Um ano para limpar o derrame tóxico na Hungria

Um ano para limpar o derrame tóxico na Hungria
06.10.2010
PÚBLICO

A limpeza do derrame de lama vermelha tóxica que atingiu três condados ocidentais da Hungria pode demorar um ano e custar 7,8 milhões de euros, e poderá requerer ajuda técnica e financeira por parte da União Europeia, disse o ministro do Ambiente, Zoltan Illes.

As equipas húngaras continuam a trabalhar para impedir o escoamento de um reservatório de lama vermelha com metais pesados na Hungria ocidental, ao mesmo tempo que as unidades de resgate procuram ainda três pessoas desaparecidas.

A Hungria declarou, terça-feira, estado de emergência em três condados fronteiriços com a Eslováquia, a Áustria, a Eslovénia e a Croácia, na sequência de uma torrente de lama vermelha tóxica ter sido derramada de um reservatório de uma fábrica de alumínio.

Pelo menos sete aldeias e cidades foram afectadas pela lama – resultante de desperdícios da refinação de bauxite usada parar obter alumínio e que contém uma substância com alguma radioactividade.

Quatro pessoas morreram e 120 ficaram feridas. Muitas pessoas sofreram queimaduras e irritação nos olhos, causada pelo chumbo e por outros elementos corrosivos na lama.

Erro humano na origem do derrame
Uma das tarefas principais a proceder durante a parte da tarde de hoje é “fechar a ruptura do reservatório”, disse esta manhã à estação húngara TV2 o chefe da Unidade de Desastre Naturais (NDU), Gyorgy Bakondi.

A inundação, estimada em cerca de 700 mil metros, cúbicos afectou carros, estradas e pontes e casas de pelo menos sete aldeias e cidades do oeste da Hungria, forçando a evacuação de cerca de 500 moradores.

Terça-feira, o Governo suspendeu a produção na fábrica do MAL Zrt, onde sucedeu o derrame do reservatório.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, admitiu à Reuters que o vazamento do reservatório possa ter sido causado por um erro humano, não havendo sinais de se dever a qualquer causa natural.

O ministro do Interior, Sandor Pinter, disse que havia boas perspectivas de evitar que a lama atinja o rio Danúbio.

Um perito da Greenpeace disse à Reuters que o impacto causado pelo escoamento de lama pode ser pior do que o derrame de cianeto que há dez anos teve lugar em Baia Mare, na Roménia, poluindo o rio Tisza e o Danúbio.

Fonte: Público - Ecosfera