Portuguesa faz estudo pioneiro sobre evolução reprodutiva das aves insulares
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Portuguesa faz estudo pioneiro sobre evolução reprodutiva das aves insulares
Rita Covas Monteiro comparou pássaros das ilhas com os seus congéneres continentais
Fonte:www.cienciahoje.pt/
Data:27.11.2011
Num estudo sem precedentes, Rita Covas Monteiro conseguiu determinar os padrões de evolução a nível reprodutivo das espécies de aves insulares, comparando-as com as suas semelhantes continentais.
Em conversa com o «Ciência Hoje», a investigadora do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto) explicou que existia já uma ideia generalizada das diferenças e várias teorias, mas “não havia ainda um trabalho que estabelecesse os padrões de adaptação a nível global”.
A partir da consulta de várias bases de dados, a investigadora reuniu durante cinco anos informações essenciais para o desenvolvimento deste projecto. O estudo pode ser lido no «Proceedings of Royal Society B».
O artigo «Evolution of reproductive life histories in island birds worldwide» nasce da comparação realizada em todo o mundo e em 306 espécies de aves das características reprodutivas dos pássaros insulares e dos seus parentes mais próximos do continente.
A investigadora recolheu informações de todos os sítios onde conseguiu arranjar dados, desde o Golfo da Guiné às Ilhas Salomão. “Quis fazer uma comparação que tivesse em conta todas as variantes e que fosse global para se conseguir fazer uma generalização”, explica. Para cada espécie insular, comparou a sua semelhante continental tendo em conta as próprias características ambientais.
“Espécies de aves de uma ilha tropical foram comparadas com espécies semelhantes de uma zona continental também tropical e as ilhas de clima temperado foram comparadas com zonas continentais temperadas”, explica.
A investigação confirmou algumas coisas de que já se suspeitava e revelou outras. “Há mudanças evolutivas importantes nas espécies insulares a nível da reprodução”, diz. Nas ilhas, “a fecundidade das espécies é mais reduzida do que no continente”. No entanto, as aves insulares “põem ovos de maior tamanho e dedicam mais tempo à incubação e ao cuidado das crias”. Concluiu-se que as espécies insulares investem menos na quantidade e mais na qualidade das crias.
Nas ilhas há também um aumento daquilo que se chama de ‘cria cooperativa’. Isto quer dizer “as crias, além de serem criadas pelos progenitores, são-no também por outros indivíduos, normalmente da família próxima, como irmãos mais velhos ou tios que não se reproduzem”. Estes podem levar comida ou ajudar noutras tarefas como a defesa do território. No continente, isso pode acontecer com nove por cento das espécies, nas ilhas a percentagem sobre para 30.
Algumas destas características das aves insulares podem ser resultado do ambiente mais “ameno das ilhas em relação ao continente”. Existem menos predadores e, possivelmente, menos espécies de parasitas, o que pode levar a uma maior sobrevivência das espécies insulares. Esta maior sobrevivência favorece, por sua vez, uma alteração do ciclo de vida, que leva a uma actividade reprodutora mais lenta.
Descobriu-se também que as diferenças são maiores entre ilhas e zonas continentais temperadas do que nas tropicais.
A investigadora está agora a realizar o “segundo passo” da investigação. Num trabalho que será mais “de campo”, vai tentar descobrir as razões deste comportamento das espécies insulares.
Este estudo de grande alcance vai investigar os parasitas, os níveis hormonais das espécies, a diversidade genética e como tudo isto se reflecte nas estratégias de reprodução.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51914&op=all
Fonte:www.cienciahoje.pt/
Data:27.11.2011
Num estudo sem precedentes, Rita Covas Monteiro conseguiu determinar os padrões de evolução a nível reprodutivo das espécies de aves insulares, comparando-as com as suas semelhantes continentais.
Em conversa com o «Ciência Hoje», a investigadora do CIBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto) explicou que existia já uma ideia generalizada das diferenças e várias teorias, mas “não havia ainda um trabalho que estabelecesse os padrões de adaptação a nível global”.
A partir da consulta de várias bases de dados, a investigadora reuniu durante cinco anos informações essenciais para o desenvolvimento deste projecto. O estudo pode ser lido no «Proceedings of Royal Society B».
O artigo «Evolution of reproductive life histories in island birds worldwide» nasce da comparação realizada em todo o mundo e em 306 espécies de aves das características reprodutivas dos pássaros insulares e dos seus parentes mais próximos do continente.
A investigadora recolheu informações de todos os sítios onde conseguiu arranjar dados, desde o Golfo da Guiné às Ilhas Salomão. “Quis fazer uma comparação que tivesse em conta todas as variantes e que fosse global para se conseguir fazer uma generalização”, explica. Para cada espécie insular, comparou a sua semelhante continental tendo em conta as próprias características ambientais.
“Espécies de aves de uma ilha tropical foram comparadas com espécies semelhantes de uma zona continental também tropical e as ilhas de clima temperado foram comparadas com zonas continentais temperadas”, explica.
A investigação confirmou algumas coisas de que já se suspeitava e revelou outras. “Há mudanças evolutivas importantes nas espécies insulares a nível da reprodução”, diz. Nas ilhas, “a fecundidade das espécies é mais reduzida do que no continente”. No entanto, as aves insulares “põem ovos de maior tamanho e dedicam mais tempo à incubação e ao cuidado das crias”. Concluiu-se que as espécies insulares investem menos na quantidade e mais na qualidade das crias.
Nas ilhas há também um aumento daquilo que se chama de ‘cria cooperativa’. Isto quer dizer “as crias, além de serem criadas pelos progenitores, são-no também por outros indivíduos, normalmente da família próxima, como irmãos mais velhos ou tios que não se reproduzem”. Estes podem levar comida ou ajudar noutras tarefas como a defesa do território. No continente, isso pode acontecer com nove por cento das espécies, nas ilhas a percentagem sobre para 30.
Algumas destas características das aves insulares podem ser resultado do ambiente mais “ameno das ilhas em relação ao continente”. Existem menos predadores e, possivelmente, menos espécies de parasitas, o que pode levar a uma maior sobrevivência das espécies insulares. Esta maior sobrevivência favorece, por sua vez, uma alteração do ciclo de vida, que leva a uma actividade reprodutora mais lenta.
Descobriu-se também que as diferenças são maiores entre ilhas e zonas continentais temperadas do que nas tropicais.
A investigadora está agora a realizar o “segundo passo” da investigação. Num trabalho que será mais “de campo”, vai tentar descobrir as razões deste comportamento das espécies insulares.
Este estudo de grande alcance vai investigar os parasitas, os níveis hormonais das espécies, a diversidade genética e como tudo isto se reflecte nas estratégias de reprodução.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51914&op=all
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Carlos Vilhena
Carlos Vilhena- Número de Mensagens : 1083
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