Pedido de ID hippolais icterina? Albufeira dos patos 23-07-2019

Primeiro pensei em poliglota mas pergunto se não será uma icterina.
Bico grande e robusto, base larga e pálida, patas escuras, cauda curta, margens pálidas das terciárias formando painel distinto, lista amarelada/esbranquiçada suave, loros claros, partes superiores esverdeadas e inferiores amareladas sem o acastanhado da poliglota.

Icterina identifica-se pela fórmula alar, basicamente. Tudo o resto é secundário e subjectivo.

O comprimento da P1 exclui logo icterina, que a tem mais curta que as coberturas primárias. 

Mas estás a fazer um interpretação errada de alguns caracteres. Nomeadamente cauda curta (que esta ave não tem). A ave parece também ser um juvenil.

Mas é também muito cedo para icterina, procurar espécies como esta ou o palustris a meio do verão é muito infrutífero, pelas ínfimas probabilidades de ocorrência e pela presença de muitos juvenis frescos.

PNicolau escreveu:Icterina identifica-se pela fórmula alar, basicamente. Tudo o resto é secundário e subjectivo.

O comprimento da P1 exclui logo icterina, que a tem mais curta que as coberturas primárias. 

Mas estás a fazer um interpretação errada de alguns caracteres. Nomeadamente cauda curta (que esta ave não tem). A ave parece também ser um juvenil.

Mas é também muito cedo para icterina, procurar espécies como esta ou o palustris a meio do verão é muito infrutífero, pelas ínfimas probabilidades de ocorrência e pela presença de muitos juvenis frescos.

Então achas que é poliglota?

Marcio Cachapela escreveu:

PNicolau escreveu:Icterina identifica-se pela fórmula alar, basicamente. Tudo o resto é secundário e subjectivo.

O comprimento da P1 exclui logo icterina, que a tem mais curta que as coberturas primárias. 

Mas estás a fazer um interpretação errada de alguns caracteres. Nomeadamente cauda curta (que esta ave não tem). A ave parece também ser um juvenil.

Mas é também muito cedo para icterina, procurar espécies como esta ou o palustris a meio do verão é muito infrutífero, pelas ínfimas probabilidades de ocorrência e pela presença de muitos juvenis frescos.

Então achas que é poliglota?

A P1 é diagnosticante para poliglota. A pp também, mas nem é preciso ir às características secundarias.

A P1 não é referida nos guias porque se assumiu que só poderia ser avaliada na mão. no entanto com maquinas modernas é por vezes possível apanhar a pena bem visível e acabar logo com a discussão.

Eu procuraria por icterina no fim de Abril ou inicio de Maio.

https://www.youtube.com/watch?v=wpMY_11FrrI&t=6s

Exacto, a ave é poliglota.

Mas Pedro, diga-se que a P1 pode estar a crescer. Ou seja, será sempre diagnóstica te de poliglota, mas nem sempre de icterina.

PNicolau escreveu:Exacto, a ave é poliglota.

Mas Pedro, diga-se que a P1 pode estar a crescer. Ou seja, será sempre diagnóstica te de poliglota, mas nem sempre de icterina.

Não em Maio.

Certo..

PNicolau escreveu:Certo..

Mas sim, há que ter em atenção esse perigo da P1 estar a crescer, no entanto seria muito azar numa altura de migração apanhar uma ave com cara de Icti e que por azar era uma poliglota com a P1 a crescer.

Não é impossível, mas era azar.

Marcio Cachapela escreveu:Primeiro pensei em poliglota mas pergunto se não será uma icterina.
Bico grande e robusto, base larga e pálida, patas escuras, cauda curta, margens pálidas das terciárias formando painel distinto, lista amarelada/esbranquiçada suave, loros claros, partes superiores esverdeadas e inferiores amareladas sem o acastanhado da poliglota.

Já agora, e pegando nas características subjectivas.

