Rola brava em cabrela

Dia 02 de março observei pela 1ª vez em 2008 um exemplar de rola brava na AE6 na zona de Cabrela\Vendas novas.

Hoje ouvi um macho de rola-brava a cantar junto à Lagoa das Dunas Douradas, Loulé.

1 abraço,
Gonçalo

Viva,
Estou a puxar este tópico para dar conhecimento da minha 1ª observação de S. turtur deste ano. (Mais vale tarde que nunca...)

30.04.08
Bando de 4 ind.
Local: Qta. do Arrife
Freguesia: Amiais de Cima
Concelho: Santarém

PS: Tenho nítida sensação que ano após ano, o efectivo reprodutor de Rola-brava por estes lados vai diminuindo a olhos vistos...

Quando é que a UE resolve voltar à carga com medidas para a exclusão da espécie como "espécie cinegética", como há uns bons anos atrás tentou?? Provavelmente porque a medida seria boicotada novamente pelos lobbys da caçadores Franceses, Italianos, Espanhois e em menor nº, Portugueses... como aconteceu na altura...

PS2: Alguem conhece algum estudo recente (exceptuando aqueles relatórios "chapa 4" de "consenso geral" em que toda a gente está de acordo, mas que nada faz...) que mostre a tendência populacional da espécie nos ultimos anos???

Francisco Barros escreveu:PS: Tenho nítida sensação que ano após ano, o efectivo reprodutor de Rola-brava por estes lados vai diminuindo a olhos vistos...

A tendência regressiva das rolas-bravas já vem de longe... já o Prof. Santos Júnior fazia referência a uma diminuição na década de 1970, na zona do Mindelo (Vila do Conde). Isso faz-nos supor que as rolas seriam abundantíssimas no passado (capturavam-se muitas centenas em cada Outono).

1 abraço,
Gonçalo

Gonçalo Elias escreveu:

Francisco Barros escreveu:PS: Tenho nítida sensação que ano após ano, o efectivo reprodutor de Rola-brava por estes lados vai diminuindo a olhos vistos...

A tendência regressiva das rolas-bravas já vem de longe... já o Prof. Santos Júnior fazia referência a uma diminuição na década de 1970, na zona do Mindelo (Vila do Conde). Isso faz-nos supor que as rolas seriam abundantíssimas no passado (capturavam-se muitas centenas em cada Outono).

1 abraço,
Gonçalo

Claro que sim Gonçalo, o declíneo da Rola-brava já tem sido descrito desde que me conheço.

Mas uma coisa é certa: No meu tempo de infancia, adolescência e mesmo até há uns 15 anos atrás, ainda via por aqui rolas com uma certa assiduidade (para não dizer "a dar com um pau"). Neste momento, se não estivermos atentos, quase não detectamos rolas durante a época...

Este declíneo acentuado e notório (pelo menos aqui na zona), tem quanto muito 12... 15 anos (embora com visíveis oscilações anuais, mas que são irrelevantes ao longo do tempo). Espero que isto não aconteça em locais onde estas ainda são, de alguma forma, relativamente abundantes...

Desde miudo que estou familiarizado com o som da rola a cantar em Maio. Neste momento, começo a sentir a escassez desse canto tão familiar e parece que se sente um vazio, uma sensação de que algo está diferente... não sei se me consegui fazer entender...

Francisco,

Entendo-te perfeitamente.

Também dou pela falta generalizada de espécies que há uns anos se viam assiduamente nalguns locais. Um exemplo é o pardal-montês que actualmente me parece ser raro no sul do país. Outro é o abutre do Egipto, que a sul do Tejo é praticamente inexistente. Outro ainda é o chasco-ruivo que já não ocorre numa boa parte daquilo que era a sua área de distribuição de há 20 anos atrás. Isto para não falar das pesqueiras, dos peneireiros-das-torres, das garças-nocturnas, dos garçotes, dos chascos-pretos, das gralhas-de-bico-vermelho, dos rolieiros... e de diversas outras espécies que têm vindo a rarear numa grande parte da sua área de distribuição nacional.

Em contrapartida, muitas outras espécies têm vindo a expandir-se e são hoje muitíssimo mais fáceis de encontrar que no passado.

Basta pensarmos que há 10 anos as gaivotas de Audouin eram uma raridade nacional e agora nidificam no Algarve; há 15 anos não havia praticamente andorinhões-cafres e agora nidificam no Alentejo; há 20 anos os caimões estavam em vias de desaparecer de Portugal e agora estão por todo o lado; há 30 anos não havia rolas-turcas e agora já nem as posso ouvir; e há 60 anos não havia um único registo de andorinha-dáurica em Portugal, não havia esta proliferação de exóticas e até o pardal-espanhol era muito raro no nosso país.

Muita coisa mudou e certamente continuará a mudar. Nem consigo imaginar o que será isto dentro de 10 ou 20 anos...

1 abraço,
Gonçalo

Gonçalo Elias escreveu: (...)das gralhas-de-bico-vermelho,(...)

As Gralhas-de-bico-vermelho, embora estejam em declínio acentuado a nível nacional, no PNSAC não se tem verificado essa regressão em "queda livre".
É certo que tem havido regressão contínua de modo "suave", embora com algumas flutuações ao longo do tempo, e que me tem deixado preocupado ao longo dos últimos anos.
No entanto, este ano estou radiante
Desde os meados dos anos 90 que não registava tantos casais reprodutores (se terão sucesso ou não, é outra questão...) e assistir a ocupações de algares que estavam desertos há mais de 10 anos!!!
O facto de o ano passado ter aumentado o nº de indivíduos não reprodutores, fez-me ter uma "fezada" que este ano iria ser "in". Felizmente não me enganei. Agora não sei se isto será "sol de pouca dura"... pois nesta espécie já estou habituado a reviravoltas quando se pensa que a coisa se está a compor...

