calma e para além de algumas jangadas de C. diomedea com alguns P. mauretanicus perto da costa(sempre interessante) a única coisa de destaque acabou por ser uma Tadorna tadorna adulta a passar para sul relativamente perto.

Saudações
António

Tem estado a passar Paivinas-pretas e pardelas-pretas mas em pequenos numeros, o vento....
tem tambem passado Puffinus puffinus

Yupiii, ao fim de meses de espera finalmente um bom dia de passagem, para alem de centenas de indivíduos das espécies mais comuns á a destacar 2 moleiros rabilongos juvenis de faze clara a curta distancia!

E agora á hora de almoço tive finalmente sorte com Oceanodroma castro a muita curta distancia em alimentação na baia junto á Papoa!!

castro??? bela malha, sim senhor

Gonçalo Elias escreveu:castro??? bela malha, sim senhor

Sim, estou particularmente satisfeito porque o ano passado vi 1-2 que me deixaram na duvida no meio dos Oceanodroma leucorhoa, desta vez foi uma observação em condições optimas, com a ave mesmo perto em condições de sol e comigo bem abrigado do vento

Portanto uma das minhas cruzes já esta, agora falta o Airo. Sim, porque apesar de fazer grande parte das minhas observações em Peniche fazer regularmente maritimas e ir frequentemente á Berlenga nunca tinha visto Oceanodroma castro quando a unica colonia de nidificação é nas Berlengas e nunca vi airos quendo era nas Berlengas que ocorriam...