ESPÉCIE: Ganso-do-egipto (Alopochen aegyptiaca)

Estou muito agradecida pela atenção! Tinha procurado nos tópicos, mas não tinha encontrado.
É uma grande ajuda!
Quando tiver resultados eu publico!

Votos de um bom fim de semana

Já agora sugiro que também pesquises no eBird, que provavelmente tem a maior compilação de observações recentes dessa espécie em Portugal.

http://ebird.org/ebird/portugal/map/egygoo?neg=true&env.minX=&env.minY=&env.maxX=&env.maxY=&zh=false&gp=false&ev=Z&mr=1-12&bmo=1&emo=12&yr=all&byr=1900&eyr=2016

O ganso-do-egipto parece estar em forte expansão no distrito de Portalegre.

Nas últimas semanas / meses observei a espécie em diversas zonas húmidas dos concelhos de Alter do Chão, Monforte, Campo Maior e Elvas - neste último caso, uma observação de mais de 20 indivíduos na albufeira do Caia.

Em Pavia, este Verão, mais concretamente em Julho, foi avistado um casal de gansos do egipto numa pequena barragem perto do "Parque Africano".

E pronto, chegaram à Beira Alta...
http://ebird.org/ebird/portugal/view/checklist/S32503991

Em Espanha a situação também está a ficar descontrolada
http://www.ballenablanca.es/economia-invasion-ganso-nilo-espana/

Bem, os espanhóis ao subirem a espécie de categoria elevam a nossa automaticamente para C6.

Se aceitares que quem atribui as categorias é o CPR, não há cá lugar a promoções automáticas. Essa alteração de categoria acontecerá quando o CPR assim o decidir.

Gonçalo Elias escreveu:Se aceitares que quem atribui as categorias é o CPR, não há cá lugar a promoções automáticas. Essa alteração de categoria acontecerá quando o CPR assim o decidir.

Deixando a questão de quem atribui as categorias de lado por um momento, se em Espanha forem incluídos na categoria C torna-se inevitável que se conte em Portugal os gansos.

pedro121 escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:Se aceitares que quem atribui as categorias é o CPR, não há cá lugar a promoções automáticas. Essa alteração de categoria acontecerá quando o CPR assim o decidir.

Deixando a questão de quem atribui as categorias de lado por um momento, se em Espanha forem incluídos na categoria C torna-se inevitável que se conte em Portugal os gansos.

Bem eu acho que há várias espécies que em Portugal são contáveis e acho que se calhar deveria haver um "organismo" (ou grupo de trabalho?) independente que definisse isso de uma vez por todas, porque não acho boa ideia que os interessados tenham de ficar reféns de uma entidade que não faz aquilo que se propõe fazer.

8 de Dezembro de 2016 mais 2 na Albufeira dos Falcões em Montemor-o-Novo

Hoje de manhã observei sete gansos-do-egipto na albufeira do Maranhão, perto de Benavila, Avis.

Segundo os dados do ebird trata-se de um novo local para esta espécie e também do primeiro registo para o concelho de Avis.

Olhando para o mapa actual, podemos ver que embora a espécie já esteja presente em muitos locais do Alentejo, em especial no distrito de Évora e na parte oriental do de Portalegre, existe ainda uma vasta área do Alentejo e do Ribatejo onde a espécie não tem sido detectada - ver mapa anexo, a linha vermelha delimita uma zona relativamente grande sem observações conhecidas e a cruz vermelha indica o local desta observação de hoje.

Aparentemente a expansão da espécie continua.

Toda essa área terá, em princípio, habitat favorável para a espécie, não? Pelo menos em teoria... nem que seja para uma dispersão. Ou então será o efeito "falta de observadores"?

João Tomás escreveu:Toda essa área terá, em princípio, habitat favorável para a espécie, não? Pelo menos em teoria... nem que seja para uma dispersão.

Mais ou menos. O Alentejo tem milhares de açudes, mas na zona assinalada a densidade de açudes é consideravelmente menor que no distrito de Évora, por exemplo; acresce que os concelhos abrangidos (Coruche, Mora, Ponte de Sor, Abrantes, Gavião e Avis, entre outros, são bastante mais florestados do que as zonas situadas mais a leste e a sul, onde a espécie é mais comum; isto sugere que os gansos não se aventurem muito por áreas de manchas florestais muito extensas. Isto poderá ajudar a explicar a ausência.

João Tomás escreveu:Ou então será o efeito "falta de observadores"?

Não necessariamente. Nalguns locais até poderá ser o caso, mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Hoje na albufeira do Caia contei nada menos que 46 gansos-do-egipto (até poderiam ser mais, mas o maior bando, com pelo menos 38, estava algo compacto e poderia haver alguns indivíduos meio tapados que não foram contados).

