Águia de bonelli

Boa tarde

Alguém sabe que equipamento a ave transporta na asa direita?

http://www.flickr.com/photos/44092060@N08/5124256930/in/pool-aves_de_portugal

Será um "emissor de telemetria de satélite do tipo GPS/PTT"?

Encontrei esta informação na internet:

http://lifebonelli.ceai.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=40&Itemid=21&lang=pt#captura

Olá

Trata-se de uma placa alar, transportada por uma "velha" conhecida
Grande grande foto!!!


Abçs!
Jorge

Boa foto.

jvicente escreveu:... Trata-se de uma placa alar, transportada por uma "velha" conhecida ...

Mas que placa alar é essa?

Apesar da curiosidade.
Não quero perguntar que "velha" conhecida, é essa.

Abraço,
Alberto

Correcção.. Marca alar, não sei de onde me veio a placa lol

Trata-se da fêmea do famoso casal da escarpa costeira (provavelmente o último nessa tipologia, se é que ainda lá nidificam..).
A sra. foi marcada na serra algarvia tendo sido recrutada no território da Arrábida..


Abraços,
Jorge

Caro Jorge Vicente,

Podia, por favor, explicar qual o propósito deste dispositivo ? Serve para identificar a ave à distância, sem ter que a capturar ? Não modifica a aerodinâmica da asa ? Acaba por cair com o tempo ?


Muito obrigado

Olá Almeida

Não sou, de forma alguma, a pessoa mais indicada para opinar sobre as questões que colocaste. No entanto, como conheço quem o seja, vou tentar passar alguma info útil que tenho "apanhado". Sou um completo amador nestas lides, ok?

As marcas alares (wing tags) servem exactamente esse propósito, a identificação à distância de aves (habitualmente de grande porte, se não me engano..). Acabam por ser uma contrapartida, mais visível, às anilhas.
No caso específico das Bonellis "tugas", as marcas alares têm o intuito particular de perceber as dinâmicas populacionais da espécie. Por ex., existindo núcleos em crescimento rápido (Sudoeste serrano e sul da bacia do Guadiana) é muito importante perceber se existe a "exportação" de indivíduos que venham a ser recrutados noutros núcleos populacionais. O caso da águia da foto do Isidoro é um testemunho dessa provável tendência, pois trata-se de um indivíduo nascido no Algarve (entre 93 e 96) e que foi recrutado na Estremadura (Arrábida).

As marcas alares são sempre colocadas em pares, e obedecem a uma codificação por cor e caracteres. Uma na asa direita, que representa o local de proveniência. Outra na asa esquerda que informa da data de colocação (habitualmente coincide com o 1º ano de vida do bicho).
A fêmea da Arrábida já só tem a da asa direita, daí que não se saiba com exactidão a idade da menina (já foi encontrada na Arrábida, há uns anitos, sem a marca esquerda). Além disso, infelizmente, a marca "rodou" estando em posição invertida (até se notam os rebites).

Quanto ao impacto desta forma de marcação na dinâmica de vôo, prefiro não me pronunciar, porque não tenho mesmo conhecimento de causa. No entanto é um método tradicional de marcação de aves, que já terá sido testado e mais que testado, pelo que acredito que não exista qualquer impacto. Acho que faz mais impressão a nós próprios que aos bichos...
Neste caso particular, o facto da marca não se encontrar em posição optimizada levanta alguma preocupação. No entanto o link da foto já foi remetido a quem é de direito.

A última questão acaba por já estar respondida lol! Sim, acabam por cair com o tempo, é inevitável. Neste caso, a fêmea transporta esta marca desde há 14 a 17 anos, que corresponderá à idade da senhora...

Só uma achega ao post da Sara. Os PTT/GPS são habitualmente colocados nas aves na forma de uma pequena mochila. Um pequeno filme que mostra a colocação de um aparelho destes numa águia de Bonelli:
https://www.youtube.com/watch?v=DQE2EQEB4gU

Abraços,
Jorge

PS: Um agradecimento sincero ao Teodoro, por esta foto que tem um valor científico muito pertinente.

Boa noite

jvicente, caso sejam necessárias outras fotos do indivíduo, elas existem.

Teodoro

Muito obrigado Teodoro!

Penso que não será necessário, mas expresso o meu agradecimento pela disponibilidade.. Na verdade, a fotografia está tão explícita que não deixa quaisquer dúvidas.

No entanto aproveito para te colocar duas perguntas. Só obtiveste vislumbres da fêmea sozinha ou tiveste possibilidade de a observar acompanhada do seu par? Se sim, reparaste nalguma característica particular no rapazolas?


Votos de óptimas observações!
Um abraço,
Jorge

Boa noite JVicente

A ave andava só e deslocava-se em vôo planado circular. Visivelmente caçando.


Abraço
Teodoro

Ok..

Mais uma vez, muito obrigado pelas informações.
Votos de continuação de grandes observações, como esta!


Um abraço,
Jorge

Caro Jorge Vicente,

Muito obrigado pela explicação !