Migração das Aves - RNPA - Coimbra

“ MIGRAÇÃO DAS AVES”

1 de Outubro 2011

Centro de Interpretação da Reserva Natural do Paul de Arzila (Coimbra)

As aves despertam uma especial atenção na maioria das pessoas pelas suas formas graciosas, os movimentos ágeis, as cores espectaculares que muitas delas exibem, a fácil visibilidade e, sobretudo, a faculdade de voar.
A particularidade que mais fascinou os humanos desde sempre é o fenómeno das suas migrações.
Esta actividade que vai ser desenvolvida na Reserva Natural do Paul de Arzila pretende abordar, consistirá numa sessão prática de anilhagem científica de aves selvagens, onde se abordarão questões ligadas à marcação de aves selvagens (anilhas coloridas, telemetria, parâmetros biométricos) e de uma actividade teórica composta por uma sequência de conferências dada por especialistas.

Manhã:
08.00 –12.00 – Actividade de captura e anilhagem de aves selvagens, onde serão abordadas as diversas técnicas de marcação de aves, determinação de parâmetros biométricos e recolha de amostras biológicas.

Tarde:
14.00 – 17.00 – Conferências sobre o tema “A Migração das Aves”

Título: “Porque migram as aves?”

Jaime Ramos

Resumo: As aves migradoras constituem a oitava maravilha do Mundo, percorrendo por vezes distâncias entre cada um dos polos. Esta comunicação aborda as razões para as aves efectuarem movimentos tão extensos, classifica as aves quanto à migração e aborda aspectos sobre o estudo e biologia das aves migradoras.

Jaime Albino Ramos é professor de Biologia da Conservação no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra. Dedica-se ao estudo de aves desde 1989, tendo efectuado e publicado vários trabalhos sobre aves florestais e marinhas. Estes trabalhos incluem o uso de dispositivos electrónicos com GPS que permitem estudar os movimentos, as migrações e a ecologia das aves.


Título: "Migração ou só apenas distribuição após reprodução: o caso de estudo dos albatrozes na Antárctica"

José Xavier

Resumo: Albatrozes são das maiores aves marinhas do planeta. Várias espécies reproduzem-se em Ilhas do Oceano Antárctico e são conhecidas por fazerem viagens de 5 000 km em 7 dias à procura de alimento. Nesta palestra pretende-se mostrar como anilhar albatrozes contribuiram para um melhor conhecimento da sua distribuição e com as novas técnologias (usando GLS e GPS) obtém-se já um conhecimento profundo da distribuição de aves marinhas no planeta.

Doutor José Xavier é doutorado pela Universidade de Cambridge (Reino Unido), e actualmente muito activo cientifica e educacionalmente na ciência polar Portuguesa. Foi um dos principais responsáveis nacionais pela implementação de um programa cientifico e educacional no Ano Polar Internacional, e por esforços institucionais para Portugal assinar o Tratado da Antárctida. Recentemente foi distinguido pelo foi distinguido com o prémio internacional Martha T. Muse 2011 para a ciência e política na Antártida. José faz investigação na Antárctica desde 1997 e é momento é investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra e investigador convidado da British Antarctic Survey e colabora com investigadores de mais de 10 países. É representante de Portugal em vários comités da Scientific Committee for Antarctic Research (SCAR), José é também membro dos programas internacionais ICED (Integrating Climate and Ecosystem Dynamics in the Southern Ocean) e CAML (Census of Antarctic Marine Life), fazendo parte da Scientific Committee do ICED, aos quais fizeram parte integrante do seu mais recente livro cientifico (Xavier and Cherel 2009). As áreas principais de investigação de José é o comportamento de predadores de topo (pinguins, albatrozes e focas) no Oceano Antárctico em relação às alterações climáticas.

Título: “Reedbed passerines:living and migrating in a changing world”

Pedro Miguel Araujo

Resumo: Os passeriformes paludículas são um grupo de aves essencialmente migradoras que chegam às Zonas Húmidas em diferentes épocas do ano. As espécies que chegam no princípio do Inverno, são chamadas espécies Invernantes que vêm essencialmente do Norte de Europa, e ficam até finais do Inverno, usufruindo de um clima mais ameno e menos rigoroso. As espécies que pelo contrário utilizam estas Zonas Húmidas na Primavera e Verão são chamadas de espécies Estivais. Algumas destas aves apenas utilizam os caniçais portugueses como fonte de recursos energéticos para as suas longas jornadas, outras como local de nidificação. Estas pequenas aves, são migradoras nocturnas, que vêm da África Subsariana e chegam a fazer voos directos de 2000 km. Esta conferência vai mostrar quais as diferenças entre as aves que utilizam os caniçais do Baixo Mondego apenas como local de paragem para reabastecimento energético e aquelas que nidificam nestes locais (Paul do Taipal e da Madriz), relacionando com as alterações climáticas.

Pedro Miguel Mendes Araújo é Mestre em Ecologia pela Universidade de Coimbra desde Julho de 2009. Dedica-se ao estudo das aves desde 2003, tendo efectuado vários trabalhos com anilhagem cientifica, parasitismo e comportamento de aves. Encontra-se neste momento a realizar o Doutoramento na Universidade de Coimbra sobre o tema “Reedbed passerines: living and migrating in a changing world”, que tem como objectivo avaliar o efeito das alterações climáticas na migração de aves paludiculas.

Estando certo do vosso interesse sobre o tema, aguardo a Vossa presença

Paulo Tenreiro