Listas distritais e regionais

Gonçalo, na lista do Porto não aparece o ganso-do-egipto nem a marreca-de-coleira.
(mas também não sei se são espécies em que seja suposto aparecerem nesta listagem)

Olá Luís,

As listas não incluem as espécies da categoria E.

Gonçalo Elias escreveu:Olá Luís,

As listas não incluem as espécies da categoria E.

Ah, ok

Já agora só por curiosidade, para uma ave deixar a categoria E, não é suficiente haver nidificação em liberdade?

LuisMM escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Olá Luís,

As listas não incluem as espécies da categoria E.

Ah, ok

Já agora só por curiosidade, para uma ave deixar a categoria E, não é suficiente haver nidificação em liberdade?

Não chega, é preciso que forme populações auto-sustentáveis.

Sugiro uma vista de olhos aqui.

De qualquer forma, existem várias espécies com populações autossustentaveis que ainda são categoria E.

PNicolau escreveu:De qualquer forma, existem várias espécies com populações autossustentaveis que ainda são categoria E.

Pedro, como creio que saberás, quem atribui as categorias é o CPR.
Claro que ninguém é obrigado a adoptar a classificação do CPR, de qualquer forma não resisto a perguntar-te onde colocas a fronteira da auto-sustentabilidade.

PNicolau escreveu:De qualquer forma, existem várias espécies com populações autossustentaveis que ainda são categoria E.

Como por exemplo?

Gonçalo Elias escreveu:
Claro que ninguém é obrigado a adoptar a classificação do CPR, de qualquer forma não resisto a perguntar-te onde colocas a fronteira da auto-sustentabilidade.

Eu não disse que teriam de ser incluídas, atenção! Mas se tivermos de esperar pelo CPR quanto mais tempo esperaremos? O Anuário 9 sairá algum dia...?
Lonchura Malaca foi extinto por ser apanhado, não por não ser autossustentável.
Para mim espécies em crescimento com populações estabelecidas em vários locais há já vários anos... São autossustentáveis.

Espécies como Lonchura punctulata (o mais forte candidato?), Vidua macroura, Aratinga acuticaudata, Myopsitta monachus?, o próprio Alopochen aegyptiacus...

PNicolau escreveu:
Lonchura Malaca foi extinto por ser apanhado, não por não ser autossustentável.

Essa é a causa provável, pronto, quase certa , mas pode ter havido competição com L. punctulata e outros exóticos a ajudar.

PNicolau escreveu:Espécies como Lonchura punctulata (o mais forte candidato?), Vidua macroura, Aratinga acuticaudata, Myopsitta monachus?, o próprio Alopochen aegyptiacus...
Para mim espécies em crescimento com populações estabelecidas em vários locais há já vários anos... São autossustentáveis.

Tudo bem, mas quantos anos? e quantas dessas espécies estão efectivamente a ter aumentos populacionais? É que nalguns casos estamos a falar de espécies que vivem décadas, que estão muito localizadas, que fazem apenas uma postura e que se começam a reproduzir com 3-5 anos de vida, e que podem estar em competição directa com outras exoticas pelos locais de reprodução, é difícil perceber a evolução de populações sem censos, o eBird ajuda, mas não há observadores suficientes para acompanhar estas espécies urbanas com base em observações casuais.

Isto para dizer que é provável que todas ou quase todas das espécies referidas possam estabelecer-se, mas neste momento alguma destas espécies tem 50 casais adultos em estado selvagem em Portugal? Terá o Lonchura, mas os outros? provavelmente tem menos de 50 adultos, bem menos no caso do Myopsitta.

E o que dizer dos exoticos que supostamente estão estabelecidos mas que parecem estar a regredir, as populações de Tecelão não parecem estar muito famosas...

PNicolau escreveu:Eu não disse que teriam de ser incluídas, atenção!

Bem, escreveste que ainda são categoria E, eu interpretei isso como estando tu a sugerir que deveriam passar para a C.

PNicolau escreveu:Para mim espécies em crescimento com populações estabelecidas em vários locais há já vários anos... São autossustentáveis.

