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ESPÉCIE: Cruza-bico (Loxia curvirostra)

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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Set 30, 2015 4:06 am

Ao olhar para as informações sobre a distribuição desta espécie reparei que não está registada no distrito de Castelo Branco nem em nenhum dos distritos do Alentejo.

Alguém conhece observações da espécie nessas regiões?
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Set 30, 2015 4:33 am

Entretanto já consegui obter informação sobre a ocorrência no distrito de C. Branco, mas nada ainda sobre o Alentejo.
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ESPÉCIE: Cruza-bico (Loxia curvirostra) Empty Cruza-bicos (Loxia curvirostra)

Mensagem por Gilberto Pinelas Ter Jan 31, 2017 7:18 am

Parece-me que já lá vão os tempos em que o Cruza-bicos (Loxia curvirostra) em época própria era uma espécie relativamente comum em Cascais. Á semelhança de anos anteriores, e já são muitos, este ano também não vi um único exemplar desta espécie neste concelho, sobretudo, nos pinhais onde eram frequentemente avistados…

Pergunto aos meus colegas de fórum, sobretudo, aos mais atentos e dedicados a estas questões/assuntos, se noutras paragens notam o mesmo e, na vossa opinião, também, quais as causas desta suposta regressão.

Obrigado.


Última edição por Gilberto Pinelas em Ter Jan 31, 2017 10:17 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por PNicolau Ter Jan 31, 2017 7:25 am

Nem sabia que havia Cruza-bicos no concelho de Cascais. Eles são sempre escassos excepto em anos de invasão. Na Serra da Estrela são regulares na maior parte do ano e provavelmente nidificam.
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Mensagem por Gonçalo Elias Ter Jan 31, 2017 7:51 am

Tanto quanto é do meu conhecimento houve várias observações no concelho de Cascais na década de 1990 (houve invasões importantes em 1990 e 1993 e outras menos importantes na segunda metade da década).

Essa foi portanto uma década boa para os cruza-bicos. No entanto, não creio que daí se possa extrapolar que "dantes havia mais"...
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Mensagem por Gilberto Pinelas Ter Jan 31, 2017 10:48 am

Gonçalo Elias escreveu:Tanto quanto é do meu conhecimento houve várias observações no concelho de Cascais na década de  1990 (houve invasões importantes em 1990 e 1993 e outras menos importantes na segunda metade da década).

Essa foi portanto uma década boa para os cruza-bicos. No entanto, não creio que daí se possa extrapolar que "dantes havia mais"...

Sobre aquilo que observei muito de perto e atentamente, entre o princípio da década de 70 e o fim da década de 90, as observações, mesmo com as oscilações dos fluxos migratórios, eram relativamente comuns em Cascais. Todos aqueles pinhais desde a Malveira da Serra, Areia, Charneca, passando pelos Oitavos/Quinta-da-Marinha, Costa da Guia, entre outros, eram pródigos em avistamentos. Às vezes viam-se bandos destas aves pendurados nos pinheiros, mais pareciam agarponis. No entanto, notei também que, a partir do meio da década de 90 até aos dias de hoje, houve uma acentuada regressão, ao ponto de, como já referi, nos últimos 10 anos, mais ou menos “coisa”, não consegui avistar uma ave sequer ou ouvir quaisquer vocalizações da mesma.
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Mensagem por Gonçalo Elias Ter Jan 31, 2017 11:10 am

Gilberto,

As situações que descreves, nas quais consideras a espécie comum, eram feitas todos os anos ou apenas nalguns anos? Tens registos detalhados que ajudem a perceber as variações?
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Mensagem por Paulo Lemos Ter Jan 31, 2017 2:51 pm

Espécie que também deixei de ver (dantes era observação ocasional), e não sou o único observador experiente a confirmar a "percepção" nesse sentido (ainda assim há observações > 2000).

Houve um ano em que se concentraram anormalmente numa área nas Caldas da rainha, mas não creio que devido a invasão e sim a progressiva acumulação de exemplares em volta de um grande campo de girassol não submetido a colheita.
Estou convencido de que é uma espécie que se movimenta(va) mais dispersa no Sul, excepto se encontra um bom local com bom alimento em fartura e se fixa (temporariamente).

Esta espécie não se alimenta apenas de sementes de Pinus. Acho também que não é necessariamente a produção de sementes de Pinus que "manda" na quantidade observável a Sul ou concentrações da espécie e sim outras espécies de plantas.

