Influxo de P. inornatus

Gonçalo Elias escreveu:A Berlenga está bastante mais próxima (menos de metade da distância), por isso do ponto de vista tecnológico não há razão para o serviço não funcionar. Dado o meu interesse na temática, fiquei com curiosidade de saber qual é a situação real.

Posso assegurar-te que existem pontos nas Berlengas em que o sinal da rede de 2G é insuficiente, os telemoveis ou não tem sinal ou tendo sinal a comunicação com os mesmos não é possivel, mas existem outros em que o sinal é adequado, diga-se que eu no meu local de trabalho, que fica no Cabo carvoeiro não tenho tambem sinal 2G como pode comprovar qualquer pessoa que já me tenha tentado telefonar e não o tenha conseguido por ter o tlm "desligado"... no meu local de trabalho a solução é ter o tlm na janela e quando toca, irmos a correr para a rua para conseguirmos falar... e não estou numa ilha no meio do oceano.

A questão do "sinal" é mais complexa do que muita gente imagina. O problema não se resume à distância. Depende também se tens linha de vista com a antena (isto é, sem obstrução). Quando tens linha de vista, ou seja, visão não obstruída, consegues falar até 32 km, caso do Branco e da Deserta Grande. Quando não tens linha de vista (por exemplo quando estás dentro de casa ou num bosque, ou se houver uma casa à frente), o sinal que recebes é sempre reflectido e não directo. Acontece que o sinal reflectido sofre sempre atenuações. Se as atenuações forem muitas, mesmo a 2 ou 3 km podes não conseguir falar porque o sinal enfraqueceu. Portanto, a distância é um factor que pesa, mas não é o único. No teu gabinete provavelmente estás virado para o mar, acertei? E não há antenas desse lado, logo o sinal tem de vir de nascente, mas para o receberes tem de ser reflectido nalgum lado... e do lado do mar não há onde reflectir...

Por aquilo que entretanto apurei, no alto da Berlenga consegue-se falr e enviar mails, na parte baixa não (talvez porque perdes a linha de vista com a antena, digo eu).

Gonçalo Elias escreveu:Portanto, a distância é um factor que pesa, mas não é o único. No teu gabinete provavelmente estás virado para o mar, acertei? E não há antenas desse lado, logo o sinal tem de vir de nascente, mas para o receberes tem de ser reflectido nalgum lado... e do lado do mar não há onde reflectir...

mais ou menos o meu actual sim, mas o anterior que tinha o mesmo problema estava virado para a cidade.

Gonçalo Elias escreveu:Por aquilo que entretanto apurei, no alto da Berlenga consegue-se falr e enviar mails, na parte baixa não (talvez porque perdes a linha de vista com a antena, digo eu).

Sim, nota que o aldeamento da Berlenga está tapado do continente por uma escarpa, logo não o conseguimos ver a partir do cabo, embora vejamos o forte e o farol, provavelmente por isso há pouca rede onde estão as casas.

pedro121 escreveu:mais ou menos o meu actual sim, mas o anterior que tinha o mesmo problema estava virado para a cidade.

Pois mas havendo obstrução (nesse caso por edifícios) tem de haver por onde reflectir o sinal e na prática o que tens a norte e a sul é mar, logo não há onde reflectir...

pedro121 escreveu:Sim, nota que o aldeamento da Berlenga está tapado do continente por uma escarpa, logo não o conseguimos ver a partir do cabo, embora vejamos o forte e o farol, provavelmente por isso há pouca rede onde estão as casas.

Provavelmente é realmente uma questão de obstrução nesse local em concreto.

Bom, repesco este tópico porque está a haver um influxo de felosas-bilistadas em Espanha, e a 1ª do ano foi vista o domingo passado no Espichel, portanto porque não dar uma olhada na figueira mais proxima?

pedro121 escreveu:Bom, repesco este tópico porque está a haver um influxo de felosas-bilistadas em Espanha, e a 1ª do ano foi vista o domingo passado no Espichel, portanto porque não dar uma olhada na figueira mais proxima?

