A propósito da falta de monitorização...
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A propósito da falta de monitorização...
Temos trocado (aqui e no facebook) inúmeras mensagens sobre a falta de programas de monitorização em Portugal que permitam obter dados actualizados sobre o estado da nossa avifauna. Tenho partilhado a minha preocupação com a quase ausência de dados actualizados para Portugal.
Nem de propósito, recebi há pouco um mail da SEO (para quem não sabe é o parceiro espanhol da BirdLife) com o título ¿Qué pasaría si nadie contara los pájaros que nos rodean? e a dizer o seguinte:
O texto completo, com links, está aqui: https://www.seo.org/?wysija-page=1&controller=email&action=view&email_id=1812&wysijap=subscriptions-2&user_id=42117
Comentário meu: em Espanha já têm cerca de 1000 voluntários e querem ter mais pois consideram que é insuficiente. De facto, pelo que já tenho visto nos mapas de resultados de alguns projectos, há uma grande densidade de colaboradores na região de Madrid e no País Basco, mas certas regiões como a Estremadura ou a Andaluzia, por exemplo, têm muita poucos observadores, logo pouca informação.
A SEO tem um site chamado "seguimiento de aves" que agrega todos os programas de monitorização - está em https://www.seguimientodeaves.org/
Produzem um relatório anual com os resultados de TODOS os programas de seguimento. O relatório de 2016 já está disponível. Todos os relatórios disponíveis para consulta aqui: http://www.seo.org/seguimiento-de-avifauna-resultados/
Cá é o que se sabe...
Nem de propósito, recebi há pouco um mail da SEO (para quem não sabe é o parceiro espanhol da BirdLife) com o título ¿Qué pasaría si nadie contara los pájaros que nos rodean? e a dizer o seguinte:
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Las aves son un excelente indicador de la conservación de los ecosistemas y de la buena salud de nuestro entorno. La Oficina de Estadística de la Unión Europea (Eurostat) considera el estado de las de aves comunes como un índice de la calidad de vida en Europa, al mismo nivel que las emisiones de CO2 o la superficie de parques nacionales declarados.
Aunque movilizamos cada primavera a unos 1.000 voluntarios para realizar trabajo de campo de seguimiento de aves comunes diurnas y nocturnas (Sacre y Noctua), sería mejor si fuéramos más los que contamos pájaros.
En muchas zonas de España las poblaciones de especies como el sisón, los alcaudones o el cernícalo vulgar, y muy especialmente las aves ligadas a los medios agrícolas, sabemos que no gozan de muy buena salud gracias a los datos que facilitan los voluntarios de estos programas. Pero aún son necesarios más colaboradores dispuestos a salir al campo para conseguir información de algunas comunidades autónomas que no tienen buena cobertura en estos momentos.
Gracias a esta información desde SEO/BirdLife podremos identificar las prioridades de conservación y centrarnos en ellas. Tu implicación es necesaria.
ENTRA AQUÍ Quiero ser colaborador del Sacre #cuentapájaros
ENTRA AQUÍ Quiero ser colaborador del Noctua #cuentapájaros
COMPARTE TU EXPERIENCIA en RRSS. Si ya eres colaborador de algún programa de seguimiento de aves y quieres dar a conocer tu experiencia o animar a la participación, comparte en Twitter tus vídeos con el hastag #cuentapájaros o envíanos un breve vídeo (20-30 segundos en horizontal) a prensa@seo.org y lo difundiremos.
O texto completo, com links, está aqui: https://www.seo.org/?wysija-page=1&controller=email&action=view&email_id=1812&wysijap=subscriptions-2&user_id=42117
Comentário meu: em Espanha já têm cerca de 1000 voluntários e querem ter mais pois consideram que é insuficiente. De facto, pelo que já tenho visto nos mapas de resultados de alguns projectos, há uma grande densidade de colaboradores na região de Madrid e no País Basco, mas certas regiões como a Estremadura ou a Andaluzia, por exemplo, têm muita poucos observadores, logo pouca informação.
A SEO tem um site chamado "seguimiento de aves" que agrega todos os programas de monitorização - está em https://www.seguimientodeaves.org/
Produzem um relatório anual com os resultados de TODOS os programas de seguimento. O relatório de 2016 já está disponível. Todos os relatórios disponíveis para consulta aqui: http://www.seo.org/seguimiento-de-avifauna-resultados/
Cá é o que se sabe...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: A propósito da falta de monitorização...
Gonçalo Elias escreveu:Cá é o que se sabe...
Já sabes o que se sabe por cá. Ou o que não se sabe!
João Tomás- Número de Mensagens : 4570
Idade : 34
Local : Batalha
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: A propósito da falta de monitorização...
Infelizmente não estou muito optimista em relação à situação em Portugal porque nos últimos anos o que tem mudado é para PIOR: relatórios que não saem, projectos que deixam de ser feitos ou que perdem gente, fundos que deixam de estar disponíveis... em suma, tem havido um progressivo desinvestimento nesta parte da monitorização e não encontro quaisquer sinais de que isto esteja para mudar.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: A propósito da falta de monitorização...
Gonçalo Elias escreveu:Infelizmente não estou muito optimista em relação à situação em Portugal porque nos últimos anos o que tem mudado é para PIOR: relatórios que não saem, projectos que deixam de ser feitos ou que perdem gente, fundos que deixam de estar disponíveis... em suma, tem havido um progressivo desinvestimento nesta parte da monitorização e não encontro quaisquer sinais de que isto esteja para mudar.