Vamos ver caso a caso:

PNicolau escreveu:Espécies como Lonchura punctulata (o mais forte candidato?)

Estamos a falar de quantos indivíduos? E a nidificação já foi confirmada, nomeadamente na zona de Alcácer do Sal?

PNicolau escreveu:Vidua macroura

pelo que sei ocorre num único local (Aveiro) e nem sei se já foi confirmada a nidificação nem quantas vezes

PNicolau escreveu:Aratinga acuticaudata, Myopsitta monachus?

Deste nem sei se há confirmações de nidificação, quanto mais auto-sustentáveis.

PNicolau escreveu:Myopsitta monachus?

Ppelo que sei houve um registo de nidificação, mas as observações são esporádicas, duvido que esta espécie qualifique.

PNicolau escreveu:, o próprio Alopochen aegyptiacus...

Neste caso há bastantes confirmações, mas a maioria são "aves de jardim", a questão que se coloca aqui é se são auto-sustentáveis no sentido de serem independentes da "mão humana". Isto é, se o ser humano desaparecesse das zonas onde os gansos ocorre, quanto tempo se aguentariam por lá?

Foram actualizadas as seguintes três listas distritais:

• Castelo Branco - uma nova espécie: Pluvialis squatarola (observação de 1995) - o novo total distrital é de 229 espécies (das quais uma é da categoria D).
  
• Setúbal - uma nova espécie: Anthus hodgsoni (uma observação de Dezembro de 2012 e outra de Fevereiro de 2015) - o novo total distrital é de 351 espécies (das quais 6 são da categoria D).
  
• Viana do Castelo - uma nova espécie: Regulus regulus (observação de Fevereiro de 2015) - o novo total distrital é de 247 espécies (das quais uma é da categoria D).
  

Todas as listas distritais estão agora actualizadas. A próxima ronda de actualizações será feita no final de Março.

Lonchura punctulata tem observações já com alguma dispersão, e há registos confirmados de nidificação com observações de juvenis. Observações vão pelo menos desde Lagoa de Albufeira ao Paul do Boquilobo, tendo como núcleo central a zona de Alcácer.

Quanto a Vidua macroura, eu próprio já presenciei comportamento nupcial e também há observações de juvenis. E populações em Salreu, Lagoa de Mira, RNET (?)..

Aratinga estão claramente em expansão em Lisboa.

Quanto ao Alopochen, o homem não irá de facto desaparecer, por isso se eles se conseguirem estabelecer à nossa conta, como já aconteceu noutros países europeus.. Então eles usam-nos simplesmente como recursos e e isso não os torna autossustentáveis?
Foi observado um bando relativamente grande no Alqueva, poderá até já ser C5?

Ainda são E, porque estou convicto de que num futuro próximo algumas integrarão a lista C.

PNicolau escreveu:Aratinga estão claramente em expansão em Lisboa.

Acredito que tenhas mais informação que eu, até porque nos últimos tempos não tenho feito observações em Lisboa, e de facto estive a ver no e-bird e em 2014 há observações envolvendo números consideráveis.

Mas insisto neste ponto: há confirmação de nidificação? Como é que se sabe que não são largadas e mais largadas?

PNicolau escreveu:Quanto ao Alopochen, o homem não irá de facto desaparecer, por isso se eles se conseguirem estabelecer à nossa conta, como já aconteceu noutros países europeus.. Então eles usam-nos simplesmente como recursos e e isso não os torna autossustentáveis?

Entendo o raciocínio, mas isso leva-me de volta à questão anterior: onde colocas a fronteira da auto-sustentabilidade?

PNicolau escreveu:
Quanto ao Alopochen, o homem não irá de facto desaparecer, por isso se eles se conseguirem estabelecer à nossa conta, como já aconteceu noutros países europeus.. Então eles usam-nos simplesmente como recursos e e isso não os torna autossustentáveis?
Foi observado um bando relativamente grande no Alqueva, poderá até já ser C5?

Sim, mas teremos que ver como eles se adaptam aos caçadores ou os caçadores a eles.

