ESPÉCIE: Ganso-do-egipto (Alopochen aegyptiaca)

pedro121 escreveu:

Paulo Alves escreveu:

Paulo Alves escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:(...) mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Agora já tem: https://ebird.org/view/checklist/S54137078

Como era de esperar reproduziram-se em Montargil: https://ebird.org/checklist/S75642907

não prova que criaram

Porque não há registo destes juvenis enquanto crias?
Num local onde não havia registos, aparecerem duas aves adultas em 2019, juvenis em 2020... hum, eu apostaria em reprodução no local.
Mas entendo a tua cautela.

Paulo Alves escreveu:

pedro121 escreveu:

Paulo Alves escreveu:

Paulo Alves escreveu:

Gonçalo Elias escreveu:(...) mas Montargil, por exemplo, é um local bastante visitado e não tem, até à data, qualquer registo.

Agora já tem: https://ebird.org/view/checklist/S54137078

Como era de esperar reproduziram-se em Montargil: https://ebird.org/checklist/S75642907

não prova que criaram

Porque não há registo destes juvenis enquanto crias?
Num local onde não havia registos, aparecerem duas aves adultas em 2019, juvenis em 2020... hum, eu apostaria em reprodução no local.
Mas entendo a tua cautela.

Eu acho muito provável que tenham criado, porque é o lógico, mas não é conclusivo.

A população Europeia cresceu 86.2% entre o primeiro EBBA e o 2 , estimam-se 30.000 casais só no Norte da Europa , há relatos de nidificação em Portugal desde 2002 , fonte EBBA2.

Deixo aqui um mapa do eBird sobre a situação da espécie no distrito de Évora. Diria que é difícil encontrar albufeiras ou açudes no distrito onde ainda não tenham sido registados.

A ausência de registos na zona de Vendas Novas, Estremoz, norte de Reguengos de Monsaraz e Portel deve estar associado sobretudo a um menor número de observadores e pela inacessibilidade dos açudes. Na zona de V. Novas e Portel também deverá estar associado a um menor número de açudes e por serem zonas mais florestadas, mas será uma questão de tempo até haver registos...

O maior registo até agora é de 392 indivíduos juntos, na Várzea Redonda-Alandroal pelo Jorge Safara, mas há uma contagem neste local do lado espanhol de 429. Nesta zona são comuns contagens com centenas de exemplares.

pedro121 escreveu:Eu acho muito provável que tenham criado, porque é o lógico, mas não é conclusivo.

Para que não restem dúvidas
https://ebird.org/portugal/checklist/S88880416

A propósito de uma denúncia de que as aves do jardim do Campo Grande, Lisboa, não estariam a ser devidamente alimentadas, o PAN questionou a CML sobre "Que diligências está a Câmara Municipal de Lisboa a tomar para assegurar que todos os animais que habitam o lago do Jardim do Campo Grande são alimentados, conseguem aceder à ilha e têm um local onde se abrigarem." - o comunicado do PAN vem ilustrado com uma foto de gansos-do-egipto tirada no local (um adulto e diversas crias), ver aqui: https://pan.com.pt/requerimento-animais-em-perigo-no-jardim-do-campo-grande/


Dado que não considero boa ideia estar a promover a sobrevivência de espécies invasoras, decidi questionar a CML, nos seguintes termos:

"Boa tarde, tenho conhecimento que em diversos jardins de Lisboa existem gansos-do-egipto (Alopochen aegyptiaca) em liberdade. Segundo o Decreto-Lei n.º 92/2019 esta espécie de ave tem o estatuto de invasora, fazendo parte da Lista Nacional de Espécies Invasoras. E de acordo com o artigo 16 do referido D.L. é "interdita a detenção, cultivo, criação, comércio, introdução na natureza e o repovoamento" desta espécie. No entanto, imagens recentes têm permitido comprovar que estas aves se reproduzem em liberdade nos espaços públicos da cidade, o que significa que a sua população tem estado a aumentar. Considerando que as espécies invasoras representam uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas e à conservação dos nossos valores naturais, venho solicitar que me informem que medidas estão a ser tomadas com vista a impedir a proliferação desta espécie na cidade. Sem mais de momento e na expectativa de uma resposta, apresento os melhores cumprimentos"

Quem pretender contactar a CML acerca deste assunto poderá fazê-lo preenchendo o formulário de contacto, tal como eu fiz, aqui fica o link: https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contacte-nos

Logo que haja desenvolvimentos sobre este assunto, colocarei neste mesmo tópico.

Mapa de distribuição do gansos-do-egipto no Alto Alentejo (fonte: eBird) - a espécie já está espalhada por toda a região.
Ontem confirmei nidificação perto de Nisa (casal com 3 crias).

Boa noite.

No fim-de-semana passado vi um grupo com 201 Gansos-do-egipto numa albufeira muito perto de Beja. Creio que é o maior registo para o distrito.

JP Gonçalves escreveu:Boa noite.

No fim-de-semana passado vi um grupo com 201 Gansos-do-egipto numa albufeira muito perto de Beja. Creio que é o maior registo para o distrito.

Sim, é o maior registo. Estes bichos continuam a expandir-se de forma descontrolada por isso não me surpreenderia que esse recorde viesse a ser batido no futuro.

