Buteo rufinus + Buteo buteo vulpinus - qual o estatuto?

Alguém tem observações recentes destas aves? Ponto de situação destes taxa em Portugal não é nada claro e as dificuldades de identificação não ajudam a esclarecer...

Reparei que este post tinha ficado para trás Gonçalo, sem que tivesse despertado grande atenção.
Pelo o que sei tem havido bastantes observações de aves tipo "rufinus", mas nunca vi uma única foto, em Espanha são regulares no sul e há varias fotografias que o comfirmam. Nas aves tipo "vulpinus", penso que as dificuldades de identificação ainda são maiores, sobretudo porque a subsp. nominal "buteo", tambem pode apresentar cauda ruiva barrada (afirmação do proprio Dick Forsman), ....todos os invernos vejo aves com esta caracteristica, mas de resto tipicamente um Búteo dos nossos.

Confesso, que ultimamente não tenho olhado muito para as rapinas, a não ser as que me passam na linha do horizonte, ...e bem que precisava de ver uma clanga aqui pelo estuário

Para Portugal tenho apenas um registo de julho 98, 1 ave adulta em Bragança, que não foi aceite pelo comité...

um abraço,

Rui

Olá Rui,

A situação em Espanha é a seguinte: há 21 registos homologados até 2003, referentes a pelo menos 22 aves distintas. Os primeiros registos são relativamente recentes (1995) e três quartos dos registos referem-se ao período 1999-2003, com um pico de ocorrência em Setembro (Aves raras de España, de Juana, 2006). Em contrapartida, no mesmo período não houve registos de B. b. vulpinus, que no passado era considerado regular na passagem migratória. (Aves Ibéricas, Diaz et al. 1996).

Esta aparente "substituição" de vulpinus por rufinus é algo enigmática. Será que no passado houve dificuldades de identificação destes taxa...?

1 abraço,
Gonçalo

Check it out:
http://aves-extremadura.blogspot.com/2010/12/busardo-moro-en-extremadura-la-punta.html


Abraços,
Jorge

RuiCaratao escreveu:

Confesso, que ultimamente não tenho olhado muito para as rapinas, a não ser as que me passam na linha do horizonte, ...e bem que precisava de ver uma clanga aqui pelo estuário

Pois... por onde andam as clangas? Á pois é... para a nossa vizinha Espanha, 3-4 só em El Hondo, pessoalmente não acho muito serio das Águias irem todas para Espanha........

Gonçalo Elias escreveu:Esta aparente "substituição" de vulpinus por rufinus é algo enigmática. Será que no passado houve dificuldades de identificação destes taxa...?

Poderá não ter sido a dificuldade mas sim a facilidade com que talvez se atribuia a um individuo de cauda ruiva o nome de Buteo buteo vulpinus, neste momento sabe-se que esta não deve ser a única caracteristica identificativa, como explica o próprio Dick Forsman http://www.ornithomedia.com/pratique/identif/ident_art66_2.htm

Relativamente aos B.r. cirtensis, já é o segundo ano que criam no sul de espanha e são considerados invernantes regulares http://www.quercus.es/noticia.asp?ref=3587, é normal que Portugal seja cada vez mais uma potencial zona de expansão.

cumps,

Rui

Boas,

Ontem observei um Buteo com características de B. buteo vulpinus a sobrevoar o parque industrial da Barroca d'Alva.

Estava a sair de carro da Barroca, quando reparei no ind., encostei de imediato e ainda consegui as fotos abaixo, mas afastou-se rapidamente e não cheguei a ver as partes superiores.

Apesar de em contra luz seguem algumas fotos.













Saudações
António Gonçalves

Aproveitando o tópico, alguem tem conhecimento sobre e eventual reprodução da espécie em território nacional?

HL escreveu:Aproveitando o tópico, alguem tem conhecimento sobre e eventual reprodução da espécie em território nacional?

De qual deles B. b. vulpinus, B. r. rufinus ou B.r. cirtensis?

a bem dizer estava-me a limitar ao cirtensis.

Sem conhecer realmente toda a possivel variação de cirtensis é dificil responder a essa pergunta concretamente.... a pessoa mais indicada para responder á questão é o Luis Palma, que vem desde já algum tempo a compilar toda a informação sobre a observação de aves tipo rufinus observadas em Portugal.

cumps,
Rui

RuiCaratao escreveu:observação de aves tipo rufinus observadas em Portugal.

Rui,

tens ideia se "tipo rufinus" inclui vulpinus?

1 abraço,
Gonçalo

Hoje a de meio dia, ao passar de carro aqui, https://www.google.pt/maps/@39.4486419,-9.1834313,50m/data=!3m1!1e3 atravessou-se um búteo na estrada em voo lento direito à berma nesse entroncamento (terra batida) e quando passei por ele, levantou com um punhado de trevos nas garras + provavelmente presa pequena. Destacava-se o tom avermelhado da cauda, bem mais do que o de alguns juvenis escuros de B. buteo cuja plumagem e sobretudo a cauda se desgastou por abrasão, processos químicos ou luz do sol ficando ligeiramente translúcida e avermelhada. Não deu para identificar que bútio é (não era um Milvus nem Circus), mas de relance o padrão parecia ligeiramente malhado, contrastado entre castanho escuro e tons muito claros. Quem quiser cuscar, força... eu não posso nos próximos dias.

apenas por curiosidade

https://at.swarovskioptik.com/en_US/birding/blog/The_Gib_Buzzard_conundrum_by_Dick_Forsman

Luis Silva escreveu:apenas por curiosidade

https://at.swarovskioptik.com/en_US/birding/blog/The_Gib_Buzzard_conundrum_by_Dick_Forsman

Um pesadelo é o que é.

Bem, menos uma espécie para Portugal. Os cirtensis deverão ser agrupados com Buteo buteo e passar a subespécie, se bem que o taxa continua a ser uma mistela de genes muito grande, envolvendo vulpinus.

Este artigo faz referência ao facto do nome Búteo-mourisco não fazer qualquer sentido para o taxa actualmente.

MagOrnitho escreveu:In Spanish and Portuguese, Buteo rufinus (the “whole” species not just cirtensis) is called ‘Busardo moro’ and ‘Bútio-mourisco’ respectively. In both languages, I think keeping these names which literally means “Moorish or Moroccan Buzzard” for the eastern Long-legged Buzzard would be a real misnomer. See under these two languages in this blog-post: Maghreb endemic birds.

http://www.magornitho.org/2019/02/north-african-buzzard-taxonomy/

Sinceramente no vulpinus eventualmente só conseguiria distinguir e considerar que tinha observado a sub-espécie se tivesse os tons arruivados , no entanto em muitos casos suponho que a identificação e separação da espécie por observação é praticamente impossível , só considerando a distribuição geográfica.
Ver este caso de um vulpinus fotografado na Namíbia.

Perto do mesmo local um exemplar mais consentâneo para identificação da subespécie vulpinus