3 Gaivotas-hiperbórea em Matosinhos

Embora não seja “extremamente raro”, não é muito vulgar observar Gaivotas-hiperbórea (Larus hyperboreus) em Matosinhos.
Muito raro é observar, no mesmo dia e local, 3 indivíduos desta espécie e um privilégio que elas sejam de diferentes estádios de plumagem.
É esse privilégio que quero partilhar com os amigos que se interessam por raridades/aves marinhas,
em: http://seabirdsportugal.blogspot.pt/2016/07/gaivotas-em-terra-3_1.html

Boas, antes de mais os meus parabéns, junho-julho e agosto são messes em que poucos se dedicam às gaivotas, e apesar de serem meses ingratos há sempre a hipótese de haver uma surpresa.

O "adulto" continuar presente é incrível, ele está na zona desde 2015 certo? é um recorde absoluto de permanência e ainda bem que continua a ser acompanhado.



em relação aos imaturos, eu tenho algumas duvidas e gostava de ver fotos de conjunto, O 1º imaturo em especial não me parece possível ser hyperborea, tem claramente uma banda sub terminal na cauda, e as coberturas primarias que já mudaram parecem-me demasiado escuras para hyper. alem de que as marcações não encaixam numa hyper de 2º ano de calendário tão desgastada. O bico bicolor pode aparecer em outras especies de gaivotas e o aspecto branco é frequente em aves com este desgaste na plumagem.

De facto a segunda gaivota não parece encaixar em hyper, mas o que será?
Poderá ser uma argentatus?

Larus hyperboreus (1y) by ZéMarks, no Flickr

Já a terceira, parece-me ok.

Larus hyperboreus (1y) by ZéMarks, no Flickr

Olá amigos,
É um facto que ao longo de todo o ano de 2015 observei em Matosinhos (na Praia ou Docapesca) um exemplar desta espécie.
Ao contrário de um individuo L.glaucoides que cá “residiu” durante alguns meses e que lhe fiquei a conhecer os hábitos ( http://seabirdsportugal.blogspot.pt/2016/02/larus-glaucoides-in-matosinhos.html ), sobre as hyperboreus que fui observando nunca me apercebi de uma constância nos seus movimentos/comportamentos daí que não tenho certezas para afirmar que se trata sempre do mesmo individuo, mas claro, não excluo essa hipótese.
Sobre a identificação dos juvenis… todas as opiniões serão importantes!
Aliás, admitindo a hipótese de ser sempre o mesmo individuo, tenho estado atento aos telhados cá da Freguesia, onde nidificam michahellis, para ver se há algum casamento mestiço e então teremos híbridos a nascer em Matosinhos...
Cumprimentos,
ZéMarks

Sem dúvida que é interessante o facto de um adulto ficar por cá, mas saliento que isso acontece com diversas espécies de aves aquáticas (gaivotas e não só).

Não creio que venha a haver nidificação, dado que esta espécie nidifica em latitudes muito elevadas.

PNicolau escreveu:
Já a terceira, parece-me ok.

Sim, alias, foi muito instrutivo as fotos do José no blog e no eBird, confesso que não estava familiarizado com o contraste que há entre as penas novas e as desgastadas, as novas vem muito escuras, mais escuras do que eu esperava, dando a entender que não seria hyper, no entanto tal não é o caso, desde que esteja tudo certo em termos de tamanho e estrutura, e as primarias estejam ok, a ave é normal para hyper nesta altura do ano, mesmo com penas cinza escuras nas coberturas e tercearias, e pelos vistos o mesmo pode acontecer com as polares. Portanto gaivotas brancas de 2-3 cy a fazerem a muda no verão são assustadoras, com penas aparentemente demasiado escuras a surgirem. Mas pelos vistos é mesmo assim, já aprendi mais alguma coisa.

pedro121 escreveu:Sim, alias, foi muito instrutivo as fotos do José no blog e no eBird, confesso que não estava familiarizado com o contraste que há entre as penas novas e as desgastadas, as novas vem muito escuras, mais escuras do que eu esperava

Acontece o mesmo com os Apus pallidus, que nesta altura começam a fazer a muda das primárias interiores e das secundárias, as penas novas são muito mais escuras e um bicho com a muda mais adiantada pode ser complicado de identificar.

Uma vez vi 6 Apus pallidus em Dezembro perto de Loures, andaram por lá vários dias, a voar baixo e perto e mesmo assim a identificação não foi nada fácil, porque as aves eram muito mais escuras do que as que vemos habitualmente no Verão, com a plumagem gasta e mais clara.

Muito obrigado pelos comentários.
São muito importantes para o esclarecimento das dúvidas que possam surgir.