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Quercus segue abutre por satélite (com video)

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Mensagem por Gonçalo Elias Dom maio 08, 2011 2:54 am

Quercus segue abutre por satélite
Data: 5 de Maio de 2011
Fonte: beiratv.pt



Até há pouco tempo, as aves acolhidas pelo Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) de Castelo Branco, um dos três centros do género da associação ambientalista Quercus, apenas eram medidas, pesadas e marcadas com anilhas para posterior identificação.

A esta informação passou a ser possível acrescentar a fornecida por outros sistemas tecnológicos, que permitem localizar alguns dos abutres negros libertados pelo CERAS, e perceber qual o comportamento desta ave no terreno.

Sem financiamento para os milhares de euros que custam emissor e aluguer do satélite, e só com a ajuda de voluntários e donativos, o apoio vem da CBD-Habitat, fundação espanhola dedicada à conservação de espécies mediterrânicas em perigo.

O aparelho concilia o GPS com um sistema que a cada dois dias envia os dados para satélites meteorológicos. A informação é então reencaminhada para uma estação terrestre, processada em Espanha e remetida para Portugal.

Samuel Infante, Quercus Castelo Branco “Com esta parceria vai ser possível seguir os movimentos deste animal com dois anos de idade, que esperemos que se fixe aqui na área do Tejo Internacional. É um GPS com um painel solar, que recolhe posições e envia para um satélite. Depois as coordenadas são enviadas por e-mail. Permitem saber em que áreas os animais andam e se alimentam, se existem ameaças como o uso ilegal de venenos. É importante não só para avaliar o trabalho que se faz no centro de recuperação, mas também para recolher informação sobre os factores de ameaça e a ecologia destas espécies”.

Desde a década de 70 que o abutre negro deixou de nidificar em Portugal, embora se tenha mantido em Espanha, onde existem dois mil casais. Em 2010, depois de três deles se terem instalado no Tejo Internacional, nasceram as primeiras crias das últimas quatro décadas.

Em colaboração com a GREFA e com o Ministério do Ambiente espanhol, Tejo e Aravil foram então marcados com um emissor de satélite e de seguimento via rádio.

Recolhido em Borba, o Baco foi um dos abutres negros libertados em Março no alimentador de aves de Idanha-a-Nova.

Uma armadilha fotográfica permite saber como aquele espaço, alternativa às carcaças de gado que eram a base alimentar destes necrófagos, é utilizado também por grifos e corvos.

De momento, a ave está poucos quilómetros a sul, no país vizinho. Já o Tejo rumou em direcção ao Sabugal.

Em Portugal, outras aves ameaçadas têm sido seguidas por satélite para conhecer os padrões de dispersão, percursos pela Península Ibérica e áreas potenciais de assentamento.

No âmbito do projecto da Quercus, ICN e EDP de minimização dos impactos das linhas de alta e média tensão, entre 2003 e 2005 três juvenis de águia-real e quatro de águia de Bonelli foram marcados com esta tecnologia, dois deles no Parque Natural do Tejo Internacional.

Javier Oria Martín, presidente Fundação CBD-Habitat “Há algumas espécies, não só o abutre negro mas também a águia imperial, que em algumas zonas estão a ampliar as suas áreas de distribuição e nidificação. As áreas para onde vão estes jovens e indivíduos que ainda não são adultos ou não estão estabelecidos são áreas potenciais para novas colonizações ou para o futuro da espécie. Estamos a tentar ajudar e conseguir informação sobre isso, porque muitas vezes essas áreas têm problemas de electrocussão ou mortalidade que é preciso resolver”.

Em perigo crítico de extinção, o maior dos abutres europeus, com quase três metros de envergadura, continua a ter como principais ameaças o envenenamento, a colisão e electrocussão, o abate ilegal, a perturbação das zonas de nidificação e a redução do alimento disponível.

Situação atenuada por projectos como a protecção das linhas eléctricas ou o programa Antídoto.

Na década de 1990 falhou a reintrodução do abutre negro em zonas como a Malcata, mas a construção de plataformas-ninho e os dois alimentadores do Parque Natural do Tejo Internacional abrem portas ao aparecimento de uma nova colónia na região.

Jorge Costa (texto, imagem e edição)
Quercus (fotos)

http://www.beiratv.pt/LAZER.php?id=1300722903&subaction=showfull&template=default
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