Quando fiz o webinário sobre esta espécie em Maio os máximos distritais no eBird eram estes:

Boa tarde, sei que pouco tem a ver com este tópico, mas tenho uma dúvida. Após ter visto algumas fotos no Facebook no Paul de manique, fui ao ebird pesquisar um pouco mais sobre o concelho da Azambuja e descobri esta lista:
https://ebird.org/checklist/S81715212
As aves que estão identificadas com A. aegyptiaca parecem ser Cereopsis novaehollandiae (não sei o nome em PT), ou estou errado? Se forem são certamente fugas de cativeiro, mas não conheço mais nenhum registo desta espécie em Portugal daí a ter perguntado.

Bem visto. Decidi reportar mas verifiquei que já alguém o fez por isso agora temos de esperar que o revisor se pronuncie.

Gonçalo Elias escreveu:Dado que não considero boa ideia estar a promover a sobrevivência de espécies invasoras, decidi questionar a CML, nos seguintes termos:

"Boa tarde, tenho conhecimento que em diversos jardins de Lisboa existem gansos-do-egipto (Alopochen aegyptiaca) em liberdade. Segundo o Decreto-Lei n.º 92/2019 esta espécie de ave tem o estatuto de invasora, fazendo parte da Lista Nacional de Espécies Invasoras. E de acordo com o artigo 16 do referido D.L. é "interdita a detenção, cultivo, criação, comércio, introdução na natureza e o repovoamento" desta espécie. No entanto, imagens recentes têm permitido comprovar que estas aves se reproduzem em liberdade nos espaços públicos da cidade, o que significa que a sua população tem estado a aumentar. Considerando que as espécies invasoras representam uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas e à conservação dos nossos valores naturais, venho solicitar que me informem que medidas estão a ser tomadas com vista a impedir a proliferação desta espécie na cidade. Sem mais de momento e na expectativa de uma resposta, apresento os melhores cumprimentos"

Quem pretender contactar a CML acerca deste assunto poderá fazê-lo preenchendo o formulário de contacto, tal como eu fiz, aqui fica o link: https://informacoeseservicos.lisboa.pt/contacte-nos

Logo que haja desenvolvimentos sobre este assunto, colocarei neste mesmo tópico.

Após algumas insistências de minha parte, lá recebi uma resposta da CML.

Há algumas semanas questionei o ICNF sobre o tipo de acção prevista relativamente aos gansos-do-egipto que se encontram em parques e jardins.

Hoje recebi a resposta, que deixo na imagem anexa. Segundo o ICNF, os gansos-do-egipto surgiram "naturalmente", tal como acontece com o pato-real (sim, leram bem, estão a comparar uma exótica invasora com o pato-real!!!!) e que como não há programas de controlo a situação vai continuar...

Nos últimos meses (desde Novembro de 2021) enviei vários e-mails para o ICNF solicitando informação sobre o plano de acção do ganso-do-egipto, mas não recebi qualquer resposta.

Hoje tentei um contacto telefónico e coloquei a mesma questão. Foi-me referido que não existe ainda um plano de acção para esta espécie e que não é possível indicar uma data para a concretização do mesmo.

Entretanto a espécie continua a espalhar-se pelo país e pelo que soube recentemente já está a nidificar na Beira Baixa também.

O Fundo Ambiental está a aceitar, até 29 de Julho, candidaturas com vista ao controlo e erradicação de diversas espécies animais classificadas como invasoras, incluindo o ganso-do-egipto.

Mais detalhes aqui:
https://www.fundoambiental.pt/apoios-2022/conservacao-da-natureza-e-da-biodiversidade/projetos-de-erradicacao-e-controlo-de-especies-invasoras-prioritarias.aspx

Hoje no Baldio de Arronches, 178 gansos-do-egipto, num único bando e contados um a um. Trata-se de um novo recorde para o distrito de Portalegre e creio que a segunda maior concentração registada até à data a nível nacional. A expansão continua...

Um pequeno salto na distribuição desta espécie ao longo do Tejo.
Hoje o Ricardo Bispo deu com os primeiros para o concelho de Abrantes: https://ebird.org/checklist/S127341585

E ainda por cima começam cedo, ontem em Vasa-Sacos já havia uma fêmea com 5 patinhos.

Teresa C escreveu:E ainda por cima começam cedo, ontem em Vasa-Sacos já havia uma fêmea com 5 patinhos.

tenho ideia de ter lido algures que podem criar duas vezes por ano, uma delas em Janeiro

Gonçalo Elias escreveu:

Teresa C escreveu:E ainda por cima começam cedo, ontem em Vasa-Sacos já havia uma fêmea com 5 patinhos.

tenho ideia de ter lido algures que podem criar duas vezes por ano, uma delas em Janeiro

Foi feito um estudo recente sobre a população reprodutora em Lisboa, onde referem posturas em Janeiro.

https://www.airo-spea.com/_files/ugd/8fea7e_c4c188a320df40849046dbb8a12dd8bd.pdf

Obrigado Rui.

É sobretudo de Agosto a Outubro que se observam as maiores concentrações de gansos-do-egipto, muitas vezes junto a albufeiras e outras massas de água.

A partir de Novembro, os bandos começam a dispersar, provavelmente já à procura de locais de nidificação.

Penso que qualquer plano de acção para a espécie deveria ter em conta este padrão. Mas será que vai ter? Será que alguém fez este tipo de análise?

No gráfico anexo representa-se a "contagem média" da espécie em Portugal, isto é o número médio de indivíduos contados nas listas onde a espécie foi registada (Fonte: eBird)

os bandos desaparecem depois começa a caça aos patos á seria, a época da maioria das espécies só começa no 1 de Outubro, mas curiosamente só se nota um mês depois, será que a frequência aumenta depois de Outubro? ou seja se os bandos se desfazem seria razoável esperar um aumento na frequência já que as aves dispersam por mais locais