Em que pinheiros foram vistas "penduradas"? Ou apenas pousadas? (há diferença).
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Mensagem por Paulo Lemos Ter Jan 31, 2017 5:28 pm

Gilberto Pinelas escreveu:Parece-me que já lá vão os tempos em que o Cruza-bicos (Loxia curvirostra) em época própria era uma espécie relativamente comum em Cascais. Á semelhança de anos anteriores, e já são muitos, este ano também não vi um único exemplar desta espécie neste concelho, sobretudo, nos pinhais onde eram frequentemente avistados…

Pergunto aos meus colegas de fórum, sobretudo, aos mais atentos e dedicados a estas questões/assuntos, se noutras paragens notam o mesmo e, na vossa opinião, também, quais as causas desta suposta regressão.

Obrigado.

"Espera lá"...

Em que épocas do ano eram observados?

Esta espécie parecia-me frequentadora de parques citadinos e afins, em pequeno numero mas não em observação excepcional.
Talvez difícil de detectar excepto pela voz. Mas a maioria dos observadores poderá nem ligar ao sons ou não esperará essa espécie, que tem algo "de verdilhão" na voz, ave muito comum nessas áreas em árvores e arbustos coincidentes. Quando vi Loxia isolados ou aos pares ou trios, foi em áreas urbanas detectados pelo som. Quando estão pousados em arbustos para alimentação, são mais calados do que por exemplo pousados no alto de árvores.
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Mensagem por pedro121 Qua Fev 01, 2017 2:36 am

Gilberto Pinelas escreveu:
No entanto, notei também que, a partir do meio da década de 90 até aos dias de hoje, houve uma acentuada regressão, ao ponto de, como já referi, nos últimos 10 anos, mais ou menos “coisa”, não consegui avistar uma ave sequer ou ouvir quaisquer vocalizações da mesma.

Já há algum tempo que não há uma grande invasão, historicamente os movimentos em larga escala de Loxias estão associados a falhas catastróficas na produção de pinhões em varias espécies de pinheiros, já que os cruza-bicos-comuns não são muito especializados e se falhar a colheita preferencial voltam-se para outras, portanto é necessário haver falhas em grande escala para os fazer mover, e essas falhas são muito pouco frequentes.

depois de uma grande invasão as aves podem permanecer nas zonas onde há alimentação e até criarem.

Fora essas grandes invasões há outras de pequena escala, envolvendo algumas centenas de aves, que ocorrem mais frequentemente.

Mas o que é preciso lembrar para todas estas espécies é que nos estamos literalmente no fim da linha de um dos eixos migratórios, mas nada obriga que mesmo num ano de invasão está se de para oeste, pode ter um eixo mais para sudeste e as aves nunca cá chegarem.
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Mensagem por Gonçalo Elias Qua Fev 01, 2017 3:24 am

A invasão de 1993 foi memorável, lembro-me de estar na ria de Alvor e de se capturarem vários Loxias e de haver mais alguns a "passear" pelo jardim. Até me lembro de ver um pousado no cipreste que está no parque de estacionamento da Cruzinha Smile

Houve várias invasões pequenas em anos posteriores, mas como a deste ano creio que não voltou a haver nenhuma.
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Mensagem por Paulo Lemos Qua Fev 01, 2017 3:44 am

Acho que é só mais um tema em desatenção, tal como muitos outros.

A produção de pinhões por uma espécie X de Pinus, pode ser variável de diversas formas: forma e consistência das pinhas, a sua acessibilidade de acordo com aspectos climáticos que varia de local para local. Portando sempre me perguntei do que realmente dependeriam aves nidificantes na minha zona, e se seriam de facto importantes as espécies de Pinus e que formas adaptativas dos mesmos (e em que habitat).
Não observo a espécie em extensões de pinhal longe de ambientes ligados ao Homem, nem longe da costa.

Ainda vou tentar recolher melhor informação que envolveu uma ave juvenil (do ano), localizada pelo Christian Stadie em Junho ou Julho na Serra de Mangues depois de 2000 salvo erro.
"Sempre" observei esta espécie na povoação de S. Martinho do Porto e nas áreas costeiras próximas, não exactamente no Outono/Inverno, bem como nos parques e subúrbios das Caldas por exemplo, ou quintas, associado a flora exótica abundante (floresta "urbana"). Não me pareciam de "presença" irregular conforme o ano.

Desconfio de que a espécie pode associar-se localmente à flora exótica quando é importante, mas também ao zimbro na costa/dunas e aos pinheiros "mais fustigados" pela influência marítima.

