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Quercus: Recolha de animais mortos deixa aves protegidas e ameaçadas sem alimento

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Mensagem por Gonçalo Elias Qui Nov 08, 2012 3:43 am

Quercus: Recolha de animais mortos deixa aves protegidas e ameaçadas sem alimento
Data: 05-11-2012
Fonte: Diário Digital

Aproveitando o facto de estar em discussão o Orçamento de Estado para 2013, a Quercus voltou esta segunda-feira a alertar a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território para a necessidade de ser revista a aplicação do SIRCA, em especial nas zonas fronteiriças e zonas de montanha onde as aves necrófagas ocorrem com maior frequência.
Segundo a organização, em comunicado, uma decisão neste sentido permitiria poupanças significativas ao MAMAOT e, ao mesmo tempo, reduziria um dos principais factores de ameaça às espécies necrófagas – a escassez de alimento - contribuindo assim para o cumprimento da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e dos compromissos internacionais subscritos pelo Estado Português.
O SIRCA - Sistema de Recolha de Animais Mortos nas Explorações - custa 23 milhões de euros e o Governo pode poupar muito se proteger as aves necrófagas, defende a Quercus.

O SIRCA foi regulado pelos Decretos Lei nº 76/2003 de 19 de Abril, nº 244/2003 de 7 de Outubro, nº 19/2011 de 7 de Fevereiro e Resolução do Conselho de Ministros nº 119/2008 de 30 de Julho, e dele são recolhidos das explorações pecuárias cerca de mil cadáveres de ovinos, bovinos, equídeos e caprinos por dia.

Em Portugal ocorrem três espécies de abutres - o Grifo (Gyps fulvus), o Abutre-negro (Aegypius monachus) e o Abutre do Egipto (Neophron percnopterus), bem como outras aves com hábitos necrófagos, nomeadamente a Águia–imperial (Aquila heliaca adalberti). À medida que as actividades agropecuárias foram alterando os ecossistemas naturais, reduzindo a abundância das presas destas aves (veado e o javali, entre outros), estas espécies adaptaram-se às disponibilidades alimentares criadas pelo Homem, representando os animais domésticos associados à agropecuária uma parte significativa da sua dieta alimentar.
À medida que as regras sanitárias se foram tornando cada vez mais restritivas, obrigando a que as carcaças dos animais mortos fossem retiradas dos campos para serem eliminadas, criou-se um problema grave de escassez de alimento para estas aves selvagens protegidas.
A Quercus apela para que sejam novamente deixadas as carcaças nos campos.
As novas regras da UE facilitam o processo, uma vez que países como Espanha já estão a aplicar as novas directrizes europeias, nomeadamente o Regulamento (UE) nº 142/2011 da Comissão, de 25 de Fevereiro de 2011, que altera o Regulamento (CE) nº 1069/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, e que se articula com a Directiva 97/78/CE do Conselho, de 18 de Dezembro, fixando os princípios relativos à organização dos controlos veterinários dos produtos provenientes de países terceiros introduzidos na Comunidade.

A alteração mais significativa tem impacte positivo na conservação destas espécies, pois possibilita a não remoção do material de categoria 1 do campo ou das explorações de gado, podendo as carcaças dos animais mortos permanecer nos locais onde os animais morreram, sempre que a autoridade competente assim o autorize.

Actualmente, a Quercus mantém dois campos de alimentação no Tejo Internacional e está a colaborar com alguns municípios, zonas de caça e criadores de gado de forma a criar mais campos de alimentação nesta região, onde existem populações importantes destas espécies ameaçadas.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=600123
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