Ou seja como é que eles se adaptam fora de jardins e parque onde para alem dos predadores naturais (que não existem ou são em menor numero nos países europeus onde se estabeleceram), como tem também que lidar com a caça. Vamos ver o que acontece, embora eu acredite tal como tu que eles vão estabelecer-se

Mas em relação a este fenómeno das exóticas, nos temos neste momento o exemplo de uma(s) dezena(s) de espécies de aves exóticas estabelecidas em vários países que depois de um período de expansão inicial regrediram abruptamente e extinguiram-se nalguns casos sem se perceber porque, noutras devido a alterações no habitat ou a pressão humana ou mesmo devido a competição com outras exóticas.

Gonçalo Elias escreveu:
Não chega, é preciso que forme populações auto-sustentáveis.

Sugiro uma vista de olhos aqui.

Fixe era mesmo isso, tentei encontrar uma página com a descrição das várias categorias, mas não estava a conseguir encontrar.

Eu estava a pensar no Ganso-do-egipto. Não sei como tem sido a evolução noutros locais, mas pelo menos no parque da cidade do Porto nunca vi tantos como este ano, andam lá uma boa dúzia deles e pelo menos um casal com crias. Não são muitas aves, mas pelo menos a quantidade tem aumentado (e aqui também não sei se esse aumento da quantidade é proveniente da reprodução no local ou se é por deslocações de outros locais para o parque).

Não sei se terá a ver com algum tipo de competição, mas noto que os Gansos-do-egipto nunca se misturam muito com os Gansos-bravos, até porque estes estão em muito maior numero e também me parece que são cada vez mais.

Mais um registo para a próxima ronda de actualizações:

Guarda - Anas querquedula

Castelo Branco - Anthus spinoletta

Leiria - Porzana parva

Aveiro - Branta leucopsis

Aveiro - Anthus richardii

Relativamente à observação de B. leucopsis do distrito de Aveiro, ela foi divulgada neste Forum (ver este tópico) mas estou com algumas dúvidas em incluí-lo, especialmente porque

Andava junto de outros gansos num lago perto da mealhada. Foram lá colocados Gansos e patos reais.

Opiniões?

Sobre o leucopsis:
Os anser foram lá largados devido ao medo que a gripe das aves provocou. Já lá andavam a mais de 2 anos
Não conheço ninguém da zona que tenha leucopsis
Ninguém me soube dizer como ele lá apareceu, ao contrário dos anser.
O leucopsis esteve apenas 3 semanas, coxeava e tentaram-no agarrar e voava bem (contado)

O que eu penso sobre isto:
Se fugiu, foi de longe e deve-se ter aleijado.
Parou lá porque viu um habitat algo semelhante onde ele estava?
Mais um caso de fugas de inverno?

Foram actualizadas as seguintes quatro listas distritais:

• Aveiro - uma nova espécie: Anthus richardi (observação de Março de 2015) - o novo total distrital é de 298 espécies, das quais quatro são da categoria D.
  
• Castelo Branco - uma nova espécie: Anthus spinoletta (segundo consegui apurar, a espécie é relativamente frequente em certas áreas do distrito) - o novo total distrital é de 230 espécies, das quais uma é da categoria D.
  
• Guarda - uma nova espécie: Anas querquedula (observação de Março de 2015) - o novo total distrital é de 214 espécies.
  
• Leiria - uma nova espécie: Porzana parva (esta lista foi objecto de algumas alterações na coluna das referências, tendo sido eliminadas diversas anotações e referências no caso de espécies comuns, as quais tinham sido introduzidas na primeira versão da lista mas que não se justificam com o nível actual de conhecimento) - o novo total distrital é de 316 espécies, das quais três são da categoria D.
  

Todas as listas distritais estão agora actualizadas. A próxima ronda de actualizações será feita dentro de dois meses (final de Maio).

Hoje, no topo da Serra de Montemuro, encontrei dois Turdus torquatus.
No ebird há apenas um registo da espécie em Abril, praticamente na mesma data (dia 4), em 2014 na Fóia.

Uma nova espécie para Viseu.