Se tudo isto depende ou não "em grande escala", do que "se consideram" invasões por aves bastante mais nortenhas, é discutível. Lembro-me de discutir há uns anos, sobre diferenças de tamanho entre populações nortenhas e as mais "sulistas".
Não estou muito actualizado no tema, mas importará distinguir "invasões", de meras concentrações de aves, que seriam mais residentes pelo Sul (residentes em sentido alargado, divagando pelo território conforme disponibilidade, tal como outras populações o fazem talvez com limites em termos de nidificação?).
Muitos factores poderiam influenciar concentração de espécimes em determinados locais ou em determinados habitats, a ponto de serem detectados mais facilmente. As próprias invasões podem também influenciar o comportamento de eventuais "residentes" mais a Sul.

Outra questão interessante, será a dos limites da época de reprodução, se os há mais a Sul (ou dependendo dos recursos)...
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 4:22 am

PNicolau escreveu:Nem sabia que havia Cruza-bicos no concelho de Cascais. Eles são sempre escassos excepto em anos de invasão. Na Serra da Estrela são regulares na maior parte do ano e provavelmente nidificam.

Olá, PNicolau.

Sim, no Concelho de Cascais sempre existiu esta espécie. Nuns anos menos, noutros mais, mas sempre existiu e, como já disse, não era difícil encontra-los, sobretudo, nalguns locais...
Deixo-te aqui um pequeno testemunho da sua existência, e que, na minha opinião, tendo em conta as datas, conseguem relacionar esta espécie no espaço e no tempo na minha área de residência.

http://pintorlopes.blogspot.pt/2013/01/aves-migratorias-ausentes.html
http://www.wilder.pt/monitor/vigilantes-da-natureza-apreendem-38-aves-capturadas-ilegalmente/


Última edição por Gilberto Pinelas em Qua Fev 01, 2017 8:58 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 4:23 am

Gonçalo Elias escreveu:Gilberto,

As situações que descreves, nas quais consideras a espécie comum, eram feitas todos os anos ou apenas nalguns anos? Tens registos detalhados que ajudem a perceber as variações?

Olá, Gonçalo.

Sim, durante o período que referi as observações eram realizadas anualmente. Em relação aos registos podes dar-me um exemplo mais concreto daquilo que pretendes?
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 4:24 am

Paulo Lemos escreveu:Espécie que também deixei de ver (dantes era observação ocasional), e não sou o único observador experiente a confirmar a "percepção" nesse sentido (ainda assim há observações > 2000).

Houve um ano em que se concentraram anormalmente numa área nas Caldas da rainha, mas não creio que devido a invasão e sim a progressiva acumulação de exemplares em volta de um grande campo de girassol não submetido a colheita.
Estou convencido de que é uma espécie que se movimenta(va) mais dispersa no Sul, excepto se encontra um bom local com bom alimento em fartura e se fixa (temporariamente).

Esta espécie não se alimenta apenas de sementes de Pinus. Acho também que não é necessariamente a produção de sementes de Pinus que "manda" na quantidade observável a Sul ou concentrações da espécie e sim outras espécies de plantas.

Em que pinheiros foram vistas "penduradas"? Ou apenas pousadas? (há diferença).

Olá, Paulo Lemos.

A realidade nas Caldas da Rainha desconheço completamente, mas numa seara de girassol nunca os vi, confesso, mas acredito sinceramente que a “assaltem” se lhes aprouver.
Costumavam preferir os “Pinus halepensis” com pinhas alongadas e com fruto pequeno.
Observei-os de todas as formas: a voar, pousados, em gaiolas, nas mãos e, tal como disse, pendurados e a catarem as pinhas, mais pareciam agarponis.
Que espécies de plantas mais a Sul, para além das sementes de “Pinus”, provocarão em torno delas essas concentrações?
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 4:25 am

Paulo Lemos escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:Parece-me que já lá vão os tempos em que o Cruza-bicos (Loxia curvirostra) em época própria era uma espécie relativamente comum em Cascais. Á semelhança de anos anteriores, e já são muitos, este ano também não vi um único exemplar desta espécie neste concelho, sobretudo, nos pinhais onde eram frequentemente avistados…

Pergunto aos meus colegas de fórum, sobretudo, aos mais atentos e dedicados a estas questões/assuntos, se noutras paragens notam o mesmo e, na vossa opinião, também, quais as causas desta suposta regressão.

Obrigado.

"Espera lá"...

Em que épocas do ano eram observados?

Esta espécie parecia-me frequentadora de parques citadinos e afins, em pequeno numero mas não em observação excepcional.
Talvez difícil de detectar excepto pela voz. Mas a maioria dos observadores poderá nem ligar ao sons ou não esperará essa espécie, que tem algo "de verdilhão" na voz, ave muito comum nessas áreas em árvores e arbustos coincidentes. Quando vi Loxia isolados ou aos pares ou trios, foi em áreas urbanas detectados pelo som. Quando estão pousados em arbustos para alimentação, são mais calados do que por exemplo pousados no alto de árvores.

