ESPÉCIE: Zarro-bastardo (Aythya marila)

Boa tarde,

Observei  hoje um 1º Inv de Zarro bastardo Aythya marila, no meio de um grupo de Negrinhas na ETAR de Alverca. Algumas das femeas de Negrinhas presentes tinham tambem a mancha branca junto ao bico....



cumps,

Rui

Este justifica bem uma mensagem para a mailing list das raridades

Pegando neste tópico algo antigo... tenho vindo a pensar que esta espécie (que não é considerada raridade) é claramente mais rara que diversas outras espécies que têm esse estatuto. No e-bird há apenas nove observações, todas referentes a indivíduos isolados.

Sim, exactamente, embora tenham ocorrido já influxos com aves juntas, e pequenos bando ele é bastante raro e para alem disso o rico de confusão é grande...

Sim, é um pouco como várias outras espécies aquáticas vindas do norte: em certos anos podem aparecer umas quantas, mas na maioria dos anos há apenas um ou dois registos (ou nenhum!).

Talvez devesse ser reclassificada como raridade e passar a ser submetida ao CPR...

Carlos Pacheco escreveu:Talvez devesse ser reclassificada como raridade e passar a ser submetida ao CPR...

Sim, quanto a isso não me parece haver nenhuma duvida.

Concordo!

Como ajuda a identificações posteriores de Aythya marila juvenis, deixo aqui umas análises superficiais dos 3 marila da Lagoa dos Teixoeiros, discutidos aqui.

Antes de mais, muitas dúvidas foram levantadas dado o tamanho um pouco duvidoso da unha do bico do(s) indivíduo(s) que parecia demasiado grande. Devo dizer que, após análise de fotos de um indivíduo que no campo apresentava claramente uma unha pequena e restrita à ponta, verifiquei que consoante a luz e o ângulo havia alguma variação na percepção da extensão da unha. De qualquer forma, creio que nos juvenis a relevância dada a este aspecto deve ser menos valorizada pois, tal como indica o Collins, "[juveniles have a] slightly darker bill with indistinct darker nail area". (ver também fotos mencionadas no segundo post deste tópico).

De um modo geral, os  3 indivíduos destacavam-se claramente dos fuligula presentes. Quer pelo tamanho aparentemente maior, quer pela extensão do branco na face (em comparação com as negrinhas fêmeas), quer pela estrutura mais possante: bico maior, cabeça redonda, aspecto geral mais massudo e menos elegante:

(macho fuligula à esquerda; notar diferença aparente de tamanhos)


(fuligula no centro: bico mais pequeno e mais elegante no geral; marila à esqueda mais possante)




Aqui fica então o indivíduo mais típico:


(Notar: cabeça redonda sem qualquer crista, preto aparentemente restrito à ponta do bico - característica verificada em campo pelo LG -, muda activa no dorso com algumas penas cinzentas; na última foto a posição de alerta faz com que pareça um pouco mais elegante).

Este outro indivíduo, apesar de parecer ter o bico mais escuro na ponta, apresentava todas as outras características diagnosticantes, incluindo a muda activa nos flancos, com já alguma extensão de cinzento que deveria ser completamente ausente em qualquer fêmea de negrinha.


Para lançar a confusão, havia então um 3º indivíduo:

Aqui, o ângulo da cabeça era significativo. Também não havia sinal de muda nem no dorso nem nos flancos. No entanto, integrava-se perfeitamente no bando dos 3 e a estrutura parecia ser boa para A. marila.
Possível híbrido, ou só um marila mais atípico?

Finalmente, os 3 da vida airada depois dos fuligula levantarem como resposta ao aparecimento de 2 búteos:

(nota: apesar de o collins não o explicitar em texto, somente em imagem, a presença de uma máscara facial mais clara ligeira parece ser também uma característica presente em muitos marila juvenis.)

Deixo então um agradecimento ao Luís Gordinho, à Filipa Beça, ao Marcos Schwager, ao Manuel Ribeiro e ao Frederico Morais pela ajuda na avaliação das aves em campo e/ou nas fotografias, e pela companhia no belo dia.


Peço desculpa se as fotos tornarem a página muito lenta. Se for necessário eu retiro algumas que poderão a ser consultadas no Flickr.

Boas,

Bom, fiquei ligeiramente confuso quanto ao numero de indivíduos, nomeadamente quantos machos juvenis eram? 2 ou 3? e havia algum marila fêmea juvenil ou não?

Quanto ao individuo atípico, lembraram-se de affinis?

Ontem já consegui sair do carro para os observar. Pena não conseguir a unha do bico mas eles afastam-se e o tempo não ajuda.
Dizes que são 3, afinal não ando a ficar tolo
Estes bichos são bastante discutiveis mas pronto, se a maioria concorda, então ficam como marila.

Paulfer escreveu:Estes bichos são bastante discutiveis mas pronto, se a maioria concorda, então ficam como marila.

A única discussão possível é com híbridos ou affinis para o bicho com a cabeça inclinada, não têm nada de fuligula.

Sim, bem , pelo menos as duas aves em muda são claramente juvenis de marilia, quanto a isso não há agora duvidas, a 3ª ave pode levantar algumas questões mas pode perfeitamente ser uma fêmea juvenil de marilia, se as aves ficarem é ir acompanhando a muda.

As marilas e/ou fuligulas ainda andam pela Lagoa dos Teixoeiros?
Como em S. Jacinto e Ílhavo não vi fuligulas tenho de passar pelas lagoas de Quiaios/Mira para ver se voltam algumas das Aythyas marcadas. Não disse fuligulas porque tinha piada que a affinis voltasse, embora ainda estivesse no UK no passado dia 7...

www.pt-ducks.com

David Rodrigues escreveu:As marilas e/ou fuligulas ainda andam pela Lagoa dos Teixoeiros?
Como em S. Jacinto e Ílhavo não vi fuligulas tenho de passar pelas lagoas de Quiaios/Mira para ver se voltam algumas das Aythyas marcadas. Não disse fuligulas porque tinha piada que a affinis voltasse, embora ainda estivesse no UK no passado dia 7...

www.pt-ducks.com

Hoje fui lá e não vi marilas. Andavam 13 fuligulas e todos sem marcação
Em 23/11 andava um fuligula em São Jacinto
Ai o affinis...

Obrigado Paulo.
Se aparecer lá alguma Aythya marcada diz.
Eu aviso se existirem novidades do affinis...

www.pt-ducks.com

Editei o título deste tópico que passa a ficar como tópico de espécie.

Tenho andado a pensar que valeria a pena fazer uma compilação dos registos históricos desta espécie (não sendo uma raridade, há muita informação antiga dispersa que corre o risco de se perder).

8 Março 2016, Paul do Boquilobo
1 macho adulto

Paulo Alves escreveu:8 Março 2016, Paul do Boquilobo
1 macho adulto

Muito fixe, existem pouquíssimos registos mais para o interior.