A importância dos sapais nos ecossistemas estuarinos
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A importância dos sapais nos ecossistemas estuarinos
A importância dos sapais nos ecossistemas estuarinos
Data: 16 de Junho de 2011
Fonte: setubalnarede.pt
Quando o olhar se perde sobre as plantas carnudas que cobrem os bancos de vasa do estuário do Sado é difícil imaginar que estamos perante um dos ecossistemas mais produtivos dos meios estuarinos, o sapal. No entanto, muitas destas formações aluvionares têm sido sacrificadas para outros usos, como a construção de infraestruturas industriais, meios de comunicação e habitações.
Os sapais são constituídos por um conjunto de plantas vasculares, herbáceas ou arbustivas, com adaptações muito particulares que lhes permitem ocupar uma área com condições ambientais muito exigentes, tais como a inundação regular pelas marés e a ocorrência de salinidade elevada. A região de Setúbal é favorecida pela presença de diversos sapais, tais como o Sapal de Corroios e de Coina, no estuário do Tejo e os sapais da Carrasqueira e Mourisca, no estuário do Sado. Apesar da diversidade das plantas características dos sapais não ser muito grande, a sua presença tem uma importância muito relevante nos sistemas aquáticos onde ocorrem, porque criam condições de suporte para diversas espécies de peixes e aves, entre outras. São muito reduzidas as espécies de plantas que conseguem tolerar salinidades elevadas, e para o conseguirem estas desenvolvem estratégias diversas. Algumas delas são suculentas pois aumentam o volume das folhas, para permitirem a diluição do sal. Outras conseguem acumular grandes quantidades de sal em determinadas partes, como as folhas, procedendo depois à sua eliminação por perda destas estruturas. Há ainda as que desenvolvem pêlos glandulosos na parte inferior das folhas, onde concentram o sal. As diversas espécies distribuem-se de forma diferenciada ao longo de um gradiente vertical, que reflecte a sua tolerância a períodos de submersão distintos, sendo o sapal superior a zona que está submersa apenas em marés vivas, enquanto que o sapal inferior tem períodos de inundação diários.
Sempre que são referidos os serviços prestados pelos ecossistemas é fundamental destacar os sapais, uma vez que estes têm uma importância fundamental na despoluição dos sistemas estuarinos, em especial no que se refere à contaminação por metais pesados.
As plantas de sapal são extremamente resistentes a elevadas concentrações de metais pesados, como o mercúrio ou o cádmio, porque conseguem imobilizar estes metais por ligação aos componentes das suas paredes celulares. Isto faz com que uma grande quantidade destes metais seja retirada dos meios estuarinos onde foram libertados e armazenada nas plantas do sapal, reduzindo a toxicidade para outras espécies que dependem destes habitats.
A biodiversidade suportada pelos sapais é determinante para o reconhecimento da importância dos estuários para a conservação da natureza, quer devido à presença de algumas espécies com estatuto de protecção, quer devido à importância do próprio habitat.
Deixe-se tentar pelo esplendor de um bando rosado de flamingos a sobrevoar o manto verde, ou pela rede intrincada de canais lamacentos que sulcam a paisagem verde e cinza, entre outros detalhes que justificam uma visita ao sapal.
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=15013
Data: 16 de Junho de 2011
Fonte: setubalnarede.pt
Quando o olhar se perde sobre as plantas carnudas que cobrem os bancos de vasa do estuário do Sado é difícil imaginar que estamos perante um dos ecossistemas mais produtivos dos meios estuarinos, o sapal. No entanto, muitas destas formações aluvionares têm sido sacrificadas para outros usos, como a construção de infraestruturas industriais, meios de comunicação e habitações.
Os sapais são constituídos por um conjunto de plantas vasculares, herbáceas ou arbustivas, com adaptações muito particulares que lhes permitem ocupar uma área com condições ambientais muito exigentes, tais como a inundação regular pelas marés e a ocorrência de salinidade elevada. A região de Setúbal é favorecida pela presença de diversos sapais, tais como o Sapal de Corroios e de Coina, no estuário do Tejo e os sapais da Carrasqueira e Mourisca, no estuário do Sado. Apesar da diversidade das plantas características dos sapais não ser muito grande, a sua presença tem uma importância muito relevante nos sistemas aquáticos onde ocorrem, porque criam condições de suporte para diversas espécies de peixes e aves, entre outras. São muito reduzidas as espécies de plantas que conseguem tolerar salinidades elevadas, e para o conseguirem estas desenvolvem estratégias diversas. Algumas delas são suculentas pois aumentam o volume das folhas, para permitirem a diluição do sal. Outras conseguem acumular grandes quantidades de sal em determinadas partes, como as folhas, procedendo depois à sua eliminação por perda destas estruturas. Há ainda as que desenvolvem pêlos glandulosos na parte inferior das folhas, onde concentram o sal. As diversas espécies distribuem-se de forma diferenciada ao longo de um gradiente vertical, que reflecte a sua tolerância a períodos de submersão distintos, sendo o sapal superior a zona que está submersa apenas em marés vivas, enquanto que o sapal inferior tem períodos de inundação diários.
Sempre que são referidos os serviços prestados pelos ecossistemas é fundamental destacar os sapais, uma vez que estes têm uma importância fundamental na despoluição dos sistemas estuarinos, em especial no que se refere à contaminação por metais pesados.
As plantas de sapal são extremamente resistentes a elevadas concentrações de metais pesados, como o mercúrio ou o cádmio, porque conseguem imobilizar estes metais por ligação aos componentes das suas paredes celulares. Isto faz com que uma grande quantidade destes metais seja retirada dos meios estuarinos onde foram libertados e armazenada nas plantas do sapal, reduzindo a toxicidade para outras espécies que dependem destes habitats.
A biodiversidade suportada pelos sapais é determinante para o reconhecimento da importância dos estuários para a conservação da natureza, quer devido à presença de algumas espécies com estatuto de protecção, quer devido à importância do próprio habitat.
Deixe-se tentar pelo esplendor de um bando rosado de flamingos a sobrevoar o manto verde, ou pela rede intrincada de canais lamacentos que sulcam a paisagem verde e cinza, entre outros detalhes que justificam uma visita ao sapal.
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=15013
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