Lista das aves do estuário do Tejo

A partir de hoje o portal avesdeportugal.info disponibiliza a Lista das Espécies de Aves do Estuário do Tejo.

O estuário do Tejo é a zona húmida mais importante de Portugal e uma das dez mais importantes da Europa. Apesar de a área protegida ter sido criada por causa dos valores faunísticos e muito especialmente das aves, a informação sobre a avifauna desta zona húmida encontra-se dispersa, sendo difícil ter uma noção precisa do número de espécies de aves que já foram registadas nesta área.

A compilação mais abrangente até hoje elaborada sobre a fauna desta zona húmida surgiu sob a forma de livro intitulado "As Aves do Estuário do Tejo". Este livro, publicado em 1998, apresenta um catálogo de 251 espécies de aves, das quais 194 regulares e 57 acidentais. No entanto, devido ao grande número de observações efectuadas nos últimos 14 anos, esta lista já se encontra desactualizada, pois há várias dezenas de espécies que entretanto foram registadas pela primeira vez na zona.

Numa tentativa de disponibilizar uma lista actualizada sobre a avifauna do estuário, o portal avesdeportugal.info procurou reunir toda a informação recente que se encontra dispersa. Como resultado deste esforço, foi possível acrescentar 51 novas espécies à fauna no estuário. Por outro lado, foram omitidas duas espécies que constam da lista acima citada (Phasianus colchicus, cuja presença na área apenas surgiu em resultado de largadas e de forma não sustentada; e Corvus frugilegus, espécie que terá sido registada em Alcochete no início do séc. XX mas para a qual não foi ainda possível obter os detalhes relevantes e as adequadas referências). A lista de aves do estuário conta assim com 300 espécies.

Esta lista pode ser consultada ou descarregada em www.avesdeportugal.info/listas

Belíssima iniciativa!

Um dia em que, além das listas de todos os distritos, decidas disponibilizar no «Aves de Portugal» as listas das principais zonas húmidas do país, podes contar com a do estuário do Cávado atualizada mensalmente.

Abraço

Jorge

Araújo da Silva escreveu:Um dia em que, além das listas de todos os distritos, decidas disponibilizar no «Aves de Portugal» as listas das principais zonas húmidas do país, podes contar com a do estuário do Cávado atualizada mensalmente.

Obrigado pelas palavras de apoio.

A ideia de disponibilizar listas de espécies para todas as zonas húmidas (e quiçá para as áreas protegidas) é para ir fazendo aos poucos.

Nada impede que a do Cávado seja a próxima

Bela compilação!
Reparei que não incluiste as obs. de buteo mouro (B. rufinus cirtensis). Foi lapso ou propositado?

Um abraço

Epá... foi lapso, não tenho aqui presente os dados desse registo.

Podes ajudar-me a localizar a informação por favor?

Imaginei que sim.
Agora não tou muito a jeito. Mas assim que puder compilo-te esses registos.
Sei que já vários foram confirmados nos últimos 5 anos, fora os "duvidosos".

1 abraço

Obrigado Jorge.

Quando escreves 'confirmado'... isso significa o quê? (quer dizer, eu suponho que seja consenso entre observadores, mas queria ter a certeza).

Certo. Refiro-me particularmente a registos fotográficos que não deixam margem para grandes dúvidas.

ok fico então a aguardar a informação.

Entretanto vou continuar a procurar mais algumas coisas que me faltam, nomeadamente informação sobre o registo de C. frugilegus.

jvicente escreveu:Certo. Refiro-me particularmente a registos fotográficos que não deixam margem para grandes dúvidas.

Bem... digamos que relativamente aos cirtensis seria interessante que aparece-se um adulto típico e não apenas imaturos em muda.

Como os adultos tipicos apenas são tipicos abaixo do Atlas Marroquino ou regiões desérticas, podemos ir esperando! Palavras do proprio A. Corso.

De qualquer forma, acho que falta Gavia immer na lista, observada este Inverno, pelo Pedro fernandes em Alhos Vedros, por mim, e pelo J. L. Santos no Seixal

cumps,
Rui

Obrigado Rui. Vou verificar.

RuiCaratao escreveu:Como os adultos tipicos apenas são tipicos abaixo do Atlas Marroquino ou regiões desérticas, podemos ir esperando! Palavras do proprio A. Corso.

A serio? e os acima, são mais escuros? menos ruivos? temos que ir investigar a situação in loco.

Acima, são mais comuns as morphs de mais dificil ID. In loco não será fácil, já que a densidade segundo me disseram não é alta, por isso não é chegar, ver e perceber.
Segundo o A. Corso, é necessário observar atentamente o comportamento e estrutura da ave, isto é algo que so se adquire vendo as aves durante longos periodos.

