Tartaranhão-azulado (Circus cyaneus)

Tartaranhão-azulado Circus cyaneus
Ontem na IBA de Alverca

boa

Muito fixe.......foi pena as ervas ficarem a frente (estao sempre a atrapalhar ), mas a foto não deixa de estar muito boa

JDGS escreveu:Muito fixe.......foi pena as ervas ficarem a frente (estao sempre a atrapalhar ), mas a foto não deixa de estar muito boa

Por acaso não me importo muito com as ervas nesta situação, dão um ar mais natural à coisa!
Mas às vezes... .

Bem apanhado

Assim à primeira vista, tendo em conta o padrão da cabeça, do peito e das secundárias, interrogo-me se não será antes um Circus macrourus (um dos muitos que andam por aí este ano)...

Gonçalo Elias escreveu:Assim à primeira vista, tendo em conta o padrão da cabeça, do peito e das secundárias, interrogo-me se não será antes um Circus macrourus (um dos muitos que andam por aí este ano)...

Sim, eu tive a mesma ideia, mas com 4 primarias...

O José Lima Santos identificou-o como sendo um Circus cyaneus imaturo de 2ºano.
Caso contrário, esta tinha ido para a parte das identificações!

De facto a questão das primárias é pertinente, embora eu continue a achar que o padrão da cabeça e das secundárias está errado para C. cyaneus

E já agora a data para cyaneus é invulgarmente tardia (embora com imaturos tudo seja possível).

Tenho só mais esta foto Gonçalo

Grande registo e foto Pnicolau.

Não me lembro (do pouco tempo que ando aqui no fórum) de ver uma foto tão espetacular desta espécie!

Foi mesmo na mouche

Abraço Luscinia

Excelentes fotografias, especialmente a primeira.

Infelizmente não é a mesma ave que vi perto da Ponta da Erva a 02-Abr-2012. Esta aqui:
http://www.flickr.com/photos/lgordinho/6899964888
Digo infelizmente porque dessa, por incompetência minha, não há fotografias nem vídeos.

Concordo com o José Lima Santos que a ave das fotos é uma fêmea imatura de Circus cyaneus.
A ave do desenho tinha a “mão” da asa muito mais estreita, com muito menos barras e com barras muito mais pálidas. E a minha impressão das barras nem deve ter sido muito afectada pelas condições de luz porque, com as mesmas condições, as secundárias pareciam tão ou mais escuras do que na ave das fotos. Além disso, vi a ave por um período razoável e em condições muito variadas, desde o voo baixo semelhante ao da ave das fotos até ao voo planado a grande altitude que tentei ilustrar. O aspecto da cauda, embora pouco relevante para a identificação, também me permite confirmar que se trata de um indivíduo diferente: a ave que vi tinha as rectrizes mais frescas e mais claramente barradas (provavelmente por ser uma ave adulta).
Atendendo ao meu fraco talento para a ilustração, sugiro que quem tiver curiosidade sobre o aspecto real da ave que observei, veja as fotos 234 e 235 (pág. 213) do livro de Dick Forsman (1999, The Raptors of Europe, Helm). Essas fotos mostram aves com plumagem e estrutura muito semelhantes à que tentei ilustrar.

Um aspecto curioso da ave das fotos é a íris relativamente pálida. A maioria das fêmeas de 2º ano de calendário apresentam a íris de um castanho-chocolate pálido mas esta parece ter a íris cor de âmbar, o que normalmente só acontece no 4º ou 5º ano de calendário. De qualquer modo há grande variação individual nesta característica e a ave da foto está dentro da variação descrita para o 2º ano de calendário.

Agora uma coisa é certa, esta é a plumagem de C. cyaneus (F 2nd cy) que mais facilmente se confunde com C. macrourus (F ad), por isso é fantástico que estas duas aves tenham andado na mesma área em datas próximas! Aliás, se alguém tem tirado boas fotos à fêmea de C. macrourus e se as recentes fotos de C. pygargus do mesmo PNicolau (deste post aqui: https://aves.forumeiros.com/t8008-pedido-id-tartaranhao?highlight=tartaranh%E3o ) têm ficado melhores, dava para fazer um comparativo de estalo!!

Eu podia dizer que ainda tenho esperança que alguém descubra a “minha” fêmea adulta de C. macrourus e lhe tire umas malhúzias valentes mas a verdade é que a esperança é muito pouca. Quando a vi pela última vez, no dia 02-Abr-2012, ela ganhou grande altitude numa térmica e desapareceu rumo a Leste. Parecia claramente uma ave a reiniciar a migração/dispersão. O único C. cyaneus que vi nesse dia, mais ou mesmo à mesma hora, andou sempre a voar baixo. A propósito, esse C. cyaneus macho era uma ave claramente maior e mais corpulenta que a fêmea de C. macrourus. Como nos Circus (e na generalidade das rapinas) as fêmeas são maiores do que os machos, isso também me deu alguma confiança relativamente ao julgamento que fiz da estrutura do C. macrourus.

E pronto, era isto. Desculpem se me alonguei demasiado.
Cumprimentos e boas observações, Luís G