Patas escuras? sim, mas não cinzento azuladas, logo poliglota
Cauda curta? Não, e de resto não é a cauda que é curta, a asa da icterina é que é longa, esta ave tem asas curtas?
Painel distinto? não, não, nada distinto.

Muito acastanhada e pouco amarela.

Não percebi a questão de a P1 estar a crescer... as polyglotta fazem muda completa no inverno (em África) e portanto não é suposto estarem a fazer muda de penas de voo nesta altura do ano. Aliás o mesmo se aplica às icterinas.

Gonçalo Elias escreveu:Não percebi a questão de a P1 estar a crescer... as polyglotta fazem muda completa no inverno (em África) e portanto não é suposto estarem a fazer muda de penas de voo nesta altura do ano. Aliás o mesmo se aplica às icterinas.

Eu suponho que o Nicolau estava a pensar num juvenil nascido cá com penas ainda a crescer. Ou numa situação anormal, em que por qualquer razão uma ave esteja a substituir uma pena.

Ok... obrigado a todos. Ficamos á espera para a próxima.

pedro121 escreveu:Eu suponho que o Nicolau estava a pensar num juvenil nascido cá com penas ainda a crescer.

Mas num juvenil as primárias crescem todas em simultâneo.

pedro121 escreveu:Ou numa situação anormal, em que por qualquer razão uma ave esteja a substituir uma pena.

Isso também pode acontecer em Maio

Gonçalo Elias escreveu:

pedro121 escreveu:Eu suponho que o Nicolau estava a pensar num juvenil nascido cá com penas ainda a crescer.

Mas num juvenil as primárias crescem todas em simultâneo.

Sempre a aprender. Bem nesse caso terá que ser o Nicolau a explicar o que queria dizer.

Gonçalo Elias escreveu:Isso também pode acontecer em Maio

Sim, mas se for me Maio não fará diferença.

pedro121 escreveu:Sim, mas se for me Maio não fará diferença.

Gonçalo Elias escreveu:

pedro121 escreveu:Sim, mas se for me Maio não fará diferença.

Porque, se as penas caírem em Maio, só crescem quando a ave já está estabelecida cá, certo? A cantar e a fazer cenas.

Se as penas caírem no fim de Abril é que pode ser chato.

Pronto, não consigo esticar mais a historia, é dar com uma para acabar com a monotonia.

pedro121 escreveu:Porque, se as penas caírem em Maio, só crescem quando a ave já está estabelecida cá, certo? A cantar e a fazer cenas.

Não tenho a certeza.

Quando uma ave perde penas, eu creio que a respectiva substituição é desencadeada imediatamente. Mas pode não ser assim tão simples. Muitas aves suspendem a muda durante a migração, por isso a dúvida aqui é esta: se houver uma pena acidentar de uma ou mais penas durante a migração, o que acontece: atrasa a substituição até ao final da migração, ou faz uma pausa na migração para repor as penas em falta? Por outras palavras, qual é a prioridade: migrar ou substituir as penas? Mistério

Estou a lembrar-me do Lanius phoenicuroides, que apareceu cá sem cauda, eu fiquei com a sensação de que ele tinha interrompido a sua viagem na lezíria grande para poder repor a cauda.

Gonçalo Elias escreveu:eu creio que a respectiva substituição é desencadeada imediatamente. Mas pode não ser assim tão simples. Muitas aves suspendem a muda durante a migração, por isso a dúvida aqui é esta: se houver uma pena acidentar de uma ou mais penas durante a migração, o que acontece: atrasa a substituição até ao final da migração, ou faz uma pausa na migração para repor as penas em falta? Por outras palavras, qual é a prioridade: migrar ou substituir as penas?

Mesmo que a substituição seja imediata ainda são precisos uns dias para a pena crescer. Dai Abril e não Maio

Quanto ao resto, depende sem duvida do numero de penas e quais as penas. Ficar sem cauda inviabiliza a migração para um passeriforme. Mas ficar sem igual numero de penas do corpo provavelmente não afecta em nada a ave.