É algo que começo agora a perceber no campo, e não transparece para quem nunca viu as aves e apenas pode ver as fotografias.
Pegando na frase do Jorge Vicente, nem sempre as fotografias que não deixam margem para duvida, o são...deixo um exemplo:



a interpretação é livre......

RuiCaratao escreveu:Acima, são mais comuns as morphs de mais dificil ID. In loco não será fácil, já que a densidade segundo me disseram não é alta, por isso não é chegar, ver e perceber.
Segundo o A. Corso, é necessário observar atentamente o comportamento e estrutura da ave, isto é algo que so se adquire vendo as aves durante longos periodos.

Melhor ainda, sempre é um desculpa para se ficar mais uns dias...

Ainda bem que te vejo cheio de vontade Pedro, toma lá mais uma das minhas fotos tipo "uns melões ao longe" para te ires habituando a Marrocos



a interpretação da foto continua a ser livre....

EDIT:
aqui fica o meu registo de Gavia immer, Gonçalo http://www.google.com/reader/shared/user/03128008941138827500/label/Raridades?c=CIG7_qiMja0C

Pois...eu ao longe só mesmo maritimas, rapinas... não é a minha area, demasiada variação dentro de algumas especies para tentar fazer id de manchas castanhas

Ouvi dizer que avalias incrivelmente bem as ditas manchas em Moleiros , dados tambem a incrivel variação
A não ser que me digas que olhas tambem para estrutura e voo

cumps,
Rui

RuiCaratao escreveu:Ouvi dizer que avalias incrivelmente bem as ditas manchas em Moleiros , dados tambem a incrivel variação
A não ser que me digas que olhas tambem para estrutura e voo

Ahhhh, mas aí é mais fácil, porque embora a variação seja muito grande os adultos são bastante mais fáceis que os juvenis e aprendendo os adultos temos uma boa ideia da estrutura e tipo de voo (que numa foto não são realmente visíveis), depois a minha regra de ouro nos moleiros imaturos é só tentar identificar aqueles que passam relativamente perto, não tenho opticas nem experiência para identificar aves muito longe, mesmo aves tão distintivas como rabilongos eu só fiquei mais assertivo nas minhas identificações depois deste dia:

http://www.flickr.com/photos/44092060@N08/5132734392/in/set-72157625170267033

Quando tens bandos deles a passarem-te por cima da cabeça torna-se mais facil.

nas marinhas, como provavelmente nas rapinas a experiência conta, é diferente eu tentar identificar uma rapina quando tenho pouca experiência com um grupo do que identificar um moleiro, em que já vi centenas de individuos de 3 das especies e dezenas da outra espécie.

E a minha distancia para identificar moleiros pode ser curta, muito curta...


Mas não é preciso ir para as marítimas, eu acho que sou razoável a fazer a identificação de limicolas e este domingo estava com dificuldades por causa da quantidade de aves e do mix de especies que eu não vejo normalmente juntas, ou seja mesmo um grupo acessível num contexto diferente do habitual pode ser problemático.

Mas falando então destes buteos, bom são buteos, na cor não parecem particularmente distintivos mas estruturalmente talvez, a ave em primeiro plano parece mais leve, etc.. mas eu não consigo ir muito mais alem a partir desta foto, não tenho rotinas em rapinas que me possibilitem fazer uma id a partir de uma má foto (que são geralmente as melhores para fazer id) nem sei se tenho conhecimentos para identificar um cirtensis que não seja um adulto típico a partir de uma foto, com a ave ao vivo e com tempo posso conseguir, mas com uma imagem parada?

Alias, pensando melhor porque é que a ave em segundo plano é um buteo, porque é que não é um Cobreira?

E porque é que a primeira ave não é um aeruginosus? Mas sinto que esta tua ultima duvida em vez de um retrocesso é um progresso....não que estejas a ir no caminho certo

RuiCaratao escreveu:E porque é que a primeira ave não é um aeruginosus? Mas sinto que esta tua ultima duvida em vez de um retrocesso é um progresso....não que estejas a ir no caminho certo

Sim, estou a ver, lá está o erro de assumir que é em vez de ver se é, mas nesse caso e se a 1ª ave é um Circus mas não um aeruginosus o que é a 2ª?

Pedro121 escreveu:mas nesse caso e se a 1ª ave é um Circus mas não um aeruginosus o que é a 2ª?

um bom desafio para o tópico silhuetas......

Peço desculpa Gonçalo, por estar a levar a conversa noutra direcção, mas podes dividir o tópico como fazes por vezes...

Já encontrei a informação dos C. frugilegus - vem referida num livro de 1910 só me falta obter os elementos exactos o que espero conseguir esta semana.

Para além da Gavia immer há mais alguma informação a acrescentar?

A lista das aves do estuário do Tejo foi actualizada com duas novas espécies: Gavia immer e Corvus frugilegus.

O total de espécies registadas na área é agora de 302.