Também não sei se o facto de ter havido incendios (esse inimigo nº 1 da conservação da natureza...) em grande escala durante dois anos seguidos na zona, não terá benificiado em muito a espécie, pelo menos temporáriamente.
Mas isto será assunto para outro tópico quando tiver os resultados finais da época.

Caros,

Uma pequena nota sobre o assunto das rolas: se houver um declínio acentuado nos últimos 10-20 anos, o que mudou que poderá ter provocado este declínio. Será que a causa do declínio se encontra em Portugal ou nas zonas de invernada africanas? Será que a prática de caça mudou neste período de forma a provocar o declínio? Não tenho respostas, são somente perguntas...

A lista das espécies a recuperar é provavelmente tão longa como a lista das que estão em regressão. Sabemos que o território muda, por vezes para pior, por vezes para melhor. A conciência ambiental aumenta cada ano que passa, tal como a pressão sobre as áreas naturais. Produzimos mais resíduos que são melhor tratados.Por vezes a nossa memória é pouco fiel à realidade passada: por exemplo não me lembro de um único dia de chuva nas minhas férias de criança, mas a minha mãe assugura-me que chuvava com fartura (foram passadas na Holanda!). Se avaliasse as mudanças climatéricas com base na minha mémoria, estava convencido que chove muito mais aora que há 30 anos à tras...

São só ideias soltas.

Um abraço,

Henk

Oi pessoal!

Mais uma pequena nota no que se refere às rolas:

Outra realidade que tb penso estar a contribuir para o declíneo da espécie, pelo menos aqui na região Oeste, é a ausência de culturas cerelíferas.

Ainda me lembro de bandos de centenas de rolas a alimentarem-se em restolhos de trigo e cevada. Mas agora ninguém semeia cereais por estas bandas.

Estou convencido que se houvesse condições para os agricultores voltarem ás culturas cerealíferas iriam beneficiar a espécie.

Abraço

Marco

Aqui no Ribatejo o que se vê mais agora são searas que ocupam os campos habitualmente ocupados por milho. Reflexos das mudanças globais do mercado alimentar. Também é de prever um renascer da cultura de arroz, cuja morte já foi anunciada há anos, em resultado da sua escassez e consequente o aumento de preço.

Cada vez mais, a única certeza que temos é a da constante mudança ...

Um abraço,

Henk

Bom dia;

Mais 2 observações de rola-brava, ontem, dia 07.05.08

2 ind. em Fráguas, Rio Maior

1 ind. em Quebradas, Alcoentre, Azambuja

Ontem tambem bati o recorde do ano vi 5 rolas bravas no trajecto barreiro ate quinta do conde sendo 2 casais e uma isolada numa area em que sao relativamente comuns onde cheguei o ano passado a contar 23.
Para quem queira fotografar o sitio permite uma localizaçao do "ponto quente" a 30 metros.

Cumprimentos

Antonio Ribeiro

Olá a todos!

apesar de registado desde o início do forum e de o frequentar regularmente não tenho participado muito... e para começar a inverter essa tendência (semelhante à das rolas..) ai vão algumas observações recentes de rola nos terrenos da companhia das lezirias:

29 Abril - 6 ind
6 Maio - 2 ind

Estas observações forma realizadas em locais distintos por mim e pelo Pedro Pereira

Apesar de este ano já ter visto mais indivíduos que nos últimos 2/3 anos juntos é sem dúvida uma espécie cada vez mais escassa...

Abraços

Hoje ouvi mais um macho a arrulhar e 5 inds. a voar, na encosta de carvalhal voltada para a A8, cerca de 1,5 Km antes da saída desta para Alcobaça/Nazaré , para quem segue de Sul para Norte (este é um troço da A8 bem fixe, com a encosta arborizada do lado direito, os campos da Cela e Bárrio à esquerda, com a abertura da antiga Lagoa da Pederneira ao fundo destes e o Monte de S. Brás mais à frente, sobressaíndo do meio do Pinhal do Estado).

Abraço

Marco

PS- Peço desculpas pela divagação paisagística!

Na minha zona, S. Facundo (Abrantes), a Rola brava, era uma ave que se via com abundância, isto há 20 ou 30 anos atrás, actualmente é muito rara, mas sei que ontem o Agostinho Tomás, fez a observação de dois individuos, em Corredora, na freguesia de S. Facundo (Abrantes).

Abraço
Manuel Matos

Bom dia,

Hoje vi a minha primeira Rola-brava do ano (Finalmente!!)

1 Ind. em Oeiras

Abraço,
Pedro

PS: Só por curiosidade, lembro-me de já a alguns anos ver na zona da Sertã uma rola-brava a incubar a 15 de Agosto?? (já se ouviam tiros ).

Ontem dia 13 observei mais 7 rolas bravas , 3 em passagem de manha, 1 casal e mais uma isolada ao fim do dia sobre o rio coina

Antonio Ribeiro

Bom dia,

São 6 horas e 27 minutos e estou a ouvir agora pela 1ª vez este ano, a partir da minha casa, uma rola-brava a cantar.

É de aproveitar este momento auditivo, pois já começa a ser raro... sobretudo com o "chinfrim" de rolas-turcas aqui em volta...