Já agora aceito mais dicas... figueira é a preferida?

Paulfer escreveu:
Já agora aceito mais dicas... figueira é a preferida?

Não, figueira é a preferida porque em alguns sítios clássicos como o Espichel ou as Berlengas é basicamente o que há, o importante a lembrar é que esta espécie é arbórea, vai andar sempre em árvores se as houver, em principio não vai utilizar vegetação rasteira como a felosa-musical.

O salreu parece-me um bom sitio porque tem relativamente poucas árvores, ou seja as árvores isoladas no meio dos arrozais fazem de ilha.

Mas se como espero o Magnus de com escrevedeira-da-laponia na Berlenga esta semana, talvez queiras ir lá connosco este fim de semana?

Ambos são interessantes e devem ser bichinhos todos giros

Portanto 5 inornatus numa semana, 1 no espichel, 2 nas Berlengas e 2 no Algarve, nada mal, considerando que estamos ainda na terça-feira.

Não estou a fazer contas mas vamos certamente a caminho das 20 outra vez, resta saber se os grandes números de 2013-14 se devem a um maior esforço dos observadores ou a um aumento real do nº de aves.

Se aparecer em zonas como a Costa de Caparica optará por que habitat? Pode aparecer num simples parque urbano com pouca vegetação, mas carregado de chapins, estrelinhas e outras felosas (collybita e trochillus)?

Olhando para os registos disponíveis, é curioso assinalar que o influxo de 2014 se deu cerca de cerca de uma semana mais tarde que o de 2013.

Vejamos as datas:

Primeiro registo do Outono
2013 - 12 de Outubro
2014 - 19 de Outubro

Período de maior concentração de registos (com observações quase diárias)
2013 - 16 a 23 de Outubro
2014 - 21 a 30 de Outubro

A lista de registos pode ser consultada aqui.

Vamos ver se continua o fluxo nos anos vindouros...por incrível que pareça ainda não vi nenhuma..é aquela felosa no sapato.

cardosohelder escreveu:Vamos ver se continua o fluxo nos anos vindouros...por incrível que pareça ainda não vi nenhuma..é aquela felosa no sapato.

Eu vi uma vez, mas foi no já distante ano de 1996 no cabo Espichel - nestes dois últimos anos não vi nenhuma.

Bom, e já começou a época das inornatus!

Sagres, Portimão, Sintra e Covilhã (!)

Bom, vou colocar aqui os registos das inornatus registadas esta temporada, que tenho estado a fazer na página do Facebook "Rare Birds in Portugal":
Penso que já batemos os recordes dos anos anteriores, só com um mês...

