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Atlas de aves nidificantes será vital para a manta

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Mensagem por Gonçalo Elias Sex Mar 18, 2011 10:40 am

Atlas de aves nidificantes será vital para a manta
Data: 11 de Março de 2011
Fonte: jornaldamadeira.pt

Em 2006 foram cerca de 40; em 2011, apenas 16. O número de voluntários que colabora com a SPEA-Madeira nos censos de mantas tem vindo a diminuir, ano após ano, o que tem dificultado encontrar o número real de aves desta espécie.

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) organiza nos próximos dias 26 e 27 de Março o VI Censo de Mantas no Arquipélago da Madeira, onde os voluntários são, uma vez mais, fundamentais para obter informação sobre as populações da espécie. Ao contrário de outras, esta ainda não foi alvo de estudos aprofundados – em causa os elevados custos associados aos mesmos - pelo que esta iniciativa se reveste de grande importância, conforme explicou ao JM Cátia Gouveia, assistente de projectos da SPEA-Madeira, organização não governamental de ambiente, que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal.

O objectivo passa por conhecer melhor o número de mantas que existe no arquipélago da Madeira através de um método simples e prático que permite a praticamente qualquer pessoa ajudar na recolha da informação. “Seja cientista por um dia” é mesmo o lema da Associação para esta campanha que, a cada ano que passa, tem vindo a registar um menor número de voluntários. «Desde 2006 que tem vindo a diminuir. Começamos com cerca de 40 e no ano passado foram apenas 16. E isso tem vindo a revelar-se no número de mantas que vamos observando», disse a nossa interlocutora, acrescentando, no entanto, que isso não quer dizer que o número de aves esteja a diminuir. «O esforço de amostragem é que foi muito menor», sublinhou, desejando que, este ano, possa existir pelo menos entre 20 a 25 pessoas.

No ano passado, os 16 voluntários avistaram 37 mantas nos cerca de 437 km percorridos nas duas ilhas do arquipélago, sendo que o maior número de aves desta espécie registado na Madeira e Porto Santo, até ao momento, aconteceu no ano de 2006, com 139. Desde então, tem vindo a diminuir, sendo que em 2010 foi registado o número mais baixo de sempre.

Hoje, esta espécie pode ser observada por todo o lado, desde zonas florestais a áreas costeiras, passando pelos campos agrícolas e até mesmo em zonas urbanas, alimenta-se, maioritariamente, de roedores, entre os quais coelhos e, neste último particular, de ratos. As suas maiores ameaças passam pela perseguição do homem, o envenenamento ou a electrocussão em linhas eléctricas.

Apesar da barreira financeira ser, hoje, o grande obstáculo a um maior conhecimento da espécie, Cátia Gouveia espera que o Atlas das Aves Nidificantes, que está a ser feito em parceria com o Parque Natural da Madeira, permita ter um maior conhecimento sobre esta espécie, também ela contabilizada. «Serão valores, se calhar, sobrestimados mas que poderão ser representativos da população desta ave».


Operação já envolveu 100 voluntários que contabilizaram 477 aves

Dito por outras palavras, o que a SPEA sugere é que aproveite o fim-de-semana em causa para dar um passeio, com amigos ou familiares e participe nas contagens, já que os dados a recolher são simples e não exigem conhecimentos especiais, para além de saber identificar a manta. Para tal, em primeiro lugar, têm que informar à SPEA-Madeira, ou através do site www.spea.pt ou por telefone para o número 967232195, de um percurso que queiram fazer (a pé, de bicicleta, de carro ou qualquer outro meio), sendo que ao longo do mesmo contabilizam o número de mantas.

«Informam-nos qual o ponto de observação, sendo importante referir a que horas começou e a que horas terminou, quantas aves é que viu. Depois, com programas estatísticos, determinamos que para aquele tempo de duração do censo existe uma estimativa que pode ser inferida através desses resultados».

Com a sua envergadura de 110 a 130 cm, pode ser vista sozinha ou em grupo, a voar, a pairar, pousada no solo, em cima de cercas, muros, postes ou fios. Sendo a única espécie de “águia” da Madeira, a Manta tem um importante papel ecológico e pode ser um indicador do estado dos nossos ecossistemas. O facto de muitas vezes se alimentar de animais mortos ou doentes (coelhos ou ratos, por exemplo) pode ajudar a prevenir o alastramento de doenças com vantagens para a saúde pública.

Esta iniciativa teve início em 2006, realizando-se simultaneamente no arquipélago da Madeira e Açores. Desde essa data, nos dois arquipélagos já participaram mais de 200 voluntários, que avistaram cerca de duas mil mantas no total dos cinco censos. Na Madeira, a iniciativa já contou com a participação de cerca de 100 voluntários, que avistaram 477 mantas na Madeira e Porto Santo, no total dos censos.

A SPEA faz parte da BirdLife International, uma aliança de organizações de conservação da natureza em mais de 100 países, considerada uma das autoridades mundiais no estudo das aves, dos seus habitats e nos problemas que os afectam.

http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=14&id=177955&sdata=2011-03-12
Gonçalo Elias
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