Se lhe disser que na década de 70 cheguei a observa-los em princípios de Setembro, se calhar o Paulo não acredita. Mas é pura verdade.
Em Cascais nunca os vi nos parques citadinos (Marechal Carmona, Palmela, etc…), mas nos pinhais junto á orla costeira eram frequentes, sobretudo, nalgumas zonas que já referi.
Tem toda a razão quando diz que a sua vocalização tem algo “de verdilhão” e que não é uma ave fácil de identificar se não estivermos familiarizados com ela.
Concordo também e plenamente consigo na descrição que faz enquanto pousados no alto das árvores e enquanto se alimentam.


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Mensagem por pedro121 Qua Fev 01, 2017 5:05 am

Gilberto Pinelas escreveu:

Se lhe disser que na década de 70 cheguei a observa-los em princípios de Setembro, se calhar o Paulo não acredita. Mas é pura verdade.

Setembro é um mês perfeitamente normal, em anos de invasão eles podem chegar logo em Agosto, convém não esquecer que a espécie cria muito cedo, e que as deslocações se devem a falta de recursos nas zonas de origem. Por isso Setembro é normal num ano de influxo.

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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 5:13 am

pedro121 escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:

Se lhe disser que na década de 70 cheguei a observa-los em princípios de Setembro, se calhar o Paulo não acredita. Mas é pura verdade.

Setembro é um mês perfeitamente normal, em anos de invasão eles podem chegar logo em Agosto, convém não esquecer que a espécie cria muito cedo, e que as deslocações se devem a falta de recursos nas zonas de origem. Por isso Setembro é normal num ano de influxo.


Obrigado, Pedro.
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Mensagem por João Tomás Qua Fev 01, 2017 5:27 am

Gilberto Pinelas escreveu:http://quintadovillar.com/fauna-e-flora/animais-selvagens

É preciso alguma atenção ao consultar a lista de espécies apresentadas neste site. Dendrocopos medius? Passer hispaniolensis com fotos de domesticus?? Twisted Evil
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Mensagem por pedrocardia Qua Fev 01, 2017 7:02 am

João Tomás escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:http://quintadovillar.com/fauna-e-flora/animais-selvagens

É preciso alguma atenção ao consultar a lista de espécies apresentadas neste site. Dendrocopos medius? Passer hispaniolensis com fotos de domesticus?? Twisted Evil

E as duas das fotos de rabirruivo preto também não são de cá...

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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 7:10 am

João Tomás escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:http://quintadovillar.com/fauna-e-flora/animais-selvagens

É preciso alguma atenção ao consultar a lista de espécies apresentadas neste site. Dendrocopos medius? Passer hispaniolensis com fotos de domesticus?? Twisted Evil

Sim, Tomás, num determinado contexto tens razão. Terá sido um mero lapso de... No entanto, parece-me que não será por isso que possamos por em causa a intenção da sua utilização. Com erros ou sem eles a intenção era chamar a atenção para uma espécie que não é ou não foi assim tão invulgar no concelho de Cascais. Very Happy
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Mensagem por pedro121 Qua Fev 01, 2017 7:28 am

Gilberto Pinelas escreveu:
Sim, Tomás, num determinado contexto tens razão. Terá sido um mero lapso de... No entanto, parece-me que não será por isso que possamos por em causa a intenção da sua utilização. Com erros ou sem eles a intenção era chamar a atenção para uma espécie que não é ou não foi assim tão invulgar no concelho de Cascais. Very Happy  

Sim, certo, no entanto o site em questão não me parece uma boa maneira de o fazer, para alem das fotos de muitas aves terem sido tiradas fora de portugal, algumas espécies retratadas não são certamente comuns em Cascais, o que retira utilidade ao site no contexto apresentado.

Nota que ninguém discute que na década de 90 havia cruza-bicos por todo o lado, houve grandes influxos nessa altura. Desde então os influxos foram muito mais pequenos, e nos ultimos anos na zona da grande Lisboa a maior parte dos avistamentos diz respeito a aves isoladas ou pequenos bandos.
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Mensagem por Paulo Lemos Qua Fev 01, 2017 8:15 am

Gilberto Pinelas escreveu:
Costumavam preferir os “Pinus halepensis” com pinhas alongadas e com fruto pequeno.

O primeiro que vi na vida, estava exactamente nessa espécie de Pinus, junto portão do "antigo" ciclo nos espaços verdes, ao lado da secundária Rafael Bordalo Pinheiro (onde eu tinha aulas na altura).