Sem dúvida. Eu acho que o desinvestimento na área por parte de quem governa também acaba por desmoralizar a pouca malta que vai fazendo alguma coisa. Por exemplo, haverá certamente malta do ICNF que vendo a acção ou falta dela por parte deste organismo que acaba por perder a paixão pelo seu trabalho.
João Tomás- Número de Mensagens : 4570
Idade : 34
Local : Batalha
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: A propósito da falta de monitorização...
De acordo, embora eu acredite que o desinvestimento por parte dos governos não são mais do que um reflexo do desinteresse geral da sociedade por estas questões.
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: A propósito da falta de monitorização...
Gonçalo Elias escreveu:De acordo, embora eu acredite que o desinvestimento por parte dos governos não são mais do que um reflexo do desinteresse geral da sociedade por estas questões.
Sem dúvida.
João Tomás- Número de Mensagens : 4570
Idade : 34
Local : Batalha
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: A propósito da falta de monitorização...
Tenho escrito por diversas vezes que em Portugal se tem desinvestido bastante na monitorização das populações de aves selvagens e que isso dá origem a lacunas importantes na informação disponível.
Hoje de manhã assisti ao workshop (online) de apresentação pública do 2º atlas europeu.
A apresentação foi muito interessante, e houve um aspecto que me chamou a atenção e por isso aproveitei para fazer Print Screen, o qual partilho aqui: quando comparamos o 1º atlas europeu (publicado em 1997) com o que agora foi publicado, podemos constatar as alterações importantes ao nível da cobertura do território europeu:
No caso português, a cobertura do 1º atlas foi considerada boa ou razoável em todo o território nacional (o país aparece todo a azul escuro, sem falhas), mas no 2º atlas tivemos má cobertura em pelo menos 9-10 quadrículas 50x50 km (por isso o território nacional aparece agora salpicado de amarelo).
Haverá certamente boas razões que justifiquem este desinvestimento. Mas não deixa de ser triste ver o resto da Europa a manter ou a melhorar o grau de cobertura na monitorização das aves selvagens e Portugal a ficar para trás...
Hoje de manhã assisti ao workshop (online) de apresentação pública do 2º atlas europeu.
A apresentação foi muito interessante, e houve um aspecto que me chamou a atenção e por isso aproveitei para fazer Print Screen, o qual partilho aqui: quando comparamos o 1º atlas europeu (publicado em 1997) com o que agora foi publicado, podemos constatar as alterações importantes ao nível da cobertura do território europeu:
- um enorme aumento de cobertura a leste, em especial na Rússia, na Turquia, no Cáucaso (tudo regiões mal cobertas no 1º atlas), bem como melhorias consideráveis na Albânia e nas ilhas Canárias
- uma relativa estabilidade no resto da Europa continental, que teve cobertura boa ou razoável em ambos os atlas (mancha azul escura) havendo apenas quadrículas isoladas a amarelo (que significa má cobertura) em dois ou três países
- uma cobertura claramente pior no 2º atlas em três regiões: na Islândia (nomeadamente nas zonas centrais da ilha, que creio serem de difícil acesso), no remoto arquipélago de Svalbard (situado no Árctico a uma latitude de quase 80 graus norte e onde quase não mora ninguém) e... em Portugal!!!
No caso português, a cobertura do 1º atlas foi considerada boa ou razoável em todo o território nacional (o país aparece todo a azul escuro, sem falhas), mas no 2º atlas tivemos má cobertura em pelo menos 9-10 quadrículas 50x50 km (por isso o território nacional aparece agora salpicado de amarelo).
Haverá certamente boas razões que justifiquem este desinvestimento. Mas não deixa de ser triste ver o resto da Europa a manter ou a melhorar o grau de cobertura na monitorização das aves selvagens e Portugal a ficar para trás...
Gonçalo Elias- Número de Mensagens : 25661
Idade : 56
Data de inscrição : 14/06/2007
Re: A propósito da falta de monitorização...
Falhei o workshop, mas tenho acompanhado o processo.
E quando foi anunciado, há anos, o lançamento deste projecto, contactei quem por cá deveria ter mais responsabilidades, tentando saber o que se iria fazer. Resposta? Que não, trabalho de campo só para uma ou outra espécie, o resto aproveitar-se-ia o que viesse do CAC (!!).
E o interesse é tanto que, mesmo com o Atlas a sair, a SPEA ignora o assunto (pode ser falha minha, mas pesquisa por EBBA ou Atlas não resultou em nada).
Mas o interesse na Europa é tal que a editora (Lynx) já teve de enviar mensagens a pedir desculpa por atrasos porque a primeira impressão não vai dar para satisfazer todos os pedidos.
Como alterar o rumo das coisas é que confesso também não saber...
E quando foi anunciado, há anos, o lançamento deste projecto, contactei quem por cá deveria ter mais responsabilidades, tentando saber o que se iria fazer. Resposta? Que não, trabalho de campo só para uma ou outra espécie, o resto aproveitar-se-ia o que viesse do CAC (!!).
E o interesse é tanto que, mesmo com o Atlas a sair, a SPEA ignora o assunto (pode ser falha minha, mas pesquisa por EBBA ou Atlas não resultou em nada).
Mas o interesse na Europa é tal que a editora (Lynx) já teve de enviar mensagens a pedir desculpa por atrasos porque a primeira impressão não vai dar para satisfazer todos os pedidos.
Como alterar o rumo das coisas é que confesso também não saber...
pina- Número de Mensagens : 18
Data de inscrição : 23/02/2009
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