(01-Nov) 1 ind., Mioto, Lagos (J. Safara)
(01-Nov) 1 ind., Parque Urbano do Jamor, Oeiras (L. Gordinho)
(31-Oct) 1 ind., Perímetro Florestal do Barão de São João, Lagos (F. E. Navarrete)
(24/31-Oct) 9 inds., ringed, Forninhos, Vila Nova de Mil Fontes (C. Matos)
(29-Oct) 1 ind., Cabo Carvoeiro, Peniche (P. Ramalho)
(29-Oct) 1 ind., Avenida Boa Esperança, Lisboa (C. Pacheco)
(29-Oct) 1 ind., LIDL, Brás Oleiro, Maia (H. Vieira)
(29-Oct) 2 inds., Caldas da Rainha (P. Ramalho)
(28-Oct) 1 ind., Ribeira de Caneças, Queluz (N. Reis)
(27-Oct) 1 ind., Estação do Monte Abraão, Queluz, Sintra (R. Morgado)
(27-Oct) 1 ind., Cabranosa, Sagres, Vila do Bispo (R. Tomé)
(27-Oct) 2 ind., Sagres (vila), Vila do Bispo (P. Moreira & W. Abdou)
(25-Oct) 2 ind., Cabeço das Rolas, Lisboa (S. Mackay)
(24-Oct) 1 ind., Metro dos Olivais, Lisboa (S. Mackay)
(24-Oct) 1 ind., Jardins do Palácio de Cristal, Porto (F. Oliveira)
(23-Oct) 1 ind., Parque Mártir-in-Colo, Covilhã (F. Fernandes)
(21-Oct) 1 ind., ringed, Senhora do Círculo, Condeixa-a-nova (P. Tenreiro)
(20-Oct) 1 ind., Queluz, Sintra (R. Morgado)
(20-Oct) 1 ind., ringed, Quinta d'A Rocha, Portimão (G. Rethoré)
(18-Oct) 1 ind., Parque do Baluarte, Peniche (P. Ramalho)
(15-Oct) 1 ind., Parque Urbano dos Moinhos de Santana, Lisboa (L. Santos, M. Estevens, D. Raposo, J. Simão & others)
(14-Oct) 1 ind., Parque Bensaúde, Lisboa (M. Tissot, M. Lemos, P. Nicolau & M. Ribeiro)
(12-Oct) 1 ind., Parque do Areal, Albergaria-a-Velha (P. L. Esteves, S. Patinha, P. Moreira & A. Martins)
(11-Oct) 2 inds., Jardim do Hotel Baleeira, Sagres (S. Wates)
(11-Oct) 3 inds., Pinhal da Cerâmica, Sagres (R. Mills)
(11-Oct) 1 ind., Cabranosa, Sagres (F. Canário, R. Eufrásia, S. Wates & others)
(11-Oct) 1 ind., Parque Eduardo VII, Lisboa (N. Pereira)
(10-Oct) 1 ind., Horta da Nora, Castro Verde (H. Lousa)
(10-Oct) 1 ind., Jardim Fernando Pessoa, Lisboa (A. Gonçalves)
(09-Oct) 2 ind., Barroca d'Alva, Alcochete (N. Pereira)
(07-Oct) 1 ind., Cabriz, Sintra (M. Robb)
(07-Oct) 1 ind., ringed, Quinta d'A Rocha, Portimão (A Rocha)
(07-Oct) 1 ind., ringed, Trigais, Covilhã (P. Lopes)
(03-Oct) 1 ind., ringed, Cabranosa, Sagres (C. Pacheco, A. Marques, C. M. Cruz, M. Quaresma & others)

47 aves em Outubro + 2 em Novembro

Boa compilação Nicolau.

Mas em Forninhos, Vila Nova de Mil Fontes, julgo que foram capturados 9 indivíduos e não 7 (entre 24 e 31).
Verifica no Face no grupo Aves Raras de Portugal Continental, o post da Cláudia Matos no dia 31.

Tissot escreveu:Boa compilação Nicolau.

Mas em Forninhos, Vila Nova de Mil Fontes, julgo que foram capturados 9 indivíduos e não 7 (entre 24 e 31).
Verifica no Face no grupo Aves Raras de Portugal Continental, o post da Cláudia Matos no dia 31.

Obrigado Matthias, é a loucura...

Dentro de 5 anos deverá deixar de ser raridade

Ouvi tb hoje uma a piar em S. Jacinto. Não consegui ver a ave, mas já tinha ouvido a semana passada, mas apenas agora a consegui confirmar o som

(06-Nov) 1 ind., Monte da Virgem, Vila Nova de Gaia (Patrícia Santos e José Luís Sequeira)

Portanto para já temos 80 aves correcto? considerando que só há 14 registos homologados é giro.

Falta-me fazer a última actualização de Novembro e início de Dezembro. 80 registos quando?

Até 18-Nov havia 65 registos este Outono. Por isso devemos ter chegado às 70.

PNicolau escreveu:Falta-me fazer a última actualização de Novembro e início de Dezembro. 80 registos quando?

Até 18-Nov havia 65 registos este Outono. Por isso devemos ter chegado às 70.

Eu conto 70 registos perfazendo 80 aves. Já que houve vários envolvendo 2 ou mais aves.

Reboleira, 28 Dezembro de 2016, 1 Phylloscopus inornatus

Ainda mergulhei na gaveta da secretária para pegar na máquina mas quando cheguei á janela era tarde. Voou para o jardim de cobertura...
Amanhã vou estar de sentinela...