Hoje dei uma volta pela zona costeira para confirmar se já havia narcejas-galegas "em mato" (não), e se de facto as pinhas do P. pinaster parecem mais maneirinhas junto ao mar (sim).
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Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 8:54 am

Gonçalo Elias escreveu:Gilberto,

As situações que descreves, nas quais consideras a espécie comum, eram feitas todos os anos ou apenas nalguns anos? Tens registos detalhados que ajudem a perceber as variações?

Os registos que tenho são apenas de memória. Eram outros tempos, outros princípios e outras sensibilidades se sobrepunham… Raros eram aqueles que, como tu, abraçavam um desafio destes, esta caminhada em prol de uma causa. Eu fi-lo de uma forma descomprometida, sem meios e com muita inocência, nem sempre da melhor forma, diga-se também, mas fi-lo… hoje é completamente diferente.

Gonçalo, quando disse que os cruza-bicos eram comuns no concelho de Cascais, não quis dizer tão comuns como os lugres, por exemplo, que apareciam na mesma altura e que se deixavam facilmente ver, quer pela sua abundância, quer pela forma como se socializavam com a presença humana, no entanto, quem soubesse procura-los nos sítios certos, não era difícil encontra-los, isto independentemente dos fluxos migratórios, como já referi.

Junto á “pista negra” do Centro Equestre da Quinta da Marinha, quem se posicionasse aí, logo pela manhã, no mínimo, embora parcas e pouco denunciantes, ouvia as suas vocalizações. Era talvez o melhor sítio para observa-los. Entre a Charneca e a Areia também se mostravam com alguma regularidade, mais de passagem, diga-se, Nos pinhais onde estão agora as urbanizações da Costa da Guia, perto do cemitério com o mesmo nome, também era um spot especial onde se aglomeravam “passarinheiros” para os capturar com “visco”; Na quinta da Bicuda também apareciam com alguma regularidade apesar de aí existirem mais “Pinus pinea”; Em Alcabideche, junto ao antigo Regimento de Artilharia, também era frequente vê-los; Na Malveira da Serra mais concretamente junto à Quinta de Santo António, também davam a cara…

Outra coisa: não sei se te recordas ou se alguém te disse, mas quando o hipermercado Jumbo de Cascais foi inaugurado em 1973, fazia parte integrante dele uma “petshop”. Nessa mesma loja, á semelhança de pintassilgos, lugres, verdilhões, chamarizes, etc, muitos cruza-bicos foram vendidos todos os anos por meia dúzia de escudos. Do mesmo modo, não sei se sabes ou recordas, junto á porta do Mercado Municipal de Cascais, nesse período que mencionei, era perfeitamente normal alguns “passarinheiros” irem vender as suas capturas e, os cruza-bicos, todos os anos figuravam nas suas listas de oferta.

Com o “boom” da construção civil no Concelho na década de 90 e a expansão do perímetro urbano de Cascais, grande parte dos pinhais foram completamente destruídos e as zonas de permanência mais querençudas destas aves desapareceram…. A partir daí, apesar de ainda existir uma boa mancha de pinhal propício, começaram a escassear… Há muito tempo que não os vejo, nem ouço.


Última edição por Gilberto Pinelas em Qua Fev 01, 2017 10:58 am, editado 3 vez(es)
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ESPÉCIE: Cruza-bico (Loxia curvirostra) Empty Re: ESPÉCIE: Cruza-bico (Loxia curvirostra)

Mensagem por Gilberto Pinelas Qua Fev 01, 2017 8:56 am

pedro121 escreveu:
Gilberto Pinelas escreveu:
Sim, Tomás, num determinado contexto tens razão. Terá sido um mero lapso de... No entanto, parece-me que não será por isso que possamos por em causa a intenção da sua utilização. Com erros ou sem eles a intenção era chamar a atenção para uma espécie que não é ou não foi assim tão invulgar no concelho de Cascais. Very Happy  

Sim, certo, no entanto o site em questão não me parece uma boa maneira de o fazer, para alem das fotos de muitas aves terem sido tiradas fora de portugal, algumas espécies retratadas não são certamente comuns em Cascais, o que retira utilidade ao site no contexto apresentado.

Nota que ninguém discute que na década de 90 havia cruza-bicos por todo o lado, houve grandes influxos nessa altura. Desde então os influxos foram muito mais pequenos, e nos ultimos anos na zona da grande Lisboa a maior parte dos avistamentos diz respeito a aves isoladas ou pequenos bandos.

Ok, fiquemos então pelos outros dois. Obrigado!
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