Esta contagem não é um recorde. Neste mesmo local existe uma observação do ano passado envolvendo 51 indivíduos, mas todos as outros registos aqui dizem respeito a 20 ou menos. Adicionalmente, na albufeira de Alqueva há uma observação de 52 e na albufeira do Torres, Évora, há uma observação de 80 aves (estes dois registos são de 2015).

Gonçalo Elias escreveu:

João Tomás escreveu:Toda essa área terá, em princípio, habitat favorável para a espécie, não? Pelo menos em teoria... nem que seja para uma dispersão.

Mais ou menos. O Alentejo tem milhares de açudes, mas na zona assinalada a densidade de açudes é consideravelmente menor que no distrito de Évora, por exemplo; acresce que os concelhos abrangidos (Coruche, Mora, Ponte de Sor, Abrantes, Gavião e Avis, entre outros, são bastante mais florestados do que as zonas situadas mais a leste e a sul, onde a espécie é mais comum; isto sugere que os gansos não se aventurem muito por áreas de manchas florestais muito extensas. Isto poderá ajudar a explicar a ausência.

João Tomás escreveu:Ou então será o efeito "falta de observadores"?

Não necessariamente. Nalguns locais até poderá ser o caso, mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Gonçalo, acerca desta zona delimitada a vermelho no mapa e que nos mostra serem escassas ou inexistentes as ditas observações, para além daquilo que descreves e muito bem, já pensaste que a permissão de acesso aos supostos locais onde esta ave pode ocorrer, residualmente que seja, pode ser muito condicionada ou mesmo negada?
Digo isto porque a zona abrangida é propensa a isso e, se não conseguem negar o acesso, dificultam imenso o mesmo. É óbvio que não será uma prática comum a todos os proprietários ou mesmo arrendatários dos espaços, mas é cada vez mais uma prática comum e por diversas razões conhecidas…

Gilberto Pinelas escreveu:Gonçalo, acerca desta zona delimitada a vermelho no mapa e que nos mostra serem escassas ou inexistentes as ditas observações, para além daquilo que descreves e muito bem, já pensaste que a permissão de acesso aos supostos locais onde esta ave pode ocorrer, residualmente que seja, pode ser muito condicionada ou mesmo negada?

Sim, é possível, embora eu ache que também haja aqui um défice de prospecção (poucos observadores), já que essa zona também é rica em açudes e barragens, ainda que seja mais florestada que o distrito de Évora, por exemplo.

É provável que mais cedo ou mais tarde colonizem essa região também, mesmo que a densidade de registos seja menor.

Há dias vi 13 indivíduos na Quinta das Conchas (aparentemente dois adultos e onze juvenis).

Curiosamente já há dois anos em Agosto vi 13 no mesmo local (e também dois adultos e onze juvenis).

Para onde terão ido os juvenis de 2016? Terão sido recolhidos ou será que se escapuliram e fazem parte dos "novos povoadores"?

Os da Quinta das Conchas provavelmente colonizaram o Jardim do Campo Grande. Ou seoararam-se

e pronto, já estão em Trás-os-Montes

https://ebird.org/portugal/view/checklist/S48332951

Hoje, 7 de Outubro, vi um ganso-do-egipto solitário num campo de golfe perto de Castro Marim.

Este registo é digno de nota por várias razões:

• embora a espécie se tenha vindo a expandir fortemente em diversas regiões do país (especialmente Alentejo, litoral norte e região de Lisboa), o ganso-do-egipto continua a ser relativamente raro no Algarve, os poucos registos existentes são quase todos no barlavento (zona de Lagos - Portimão - Vila do Bispo).
  
• no sotavento a espécie parece ser especialmente rara; com base nos dados disponíveis no eBird, este será apenas o segundo registo no sotavento, sendo que o anterior diz respeito a dois indivíduos vistos pelo Pedro Cardia na Manta Rota em 2015.
  
• para além da expansão registada no Alentejo, tem havido também um número crescente de registos em Doñana, na Andaluzia ocidental, que pode também ser um foco de expansão, por isso não me surpreenderia que a espécie viesse a ser registada mais vezes no Algarve nos próximos tempos.
  

Ontem tive conhecimento de que a legislação actual proíbe a criação e comercialização de gansos-do-egipto, por já ter o estatuto (oficial) de espécie invasora.

Mais informação aqui:
http://noctula.pt/lista-de-especies-exoticas-invasoras-foi-atualizada/

Gonçalo Elias escreveu:(...) mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Agora já tem: https://ebird.org/view/checklist/S54137078

Paulo Alves escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:(...) mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Agora já tem: https://ebird.org/view/checklist/S54137078

Como era de esperar reproduziram-se em Montargil: https://ebird.org/checklist/S75642907

Paulo Alves escreveu:

Paulo Alves escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:(...) mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Agora já tem: https://ebird.org/view/checklist/S54137078

Como era de esperar reproduziram-se em Montargil: https://ebird.org/checklist/S75642907

não prova que criaram