glaucoides/hyperboreus

Ok Pedro, estou mais esclarecido e, sendo assim, poderia suceder a infeliz coincidência, ainda que remota, de tudo se conjugar para que uma micha ou fusca (p.ex) ter aquelas "sombras" na parte superior das asas e do dorso em conjunto com a ausência completa de cor (ou melanina) nas primárias, certo?

Então, Pedro, este melro só pode ser albino. Percebi bem?

Araújo da Silva escreveu:Então, Pedro, este melro só pode ser albino. Percebi bem?

Albino, não, mas albinistico sim, nota a redução homogénea de melaninas e os olhos avermelhados, no caso desta ave as eumelaninas parecem ter sido substituídas por phaeomelaninas, ou seja as melaninas pretas do melro normal são agora castanhas (isso pode acontecer devido a diferentes mutações), mas isto numa analise muito ligeira, existem espécies que tem melaninas castanhas e pretas e outras que só tem pretas, e existe uma serie de genes que controlam a produção e distribuição dessas melaninas (para quem não sabe as melaninas são os pigmentos castanhos e pretos que temos na pele e que as aves tem nas penas)

Os genes envolvidos podem devido a mutações deixar de funcionar total ou parcialmente o que dá origem a uma serie de alterações na cor da ave, dependendo do gene em particular que deixou de funcionar.

E depois temos para outro grupo de mutações que afecta os pigmentos não melanicos, normalmente essas mutações passam mais despercebidas porque na maioria das aves europeias não existem na plumagem outros pigmentos que não a melanina. mas em espécies como o pintassilgo é possível aparecerem pintassilgo com uma mascara que em vez de ser vermelha é laranja ou mesmo terem branco onde deveria ser vermelho e amarelo.

Araújo da Silva escreveu:Lá estão a tais sombras nas primárias.
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Só uma nota mais embora primarias cremes numa gaivota branca seja mau sinal, não é razão em si mesmo para pensar logo o pior, no caso das Larus glaucoides kumlieni estas podem ter primarias externas beje. No entanto a gaivota da foto tem cor a mais e estrutura a menos para ser outra coisa que uma micha.

Eu vi no final de 2012 um gaivota em Peniche, a observação foi muito fugaz e não deu para grandes analises, a ave pousada era uma Larus glaucoides correcta em termos de cor e estrutura, o problema foi quando levantou e vi que as primarias externas eram bejes, no entanto e ao contrario desta, a ave tinha a asa completamente branca e não tinha cor a mais no manto, e em termos de estrutura parece perfeita para glaucoides, mas para explicar as primarias beje tem que ser uma kumlieni ou então um hibrido/mutação . Foi uma pena ter-se pirado logo.

Já agora, como distinguir um leucistico de um flavistico? Pergunto isto porque muitos leucisticos são na verdade amarelados...

Helder Vieira escreveu:Portanto Pedro, pelo que percebi, a gaivota do cávado se fosse uma micha (só p.ex. Jorge ) seria albina, e não leucística, certo??

Albinistica ou albina parcial, mas não albina. albina não teria preto no bico.

editado: porque estava a falar de outra gaivota, da de 2012.

pedro121 escreveu:

Helder Vieira escreveu:Portanto Pedro, pelo que percebi, a gaivota do cávado se fosse uma micha (só p.ex. Jorge ) seria albina, e não leucística, certo??

Albinistica ou albina parcial, mas não albina. albina não teria preto no bico.

editado: porque estava a falar de outra gaivota, da de 2012.

Obrigado Pedro.

Araújo da Silva escreveu:Simon: - a ave de facto está em mau estado (muito perspicaz, o Pedro), cambaleava da pata esquerda e julgo que tentou levantar voo do banco de areia (cercado de água) em que se encontrava e não conseguiu. Se ainda lá a encontrar hoje, vou tentar resgatá-la para a entregar aos cuidados veterinários.

Araújo, obrigado - o seu plumagem parecia intacta. Coitada da gaivota - espero que se recupera