Subespécie de Phylloscopus collybitta?

Caros,

Ontem, dia 07-09-2018, observei e fotografei no Parque da Paz, em Almada, uma Phylloscopus com a plumagem num estado deplorável (aparentemente encharcada, mas também com primárias, secundárias e caudais desgastadas, além de zonas sem penas na coroa e no dorso), que talvez por isso me está a levantar algumas dúvidas quanto à identificação (ver fotos abaixo).

Aquilo que me chamou a atenção nesta ave, que inicialmente se encontrava a alimentar-se junto de algumas Phylloscopus trochilus, mostrando dimensões e comportamento semelhantes, foram as seguintes características (observadas no terreno e algumas também apreciáveis nas fotografias):

• Tom geral acastanhado quente, aparentemente sem laivos esverdeados ou oliváceos (particularmente notório nas penas do manto e asas)
  Projecção primária bastante curta (que penso ser real, apesar do desgaste das primárias)
  Supercílio pálido pouco definido (mas difícil de avaliar devido ao estado da plumagem)
  Patas definitivamente escuras
  Partes inferiores aparentemente escuras e pouco contrastantes com as partes superiores (mais que noutras Phylloscopus), embora isto possa ser um efeito causado pelo estado encharcado da plumagem
  

Apesar da data precoce, poderá esta ave ser apenas uma Phylloscopus collybitta mal tratada ou será possível ver aqui algo mais, nomeadamente uma das subespécies/espécies asiáticas aparentadas com esta espécie, tais como Ph. c. tristis (embora eu não veja tons verdes nas asas) ou até Ph. lorenzii (a única que me parece apresentar plumagem declaradamente acastanhada)?

Agradeço as vossas opiniões, uma vez que não consigo decidir-me em definitivo no que respeita a esta ave.

Acresce que a mesma ave tinha sido vista e fotografada no mesmo local no dia anterior pelo Humberto Matos, que tem fotos bem melhores que as minhas na seguinte lista do eBird:

https://ebird.org/view/checklist/S48329566

Dado o estado da plumagem da ave e se não vocalizou eu diria que Phylloscopus sp. é o mais longe que se pode ir.

Pois Pedro, a ave não vocalizou e o estado da plumagem é mesmo o que está a prejudicar a avaliação das características e a impedir a identificação com certeza, pelo que o melhor será mesmo deixar apenas como Phylloscopus sp. como sugeres.

Obrigado de qualquer forma.

Usando uma pergunta à Nicolau :

Porque é que não é uma Phylloscopus ibericus?

Paulo Alves escreveu:Usando uma pergunta à Nicolau :

Porque é que não é uma Phylloscopus ibericus?

Acreditas que ia mesmo perguntar isso?

PNicolau escreveu:

Paulo Alves escreveu:Usando uma pergunta à Nicolau :

Porque é que não é uma Phylloscopus ibericus?

Acreditas que ia mesmo perguntar isso?

sim, acreditamos...

Olá Paulo,

Picardias “feloso-facebookianas” à parte ;-), não me pareceu uma Ph. ibericus pelas características que indiquei anteriormente, nomeadamente o tom acastanhado (não lhe vi tons esverdeados) e a projeção primária muito curta.

Mas admito que este bicho não é o melhor exemplar para avaliar o que quer que seja e que posso estar a ser enganado pelo estado miserável da plumagem. O pobre passarito parece ser o infeliz sobrevivente de uma viagem alucinante através do sistema digestivo de um gato! :-D